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CONTAGEM DE CARBOIDRATOS Prof. Drielly R Viudes Disciplina de Dietoterapia II Unisalesiano - Araçatuba Contagem de Carboidratos Estratégia nutricional, onde a pessoa com diabetes é treinada a contabilizar os carboidratos consumidos em cada refeição. Início na Europa em 1935 ADA (1994) → ferramenta nutricional No Brasil (1997) → começou a ser usado Por que contar carboidratos??? Menor variação pós-prandial Melhor controle glicêmico Prevenção das complicações Maior flexibilidade na alimentação do diabético Maior autonomia do diabético Melhor aderência ao tratamento CONTAGEM DE CARBOIDRATO CONTAGEM DE CARBOIDRATO - Contagem deve estar inserida num contexto saudável - Macronutrientes – geradores de energia 35 a 60% das proteínas – glicose em 3 a 4h 10% da gorduras – glicose, 5h ou mais 100% do CHO – glicose, 15min a 2 horas -- Para contagem – considerar total de CHO consumido na refeição, não a qualidade . Combinações dos nutrientes no mesmo alimento – resposta pós-prandial diferenciada. INSULINOTERAPIA + TRATAMENTO NUTRICIONAL (CONTAGEM DE CARBOIDRATOS) + HÁBITO DE VIDA SAUDÁVEL + EXERCÍCIO FÍSICO TRATAMENTO NO DM tipo 1 Picos de ação das insulinas: TIPOS DE INSULINA E TEMPO DE AÇÃO Insulina Início da ação Pico Duração Regular (rápida) 30 min 2 a 4 horas 3 a 6 horas Lispro, aspártica e glulisina (ultrarrápida) 10 - 15 min 30 a 1h 30min 3 a 4 horas NPH (intermediária) 1 - 2 horas 4 a 6 horas 8 a 14 horas Detemir (lenta) 1 - 2 horas 10 a 16 horas 18 a 20 horas Glargina (lenta) 1 - 2 horas Sem pico de ação 24 horas INSULINOTERAPIA •TERAPIA CONVENCIONAL: aplicação da insulina de longa duração ou duração intermediária 2 a 3x/dia (simula a secreção de insulina basal fisiológica) •TERAPIA CONVENCIONAL INTENSIVA: aplicação de insulina lenta + insulina rápida ou ultra rápida pré refeição (simula a secreção de insulina prandial fisiológica) INSULINOTERAPIA INSULINOTERAPIA TIPOS DE APLICAÇÃO 1) Frasco (necessita de refrigeração) + seringa 2) Caneta (não necessita de refrigeração) 3) Bomba de infusão contínua de insulina MÉTODOS DE CONTAGEM Lista de equivalentes Alimentos são agrupados de forma que cada porção do alimentos escolhido pelo paciente corresponda a 15g de CHO -- Classifica os alimentos em categorias (grupos), e -- Porções de uso habitual -- Lista de equivalentes -- facilita Contagem e gramas de CHO - Somar gramas de CHO de cada alimento por refeição - Informações – tabela e rótulos - Sempre incentivar alimentação saudável 15g CHO : 1UI de insulina Bolus de alimentação FONTE: Manual de Contagem de Carboidratos (Ed 2009) – Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) MÉTODO 1 MÉTODO 2 Melhor método? ◦ Contar CHO por grama – informações mais precisas ◦ Estimar CHO por substituições – mais simples, porém não é tão preciso ◦ Escolha – necessidade individual TERAPIA COM MÚLTIPLAS DOSES ◦ É possível definir a quantidade de insulina rápida ou ultra-rápida em função da quantidade de carboidratos por refeição. ◦ Doses de insulina para cobrir os gramas de carboidrato são denominadas “bolus” --- de acordo com a evolução das glicemias pós refeição. ◦ Entre as formas de estabelecer a razão carboidrato versus insulina, algumas regras podem ser utilizadas, como: • Adulto (regra geral) -- 1UI de insulina rápida ou ultra-rápida cobre 15g ou uma substituição de carboidrato ou Tabela 5; • Crianças e adolescentes --- 01 unidade de insulina para 20-30g de HCO - OU a regra de 500 --- onde se dividem 500 pela dose total de insulina/dia. Recomendações Momento para aplicação de insulinas: • insulina rápida – 30 minutos a uma hora antes das refeições; • insulina ultra-rápida – 15 minutos ou imediatamente antes das refeições. ◦ Devem ser seguidas por aquelas pessoas que têm certeza de que vão consumir integralmente o que foi estabelecido para uma determinada refeição. ◦ Crianças sugere-se que a aplicação dos bolos seja feita imediatamente após a ingestão do alimento, sendo a quantidade ajustada à real ingestão. ◦ Nem toda glicemia alterada --- abuso alimentar. Estresse, infecção, mudança na atividade física, dose incorreta da medicação. ◦ Para corrigir hiperglicemia: - Avaliar as glicemias pré e pós-prandiais, - Montar uma tabela de correção - Determinar as doses a serem aplicadas OU ◦ Outra técnica utilizada é que 1UI diminui a glicemia em 45mg/dl a 70 mg/dL, aproximadamente. Recomendações Fator sensibilidade É a medida de quanto uma unidade de insulina rápida ou ultrarrápida é capaz de reduzir o valor da glicemia. É uma característica individual que pode apresentar variações ao longo do dia. O FS aumenta com a atividade física, diminui em dias de doença, com o uso de certos medicamentos (ex.: corticoides) ou com o ganho de peso do paciente. Bolus de correção O Bolus Correção é a dose de insulina utilizada para corrigir a glicemia medida antes da refeição quando esta ultrapassa a meta estabelecida. O BC leva em consideração o Fator de Sensibilidade (FS). BC = (glicemia do momento – meta)/ FS Ex: - pré-prandial – 250mg/dL - Meta pré – prandial – 120 mg/dL - FS – 29 BC = (250 – 120) / 29 = 4,4UI Somar resultado ao BA 25% desjejum, 5% colação, 25 a 30% almoço, 10 a 15% lanche, 25 a 30% jantar, 5% ceia (RECOMENDAÇÃO ADA) EXEMPLO: No adulto, VET = 2500 Kcal 60 % de carboidratos = 375 g de carboidratos por dia Anamnese alimentar: CONTANDO CARBOIDRATO Bolus prandial 1U:15g CHO 1U ----------15g de CHO X ------------65g de CHO X = 4,3 4 UI de insulina VET = 1800 Kcal 60% de carboidratos = 270 g de carboidratos por dia Anamnese alimentar Calcular o bolus de insulina prandial sendo a relação de 1U:15g de CHO CONTAGEM DE CARBOIDRATO ??? Para treinar... ◦ Calcular os carboidratos das refeições e necessidade de insulina (UI). Após calcular Bolus de correção, sendo a meta de glicemia de 110mg/dL e FS=30 e glicemia pré – prandial de 198 mg/dl. Refeição Gramas Substituição Café da manhã 1 xícara (240ml) de leite integral 1 und pão francês 1 colher chá de manteiga sem sal 1 cacho pequeno de uva Total BA – ??? BC- ??? TOTAL - ?? Caso clínico ◦ Maria Sebastiana Pereira (MSP), de 25 anos, residente no município de São Paulo, casada, com dois filhos e relato de um aborto natural recente. Refere diabetes melito desde os 12 anos. Sedentária, pois refere dores no corpo. Apresenta elevada ingestão de água (cerca de 4,5 litros ao dia). Refere estar desempregada. Funcionamento intestinal a cada 3 dias, com sensação de esvaziamento incompleto e sangue ao passar o papel higiênico. Relata má digestão e azia, além de dificuldade para dormir, pois refere dores no corpo devido Fibromialgia. Refere queda de cabelo, fadiga, cansaço, sonolência, e unhas frágeis que lascam e quebram com facilidade. Refere se alimentar bem e não entender seu ganho de peso. Refere ter finalizado todo o ensino médio. ◦ Exames laboratoriais: - Colesterol total – 220 mg/dL - Triglicerídeos – 300 mg/dL - HbA1C – 10% - Glicemia de jejum – 285 mg/dL Dados antropométricos: Peso – 75kg Altura – 1,60 metros CC – 108 cm Medicação: Insulina NPH – Manhã e final de tarde 20 UI Insulina ultra-rápida - 1 UI Meta glicemia - 140 mg/dL, para correção insulina ultra-rápida FS- 35 Ciprofibrato – após jantar (não sabe quantas mg) Omeprazol – 1 comprimido ao acordar ◦ Dia alimentar Habitual - Desjejum às 10h – 200 ml de café com 1 colher de sopa de açúcar mascavo - Almoço (12h) – 3 escumadeiras de arroz; 1 colher de sopa de feijão; 1 bife empanado grande fritoem imersão, 3 rodelas de tomate - Lanche da tarde – Chá de camomila com 3 gotas de adoçante do tipo aspartame e 3 bolachas tipo água e sal + 1 und de paçoca tipo rolha - Jantar – 1 copo de leite integral batido com 1 colher sopa de nescau e 1 banana - Come pizza e lanche 2x no mês, consome 4 l de óleo para 4 pessoas na casa, por mês. Consome doces cerca de 3x na semana, refere sentir necessidade de comer doces. Exercícios (0,25 pontos) ◦ A dieta da paciente está adequada ao consumo de carboidrato por dose de insulina? ◦ Proponha um almoço saudável e contabilize os carboidratos. Forneça BA e BC
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