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CYANOPHYTA Prof. Carlos Alberto Garcia As Cianobactérias dominaram a Terra por 2 bilhões de anos. Elas produziram uma atmosfera de cerca de 20% de oxigênio gasoso que permitiu a evolução de plantas e animais atuais. O ozônio produzido na atmosfera superior por reações químicas com o oxigênio a partir da fotossíntese de cianobactérias desde que todas as formas de vida com uma tela de luz UV mutação de estabilização. Assim cianobactérias prepararam a terra para uma maior diversificação e estabilização da vida. Além disso, cianobactérias endossimbiontes evoluiram para se tornar os cloroplastos das algas eucarióticas e plantas superiores. REINO MONERA (Whittaker, 1969) CYANOPHYTA Características básicas Procarióticas; Clorofila a; Fotossistemas I e II; Ficobiliproteínas (pigmentos acessórios e reserva de nitrogênio): c-ficocianina, aloficocianina (azuis), c-ficoeritrina e ficoeritrocianina (vermelhos); Xantofilas (principalmente mixoxantofila que não ocorre em nenhum outro tipo de alga) e carotenos (grandes proporcões de betacaroteno); Glicogênio (amido das cianofíceas); Mucopolissacarídeos (presente na bainha de mucilagem); Ausência de flagelos; Respiração ocorre no nível da membrana plasmática e dos tilacóides. Domínio Bacteria (Woese, 1983) Fotossistema II Fotossistema I Fotossistemas ou Centros de Reação da Fotossíntese CYANOPHYTA Diferenças de bactérias CARACTERÍSTICAS CIANOBACTÉRIAS BACTÉRIAS Clorofilaa presente ausente Produção de Oxigênio presente ausente Flagelos ausente presente Complexidade maior menor ORGANIZAÇÃO CELULAR CYANOPHYTA reservas nitrogenadas (controle da flutuabildade) Bainha - revestimento mucilaginoso, externo à parede, que está constantemente sendo secretado. Possivelmente composto por ácidos pécticos e mucopolissacarídeos. Além da proteção, absorve nutrientes (vantagem sobre outras algas), mantém a coesão das colônias e protege a alga contra a radiação UV. BAINHA Lyngbia sp Secreção da Bainha A parede celular é perfurada com pequenos poros (70 nm) que permitem a secreção de uma bainha mucilaginosa feita de polissacarídeos complexos. Algumas espécies têm uma extensa bainha que manter as células de cianobactérias individuais em colônias ou filamentos. Parede – apenas a camada de mureína (peptideoglicano) é igual em todas as cianobactérias. Presença de plasmodesmos em formas filamentosas. ORGANIZAÇÃO CELULAR Organização do Peptideolicano na Parede das Cianobactérias PAREDE DE CYANOBACTERIA Mesossomo: Estrutura Responsável Pela Respiração Celular Como as substâncias se movem através das células vegetais TROCA DE SUBSTÂNCIAS NAS CIANOBACTÉRIAS PLURICELULARES Cianobactérias filamentosas possuem uma parede celular gram-negativa que compreende uma camada de peptidoglicano e uma membrana externa que são externos à membrana citoplasmática e da membrana externa que parece ser contínua ao longo do filamento de células. Isto implica que o espaço periplasmático entre as membranas citoplasmática e exterior também pode ser contínua. Propomos que o periplasma contínuo poderia constituir um canal de comunicação para a transferência dos compostos de uma célula para outra, o que é essencial para o desempenho destas bactérias como organismos multicelulares. Os poros nas paredes internas e externas também permitem o movimento de materiais a partir de uma célula para outra, em filamentos de certas espécies. Acredita-se ainda que os alinhamentos dos poros estreitos são responsáveis pela fragmentação de alguns filamentos de cianobactérias, como meio de dispersão. Tilacóides – são membranas lipoproteicas originados por invaginações da membrana plasmática. Aí estão os pigmentos fotossintéticos. CAROTENÓIDES: Carotenos e Xantofilas FICOBILIPROTEÍNAS: Ficocianina e Ficoeritrina PIGMENTOS ASSESSÓRIOS Carboxissomos (corpos poliédricos) – sítio da enzima ribulose-difosfato-carboxilase, responsável pela incorporação do CO2 . Grânulos de cianoficina (grânulos de nitrogênio) – grânulos de reserva compostos por polipeptídeos. Numerosos nos acinetos. Grânulos de polifosfato – grânulos esféricos constituídos por fosfato, comuns em células maduras e ausentes nas células jovens. Vesículas de gás (aerótopos) – Presentes em algumas cianobactérias planctônicas. Sua função está relacionada com a flutuabilidade do organismo. Concentram CO2. VESÍCULAS DE GÁS A flutuação ocorre quando em profundidades novas vesículas são produzidas elevando a célula à superfície. Quando os valores de açúcares de pequena massa molecular aumentam, aumenta a pressão osmótica e a entrada de K + fazendo com que as vesículas se rompam e a célula desça novamente. MOBILIDADE * Sem estrutura especializada (não apresenta flagelos em qualquer fase do ciclo de vida) * Regulação da flutuação por aerótopos * Extrusão de mucilagem ou microfibrilas * Muitas unicelulares e filamentosas podem se movimentar quando em contato com o substrato ou outras algas. Pode ocorrer em resposta a estímulo luminoso, por contração das microfibrilas existentes no protoplasto. As cianobactérias podem deslizar em até 10 um / s. O envelope de deslizamento de cianobactérias consiste nas seguintes camadas dispostas de fora para dentro: camada de oscilina, camada S, da membrana externa, periplasma (peptideoglicano) e a membrana interna. A camada de oscilina é uma camada de subunidades glicoproteicas, 8-12 nm de diâmetro, dispostos em matrizes helicoidais e só se encontra em formas de deslizamento. Este possivelmente funciona como uma rosca passiva, promovendo a rotação do filamento à medida que desliza. CAMADA OSCILATÓRIA NA BAINHA DE CERTAS CIANOBACTÉRIAS Genoma de Cianobactéria Plasmídeo (DNA circular) Nucleóide Hábitat das Cianobactérias Espécies dulcícolas e marinhas, planctônicas ou bentônicas Atmosfera Poeira Solos úmidos Muros Interior de certas rochas Raras ou ausentes em mares polares Possuem altos limites de tolerância á temperatura, salinidade e pH Podem ser epifíticas ou endofíticas, vivendo em simbiose com fungos e plantas. Podem ser epizooicas ou endozooicas MORFOLOGIA filamentosas pseudoramificadas Unicelulares coloniais filamentosas com ramificações verdadeiras Fischerella Tolypothrix Chroococcus Oscillatoria filamentosas simples MORFOLOGIA Filamentos - sequência linear de células (tricoma) + bainha de mucilagem Bainha Tricoma Lyngbya 1) Importantes produtores primários. Primeiros organismos procariontes com 2 fotossistemas 2) Muitas fixam ou convertem o nitrogênio atmosférico. Importante porque o N2 atmosférico é indisponível para a maioria dos seres vivos pela dificuldade de romper a tripla ligação. Quando presentes ou adicionadas ao solo, podem em muitos casos, substituir ou reduzir a utilização de fertilizantes. 3) Em ambientes anóxicos, algumas podem usar H2S como doador de elétrons na fotossíntese. Estas são, portanto, fototróficas anaeróbias facultativas. Possuem vantagem seletiva sobre organismos em ambientes em que essas condições são sazonais (anaeróbios no inverno e aeróbios no verão). 4) Os estromatólitos constituem importante documento fóssil em atóis de corais em mares tropicais. As cianobactérias podem fixar carbonato de cálcio em suas bainhas facilitando a construção do estromatólito e garantindo sua perenidade. IMPORTÂNCIA BIOLÓGICA E ECONÔMICA 5) Fontes de carboidratos e proteínas, ricas em carbonatos e bicarbonatos: Spirulina e Aphanizomenon – Suplementos. Spirulina sp Estromatólitos em Shark Bay (Austrália) Bioindicadoras da qualidade da água poluição. Podem provocar florações em ambientes naturais Produção de metabólitos secundários (toxinas): bioacumulação, importância ecológica e sanitária. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E BIOLÓGICA Certas algas azuis podem produzir toxinas e libera-las para o meio onde vivem. Alcalóides (neurotoxinas) : atingem o sistema neuromuscular paralisando músculos esqueléticos e respiratórios, podendo levar a morte por parada respiratória. Podem ser produzidas por espécies de Anabaena e Aphanizomenon. Peptideos de baixo peso molecular (hepatotoxinas): agem mais vagarosamente, atingindo o fígado. Causam necrose, provocando morte por hemorragia. Podem ser produzidas por especies de Microcystis, Nodularia, Oscillatoria e Anabaena. TOXINAS Anabaena Aphanizomenon REPRODUÇÃO Não se conhece reprodução sexuada (gamética) - Implicações Conceito de espécie - Como definir uma espécie de cianobactéria? Paradoxo das cianobactérias Reprodução parassexual conjugação (combinação gênica). DNA plasmidial pode incorporar pedaços do DNA genômico e transferir para outras células: variabilidade genética. Reprodução assexuada - Simples divisão celular; - Fragmentação – quebra do filamento; - Hormogônios – quebra do filamento a partir de uma célula morta; - Endócito – divisão endógena do citoplasma; - Exócito – divisões sucessivas de uma das porções terminais; - Acineto – germinação. Divisão Binária REPRODUÇÃO Hormogônios - Ruptura do filamento em determinadas regiões formando fragmentos REPRODUÇÃO Fragmentação – ocorre em formas filamentosas e coloniais e corresponde a separação de partes desses organismos, onde cada uma delas dará origem a um novo organismo. Hormogônios são filamentos de cianobactérias que deslizam pela bainha e podem infectar plantas e estabelecer simbioses. Estes filamentos não rodam. Estes possuem pili e possivelmente deslizar por espasmos motilidade. formação de esporos através de sucessivas divisões em uma das porções terminais de uma célula. REPRODUÇÃO EXÓSPOROS formação de esporos por divisão do protoplasto em duas ou mais partes. São expostos quando a parede se rompe. REPRODUÇÃO ENDÓSPOROS Acineto Ocorre em formas filamentosas. Desenvolve-se a partir de uma célula vegetativa que se torna maior, com reservas, principalmente grânulos de cianoficina), pigmentos e com parede espessada. Funciona como um esporo de resistência em condições ambientais desfavoráveis. REPRODUÇÃO ACINETOS Acineto - Paredes espessas e de conteúdo heterogêneo; - Acúmulo de substâncias de reserva; - Estruturas de resistência; - Resistentes à dessecação e às baixas temperaturas; - Condições desfavoráveis: produção de acinetos – deixados no sedimento. - Condições favoráveis: germinação dos acinetos. Os heterocistos funcionam como locais para a fixação de nitrogênio em condições aeróbicas.São formados em resposta a falta de nitrogênio fixado (NH4 ou NO3). A diferenciação morfológica é acompanhada por alterações bioquímicas. Os heterocistos maduros não contêm um fotossistema II funcional e não podem produzir oxigênio. Em vez disso, eles contêm apenas o fotossistema I, o que lhes permite realizar fotofosforilação cíclica e regeneração do ATP. HETEROCISTOS heterocisto acineto Heterócito – Características - Paredes espessas e conteúdo homogêneo; - Fixação de nitrogênio: Na ausência de O2: N2, NH4 , Glutamina. - Pouca quantidade de ficobiliproteínas; - Carboxissomos ausentes; - Glicogênio ausente; - Possui alta taxa de respiração; Reprodução – Germinação. Obs.: Algumas células vegetativas podem também fixar N2 quando em condições de anoxia. Fotossíntese e fixação de N2 ocorrem em período de tempo diferentes. A atividade do fotossistema I permanece e gera energia. ATP adicional é gerado pela entrada de oxigênio que permeia a célula. As paredes são bastante espessas, por vezes com um botão adicional de material da parede celular nas extremidades da célula. Estas paredes são permeáveis ao gás nitrogênio, mas essencialmente impermeável a gás oxigênio. A parede tem alguns poros muito estreitos com ligações citoplasmáticos às células vegetativas adjacentes. A fonte de carbono, provavelmente, é importada através desses poros, como um açúcar, e o produto de fixação de nitrogênio, provavelmente, a glutamina é devolvido para as células adjacentes através dos poros. O azoto (nitrogênio) é em última análise, armazenado como cianoficina. Atividade do Heterocisto Divisão Cyanophyta, classe Cyanophyceae Ordem Chroococales Células solitárias, agregações e colônias, não realizando reprodução por esporos 2. Ordem Chamaesiphonales Células solitárias, agregações e filamentos curtos, realizando reprodução por esporos 3. Ordem Oscillatoriales Filamentos não ramificados e sem células especializadas 4. Ordem Nostocales Filamentos não ramificados, com heterocitos e acinetos 5. Ordem Stigonematales Filamentos ramificados (às vezes multisseriados), com heterocitos e acinetos Classificação de cianobactérias de acordo com Sze (1998) SISTEMÁTICA DE CYANOPHYTA Chroococales: células esféricas ou elipsóides,solitárias, em pares ou colônias. Reprodução por divisão binária e exósporos. Oscillatoriales – forma um único filamento simples ou pseudoramificados, consistindo de um tricoma de células rodeado por uma bainha de mucilagem. Reprodução por hormogônios Pleurocapsales: células esféricas que formam um grupamento tridimencional. Reprodução por divisão binária e por endósporos. Nostocales: células esféricas formando filamentos simples ou peseudoramificados com heterocistos e acinetos. Reprodução por hormogônios e acinetos. STIGONEMATALES Filamentos muitas vezes plurisseriados com ramificações verdadeiras. Reprodução por hormogônios e acinetos. Presença de heterocistos. Hapalosiphon hibernicus W. & G.S. West Divisão Prochlorophyta As proclorofitas são algas que só foram descritas a partir de 1975. O primeiro gênero descrito, Prochloron, vive em associação a tunicados marinhos. São algas procarióticas, como as Cyanophyta, no entanto, devido à presença de clorofila b e ausência de ficobilinas, têm sido consideradas como uma divisão separada. posteriormente foram descritos mais dois gêneros, não associados a tunicados. São encontradas em ambiente aquático de água doce ou marinho, fazendo parte do plâncton, ou associadas com ascídias coloniais. Conhecem-se formas unicelulares e filamentosas. São procariontes, bioquímica e estruturalmente semelhantes às cianofíceas, não possuindo, no entanto, grânulos de cianoficina. Prochloron Prochlorophyta - Características Gerais Autotróficos Pigmentos: clorofila-a & b, β-caroteno, xantofilas Tilacóides empilhados em lamelas Reprodução assexuada Não possuem flagelos Divisão é artificial, não é filogenéticamente coerente, já que são agrupados junto com as cianobactérias 56 As Prochlorophyta (sensu Hoek et al., 1995) correspondem a um grupo procariótico formado por três classes polifiléticas para o caráter clorofila b, sem qualquer relação com a origem das glaucocistófitas e/ou algas verdes. Comparação de cianobactérias típicas e proclorofíceas. Modificado de Sze (1998). CARACTERES CIANOBACTÉRIAS TÍPICAS PROCLOROFÍCEAS Pigmentos fotossintéticos principais Clorofila a,ficobiliproteínas Clorofila a, b Reserva de carboidrato Amido das cianofíceas Amido das cianofíceas Organização detilacóides Separados Pareados Cobertura celular Parede depeptidoglicano Parede depeptidoglicano Prochlorophyta Comparação entre Cyanophyta e Prochlorophyta ORGANIZAÇÃO CELULAR PROCHLOROPHYTA Clorofilas a e b Ausência de ficobilinas Ausência de grânulos de cianoficina PROCHLOROPHYTA A descoberta de um procarionte com clorofila b fez com que muitos pesquisadores acreditassem na possibilidade de que este grupo pudesse ser o ancestral dos cloroplastos das algas verdes e outros vegetais "superiores". No entanto, trabalhos recentes incluindo estudos biomoleculares vêm demonstrando grande distância evolutiva entre as proclorofíceas e os plastos com clorofila b (Palenik & Haselkorn, 1992). Estes mesmos estudos sugerem que a clorofila b tenha surgido várias vezes durante a evolução e que Prochlorophyta seja um grupo polifilético. Desta forma, alguns autores (Urbach et al., 1992) preferem não aceitar a Divisão Prochlorophyta, e sugerem que os gêneros desta divisão deveriam ser reclassificados em cianofíceas.
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