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Aula 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL [Modo de Compatibilidade]

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18/08/2014
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AVALIAÇÃO DO ESTADO 
NUTRICIONAL (AEN)
Profª. Daniele Hermes
Fisiopatologia e Dietoterapia I
ESTADO NUTRICIONAL
 Reflete o equilíbrio entre a ingestão e a demanda de nutrientes
de um indivíduo, que são dependentes de diversos fatores:
Manutenção adequada da composição e funções do organismo
(Martins, 2008) 
HOMEOSTASIA
Deficiência de nutrientes Excesso de nutrientesOU
Podem causar
ESTADO NUTRICIONAL
DOENÇAS
OU
As doenças sofrem as consequências 
desses desequilíbrios
Desequilíbrio entre as necessidades do corpo e a
ingestão de nutrientes pode gerar:
ESTADO NUTRICIONAL
Ingestão 
i
Acúmulo de 
d
Funções 
t bóli
OBESIDADE
excessiva 
de calorias
gordura no 
corpo
metabólicas 
alteradas
MorbidadeMorte
(Acuña & Cruz, 2004; Martins, 2008) 
ESTADO NUTRICIONAL
Ingestão 
insuficiente 
Absorção 
diminuída
Depleção de 
reservas 
corporais
Funções 
celulares 
alteradas
e/ou
e/ou
Demanda 
aumentada
Funções 
fisiológicas 
alteradas
MorbidadeMorte
DESNUTRIÇÃO
e/ou
(Acuña & Cruz, 2004; Martins, 2008) 
Método sistemático de resolução de problemas, usado para
pensar criticamente e tomar decisões, com o intuito de
fornecer cuidado nutricional seguro e efetivo
PROCESSO DO CUIDADO NUTRICIONAL
 Processo consiste de seis passos distintos, mas inter-
relacionados e conectados:
1 T i t i i l1.Triagem nutricional
2. Avaliação Nutricional do estado nutricional
3. Diagnóstico Nutricional
4. Necessidades e recomendações nutricionais
5. Intervenção Nutricional
6. Monitoramento
7. Avaliação dos resultados
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AVALIAÇÃO ABRANGENTE E DETALHADA que 
utiliza a história clínica, nutricional e de 
medicamentos; exame físico; antropometria e 
dados laboratoriais; além do julgamento 
profissional para organizar e avaliar as variáveis 
t bóli f i i t i i i i
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
metabólicas, funcionais e nutricionais, e assim, 
determinar o estado nutricional.
(ASPEN, 2002; ESPEN, 2002) 
Identificar pacientes com
DESNUTRIÇÃO ou OBESIDADE
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
OBJETIVOS Criar um PLANO
NUTRICIONAL
Monitorar a 
TERAPIA NUTRICIONAL
Identificar pacientes em
RISCO NUTRICIONAL
(Detsky et al., 1984; Detsky, 1991; ASPEN, 2002; Acuña; Cruz, 2004) 
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
OBJETIVOS SUBJETIVOS
EXAME 
FÍSICO
AVALIAÇÃO 
SUBJETIVA 
GLOBAL
ANTROPOMETRIA
COMPOSIÇÃO 
CORPÓREA
CONSUMO 
ALIMENTAR
EXAMES 
LABORATORIAIS
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
• Atualmente não existe um método padrão-ouro, ou seja,
um método sensível e específico o suficiente que possa
ser utilizado isoladamente na determinação do estado
nutricional
• Recomenda-se a combinação de métodos subjetivos e
objetivos para maior precisão dos resultados
HISTÓRIA GERAL HISTÓRIA GERAL
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HISTÓRIA GERAL
MÉTODOS SUBJETIVOSMÉTODOS SUBJETIVOS
• Método clínico que envolve a interpretação de sinais e
sintomas associados à desnutrição
• Estes sinais e sintomas se desenvolvem em estágios
avançados da depleção nutricional
EXAME FÍSICO
• Habilidade do examinador em olhar, ouvir, sentir e
interpretar as alterações existentes
(Acuña & Cruz, 2004; Martins, 2008) 
• EXAME GERAL
- Visão global do estado de saúde do indivíduo
- É possível avaliar se o indivíduo está magro, obeso, letárgico,
comunicativo, deambulante, acamado
EXAME FÍSICO
• EXAME DA CABEÇA
- Avaliação das características gerais dos cabelos,
da face, olhos, nariz e da cavidade oral (dentes,
língua)
- Avaliação das reservas musculares nas têmporas
- Avaliação das reservas de gordura nas bochechas
e na região sub-orbital
(Acuña & Cruz, 2004; Martins, 2008) 
• EXAME DA PELE
– Avaliação da cor, integridade, umidade, turgor e textura
– Verificar a presença de hipo ou hiperpigmentação, eritema,
equimose, petéquias, ulceração, lesões
EXAME FÍSICO
• EXAME DAS UNHAS
– Avaliação da cor, formato, consistência e textura
– Verificar a presença de unhas moles, finas, quebradiças, pálida,
rugosa
(Acuña & Cruz, 2004; Martins, 2008) 
• EXAME DAS RESERVAS CORPORAIS DE GORDURA
– Verificar a perda geral de tecido adiposo
– Avaliar a perda pelo delineamento dos ossos, músculos e veias
– A perda de gordura subcutânea é geralmente observada na face,
tríceps, bíceps
EXAME FÍSICO
• EXAME DAS RESERVAS CORPORAIS MUSCULARES
– Avaliar a perda pela visualização dos contornos dos ossos
– Em geral, os grupos musculares das partes superiores do corpo são
mais susceptíveis à perda
– Observar a massa muscular da face, da região do deltóide, os
músculos intercostais, das costas, das mãos e das pernas
(Detsky et al., 1984; Acuña & Cruz, 2004; Martins, 2008) 
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• EXAME DA CAPACIDADE FUNCIONAL
– Verificar se o indivíduo tem capacidade de desempenhar atividades
do cotidiano
– Avaliar o tônus muscular e a força muscular
EXAME FÍSICO
• EXAME DO ESTADO HÍDRICO
– Observar a cor e volume da
urina
– Verificar a presença de
edema e ascite
(Detsky et al., 1984; Acuña & Cruz, 2004; Martins, 2008) 
Vit A
Vit A
Vit C ou K
B3
B3
Lesões acnieformes
Queratose folicular, xerose
Equimoses, petéquias
Hiperpigmentação
Dermatite escrotal
Pele
DPC
Biotina
Zinco
Vitamina E e A
Zinco
Alopecia
Quebradiços
Mudança de cor
Ressecados
Arrancados com facilidade
Cabelo
DEFICIÊNCIASINAISLOCAL
Vit B1 e B2
Vit C
Perda de reflexos de membros
inferiores
Dor articular
Membros
Vit B6, Vit B12
B3
Vit C
B3, folato e B12
Vit B2
Estomatite angular, queilose
Papilas atróficas
Gengivas sangrantes
Glossite
Língua magenta
Boca
Vit AManchas de Bitot, xerose conjuntivalOlhos
BiotinaDescamação
Exposição do 
arco zigomático
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AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL 
(ASG)
• Desenvolvida durante a década de 80
• Inicialmente validada para pacientes cirúrgicos, porém, 
atualmente, utilizada para outras situações clínicas na 
sua forma original ou após adaptaçõesg p p ç
• Recomendada pela American Society of Parenteral 
and Enteral Nutrition (ASPEN) para a avaliação 
nutricional de pacientes hospitalizados
• Sua precisão diagnóstica depende da experiência do 
observador, pois se trata de um método subjetivo
AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL 
(ASG)
• Baseado em características da história e exame físico
• Cinco características da história são obtidas:
1) Perda de peso nos últimos 6 meses1) Perda de peso nos últimos 6 meses
2) Alteração na ingestão alimentar
3) Presença de sintomas gastrintestinais
4) Alteração da capacidade funcional
5) Diagnóstico principal e sua relação com as necessidades 
nutricionais
Perda de gordura subcutânea: 
abaixo dos olhos, tríceps, 
bíceps e tórax
Depleção muscular: têmporas, 
ombros clavículas escápulaombros, clavículas, escápula, 
costelas, músculos interósseos 
do dorso da mão, joelho, 
panturrilha e quadríceps
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AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL 
(ASG)
AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL 
(ASG)
AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL 
(ASG)
MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
(MAN)
• Projetada para identificar idosos desnutridos ou em 
risco nutricional
• Pode ser aplicada no âmbito hospitalar, ambulatorialode se ap cada o â b to osp ta a , a bu ato a
ou em asilos
• Recomendada pela ESPEN para idosos
• Tempo médio para aplicação => 10 minutos
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MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
(MAN) REDUZIDA
• Desenvolvida em 2001 a partir da MNA original
• Voltada para idosos, mas atualmente é amplamente
utilizada entre demais adultos
• Tempo médio de aplicação = 5 minutos
MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
(MAN) REDUZIDA
• Desenvolvida em 2002
• Recomendada pela European Society of Parenteral and 
Enteral Nutrition (ESPEN) para a avaliação nutricionalem 
hospitais
RASTREAMENTO DE RISCO 
NUTRICIONAL (NRS, 2002)
hospitais
• Os pacientes são avaliados pontuando-se os 
componentes “comprometimento do estado nutricional” 
e “gravidade da doença”
• Dividida em duas etapas: rastreamento inicial e 
rastreamento final
‐ IMC
‐ %PP 
‐ Modificação na ingestão alimentar
RASTREAMENTO DE RISCO 
NUTRICIONAL (NRS, 2002)
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RASTREAMENTO DE RISCO 
NUTRICIONAL (NRS, 2002)
MÉTODOS OBJETIVOSMÉTODOS OBJETIVOS
• Como avaliar o consumo alimentar?
- Utilização de inquéritos alimentares
Inquéritos Alimentares
CONSUMO ALIMENTAR
• Inquéritos alimentares são 
instrumentos que tornam possível a 
avaliação da ingestão de alimentos de 
indivíduos ou grupos populacionais
Por que avaliamos o consumo alimentar?
- Descrever o consumo de energia e nutrientes, alimentos 
ou grupos de alimentos
Inquéritos Alimentares
CONSUMO ALIMENTAR
- Estabelecer diagnóstico e condições de risco nutricional
- Identificar padrões de consumo e inadequações 
alimentares
- Investigar a relação entre estado nutricional e saúde
Diagnóstico dietético-nutricional
Fornecer bases para o 
desenvolvimento e implantação de 
planos nutricionais para 
adequação do EN e promoção de 
saúde
Inquéritos Alimentares
Métodos de avaliação do consumo alimentar:
CONSUMO ALIMENTAR
- Recordatório de 24 horas
- Questionário de Frequência 
Alimentar
- Dia alimentar usual
RETROSPECTIVOS: 
informações do passado 
imediato ou de longo prazo
PROSPECTIVOS: 
informações do presente
- Registro alimentar
- Não existe padrão-ouro
- Todos os inquéritos possuem vantagens e desvantagens
- O inquérito deve ser escolhido de acordo com a situação e os 
objetivos
Inquéritos Alimentares
(Acuña & Cruz, 2004; Martins, 2008) 
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• Indicação do estado nutricional por meio de medidas 
corporais e suas proporções
ANTROPOMETRIA
• É um método simples, de fácil execução, prático, não‐
invasivo e de baixo custo, com possibilidade de
utilização de equipamentos portáteis e duráveis
(Acuña & Cruz, 2004; Martins, 2008) 
• Peso corpóreo
• Estatura
ANTROPOMETRIA
Medidas mais utilizadas:
• Dobras cutâneas
• Medidas de Circunferência
Edema
Hipotrofia por desuso
(Acuña & Cruz, 2004; Martins, 2008) 
Fatores de confusão:
ANTROPOMETRIA
• Baseia‐se no princípio da condutividade elétrica 
para estimativa dos compartimentos corpóreos
• Método bem aceito pela comunidade científica, 
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA
COMPOSIÇÃO CORPÓREA
inclusive na identificação do estado de hidratação 
dos indivíduos;
• Resultados podem ser afetados por fatores como a 
alimentação, atividade física, 
ciclo menstrual, ingestão de líquidos, 
desidratação ou retenção hídrica e 
alguns medicamentos.
Altamente condutores de corrente 
elétrica
• ↑ água
• ↑ eletrólitos
↓ Resistência 
condutor de 
eletricidade
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA
Pobres condutores de corrente 
elétrica
• ↓ água
• ↓ eletrólitos
↑ Resistência
(COPPINI et al., 1998)
• Colocar dois eletrodos distais sobre a superfície dorsal da mão e do
pé próximos das articulações das falange‐metacarpo e falange‐
metatarso, respectivamente
• Fixar dois eletrodos sobre a proeminência do pulso e entre o
maléolo medial e lateral do tornozelo
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA
NIH, 1996; NESCOLARDE et al., 2004
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Protocolos para BIA:
 Não comer ou beber a menos de 4 h do teste.
 Não fazer exercícios a menos de 12h do teste.
 Urinar a menos de 30min do teste.
ã i l l d h d
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA
 Não consumir alcool a menos de 48h do teste.
 Não ingerir alimentos estimulantes como chocolate, 
café, chimarrão, chá preto a 24h do teste.
 Não tomar medicamentos diuréticos a menos de 7 
dias do teste. Salvo hipertensos, mas com cautela.
 Menstruação.
ACUÑA, A.; CRUZ, T. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos e Situação Nutricional da
População Brasileira. Arq Bras Endocrinol Metab. 2004; 48 (3): 345-361.
CUPPARI, L. Guia de nutrição: Nutrição clínica no adulto. Ed Manole, 2ª ed. Barueri/SP, 2007.
LAMEU, E. Clínica Nutricional. Rio de Janeiro: Revinter, 2005.
MAHAN, K.; STUMP, S. E. Krause: Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. 11ª ed. São Paulo: Roca, 2005.
MARTINS C A li ã d t d t i i l di ó ti N t lí i l I C itib 2008
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARTINS, C. Avaliação do estado nutricional e diagnóstico. Nutroclínica, volume I. Curitiba, 2008.
ROSA, G. et al. Avaliação Nutricional do Paciente Hospitalizado: Uma Abordagem Teórico-Prática. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
SILVA, S. M. C. S.; MURA, J. D. P. Tratado de Alimentação, Nutrição & Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2007.
WAITZBERG, D.L.; CORREIA, M.I.T.D. Nutritional assessment in the hospitalized patients. Curr Opin Clin
Nutr Metab Care. 2003; 6:531–538. 
WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2006.
VITOLO, M. R. Nutrição da Gestação ao Envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio, 2008.