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Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 APLICAÇÃO PRÁTICA DAS DRIs(Ingestão Dietética de Referência) Dietary Reference Intakes Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 1 Histórico 1860: Inglaterra – Estabelecimento dos padrões de referência nutricionais → Energia e proteína 1940: Governo Federal dos EUA – Formação do Comitê de Alimentação e Nutrição (Food and Nutrition Board – FNB) 1941: Tabela de RDA (Recommended Dietary Allowances) → Energia, proteína, cálcio, ferro, vit A, tiamina, riboflavina, ácido nicotinamínico, ácido ascórbico e vit D 1943: 1° impressão das RDA 1974: 8° edição FND → RDA é definida nível de ingestão de nutrientes essenciais para cobrir as necessidades de nutrientes específicos de praticamente todos os indivíduos saudáveis Dwyer J. Nutrition,16(7/8):488-492, 2000 Fiberg RM et al, Rev Bras Nutr Clin, 18(2):81-86, 2003 Feltrin C et al. The Eletronic Journal of Pediatric, 8:1-8, 2004 Setembro / 2005 1 Histórico 1989: 10° edição das RDAs 1995: FNB + Canadá – Formação do Comitê da DRIs (Dietary Referencas Intakes) 1997: Prevenção: deficiências nutricionais, doenças crônicas não transmissíveis + Limite para ingestão de nutrientes + 10° ed. RDA 1993: FNB + Canadá – “Worshop” para discussão dos aspectos das RDAs → prevenção de doenças crônicas Dwyer J. Nutrition,16(7/8):488-492, 2000 Fisberg RM et al, Rev Bras Nutr Clin, 18(2):81-86, 2003 Feltrin C et al. The Eletronic Journal of Pediatric, 8:1-8, 2004 Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 DRIs - Dietary Reference Intakes Ingestões Dietéticas de Referência Conjunto de valores de referência correspondentes às estimativas quantitativas da ingestão de nutrientes, estabelecidos para serem utilizadas no planejamento e avaliação das dietas de indivíduos saudáveis em um grupo, segundo seu estágio de vida e gênero A ingestão adequada de nutrientes para preencher as necessidades nutricionais conhecidas, de praticamente todas as pessoas saudáveis de uma população. Setembro / 2005 1 Assim como as antigas RDAs, cada DRI refere-se a uma ingestão de nutriente ao longo do tempo por indivíduos aparentemente saudáveis. Setembro / 2005 1 DRIs - Dietary Reference Intakes Ingestões Dietéticas de Referência Food and Nutrition Board, 1997 Considerações: Balanço e metabolismo de nutrientes em diferentes faixas etárias Diminuição do risco de doenças crônicas não transmissíveis Biodisponibilidade dos nutrientes e erros associados aos métodos de avaliação Estruturada para atender as necessidades nutricionais da população norte americana e canadense Setembro / 2005 1 Ingestões Dietéticas de Referência EAR – Estimated Average Requeriment Necessidade Média Estimada Valor médio da ingestão de 1 nutriente estimado para cobrir as necessidades de 50% dos indivíduos saudáveis de determinada faixa etária, estado fisiológico e sexo Amaya-Farfan J; Domene SMA; Padovani RM. Rev Nutr,14(1):71-78, 2001 Fiberg RM et al, Rev Bras Nutr Clin, 18(2):81-86, 2003 Murphy SP; Poos MI. Public Health Nutrition, 5(6A): 843-849, 2002 Setembro / 2005 1 5 Marchiini DML; Slater B; Fisberg RM. Ver Nutr, 17(2):207-216, 2004 Setembro / 2005 1 Ingestões Dietéticas de Referência RDA – Recommended Dietary Allowances Quotas Dietéticas Recomendada A RDA para cada nutriente é estabelecida com base em valores que podem ser adequados para 97 a 98% de todos os indivíduos de um determinado grupo etário, considerando-se a definição de adequação Amaya-Farfan J; Domene SMA; Padovani RM. Rev Nutr,14(1):71-78, 2001 Fiberg RM et al, Rev Bras Nutr Clin, 18(2):81-86, 2003 Murphy SP; Poos MI. Public Health Nutrition, 5(6A): 843-849, 2002 Setembro / 2005 1 5 Marchiini DML; Slater B; Fisberg RM. Ver Nutr, 17(2):207-216, 2004 Setembro / 2005 1 5 Ingestões Dietéticas de Referência AI – Adequat Intake Ingestão Adequada É baseado na média do consumo de nutrientes observada ou experimentalmente determinada, por uma população definida ou um subgrupo, que parece ser suficiente para manter um estado nutricional definido em uma população específica Indivíduos saudáveis com um consumo igual ou acima do AI podem ter um baixo risco de consumo inadequado para um estado de nutrição definido Amaya-Farfan J; Domene SMA; Padovani RM. Rev Nutr,14(1):71-78, 2001 Fiberg RM et al, Rev Bras Nutr Clin, 18(2):81-86, 2003 Murphy SP; Poos MI. Public Health Nutrition, 5(6A): 843-849, 2002 Setembro / 2005 1 Ingestão Adequada (Adequate intake/ AI): é utilizada quando não há dados suficientes para a determinação da RDA. Pode-se dizer que é um valor prévio à RDA. Baseia-se em níveis de ingestão ajustados experimentalmente ou em aproximações da ingestão observada de nutrientes de um grupo de indivíduos aparentemente saudável. Setembro / 2005 1 Marchiini DML; Slater B; Fisberg RM. Ver Nutr, 17(2):207-216, 2004 Setembro / 2005 1 Ingestões Dietéticas de Referência UL – Tolerable Upper Intakes Levels Nível de Ingestão Máxima Tolerada Se refere ao nível mais alto do consumo diário de nutrientes que não exerce riscos de efeitos adversos para quase todos os indivíduos da população geral. Conforme o consumo ultrapassa a UL, o risco de efeito adverso também aumenta ↑ da prática de fortificação de alimentos e suplementos Amaya-Farfan J; Domene SMA; Padovani RM. Rev Nutr,14(1):71-78, 2001 Fiberg RM et al, Rev Bras Nutr Clin, 18(2):81-86, 2003 Murphy SP; Poos MI. Public Health Nutrition, 5(6A): 843-849, 2002 Setembro / 2005 1 O UL não é um nível de ingestão recomendado. O estabelecimento do UL surgiu com o crescimento da prática de fortificação de alimentos e do uso de suplementos alimentares. O UL ainda não está estabelecido para todos os nutrientes. Setembro / 2005 1 5 Marchiini DML; Slater B; Fisberg RM. Ver Nutr, 17(2):207-216, 2004 Setembro / 2005 1 Determinação da UL: NOAEL (No observed adverse effect level) – Maior nível de ingestão de um nutriente que não resultou em nenhum efeito adverso observado nos indivíduos estudados. (+ seguro do que LOAEL) LOAEL (Lowest observed adverse effect level) – Menor dose oral experimental da ingestão de um nutriente na qual o efeito adverso não tenha sido identificado. Amaya-Farfan J; Domene SMA; Padovani RM. Rev Nutr,14(1):71-78, 2001 Fiberg RM et al, Rev Bras Nutr Clin, 18(2):81-86, 2003 Murphy SP; Poos MI. Public Health Nutrition, 5(6A): 843-849, 2002 Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Avaliação do Risco: Cozzolino SMF; Colli C. Uso e aplicações das DRIs: Novas recomendações de nutrientes e interpretação e utilização. 4-15p, 2001 Requer a organização de informações disponíveis geradas por estudos epidemiológicos e toxicológicos; Definição das incertezas relacionadas com os dados e com as interferências feitas (estudo com animais); Definição do limiar Por exemplo: os efeitos adversos associados ao chumbo são conhecidos, mas não há dados em relação ao magnésio. Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Biodisponibilidade Risco de interação nutriente X nutriente: Há aumento do risco quando há desequilíbrio na ingestão de 2 ou mais nutrientes Por exemplo: Fitatos, fosfatos e taninos → podem ser depressores da biodisponibilidade de nutrientes; Ácido cítrico e ácido ascórbico → podem promover aumento da biodisponibilidade de alguns minerais e elementos traços. Cozzolino SMF; Colli C. Uso e aplicações das DRIs: Novas recomendações de nutrientes e interpretação e utilização. 4-15p, 2001 Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Biodisponibilidade 2. Outros fatores Estado nutricional do indivíduo (absorção, distribuição e biotransformação) Interação fármaco - nutriente Alteração no efeito da excreção (proteína, fósforo, sódio e cloreto → excreção do cálcio) Forma de ingestão (por ex: vit. lipossolúveis) Cozzolino SMF; Colli C. Uso e aplicações das DRIs: Novas recomendações de nutrientes e interpretação e utilização. 4-15p, 2001 Setembro / 2005 1Setembro / 2005 Aplicação da UL (exemplos): NRC (National Research Council). - Dietary Reference Intakes: for Vitamin C, Vitamin E, Selenium and Carotenoids. Washington, D.C., National Academy Press, 2000, 506 p. Vitamina C – 2000 mg/dia Baseada no efeito adverso da diarréia osmótica α tocoferol – 1000 mg/dia Baseada no efeito adverso da hemorragia Selênio – 400 μg/dia Baseada no efeito da adverso da selenose Suco de 49 laranjas pequenas 14g de Castanha do Pará 3,33Kg de margarina vegetal Setembro / 2005 1 Castanha do Brasil: Rica fonte de Selênio, excelente para a saúde, mas não devemos exagerar... A maior fonte natural de selênio é a castanha do Brasil também conhecida como castanha do Pará. Entre as suas funções, destaca-se a ação antioxidante, sendo um elemento fundamental para a constituição da enzima glutationa peroxidase, enzima dependente do selênio, que desempenha um papel-chave na eliminação dos radicais livres. Setembro / 2005 Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 É fundamental não ultrapassar o valor limite de 400mcg/dia, a fim de evitar a selenose (intoxicação por selênio onde os principais sintomas incluem perda de cabelos, fadiga e fraqueza das unhas, lesões na pele e problemas gastrointestinais). Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Aplicação da DRIs Dwyer J. Nutrition, 16(7/8):488-492, 2000 Sachs A. Uso e aplicações das DRIs: O que mudou das recomendações de nutrientes. 16-21p, 2001 São mais detalhadas do que a RDA e contemplam: Avaliação e planejamento de dietas para grupos e indivíduos Rotulagem de alimentos Programas de avaliação alimentar Desenvolvimento de novos produtos Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Rotulagem dos Alimentos por 31 g / 31,5 G - FRAÇÃO SUFICIENTE PARA O PREPARO DE 200ML) Quant % VD Valor Calórico 110Kcal 4% Carboidratos 16g 4% Proteínas 8g 16% Gorduras Totais 1g 1% Gorduras Saturadas 0,5g 2% Colesterol 5mg 2% Fibra Alimentar-frutooligossacarídeos e inulina 2g 7% Cálcio 277mg 35% Ferro 6,3mg 45% VD: Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2.500 calorias Valores referente ao produto Nutren Active sabor morango da Nestlè Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Programas para Avaliação Nutricional Programas de computador para avaliação e planejamento dietético existentes no mercado: Diet Pro Nut Win (UNIFESP/SP) Virtual Nutri (USP) Diet Win Brand Brasil Outros... Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 RECOMENDAÇÕES DIÁRIAS DE ÁCIDO FÓLICO Food and Nutrition Board, 2002 Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 UL PARA ÁCIDO FÓLICO Food and Nutrition Board, 2002 Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Toxicidade para uso do Folato Chanarin, I. Deacon, R. Lumb, M. Perry, J. Cobalamin-folate interrelations. Blood Rev, 3: 211-215, 1989. Sparling, R. Abela, M. Hypersensitivity to folic acid therapy. Clin Lab Haematol, 7:181-185, 1985. Não há evidências científicas de efeitos adversos com o consumo de alimentos fortificados Os efeitos estão relacionados ao consumo excessivo de suplementos Desordens neurológicas em indivíduos deficientes em cobalamina Hipersensibilidades na administração parenteral Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Desenvolvimento de Novos Produtos Regulamentação da fortificação de alimentos Resolução - RDC nº 344, de 13 de dezembro de 2002. Disponível em www.anvisa.gov.br Green NS. Folic acid supplementation and prevention of birth defects. J Nutr, 132: 2356S-2360S, 2002. Galeaze MAM; Domene SMA; Schieri R. MS, 1997 1997 - Estudo Multicêntrico sobre consumo alimentar Recordatório de 24 h + F alimentar ↑ consumo de farinha de trigo e milho (http://dtr2001.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernosespecial.pdf) 1998 FDA 1.4mg de ác. Fólico / Kg de grão integral 2002 Anvisa 150mcg de ác. fólico / 100g de farinha de trigo e milho 4,2 mg de Fe / 100g de farinha de trigo e milho Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Ferro e Anemia Ferropriva Green NS. Folic acid supplementation and prevention of birth defects. J Nutr, 132: 2356S-2360S, 2002. Ministério da Saúde. Coordenação geral da política de alimentação e Nutrição, 2005. Disponível em:http://dtr2004.saude.gov.br/nutricao/deficiencia_ferro.php 20% em adolescentes 15 a 30% em gestantes até 50% em crianças de 6 a 60 meses Prevalência da anemia no Brasil Folato e defeitos no tubo neural Cerca de 3 a 4% dos recém-nascidos apresentam defeitos do tubo neural Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Marchiini DML; Slater B; Fisberg RM. Ver Nutr, 17(2):207-216, 2004 Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Instrumentos para Avaliação Dietética Questionário Freqüência Alimentar Recordatório de 24h Registro diários Influências Pessoais: Variação do consumo alimentar para cada dia Preferência alimentares Impulsão para seleção dos alimentos Outras Influências : Sazonalidade Dias atípicos Seqüência da aplicação Entrevistador e informante Outros Slater B; Marchioni DL; Fisberg RM. Rev Saúde Pública, 38(4):599-605, 2004 Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Avaliação Dietética Ingestão de nutriente Média verdadeira do consumo Variância intrapessoal Erro Questionário de freqüência alimentar: Indicado para estudos epidemiológicos, relação de Dieta X Doença Recordatório de 24h e Registros Alimentares Indicado para avaliação da adequação de ingestão de nutrientes Slater B; Marchioni DL; Fisberg RM. Rev Saúde Pública, 38(4):599-605, 2004 Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 CÁLCULO ADEQUAÇÃO – SEGUNDO DRIs Menina 2 anos consumo médio de 5mg de ferro/dia Food and Nutrition Board, 2002 Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Estudo Determination of vitamin B6 Estimated Average Requirement and Recommended Dietary Allowance for children aged 7-12 years using vitamin B6 intake, nutritional status and anthropometry Chang SJ. et al, Am Soc Nutrit Scien, 132:3130-3134, 2002 Amostragem:168 crianças Avaliação consumo dietético: registro alimentar 3 dias (1 fds; 2 sem.) – 2x no início de um semestre e no seu final Antropometria das cç + exames laboratoriais –marcadores diretos e indiretos para piridoxina foram mensurados no plasma, eritrócitos e urina. Forte relação dos marcadores bioquímicos p/ B6 e consumo alimentar de B6 Determinação da EAR (RDA) para vitamina B6: Meninos: 0,8 (1,01) mg/d Meninas: 0,75 (0,89) mg/d Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Estudo A comparison of nutrient intake between infants and toddlers with and without cystic fibrosis Powers SW; Patton SR. J Am Diet Assoc, 103(12):1620-25, 2003 Amostragem: 35 cç c/ FC X 34 cç s/ FC 7 dias de pesagem e registro de todos os alimentos consumidos Treinamento do responsável pela cç e acompanhamento de monitoração por 2 pesagens Sem diferenças estatisticamente significantes entre os 2 grupos O consumo de energia p/ cç com FC não alcança 120 -150% RDA conforme preconizado O consumo de proteína excede nos dois grupos Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Estudo Medeiros LC. et al, J Pediatr, 80(5):363-70, 2004 Ingestão de nutrientes e estado nutricional de crianças em dieta isenta de leite de vaca e derivados Amostragem: 26 cç dieta isenta de LV e derivados ; 30 cç grupo controle Dia habitual alimentar (registro fotográfico + modelos de utensílios) Valores do consumo de nutrientes 2 grupos foram comparados com as DRIs: No grupo em dieta isenta de leite de vaca, há maior número de crianças com ingestão inferior à recomendação para energia, cálcio, fósforo e vitamina D, indicando que a fórmula contribui de forma importante para a ingestão alimentar dessas crianças Setembro / 2005 1 Setembro / 2005 Obrigada!!! *
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