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COZINHA NACIONAL CENTRO UNIVERSITÁRIO VILA VELHA CURSO DE GASTRONOMIA CENTRO UNIVERSITÁRIO VILA VELHA CURSO DE GASTRONOMIA 4 VILA VELHA 2011 VILA VELHA 2011 COZINHA NACIONAL Apostila apresentada ao curso de Gastronomia na Universidade Vila Velha – UVV, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Gastronomia. Orientadora: Profª Marcela B. Achiamé. SUMÁRIO 1. FICHA TÉCNICA 4 1.2. Ficha Técnica: Moqueca Capixaba (02 Porções) 4 1.3. Ficha Técnica: Torta Capixaba (02 Porções) 5 1.4. Ficha Técnica: Casquinha de Siri com farofinha de alho (02 porções) 6 1.5. Ficha Técnica: Bobó de Camarão (02 porções) 7 1.6. Ficha Técnica: Bacalhau ao leite de coco e pimentões com farofinha de coco (02 porções) 8 1.7. Arroz de Puta Rica (porção para 2 pessoas) 9 1.8. Ficha Técnica : Galinhada Goiana (porção para 2 pessoas) 10 1.9. Ficha Técnica: Feijão Tropeiro (02 porções) 11 1.10. Ficha Técnica: Frango com Quiabo e Polenta (02 porções) 12 1.11. Ficha Técnica: Canjiquinha com costelinhas e linguiça (02 porções) 13 1.12. Ficha Técnica: Escondidinho de Carne Seca (02 porções) 14 1.13. Ficha Técnica: Baião de Dois (02 porções) 15 1.14. Ficha Técnica: Vatapá (02 porções) 16 1.15. FICHA TECNICA: Filé de Peixe em crosta de Castanha do Pará com Papilotte de legumes (01 porção) 17 1.16. Ficha Técnica: Filé de peixe ao molho de açaí com spaguetti de palmito pupunha (01 porção) 18 1.17. Ficha Técnica: Feijoada Carioca (02 porções) 19 1.18. Ficha Técnica: Bolinho de Bacalhau (02 porções) 20 1.19. Ficha Técnica: Virado á Paulista (02 porções) 21 1.20. Ficha Técnica: Cuscuz à paulista (02 porções) 23 1.21. Ficha Técnica: Rabada com feijão manteiga e agrião (02 porções) 24 1.22. Ficha Técnica: Arroz de Carreteiro (02 porções) 25 2. FEIJOADA 26 2.2. O feijão 26 2.3. A Origem da Feijoada 26 2.4. A Feijoada Tradicional 27 3. PIMENTAS 27 4. MANDIOCA 28 4.2. Farinha de Mandioca 29 5. POLVILHO, FÉCULA OU GOMA FRESCA E SECA 30 5.1. Polvilho azedo 31 5.2. Tapioca e Sagu 31 5.3. Massa Puba 32 5.4. Tucupi 33 5.5. Maniçoba 33 6. CULINÁRIA MINEIRA: 34 FICHA TÉCNICA Ficha Técnica: Moqueca Capixaba (02 Porções) QUANTIDADE PRODUTO 50 ml Suco de limão 03 um Posta de peixe (robalo ou badejo) 50 ml Azeite 01 um Cebola em brunoise 04 um Tomate com pele e sementes picados Q/B Cebolinha verde picada Q/B Coentro picado Q/B Óleo de urucum Q/B Sal ETAPAS PREPARO 1ª Tempere as postas do peixe com limão e sal somente na hora do preparo. 2ª Pique o tomate, a cebola e o cheiro verde e reserve. 3ª Leve ao fogo uma panela de barro com o azeite. Junte uma parte de cebola, o óleo de urucum e uma parte do tomate picado, por cima as postas do peixe Repita as camadas de cebola e tomate, e um pouco do cheiro verde. 4ª Feche a panela e deixe cozinhar por uns 15 minutos ou até que o peixe esteja cozido. 5ª Sirva com arroz branco e pirão. Ficha Técnica: Torta Capixaba (02 Porções) Prato tradicional durante a Semana Santa em todas as residências capixabas. QUANTIDADE PRODUTO 150g Tomate picado com pele e sem semente 90g Cebola picada 30g Alho picado 50 ml Azeite 30g Azeitona verde inteira 30 ml Limão 30g Coentro picado 30g Cebolinha verde picada 160g Palmito picado 100g Siri desfiado 100g Caranguejo desfiado 100g Camarão sete barbas 100g Ostra 100g Sururu 100g Bacalhau desfiado 3 um ou 90g Ovos Q\b Óleo de urucum Q\b Sal e pimenta do reino ETAPAS PREPARO 1ª Fazer uma moqueca do siri e caranguejo juntos e de camarão separadamente, retirando todo o caldo, deixando o mais seco possível. 2ª Preparar um refogado com azeite, cebola, alho, levar ao fogo com o palmito e esperar até ganhar consistência. 3ª Refogar o bacalhau em azeite e alho, e reservar. 4ª Juntar depois todas as moquecas, o palmito, mais o sururu e a ostra que devem ser escaldados previamente, mexendo até evaporar a água. Retirar para esfriar e misturar uma parte das claras em neve com as gemas. 5ª Colocar a massa em uma panela de barro e dar uma pré-assada por 15 minutos, retirar do fogo colocar o restante das claras em neve com as gemas por cima; para finalizar, as azeitonas e a cebola em rodelas, deixar assar até dourar. Levar ao forno, retirando-a quando a espuma estiver dourada. Servir com arroz branco. Ficha Técnica: Casquinha de Siri com farofinha de alho (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 200g Carne de siri desfiado 50ml Azeite de oliva 30g Alho picado 30g Cebola picada 30g Tomate picado 30g Coentro picado 30g Limão 30ml Leite de coco 30ml Óleo de urucum 02 un Casquinhas de siri Q/B Sal e Pimenta do reino Para a farofa de alho: 30g Alho picado 100g Farinha de mandioca Q/B Manteiga Q/B Azeite Q/B Sal e Pimenta do reino ETAPAS PREPARO 1ª Aqueça o azeite de oliva e o óleo de urucum e doure a cebola, depois o alho e refogue o tomate. Acrescente o siri, o suco de limão, o leite de coco e acerte o sal. Acrescente o coentro. 2ª Para a farofinha de alho: Aqueça o azeite e a manteiga, doure o alho levemente e acrescente a farinha, deixe dourar mexendo sempre, acerte o sal e sirva com a casquinha de siri e, se desejar, limão à parte. Obs: Pode ser gratinada com queijo catupiry. Ficha Técnica: Bobó de Camarão (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 250g Camarão 15g Alho picado 15 ml Limão (suco) 250g Mandioca 50g Cebola ralada 50ml Azeite de oliva 200ml Leite de coco 100g Tomate concassé 15ml Azeite de dendê Q/B Salsa picada Q/B Cebolinha verde Q/B Coentro picado 01 um Folha de louro Q/B Sal e pimenta do reino a gosto Q/B Colorau ETAPAS PREPARO 1ª Em uma panela com água, cozinhe a mandioca em pedaços pequenos com uma folha de louro. 2ª Quando estiver macia, bata no liquidificador com metade do leite de coco. (Se necessário utilize a água do cozimento da mandioca, para auxiliar.) 3ª Lave os camarões e tempere com sal, alho, pimenta do reino e limão. 4ª Deixe marinar por 3 minutos. 5ª Esquente o azeite de oliva, o colorau e o dendê, junte a cebola ralada e deixe dourar. 6ª Adicione os tomates, um pouco do cheiro verde e deixe cozinhar por alguns minutos. 7ª Acrescente os camarões e deixe cozinhar rapidamente. 8ª Junte na mesma panela a mandioca batida no liquidificador, o restante do leite de coco deixe levantar fervura e espessar, acrescente mais cheiro verde e sirva. Ficha Técnica: Bacalhau ao leite de coco e pimentões com farofinha de coco (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 200g Bacalhau dessalgado e lasqueado 15g Alho picado 15 ml Limão (suco) 50g Pimentão verde,amarelo e vermelho em brunoise 50g Cebola em brunoise 50ml Azeite de oliva 200ml Leite de coco 100g Tomate concassé Q/B Salsa picada Q/B Cebolinha verde picada 30g Coco Ralado 30g Manteiga 30g Farinha de mandioca Q/B Sal e pimenta do reino a gosto ETAPAS PREPARO 1ª Aqueça o azeite de oliva e refogue a cebola, o alho, os tomates e os pimentões. 2ª Adicione o bacalhau, o suco de limão, a salsa, a cebolinha verde e o leite de coco. 3ª Deixe cozinhar por cinco minutos até reduzir e sirva. 4ª Para a farofa de coco: Puxar o coco na manteiga e adicionar a farinha de mandioca, deixar dourar, corrigir sal e pimenta do reino. Arroz de Puta Rica (porção para 2 pessoas)Quantidade Ingredientes 200 g Sobrecoxa de Frango 100 g Lingüiça Calabresa fina em rodelas 200 g Costelinha Defumada 400 g Arroz 100 gr Cebola em brunoise 01 um Ovo cozido 100 g Bacon frito em cubos pequenos 25 g Ervilha 25 g Milho verde 25 g Tomate com pele e sem semente em cubos pequenos 400 ml Caldo de Galinha Q.B Salsa picada Q.B Cebolinha picada Q.B Óleo Q.B Sal Q.B Açafrão ETAPAS PREPARO 1ª Dessosar, lasquear e temperar as sobrecoxas com sal e pimenta do reino. 2ª Doure o frango e reserve. Corte a lingüiça em rodelinhas e frite-as ligeiramente e reserve. 3ª Cozinhe as costelinhas defumadas até amaciar, corte em cubos e reserve. 4ª Refogue o arroz no alho e cebola, acrescente o frango, a lingüiça, a ervilha e o milho. Misture o açafrão ao caldo de galinha e incorpore-o ao arroz, deixando-o cozinhar. 5ª Para finalizar, monte as costelinhas sobre o arroz, que deve ser salpicado de bacon, tomate e o ovo ralado. Finalizar com salsa e cebolinha picadas. Ficha Técnica : Galinhada Goiana (porção para 2 pessoas) ETAPAS PREPARO 1ª Tempere o frango com o sal, o cominho, a pimenta-do-reino e a pimenta-cheiro. Deixe descansar por 15 minutos. 2ª Lave e escorra bem o arroz. Reserve. 3ª Em uma panela grande, aqueça o óleo, em fogo alto. Frite até dourar os pedaços de frango, reservando-os. 4ª Abaixe o fogo para médio. Coloque a cebola picadinha e o pequi, refogue bem. Acrescente os tomates, refogue, adicione o arroz e o açafrão e refogue, misturando bem. 5ª Volte o frango a panela e misture. Adicione o caldo de galinha, suficiente para cobrir o arroz, cerca de um dedo acima. Verifique o tempero. Deixe cozinhar com a panela semi-tampada, até que o arroz esteja cozido. Acrescente mais caldo se necessário. 6ª Apague o fogo, distribua a cebola cortada em rodela por cima do arroz e polvilhe o cheiro-verde por cima. Tampe novamente e aguarde uns 5 minutos. Sirva a seguir. Ficha Técnica: Feijão Tropeiro (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 100g Feijão vermelho 50g Farinha de Mandioca 50g Lingüiça tipo calabresa fina fatiada 30g Bacon em brunoise 15g Alho em brunoise 15g Cebola em brunoise 60g Ovos 01un Folha de couve em chifonade 01un Banana da terra 50g Toucinho 01 um Folha de louro Q/B Óleo Q/B Sal e Pimenta do reino ETAPAS PREPARO 1ª Lave o feijão, coloque-o numa panela de pressão com água e uma folha de louro e leve ao fogo sem deixar que cozinhe demais; os grãos devem ficar inteiros e mais duros do que de costume. 2ª Retire da panela e coe imediatamente para interromper o cozimento. Reserve. 3ª Corte o toucinho em cubos, salgue, leve para gelar, em seguida aqueça muito bem o óleo e frite até dourar. Coloque sobre papel absorvente e reserve. 4ª Corte a lingüiça em fatias, coloque-a numa frigideira e refogue, pingando um pouco de água, de vez em quando, para que frite em sua própria gordura. Frite o ovo nesta gordura mexendo como ovos mexidos. Reserve. Limpe, lave e seque as folhas de couve. Sobreponha as folhas, enrole e corte em chifonade. 5ª Refogue ligeiramente com um pouco de óleo e alho. Acerte o sal e reserve. 6ª Corte a banana no formato desejado e frite em óleo, reserve. 7ª Corte o bacon e frite em sua própria gordura em fogo baixo e reserve. 8ª Numa frigideira, coloque a gordura que o bacon foi frito, junte a cebola e o alho e refogue até a cebola dourar. Acrescente a farinha de mandioca, deixe torrar um pouco, acrescente o feijão cozido, e se achar necessário um pouco da água do cozimento, para que fique com um pouco de umidade. Adicione a lingüiça, o ovo e a couve e misture. Adicione os torresmos e o bacon, misture e sirva. Ficha Técnica: Frango com Quiabo e Polenta (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 01un Coxa e sobrecoxa 30g Alho picado 15g Cebola em brunoise 50g Quiabo picado 20g Manteiga 100g Fubá 05g Cebolinha verde picada 05 g Salsinha picada Q/B Sal e pimenta do reino Q/B Óleo Q/B Açafrão da Terra Q/B Caldo de Galinha ETAPAS PREPARO 1ª Lave bem o frango em água corrente, retire o excesso de pele. 2ª Tempere-o com sal, alho socado e pimenta-do-reino moída. Reserve. 3ª Numa panela em fogo médio, aqueça o óleo e refogue a cebola picada, com açafrão (cúrcuma) até dourar. Junte os pedaços do frango (reservados acima) e frite bem. Despeje o caldo de frango até cobrir e cozinhe por 30 minutos. Quando estiver quase pronto verifique o sabor. Reserve. 4ª À parte, frite o quiabo em óleo e adicione gotas de vinagre; quando estiver macio, adicione na panela do frango (já cozido), coloque o cheiro verde, perto do momento de servir. Para a Polenta: Ferva o caldo de galinha e acrescente o fubá aos poucos, mexendo sempre. Tampe e cozinhe, mexendo de vez em quando, até obter uma mistura homogênea. Retire do fogo, junte queijo parmesão em lascas e manteiga, corrija os temperos e sirva. Ficha Técnica: Canjiquinha com costelinhas e linguiça (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 200g Lombo suíno sem osso 10 ml Vinagre de vinho branco 05g Alecrim 200g Canjiquinha 30g Cebola em brunoise 15g Alho picado 01un Tomate com pele e sem semente picado 100g Lingüiça fina Q/B Óleo para Fritura Q/B Sal e pimenta do reino a gosto ETAPAS PREPARO 1ª Tempere o lombo suíno em pedaços com o vinagre, o alecrim e o sal. Cubra com filme plástico e deixe na geladeira por 15min. 2ª Cozinhe a canjiquinha apenas com água, até que fique macia. 3ª À parte, corte a lingüiça em rodelas e frite-a. 4ª Em outra panela, frite o lombo até ficar macio. 5ª Retire o lombo e na mesma panela onde foi frito, refogue primeiro a cebola, em seguida o alho e, por fim, o tomate. 6ª Acrescente a carne, misture bem, e em seguida adicione a canjiquinha. 7ª Finalize adicionado as lingüiças e sirva. Ficha Técnica: Escondidinho de Carne Seca (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 200g Carne seca 300g Mandioca 30g Cebola ralada 10g Cebolinha verde picada 10g Salsinha picada 100ml Requeijão 30ml Azeite 200ml Leite 100ml Creme de leite 100g Queijo parmesão ralado Q/B Óleo Q/B Sal e pimenta do reino ETAPAS PREPARO 1ª De véspera coloque a carne seca de molho e dessalgue. 2ª Cozinhe a carne seca e depois de cozida, retire a gordura, desfie e reserve. 3ª Cozinhe a mandioca até que fique bem macia e faça um purê com um pouco de leite, creme de leite, manteiga e sal. 4ª Em uma panela, refogue a cebola no azeite. Adicione a carne seca, a salsa, a cebolinha e deixe apurar. Monte colocando o purê de aipim, por cima a carne seca e cubra com o requeijão. Salpique parmesão e leve ao forno quente rapidamente para derreter. Ficha Técnica: Baião de Dois (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 20 ml Azeite 20 ml Manteiga de garrafa 30g Bacon em brunoise 200g Carne seca dessalgada e cozida em cubos 30g Cebola brunoise 15g Alho picado 100g Feijão de corda (verde) cozido em água e sal 50g Arroz cozido al dente 30g Queijo coalho ralado 100 ml Leite de coco 30g Tomate com pele e sem semente em brunoise 15g Coentro picado 15g Cebolinha verde picada Q/B Sal e Pimenta do reino ETAPAS PREPARO 1ª Frite o bacon e reserve. 2ª Leve uma panela ao fogo com azeite e a manteiga de garrafa, refogue a carne seca, fritando-a. 3ª Acrescente a cebola e o alho, mexendo sempre, acrescente o feijão,misturando bem. Acrescente o arroz e adicione o leite de coco. 4ª Tampe e deixe cozinhar até o leite de coco reduzir, corrija o sal, coloque o tomate em cubos e rale o queijo de coalho por cima, tampe e deixe derreter, sirva com o coentro e a cebolinha. Ficha Técnica: Vatapá (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 30g Pão amanhecido 50 ml Leite de coco 15 ml Azeite de dendê 20g Cebola em brunoise 100g Camarão seco 30g Castanha de caju processado 30g Amendoim processado 50g Bacalhau dessalgado e desfiado 200 ml Caldo de peixe 15g Gengibre ralado Q/B Sal e Pimenta do reino ETAPAS PREPARO 1ª Amoleça o pão, levemente no leite de coco, bata no liquidificador. Reserve. 2ª Aqueça o azeite de dendê e refogue a cebola e os camarões secos moídos. 3ª Acrescente a castanha de caju e o amendoim, mexendo bem. 4ª Em seguida adicione o creme de pão batido, o bacalhau e o caldo de peixe. 5ª Deixe cozinhar em fogo brando, quando estiver soltando da panela adicione o gengibre e sirva. FICHA TECNICA: Filé de Peixe em crosta de Castanha do Pará com Papilotte de legumes (01 porção) QUANTIDADE PRODUTO 180 g Filé de peixe 1un Pão de forma 30g Castanha-do-pará triturada 10g Salsinha picada 10g Alho picado 10g Cebolinha picada 10g Raspas de limão Q/B Azeite Q/B Dill 30ml vinho branco 40g Gengibre ralado 30g Cebola em brunoise 20 ml Cachaça 10g Coentro picado 60g Batata baroa em bastões 60g Batata doce em bastões 60g Cenoura em bastões 60g Abobrinha em bastões 15g Manteiga gelada 10g Trigo Q/B Caldo de peixe Q/B Sal e pimenta do reino ETAPAS PREPARO 1ª Tempere o peixe com sal e pimenta do reino, prepare a crosta, espremendo o pão na peneira até formar uma farofa de pão. Em seguida adicione na farofa a castanha-do-pará triturada, raspas de limão, a salsinha e a cebolinha, o alho e o dill. Coloque pimenta-do-reino, sal e azeite. Misture. Coloque a crosta na posta somente num lado. 2ª Coloque a posta no forno até a crosta ficar crocante. Em uma frigideira fazer um roux, deglaçar com vinho branco,adicionar caldo de peixe. Em seguida adicione, cebola, gengibre, acertar sal e pimenta de reino e deixe reduzir, acerte os temperos e monte com a manteiga gelada. Para o papillote de legumes: Faça um papelote (envelope) com papel alumínio. Coloque os legumes previamente temperados com sal, pimenta, coentro, cebolinha e cachaça. Feche o papelote e coloque numa assadeira com um pouco de água e leve ao forno (200º) por 12 minutos. Ficha Técnica: Filé de peixe ao molho de açaí com spaguetti de palmito pupunha (01 porção) QUANTIDADE PRODUTO 180g Filé de Peixe 30 ml Azeite 30g Manteiga 30g Cebola em brunoise 10g Alho em brunoise 50g Açaí 50ml Vinho branco 15g Trigo 20ml Suco de limão 15g Salsinha picada 200g Palmito pupunha 30g Mix de ervas frescas Q/B Óleo Q/B Mel Q/B Sal e pimenta do reino ETAPAS PREPARO Grelhe o peixe no azeite em chapa aquecida. Deixe o filé dourar dos dois lados. Numa frigideira, aqueça a manteiga, adicione o alho, a cebola picada e deixe dourar. Acrescente o açaí e o vinho branco, acerte o sabor com o mel e deixe reduzir, coe e reserve. Preparo do Spaguetti de Pupunha: Corte o palmito pupunha em julienne finíssima, branqueie e puxe em manteiga e ervas frescas. Ficha Técnica: Feijoada Carioca (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 200g Feijão preto 50g Cebola em brunoise 100g Carne seca em cubos médios 100g Lombo fresco em cubos médios 50g Lombo salgado em cubos médios 50g Costela defumada em cubos médios 01un Pé de porco em cubos médios 01 un Orelha de porco em cubos médios 01 un Rabo de porco em cubos médios 01un Paio em cubos médios 50g Bacon em cubos médios ½ maço Couve em chifonade 01 um Laranja em gomos 30g Pimenta dedo de moça picada 40g Farinha de mandioca 01un Folha de louro 30g Alho picado Q/B Óleo Q/B Sal ETAPAS PREPARO 1ª Na véspera, escolha cuidadosamente o feijão e lave-o, deixe de molho por toda a noite. 2ª Também no dia anterior ao preparo, proceda da mesma forma (lavar) com as carnes salgadas (o pé, o rabo e a orelha de porco, além da carne seca e do lombo salgado). 3ª Lave bem os membros do porco, extraindo os pêlos. 4ª No dia seguinte, troque novamente a água do feijão e coloque para cozinhar, junto com as duas folhas de louro. Escalde as carnes defumadas. 5ª Escorra a água das carnes que também passaram a noite de molho. Quando o feijão começar a ferver, acrescente as carnes mais duras no cozimento: a carne seca, o lombo salgado, o pé, orelha e rabo do porco. 6ª Quando começar a cozinhar, vá retirando a espuma branca que irá se formar. 7ª Nessa primeira etapa, o feijão e as carnes deverão cozinhar por no mínimo 40 minutos. Sempre sem a tampa da panela. 8ª Depois, acrescente as carnes mais macias: o lombo fresco, o paio, o bacon e a costela. Deixe cozinhar. 9ª Quando o caldo do feijão estiver grosso, retire todas as carnes. Reserve. 10ª Em uma frigideira, prepare o tempero do feijão: coloque o óleo, o alho (deixe que frite um pouco) e a cebola. 11ª Quando dourar, acrescente a mistura ao feijão. Prove para acertar o sal e deixe cozinhar em fogo baixo. 12ª Refogar a couve. Coloque um pouco de manteiga e refogue-a rapidamente, acerte o sal. 13ª Corte as laranjas, sirva com farofinha de alho, molho de pimenta e arroz branco. Ficha Técnica: Bolinho de Bacalhau (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 200g Bacalhau Saith 100g Batata 30g Salsa picada 20g Alho picado 10 ml azeite 30 g ovo Q/B Sal ETAPAS PREPARO 1ª Dessalgue o bacalhau com antecedência, na geladeira, trocando a água algumas vezes. 2ª Escalde o bacalhau dessalgado. Retire as eventuais espinhas e a pele. 3ª Cozinhe as batatas. 4ª Desfie muito bem o bacalhau num pano de prato. 5ª Transforme as batatas num purê. 6ª Coloque o bacalhau e o purê de batata numa vasilha. Junte o alho e a salsinha. Acerte o sal e vá misturando a preparação com as mãos e colocando o ovo, até conseguir uma massa homogênea. 7ª Molde os bolinhos com as mãos e frite em imersão. 8ª Sirva com azeite de alho. Ficha Técnica: Virado á Paulista (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 50g Feijão cozido, batido no liquidificador 15g Alho picado 20g Cebola em brunoise 30g Farinha de mandioca 15 ml Azeite 01un Bisteca suína 30g Limão 01un Banana Nanica 30g Couve em chifonade 02un Ovo 200g Lingüiça calabresa fina Q/B Farinha de Trigo Q/B Farinha de Rosca Q/B Óleo para Fritura Q/B Sal e pimenta do reino a gosto Tutu de feijão: ETAPAS PREPARO 1ª Refogar a cebola e o alho. 2ª Quando a cebola estiver transparente, juntar o feijão e deixar apurar. 3ª Acrescentar água e sal a gosto. 4ª Quando estiver encorpado, juntar a farinha de mandioca. 5ª Mexer sem parar, até que tome o aspecto de um pirão grosso. Bistecas suínas: ETAPAS PREPARO 1ª Temperar as bistecas com o suco de limão, o sal e a pimenta do reino a gosto. 2ª Deixar descansar por 20 minutos. 3ª Depois, em uma panela pré-aquecida acrescentar óleo ou azeite, as bistecas e fritar com a panela tampada, acrescentando água na medida em que for secando. 4ª Após uns 15 minutos, retirar do fogo e servir. Linguiça: ETAPAS PREPARO Cortar em rodela e fritar sem gorduraem uma panela (não aquecer a panela previamente, para que a lingüiça solte a sua própria gordura.) Bananas fritas: ETAPAS PREPARO 1ª Cortar as bananas, passar pela farinha de trigo, ovo batido e em seguida pela farinha de rosca. 2ª Fritar em óleo quente e por imersão. Ovos: ETAPAS PREPARO Em uma frigideira antiaderente e pré - aquecida acrescentar óleo, em seguida o ovo e salpicar sal. Couve: ETAPAS PREPARO 1ª Em uma panela pré - aquecida acrescentar a manteiga e o sal. 2ª Refogar a couve rapidamente e servir. Ficha Técnica: Cuscuz à paulista (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO Q/B Óleo 30g Cebola em brunoise 15g Alho picado 30g Pimentão amarelo em brunoise 30g Pimentão vermelho em brunoise 100g Tomate picados 90g Ovos cozidos 60g Sardinha picada 100g Farinha de milho 100 ml Molho de tomate 200 ml Caldo de camarão 50g Ervilha fresca 30g Salsa picada 05g Pimenta dedo de moça 100g Palmito em conserva picados Q/B Sal e pimenta do reino ETAPAS PREPARO 1ª Forre o fundo e as laterais de uma forma para pudim ou bolo, com rodelas (ou tiras) de parte do palmito, algumas rodelas dos ovos, pimentões e ervilhas. 2ª Aqueça o óleo, junte a cebola, o alho, deixe refogar, junte os tomates picados e os pimentões. 3ª Junte o restante do palmito picado, os ovos, os filés de sardinha picados, a ervilha escorrida e a salsa. 4ª Acrescente o caldo de camarão e o molho de tomate, deixa ferver e reduzir um pouco. 5ª Misture a farinha de milho aos poucos mexendo bem, até incorporarem completamente e desgrudar da panela. 6ª Distribua a massa na forma decorada, apertando ligeiramente. Deixe esfriar. 7ª Vire o cuscuz sobre um prato e sirva. Ficha Técnica: Rabada com feijão manteiga e agrião (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 06un Pedaços de rabada 50g Feijão manteiga 40ml Azeite 05g Alho picado 20g Cebola em brunoise 20g Cenoura em brunoise 20g Aipo em brunoise 100ml Vinho branco seco 200ml Caldo de carne 100ml Molho de tomate 02g Salsa picada Q/B Louro, sal e pimenta do reino a gosto ETAPAS PREPARO 1ª Temperar a rabada, dourar no azeite e reservar. Na mesma panela refogar o mirepoix, retornar a rabada e juntar o vinho branco. 2ª Cozinhar o feijão com uma folha de louro, e junte a rabada quando estiver al dente. Servir com o agrião. 3ª Juntar o molho de tomate, o caldo de carne e a salsa. Cozinhar em fogo baixo até amaciar (a carne deve estar quase soltando do osso), coar o molho. Ficha Técnica: Arroz de Carreteiro (02 porções) QUANTIDADE PRODUTO 25g Bacon em cubos pequenos 50g Pernil de porco (em cubos, temperados com sal, pimenta do reino e páprica e salteados) 50g Carne seca dessalgada e cozida em cubos pequenos 1 un Lingüiça de pernil (desmanchada e sem a pele) 1un Calabresa cortada em cubos pequenos 20g Cebola em brunoise 10g Alho picado 30g Tomate com pele e sem sementes picado 50g Arroz Q/B Salsa picada Q/B Caldo de carne Q/B Sal e pimenta do reino ETAPAS PREPARO 1ª Fritar o bacon até dourar. Juntar a lingüiça de pernil e o pernil saltedo, fritando bem. 2ª Juntar a cebola, o alho, o tomate, e deixar refogar um pouco. 3ª Acrescentar a calabresa e a carne seca, deixar fritar tudo e somar o arroz com o caldo. 4ª Corrigir o sal, deixar secar, e finalizar com salsa. FEIJOADA O feijão O feijão é da família das leguminosas, que são plantas cujas sementes ficam encerradas dentro de vagens. As sementes originadas destas vagens acabaram recebendo o nome, também, de leguminosas. Entre essas sementes estão os feijões, as ervilhas, as lentilhas, o grão de bico, a soja e a fava. Existem diversas variedades de feijões, inclusive variedades consumidas verdes e não secas, como as variedades que consumimos no Brasil. A origem do feijão e sua domesticação é controversa, pois existe a teoria de que tenha surgido na América Central e depois se disseminado para a América do Sul, mas a verdade é que o feijão é um dos alimentos mais antigos da história da humanidade e já era cultivado desde o Egito Antigo. Assim, já no século XVI, era consumido como base da dieta dos africanos. No Brasil, no século XVI, os índios já conheciam a leguminosa, mas ainda não havia um consumo significativo. Com a chegada dos escravos africanos no Brasil, o feijão passa a ser cultivado de fato e consumido pelos escravos e senhores de engenho. A Origem da Feijoada Diferente do que se costuma dizer a respeito da origem da feijoada, como tendo sido um prato criado pelos escravos descendentes de africanos, aqui no Brasil, a partir de sobras de partes de carnes desprezadas pelos senhores de engenho, é um prato resultante da miscigenação que ocorreu aqui e essa teoria é totalmente descartada. Os escravos consumiam nas senzalas um feijão ralo temperado com gordura e sal, com raríssima aparição de carne. Consumiam farinha de mandioca e angu de fubá de milho. Consumiam laranjas, o que evitava o escorbuto (doença gerada pela falta de vitamina C). O feijão enriquecido com carnes salgadas e embutidos, na verdade, era reservado às casas grandes dos senhores de engenho e, diferente do que se prega, as partes das carnes supostamente desprezadas (pé, orelha, rabo de porco) eram consideradas, na verdade, iguarias pelos portugueses (ou descendentes deles, no Brasil) e, portanto, bastante valorizadas. Existem outras versões a respeito da origem da feijoada, como tendo sido inspirado no cassoulet francês, que leva feijão branco no seu preparo, ou na cassarola italiana, feita com grão de bico. Ainda existia um prato português à base de embutidos, orelhas e pés de porco, que levava vários tipos claros de feijão (não se utlizava o preto, de origem americana). A Feijoada Tradicional A feijoada completa, como a conhecemos, é acompanhada de arroz branco, laranja, couve refogada e farofa. O arroz, que complementa nosso feijãodo dia-a-dia e nossa feijoada, foi cultivado primordialmente na Ásia, no período da Idade Média, depois foi levado pelos árabes à Espanha que levou-o à Itália. Da Europa, foi levado às colônias, assim como foi trazido para o Brasil. A feijoada carioca tradicional, conhecida internacionalmente como a feijoada brasileira, é feita com feijão preto; a feijoada nordestina já utiliza o feijão mulatinho, de cor marfim, assim como usavam os europeus em suas preparações típicas com carnes, embutidos e feijão. PIMENTAS -Bode (C. chinense) - frutos arredondados ou achatados, vermelhos e amarelos. É muito picante e os frutos maduros são utilizados principalmente em conservas. - Cambuci (C. baccatum var. pendulum) - frutos vermelhos em forma de campânula ou de sino. Com sabor adocicado, pode ser utilizada em saladas. - Cumari-do-pará (C. chinense) - frutos triangulares e amarelos quando maduros. Bastante picante, é utilizada em conservas. - Cumari-verdadeira (C. baccatum var. praetermissum) - frutos arredondados ou ovalados, vermelhos e muito picantes. - Dedo-de-moça (C. baccatum var. pendulum) - frutos alongados e vermelhos. Sua pungência é baixa e é utilizada em molhos, conservas e desidratada, em flocos (calabresa). - Jalapeño (C. annuum) - originária do México, com frutos grandes, sabor forte e pungência mediana. - Malagueta (C. frutescens) - uma das mais cultivadas é vermelha, mede de 1,5 e quatro centímetros. Com pungência de média para alta, é a mais utilizada para "esquentar" o acarajé. - Pimenta-de-cheiro (C. chinense) - frutos alongados, triangulares ou retangulares. A coloração também é variável (amarelo-leitoso ao preto), assim como a pungência (doce até muito picante). MANDIOCANome científico: manihot esculenta A mandioca é originária do sudoeste da Amazônia e seu cultivo já estava disseminado até o México, muito antes da chegada dos colonizadores europeus. Câmara Cascudo a chamava de a rainha do Brasil em seu livro A História da Alimentação no Brasil e também de pão da terra, com muita justiça, pois dela tudo se aproveita. Além do uso na alimentação humana e animal, é utilizada como matéria-prima ou insumos em inúmeros produtos industriais, de alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração, têxtil e farmacêutica. É cultivada em todos os estados do país. Existem inúmeras variedades de mandioca, divididas em dois grandes grupos: mandioca doce, mansa ou de mesa e mandioca brava ou amarga, sendo que as variedades dessa espécie contém teor mais elevado de ácido cianídrico, que é venenoso se não for destruído pelo calor do cozimento ou do sol. A mandioca e seus derivados recebem muitos nomes em todas as regiões do Brasil, o que causa inúmeras confusões. Os principais derivados da mandioca na alimentação são a farinha e a fécula, mas também as folhas são utilizadas, principalmente no norte do Brasil, como também na África, Moçambique e Angola. Aproveita-se também a manipueira, o líquido resultante da prensagem da mandioca ralada após a retirada da goma (fécula) por decantação. De norte a sul do Brasil também a raiz cozida é muito consumida. Quanto à fécula, vale uma observação: na legislação brasileira e francesa, amido e fécula são sinônimos, sendo que na maioria dos países existe apenas uma palavra amido - que é seguida da especificação da fonte botânica. Por exemplo: amido de milho, amido de mandioca, amido de inhame, amido de araruta, etc. Porém, na legislação brasileira, amido é o produto amiláceo encontrado em partes aéreas comestíveis dos vegetais, como sementes (exemplo: milho, arroz, etc.); fécula é o produto amiláceo encontrado em partes subterrâneas comestíveis dos vegetais, como raízes e tubérculos (exemplo: mandioca, inhame, etc.). No caso da mandioca, há ainda outro diferencial: a legislação brasileira contempla também o termo polvilho para designar a fécula de mandioca. Se essa diversidade de nomenclatura complica na comercialização dos produtos, imaginem na tão diversificada culinária em cada região do país. A base de diversas preparações é a mesma: 1) Descascar as raízes, tirando a casca escura e entrecasca (mais clara). 2) Lavar 3)Triturar ou ralar as raízes de mandioca descascadas Farinha de Mandioca Para a produção de farinha, a entrecasca (mais clara) pode ser deixada, o que aumentará a quantidade, mas o resultado será uma farinha de qualidade inferior, de cor escura. Para a obtenção de uma farinha de melhor qualidade, além de retirar totalmente a casca e entrecasca, deve-se usar a massa integral, isto é, o polvilho não deve ser retirado, o que resultará numa farinha mais rica, com liga. Quanto mais lavada for a massa, mais pobre e seca ficará a farinha. As farinhas encontradas no mercado geralmente são fabricadas num processo intermediário, isto é, a massa é pouco lavada para que o polvilho não seja totalmente retirado. Em seguida, a massa é prensada para retirar o máximo possível de umidade, facilitando a posterior secagem. Após prensar, a massa deve ser peneirada e levada ao forno, que pode ser de chapa sobre o fogo, sendo mexida constantemente para não queimar, até ficar completamente seca. POLVILHO, FÉCULA OU GOMA FRESCA E SECA Adiciona-se água à massa de mandioca e lava-se bem o bagaço. Essa mistura deve ser colocada em saco de algodão ou peneira fina (quanto mais fino for o saco ou a peneira, mais puro será o polvilho) e deixa-se escorrer numa vasilha. A massa deve ser lavada diversas vezes para total extração da fécula. A água com fécula deve ser mexida para que quaisquer impurezas fiquem na superfície e em seguida essa mistura deve ficar descansando por algumas horas para decantar, isto é: a fécula forma uma crosta no fundo da vasilha. Quando esse processo se completar, a água deve ser escoada e a crosta de fécula deve ser retirada. A camada superior dessa crosta deve ser raspada, caso haja alguma impureza, para que o produto final fique bem branquinho. Pode-se repetir o processo de lavagem e decantação da fécula. Em seguida, quebra-se essa crosta em blocos. Essa é a goma fresca, usada nas famosas tapiocas. Para a goma seca, basta esfarelar os blocos de goma fresca e secar ao sol ou em forno com temperatura muito branda. Polvilho azedo O polvilho azedo é considerado um amido modificado por oxidação, cuja principal característica é sua propriedade de expansão sem o uso de agentes levedantes (fermento químico ou biológico). Tal propriedade só é encontrada na fécula de mandioca e ainda não foi devidamente valorizada no que diz respeito à redução de custos em produtos de panificação (eliminação da fase de fermentação e do próprio fermento) e ainda a possibilidade de utilização por pessoas alérgicas ao glúten (celíacos). Para a produção do polvilho azedo, a fécula é mantida por período determinado para decantação e fermentação (diferença entre o polvilho doce/goma seca) e depois secada ao sol. O período para fermentação é incerto, não há descrição em literatura competente, pois depende do conhecimento do produtor, que detecta pelo odor, aspecto e tato, assim como na produção da massa puba. O polvilho azedo é indispensável na produção dos chamados biscoitos de polvilho, que crescem muito e ficam torradinhos e também bastante usado na produção de pão de queijo. Tapioca e Sagu Em muitos países, a denominação cassava starch, tapioca flour e tapioca starch são confundidas e significam fécula de mandioca, muito diferente do produto chamado tapioca ou farinha de tapioca no Brasil. A base do processo de produção da tapioca e do sagu são as mesmas, no entanto, existem pequenas variações que levam a diferentes produtos, necessitando de equipamentos apropriados, o que dificulta a produção doméstica. Para a produção de tapioca, é necessário que a fécula de mandioca (goma fresca) tenha umidade em torno de 55% e é destorroada sobre o forno aquecido, cuja temperatura é mantida entre 70 e 80º C, para permitir a geleificação do amido. A fécula é revolvida constantemente, o que faz com que se agregue em partículas irregulares. A tapioca é mantida no forno até completar a secagem, o que torna seu aspecto transparente, diferente do sagu, que tem aspecto leitoso. Para o sagu, a umidade da fécula deve ser em torno de 30%, porém, a fécula deve ser granulada em esferas ou pérolas e isso pode ser feito de muitas maneiras diferentes, com equipamentos próprios para tal finalidade, porém, a temperatura de secagem deve ser inferior do que para a tapioca, não permitindo a completa gelificação do amido, para que as esferas ou pérolas mantenham o aspecto leitoso. A secagem é completada em estufas com circulação de ar e temperatura que não ultrapasse os 60º C. Originalmente o sagu era produzido a partir do amido extraído da palmeira do sagu (Metroxylon sagu e M. rumphii), planta encontrada na Ásia e no Pacífico. No século 19, era produto importante na dieta da tripulação dos navios que transportavam chá para a Europa, acabou sendo incorporado à dieta do norte industrial da Inglaterra e por fim, passou a ser utilizado em pudins, manjares e outras sobremesas. Devido à crescente demanda, acabou por ser produzido a partir da fécula de mandioca. Massa Puba Caso não se faça farinha de mandioca, a massa prensada após a retirada da fécula pode ser utilizada para a produção da massa puba, que é tão somente a mandioca fermentada, embora o processo normal de produção da puba seja feito a partir das raízes inteiras. Basta descascar as raízes, lava-las e coloca-las num recipiente, inteiras ou em pedaços, adicionar água suficiente para cobri-las e deixa-las fermentar. No caso de usar a massa residual após a retirada da fécula, segue-se o mesmo processo das raízes. O problema é que não há como determinar com precisãoo ponto exato da fermentação, não há registros de produção industrial, portanto, esse ponto de fermentação é baseado na experiência de pequenos produtores, pelo aspecto, odor e tato e observando-se o grau de amolecimento das raízes. Essa massa serve para a preparação de pudins e bolos diversos, especialmente o Bolo Souza Leão. Tucupi A parte sólida resultante da raiz foi utilizada em diversos derivados, porém o líquido também tem utilidade. É com o líquido resultante da prensagem da mandioca ralada, depois de retirada a goma (fécula), chamado de manipueira, que se produz o tucupi, produto típico dos estados do Norte, Amazonas, Pará e parte do Maranhão. No sul do Brasil esse líquido é considerado como resíduo e não é utilizado na alimentação humana. Por tradição, o tucupi é produzido a partir das raízes de mandioca de polpa amarela. Em algumas regiões o tucupi é fermentado por 24 horas antes de ser fervido com sal, pimenta, alho, coentro e outras especiarias. Em outras regiões é fervido imediatamente após a decantação. O tempo de fervura varia de uma hora ou mais, dependendo da quantidade. Essa fervura serve para desativar a enzima que produz o princípio tóxico da mandioca. O tucupi é utilizado em pratos famosos do norte como o pato no tucupi e o tacacá. Maniçoba É um prato típico do norte que melhor retrata a maneira indígena no preparo de seus pratos. Tradicionalmente as folhas da mandioca são moídas e cozidas por aproximadamente 8 dias para o preparo da maniçoba. Geralmente no quarto dia de cozimento acrescentam-se ingredientes defumados, carne seca e outros. Esse tempo de cozimento é mais por tradição, pois as substâncias tóxicas das folhas não necessitam de tanto tempo para serem desativadas. CULINÁRIA MINEIRA: AS RAÍZES HISTÓRICAS DA SUA DIVERSIDADE Renata de Britto Cavalieri* Falar da história da culinária mineira é falar das próprias origens de Minas Gerais. Em 1695 a descoberta do ouro pelos faz surgir os primeiros povoados que deram origem às cidades de Mariana e Ouro Preto. A região já era habitada pelos índios que deram a “dica” sobre a suposta presença de ouro nos rios que cortavam aquelas montanhas. O início do ciclo do ouro foi o marco para o surgimento da sociedade mineira com a criação das vilas e cidades. Os portugueses precisavam garantir de alguma maneira a posse das riquíssimas minas e mandaram inúmeros representantes da coroa para vigiarem a exploração. Mão-de-obra barata era a escrava, e a partir daí o tráfego negreiro se desviou para as novas terras das minas recém descobertas. Os índios, que apesar de terem fornecido os indícios da presença do metal precioso na região, representaram resistência, vencida mais tarde pelos novos habitantes. Apesar da perda de seu território para os “invasores” os nativos contribuíram muito para a formação dos costumes culinários da nova sociedade que estava nascendo. Pronto: as sementes daquela que se tornaria uma das culturas mais características do Brasil estavam lançadas. Portugueses, colonos, índios e escravos, juntos, em um terreno literalmente fértil fizeram brotar as raízes da cultura e por que não da culinária mineira. Da semente portuguesa nasceram o gosto pela simplicidade das preparações, que salientam as qualidades naturais dos produtos; a sofisticação dos temperos, que eram trazidos da longínqua Ásia; a delicadeza da doçaria além do amor que a mãe de família coloca no preparo de cada refeição para seus parentes. O perfeito entrosamento entre índios e negros no que diz respeito ao preparo dos alimentos fez com que as sementes afro-indígenas da culinária mineira se fixassem de maneira bastante profunda. Com elas surge o gosto pela mandioca, pelos inhames além do uso de utensílios como, potes, balaios e panelas de barro. A dificuldade de se “importar” os alimentos das regiões já povoadas como Rio de Janeiro e Bahia, fez com que o alimento mais consumido nas aldeias indígenas fosse parar no prato de todos, desde o trabalhador escravo até os ricos portugueses e exploradores das minas tornando-se um alimento universal na culinária mineira até hoje. Com ele são preparadas diversas iguarias. A broa de fubá vem acompanhada de café, mingau de milho verde pode ser consumido como sobremesa ou no café da manhã com uma fatia de queijo dentro. O angu, junto com o quiabo, é acompanhamento obrigatório do frango que pode ser ao molho pardo (feito do sangue fresco da galinha) ou simplesmente ensopado, constituindo um dos pratos mais típicos de Minas. O milho em forma de flocos também merece atenção em outro prato igualmente famoso, a canjiquinha com costelinha de porco. A canjica do milho também é usada para preparar um doce muito especial muito consumido atualmente no mês de junho. A falta de espaço nas vilas e povoados incrustados nas montanhas mineiras ao redor das minas fez surgir pequenas hortas e pomares onde produtos de fácil cultivo como a couve, a mostarda, a taioba, o feijão, o próprio milho, o inhame, o cará, a abóbora, a banana, a laranja além de outras frutas, cresciam fornecendo o sustento diário das famílias. Animais de pequeno porte como porco e galinha também eram criados no limitado espaço das casas. Destes eram usadas as carnes além dos ovos, ingrediente no preparo dos mais diversos pratos. Até hoje as carnes de aves e de porco são bastante usadas na cozinha mineira. Com todos esses ingredientes nascendo no quintal de casa, aliados à cultura do não desperdício trazida pelos portugueses, criaram-se pratos com uma simplicidade deliciosa. Pratos como leitão a pururuca, lingüiça frita, couve refogada, tutu de feijão, compotas de frutas, frango com quiabo, vaca atolada (caldo de mandioca com costela de boi) fazem da culinária mineira uma das mais fáceis de serem reconhecidas através do seu sabor e características peculiares. O comércio de Minas com as demais regiões brasileiras se intensifica após 1822 e o papel do tropeiro começa a se destacar dentro da culinária. A tropa era o conjunto de burros conduzidos pelos tropeiros, os comerciantes que iam e vinham, traziam e levavam cachaças, sementes, o precioso e raro sal, vasilhames, tudo enfim que se necessitasse transportar e comercializar. A alimentação dessas pessoas era composta de produtos duráveis e secos como as carnes salgadas ou guardadas envoltas por banha de porco para melhor conservação, farinha com feijão (o famoso feijão tropeiro), sementes, brotos nativos e caças abatidas no meio do caminho. Não se pode esquecer da cachaça, aguardente de cana levada para Minas pelas mãos dos bandeirantes e dos garimpeiros como forma de aquecê-los no frio das alterosas mineiras. Houve época em que servia como moeda de troca na compra de escravos africanos. Atualmente a cachaça é fabricada em fazendas de praticamente todo estado, servida como aperitivo ou nas rodas dos bares. No final do século XIX a expansão das fazendas leiteiras de Minas inclui de maneira definitiva o leite e seus derivados no cardápio do mineiro. O queijo-de-minas passa a ser o símbolo máximo da mineiridade sendo quase inconcebível imaginar um mineiro que não goste de queijo e das iguarias fabricadas com ele, como o famoso pão-de-queijo. O que era inicialmente apenas um biscoito de polvilho apreciado pelos senhores das fazendas tornou-se um produto nacionalmente conhecido. Atualmente o pão de queijo já é apreciado até em outras línguas. Apesar das raízes da culinária, aquelas plantadas pelos portugueses, negros e índios, terem se fixado nos solos da região mineradora, a culinária típica dos quatro cantos mineiros também são de grande expressividade ainda hoje. No Norte de Minas, onde a pecuária é a principal atividade econômica, há o predomínio do consumo das carnes de boi com destaque para a carne de sol. A faixa de vegetação típica do cerrado que corta a região faz do arroz-com-pequi o seu prato mais típico. Nas margens do Rio São Francisco, o Velho Chico, o peixe é o principal sustento dos pescadores e faz a fama das cidades ribeirinhas. O sul, além detoda a sua riqueza agrícola produz laticínios e doces finos, também produzidos de maneira tradicional pelas doceiras de Araxá. O Nordeste de minas parece guardar aquele gosto português pelos temperos, pois na região são usados temperos naturais como o urucum e o açafrão que dão um colorido especial à comida. Com tantos pratos deliciosos e com tanta diversidade não é difícil entender porque a cozinha representa tanto para os mineiros. Ela é vista como o santuário da casa. É em torno do fogão a lenha que aconteciam os encontros familiares e as conversas fiadas ou importantes. Até hoje esse costume é preservado pela calma e tranqüilidade mineira no momento das refeições, compostas por pratos apreciados em todo o Brasil, indicando que os galhos da frondosa árvore da culinária mineira, plantada ainda no século XVII pelas três etnias principais que formaram o povo brasileiro, cresceram de maneira forte por todo o território nacional. E como diriam os poetas: “Todos os princípios se desmoronam diante de um lombo de porco com rodelas de limão. tutu de feijão com torresmo, lingüiça frita com farofa.” (Fernando Sabino) “E do prato inteiro, onde havia um ameno jogo de cores cuja nota mais viva era o verde molhado da couve – do prato inteiro, que fumegava suavemente, subia para nossa alma um encanto abençoado de coisas simples e boas. Era o encanto de Minas”. (Rubem Braga) “Nosso não será o petróleo tanto assim. Nossos, bem nossos, são o doce de leite e o desfiado de carne-seca. Meu – perdoem-me – é aquele prato mineiro verdadeiramente principal. Guisado de frango com quiabos e abóbora-d’água (ad libitum o jiló) e angu, prato em aquarela, deslizando viscoso como a vida mesma, mas pingante de pimenta”. Sem esquecer os doces, “à frente os de calda, que não convém deixem de ser orgulho próprio e um dos pequenos substratos do bem-querer à pátria e do não desentender a nação”. (João Guimarães Rosa).
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