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Direito Civil 
 
Prof. Fabio Figueiredo 
 
Matéria: Meio Direito de Extinção Obrigacional –Pagamento/ Meio Indireto de Extinção 
Obrigacional. 
 
14/04/2011 
 
1. Por Pagamento/Meio Direito de Extinção: 
1ª Quem paga? (aula passada) 
2ª A quem se paga? 
3ª O que se paga? 
4ª Onde se paga? 
5ª Quando se paga? 
 
Analise das regras de extinções das obrigações – por pagamento: 
1ª Quem paga? (aula passada) 
É o devedor, mas pode ser que um 3º quite a obrigação. 
 
Este 3º, pode ser: 
a) 3º Interessado 
b) 3º Não Interessado: 
Regra: O 3º não interessado não se sub-roga-se no crédito quitado. 
Exceção: Sub-rogar-se-á se fizer um pacto sub rogativo com o credor ou com o devedor 
(Art. 347, do CC). 
- Pacto sub rogativo com o credor: Sub rogação Convencional Ativa; 
- Pacto sub rogativo com o devedor: Sub rogação Convencional Passiva; 
 
Art. 347. “A sub-rogação é convencional: 
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos 
os seus direitos; 
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, 
sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor 
satisfeito”. 
 
Obs.: A sub-rogação convencional passiva consubstancia-se em um contrato de 
empréstimo que o 3º faz com o devedor, sob a condição de ficar o 3º não interessado sub 
rogado no crédito da obrigação. Trata-se de contrato de mútuo. 
 
Obs.: Em qualquer hipótese de sub-rogação o instituto só se aperfeiçoa se o credor 
estiver satisfeito. Assim, na sub-rogação convencional passiva caso o devedor não utilize 
o valor emprestado pelo 3º para quitação da obrigação, restará ao 3º a exceção do 
contrato de mútuo, pois não estará sub rogado nos créditos da obrigação (Art. 347, II, do 
CC). 
 
2ª A quem se paga? 
Ao credor ou a quem ele indicar, sob pena do pagamento ser feito outra vez, pois quem 
paga mal paga duas vezes. 
Exceções:A exceção ocorre quando aparentemente é mal feito o pagamento, mas será 
considerado válido. Hipóteses de exceção: Credor putativo e ao pagamento feito ao 
incapaz. 
- Credor Putativo (Art. 309, do CC): é aquele que parece o credor mas não o é, ou seja, 
aparentemente parece ser o credor. Se o sujeito aparenta ser o credor e o devedor paga a 
obrigação com boa-fé, este pagamento será considerado válido, ainda que se compove 
posteriormente que não era o verdadeiro credor, uma vez que o devedor agiu de boa-fé no 
seu pagamento. Ex.: Um indivíduo pagou a dívida para o filho de Zé (falecido), mas após 
a realização do pagamento descobre que este não é filho legítimo do falecido. 
 
Art. 309. “O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado 
depois que não era credor.” 
 
- Incapaz (Art. 310, do CC): 
Regra: Se ocorrer o pagamento da dívida ao incapaz, esta quitação não será considerada 
válida, pois o incapaz não pode dar quitação e se o fizer será considerado um ato nulo. 
Exceção: Se for provado pelo devedor a reversão do pagamento em benefício do incapaz, 
esta quitação será considerada válida. Ex.: O devedor paga ao incapaz, e ele utiliza este 
pagamento para pagar a mensalidade da escola. 
 
Art. 310. “Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o 
devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu”. 
 
3ª O que se paga? 
O devedor ou um 3º deve pagar o objeto que foi avençado. Obs.: Não há exceção a esta 
regra. 
Conforme o Art. 313, do CC se for aceito um objeto diverso ao que for devido, não será 
considerado como pagamento da obrigação, mas sim outra modalidade obrigacional. 
Portanto conclui-se, que o meio direito de extinção da obrigação é o pagamento do objeto 
avençado. 
Art. 313. “O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, 
ainda que mais valiosa.” 
 
4ª Onde se paga? 
Regra: Pagamento será feito no domicílio do devedor. Portanto, o credor em regra vai 
buscar o pagamento (dívidas quesíveis – “querable”). 
Exceção: O pagamento será feito no domicílio do credor. Neste caso trata-se de uma 
dívida portável – “portable”. 
 
 
 
 
5ª Quando se paga? 
O pagamento ocorrerá no momento em que foi avençado. No entanto, existem algumas 
situações que antecimpam o pagamento, são elas (exceções – Art. 333, do CC): 
- Falência; 
- Concurso de credores; 
- Recusa do reforço da garantia. 
 
Art. 333. “Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo 
estipulado no contrato ou marcado neste Código: 
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; 
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro 
credor; 
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, 
ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. 
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, 
não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.” 
 
Dos Meios Indireitos de Extinção da Obrigação: 
Existem circunstâncias que extinguem a obrigação, mas não importam em pagamento, 
denominados de meios indiretos de extinção da obrigação. 
Estes meios indiretos, podem ser: satisfativos ou não satisfativos. 
- Satisfativos: Quando o momento de extinção coincidir com o momento em que o credor 
está satisfeito. 
- Não Satisfativos: Diante da extinção obrigacional o credor não estiver ainda satisfeito. 
 
1. Consignação em Pagamento (Art. 334, do CC): 
A consignação em pagamento é um meio indireto de extinção obrigacional não 
satisfativa, ou seja, a obrigação está extinta, mas o credor ainda não está satisfeito. 
Trata-se de uma circunstância de presunção de pagamento. 
A consignação em pagamento é o meio pelo qual o devedor extinguirá a sua obrigação 
perante o credor, no caso de este recusar-se a receber o pagamento, não tomar a iniciativa 
de recebê-lo ou ainda quando seu paradeiro for desconhecido. 
A consignação é um direito do devedor, podendo este acioná-la judicialmente quando, 
por exemplo, o credor locatário recusar-se a receber o aluguel no intuito de propor uma 
ação de despejo. 
Para que a consignação tenha força de pagamento, deverá obedecer aos seguintes 
requisitos (rol exemplificativo – Art.335, do CC): 
- Deverá ser feita pelo devedor ou terceiro interessado; 
- O pagamento deverá ser integral, visto que o credor não é obrigado a aceitar pagamento 
parcial; 
- A obrigação não poderá ser modificada, mesmo antes de vencida a dívida, devendo ser 
cumprida na sua forma originária. 
 
O pagamento por consignação é o depósito judicial ou "bancário" (extrajudicial) feito em 
pagamento de uma dívida. 
 
Obs.: A consignação impedi os efeitos da mora, ou seja, pode até pagar mal, mas está 
cumprida a obrigação. 
 
Art. 335. “A consignação tem lugar: 
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar 
quitação na devida forma; 
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição 
devidos; 
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir 
em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.” 
Logo, toda vez que houver uma dúvida a quem se deve efetuar o pagamento, o devedor 
poderá valer-se da consignação (depósito em juízo), tendo por finalidade evitar o mal 
pagamento, pois quem paga mal paga duas vezes. 
 
É possível executar uma dívida consignada? 
Se a questão da OAB versar sobre matéria de Direito Civil – não pode ocorrer a execução 
da consignação, uma vez que a consignação extingue a obrigação. 
Já se a matéria for relativa ao Direito Processual Civil – pode ocorrer a execução da 
consignação, conforme o Art. 585, p. 1º, do CPC.Art. 585 § 1º - “A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título 
executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.” 
 
2. Sub-Rogação: A sub-rogação pode operar pela via legal (Art. 346, do CC) ou pelo 
método convencional, através do pacto sub-rogado. 
 
A sub- rogação satisfaz o credor? 
Resp. A sub-rogação é um meio indireto de extinção obrigacional satisfativo. 
 
Art. 346. “A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: 
I - do credor que paga a dívida do devedor comum; 
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do 
terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; 
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no 
todo ou em parte.” 
 
3. Dação em Pagamento – “Datio in solutum” (dar para solver): Quando o credor aceita 
(concordância do credor) que o devedor dê fim à relação de obrigação existente entre eles 
pela substituição do objeto da prestação, ou seja, o devedor realiza o pagamento na forma 
de algo que não estava originalmente na obrigação estabelecida, mas que extingue-a da 
mesma forma. 
 
 
 
 
A dação é, portanto, um meio indireito da extinção obrigacional satisfativa, e sua 
principal característica é a natureza diversa da nova prestação perante a anterior, podendo 
ocorrer, por exemplo a substituição de uma coisa por outra – compromete-se a entregar 
um apagador, mas com a concordância do credor troca por uma caneta. 
 
A dação em pagamento tem natureza jurídica contratual, sujeitando-se a todos os 
defeitos dos negócios jurídicos em geral. 
 
Obs.: Diferença entre dação e novação: Na dação existe a intenção de solver e na novação 
é novar, ou seja, extinguir uma obrigação e criar uma nova. 
 
4. Imputação do Pagamento: A imputação do pagamento é necessária nos casos em que 
o devedor tem mais de uma dívida com o mesmo credor. 
 
Exs.: 
- José deve R$ 42 mil reais (juros:1,2%) para Antônio. 
- José deve R$ 65 mil reais (juros: 0,9%) para Antônio. 
- José deve R$ 39 mil reais (juros: 1,0%) para Antônio. 
 
José paga R$ 50 mil reais para Antônio. 
Qual dívida que ele está pagando? 
Diante, desta circunstância se faz necessária as regras de imputação. 
 
Regras de Imputação: 
I. Imputação Subjetiva: 
- Passiva: O devedor imputa qual dívida que está pagando. Sendo que, ele tem um tempo 
limite para realizar esta imputação (no momento em que está efetuando o pagamento). 
- Ativa: Se o devedor não imputar qual dívida que está pagando, recai na imputação 
subjetiva ativa – o credor deverá imputar, ou seja, dizer qual dívida está sendo paga. 
Caso o credor não realize esta imputação – recai na 2ª regra de imputação: objetiva ou 
legal e não mais por vontade das partes (1ª regra de imputação subjetiva). 
 
II. Imputação Objetiva/Legal: 
1º Havendo capital e juros, primeiro nos juros. 
2º Entre dívidas vencidas, reputa-se na mais antiga. 
3º Dívida mais onerosa, aquela com maior índice de correção. Na ausência do índice de 
correção a regra segue pelo valor mais alto da dívida. 
 
A imputação é um meio indireto de extinção obrigacional satisfativo, porque só extingue 
a fração imputada, mas o credor recebe. 
 
III. Imputação Jurisprudencial: A quitação é propocional. 
 
As regras de imputação são aplicadas de maneira sucessiva e excludente. Significa, que 
primeiro se aplica a 1ª regra – caso esta não seja cabível, passa-se para a seguinte regra – 
até chegar na última regra de imputação. 
 
5. Compensação: O termo compensar é tomado no sentido de equilibrar, restabelecendo 
o equilíbrio da obrigação pelo encontro de débitos entre as partes, até compensarem-se. 
 
A compensação, pode ser: compensação legal ou compensação judicial. 
- Compensação Legal: Segue 3 requisitos, são eles: 
I. Reciprocidade de débitos: Os débitos devem ser recíprocos. 
II. Fungibilidade dos objetos prestacionais: Os objetos prestacionais devem ser fungíveis 
entre si (identidade de objetos). Obs.: A qualidade dos objetos devem ser iguais, não 
sendo necessária a mesma quantidade entre os objetos – p.ex: “Y” deve 100 sacas de café 
para “X”, sendo que “X” por sua vez deve 50 sacas de café para “Y” – compensa 50 
sacas. 
III. Exigibilidade das prestações (certeza e liquidez): As duas dívidas devem ser 
exigíveis, certas e líquidas. 
 
- Compensação Convencional: O único requisito é o acordo de vontades, ou seja, trata-
se de um ato de disposição covencional – as partes compensam o que quiserem. 
Ex.: Um morador deve taxa condominial. Sendo que, este morador alega que arrumou um 
vazamento, por conta de infiltração. No entanto, ele é cobrado pelo condomínio, razão 
pela qual deseja compensar – pode? 
Resp.: Pela via legal não dá para compensar, mas se o condomínio realizar uma 
Assembleia e concluir que devem para o morador, razão pela qual decidem convencionar 
– trata-se de uma compensação convencional. 
 
A compensação é um meio indireto de extinção obrigacional não satisfativa. 
 
6. Confusão (Art. 381, do CC): Opera-se a confusão quando na mesma pessoa 
concentram-se as figuras de credor e devedor. Ex.: Confusão na herança, confusão na 
transmissão. 
A confusão, pode ser – total ou parcial. 
 
Art. 381. “Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as 
qualidades de credor e devedor”. 
 
Ex.: Um pai e uma mãe = tem um filho. Este filho pegou um empréstimo com o pai (R$ 
100 mil reais). O pai e mãe morrem em comoriência, ou seja, ao mesmo tempo. 
Para quem ele deve? 
Resp. Para ele mesmo (herança). 
Caso tenha um irmão – o crédito que devia para o pai será distribuido em 50% para o 
filho devedor e 50% para o irmão dele. Esta circunstância retrata uma confusão parcial. 
 
Na confusão existe um meio indireto da extinção obrigacional não satisfativa para o 
credor. 
 
 
 
7. Remissão: É um meio indireito da extinção obrigacional não satisfativa. 
Existe uma enorme diferença entre remissão e remição: 
Ex.: 
- Remissão hipotecária – pedir perdão da hipoteca; 
- Remição hipotecária – pagamento ou resgate da hipoteca. 
 
Remissão: É caracterizada pelo perdão. O verbo remitir significa perdoar. 
Remição: É caracterizada pelo pagamento ou resgate. O verbo remir significa pagar. 
 
A remissão só ocorre se o devedor concordar, pois trata-se de um negócio jurídico que 
depende de acordo. 
 
A remissão é por excelência um meio indireto de extinção obrigacional não satisfativo. 
 
8. Novação: próxima aula.

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