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Didática Aula 8

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Planejamento Didático e os Procedimentos de Ensino – Aula 8
Introdução
Faz-se necessária a contextualização do processo de aprendizagem, sobretudo, quando respaldamos a prática em perspectivas progressistas da educação.
Não temos a pretensão de esgotarmos a temática em questão, sendo importante mencionar que a didática se faz ao caminhar. Porém, acrescentamos que não deve ser uma ação qualquer, mas uma ação pensada, refletida e consciente.
A partir das diversas literaturas especializadas sobre o assunto em pauta, cabe ao professor, fazer a apropriação crítica, a sua leitura própria, (re)significando os modelos de ensino apresentados por estudiosos e praticantes da educação.
Planejamentos e os Procedimentos de Ensino
São meios para alcançar objetivos gerais e específicos do ensino, ou seja, ao “como” do processo de ensino, englobando as ações a serem realizadas pelo professor e pelos alunos para atingir objetivos e conteúdos.
Libaneo – É o caminho para se alcançar objetivos (Libaneo, 2013). Segundo o autor, estamos sempre perseguindo objetivos e estes não se realizam por si mesmos, sendo necessária a atuação docente, ou seja, a organização de ações para atingi-los.
Haydt – Na visão de Haydt (2006), consiste em procedimentos que colocam o aluno em contato direto com coisas, fatos ou fenômenos que lhes possibilitem modificar sua conduta, em função dos objetivos previstos. Dizem respeito às formas de intervenção na sala de aula; são ações, processos ou comportamentos planejados pelo professor, de modo que o aluno entre em contato direto com o conhecimento científico.
Piletti – Para Piletti (2004), trata-se do “como ensinar”, ou seja, de procedimentos de ensino, de estratégias, métodos e técnicas.
Bordenave e Pereira – Para Bordenave e Pereira (1986), método é o conjunto organizado de técnicas e procedimentos empregados pelo professor.
Vejamos algumas definições importantes
Estratégia – É uma palavra emprestada da terminologia militar. Trata-se de uma descrição dos meios disponíveis pelo professor para atingir os objetivos específicos.
Método – O significado etimológico da palavra método é: caminho a seguir para alcançar um fim; um roteiro geral para a atividade. O método indica as grandes linhas de ação.
Técnica – É a operacionalização do método. Se um professor, por exemplo, quer utilizar um método ativo para atingir seus objetivos, poderá operacionalizar esse método através da utilização das diferentes técnicas de dinâmica de grupo.
Procedimentos – Maneira de efetuar alguma coisa. Consiste em descrever as atividades desenvolvidas pelo professor e as atividades desenvolvidas pelos alunos.
Como cada autor descreve a metodologia
Rays – O método de ensino deve ser entendido como o caminho para a promoção de ações pedagógicas conscientes, organizadas criticamente, com a finalidade de tornar o trabalho docente e discente mais fácil e mais produtivo para o alcance das metas desejadas e necessárias para o desenvolvimento integral dos educandos (Rays, 2011).
Para Rays, o tema da metodologia é polêmico, pois a literatura especializada que normalmente aborda esta questão tem deixado em plano inferior as reflexões de cunho epistemológico, o sentido das práticas, e se preocupado mais com abordagens do tipo técnico-instrumental.
Verifica-se a supremacia da dimensão técnico-instrumental na medida em que a literatura tende a apresentar tipos de metodologias ou técnicas, o que poderá induzir ao professor em formação desejar empregá-las sem uma justificativa teórica que se aproxime dos reais propósitos da ação educativa escolarizada.
Respaldados nessa linha de pensamento, pretendemos apresentar algumas sugestões de métodos ou práticas sem perder de vista seu sentido, esperando que o professor em formação se aproprie criticamente. Dessa forma, o professor resgata sua condição de professor pesquisador, sujeito autônomo de sua prática, de modo que não adote um método pelo método, uma técnica pela técnica, sem saber o que está fazendo e por que está adotando tal prática.
Lucy Valentini – Citamos, aqui, o pensamento de uma autora de livros de História, Lucy Valentini (2001): Eu fujo de nomes e métodos, pois penso que o professor de história que veste a camisa de um método corre o risco de se fechar no desafio que cada turma, a cada aula, costuma apresentar.
Afinal, ele lida com pessoas e elas nos surpreendem sempre. A História explica isso. A sala de aula é um nascedouro de raciocínios que fazem uma aula nunca ser igual a outra. O que importa é despertar o interesse do aluno, levá-lo à reflexão e ao espírito crítico... Se isso é método, então é o que eu sigo. Diante desse pensamento de Lucy Valentini, como podemos pensar em adotar um único método de ensino, tendo em vista os diversos contextos em que estamos inseridos?
Por outro lado, também não se trata de diversificarmos os métodos ou técnicas aleatoriamente, como se estivéssemos “atirando para todos os lados”, sem saber aonde chegar, apenas para preenchermos o tempo “ocioso”.
Trata-se de uma prática refletida, fundamentada, conforme já mencionado. Talvez pudéssemos dizer que o melhor método é aquele que o professor tem consciência sobre o que está fazendo e por quê.
Paulo Freire – Para Paulo Freire (1999, p. 155), a formação dos professores devia insistir na constituição deste saber necessário e que me faz certo desta coisa óbvia, que é a importância inegável que tem sobre nós o contorno ecológico, social e econômico em que vivemos.
E ao saber teórico desta influência teríamos que juntar o saber teórico-prático da realidade concreta em que os professores trabalham [...] preciso, agora, saber ou abrir-me à realidade desses alunos com quem partilho a minha atividade pedagógica.
Preciso tornar-me, se não absolutamente íntimo de sua forma de estar sendo, no mínimo, menos estranho e distante dela. E a diminuição de minha estranheza ou de minha distância da realidade hostil em que vivem meus alunos não é uma questão de pura geografia. Minha abertura à realidade negadora de seu projeto de gente é uma questão de real adesão de minha parte a eles e a elas, a seu direito de ser.
Em outras palavras, o autor está sinalizando para a relevância de uma prática contextualizada, não vazia de sentidos, endereçada, desveladora, desmistificadora. É com base nessa linha de pensamento que apresentamos um modelo de prática através da charge a seguir, que denominaremos de: método da desmistifação da ciência, dos fatos, da realidade.
Método da Desmistifação da Ciência, dos Fatos, da Realidade
Um dos desafios dos professores seria criar, na sala de aula, um ambiente onde os alunos se sintam insatisfeitos com as limitações de suas representações, com suas realidades sociais. Realidades essas que estão postas, determinadas e abertas às explicações científicas, no sentido de, através do conhecimento, poder transformar suas realidades sociais, ficando evidente a relevância da conscientização acerca dos fatos, pois, do contrário, não se intervém, não se sai da zona de conforto. Logo, espera-se, com essa prática desveladora, em que se desocultam realidades, contribuir para a formação crítica dos alunos, de modo que eles se inquietem frente à realidade e, a partir da educação, possam melhorar suas condições de vida. Nesse sentido, cabe ao professor não sonegar a ciência a eles, estabelecendo a “ponte” entre a escola e a sociedade.
Modelo da contradição ilustrado
Para ilustrar o modelo da contradição, citamos um exemplo de prática real, em forma de contribuição fornecida pela professora Regina Fátima de Oliveira, aluna em formação continuada docente no curso de licenciatura em Letras da Universidade Estácio de Sá, na modalidade à distância, turma 2013, segundo semestre.
Ao ministrar a disciplina de Inglês, a tarefa prevista no plano de ensino, segundo a professora, é que trabalhasse os cômodos de uma casa, tais como: kitchen, bathroom, bedroom etc. A família da ilustração do livro didático era loura, sorridente, composta de pai, mãe e dois filhos.
Segundo a referidaprofessora, na hora em que preparava a aula a partir das determinações da escola, pensou em como iria apresentar o termo dinning room (sala de jantar), quando a maior parte de seus alunos, segundo seu depoimento em fóruns da disciplina de didática, comiam na cozinha ou sentados no chão da sala e, com sorte, num sofá.
A professora Regina teve que pensar num mini-discurso para falar de diferenças de mundo, da “farsa” das ilustrações dos livros, da ideologia dominante por trás daquilo tudo e acrescentou que parecia até “novela das oito” com aquelas mesas com 12 lugares e aquele café da manhã de hotel 5 estrelas.
Ao tratar desse assunto em um dos fóruns de didática, ela fez o seguinte questionamento:
“Agora, imagine só se eu tentasse apresentar o termo sem ter tido essa preocupação? O que passaria pela cabeça dos meus alunos? Eu falando inglês fluentemente, em cima do meu salto alto, dizendo que o “normal” é a pessoa jantar no seu ‘dinning room’ e os alunos comendo no chão?” Entretanto, apesar da contradição entre teoria e prática, entre conhecimento científico, escolarizado e conhecimento popular, não significa dizer que a professora não deveria ensinar os termos, o vocabulário sofisticado, pois, de outra forma, como contribuir para a libertação da condição de opressão? Como contribuir para transformar realidades sociais?
Sendo assim, ao compreendermos a educação como instrumento de mudança social, cabe ao professor, sim, partir das realidades dos educandos, mostrar as contradições e instigá-los ao desejo de intervenção social, pois ele não transforma quando acredita que tudo está determinado e que não há mais nada a fazer.
Para reforçar essa análise, vejamos o que Paulo Freire assinala: “Não é se mudando para a favela que ele, o professor, mostrará solidariedade aos alunos, pois, para o autor, isso seria considerado suicídio de classe. Trata-se, então, de, em nossa prática, rompermos com a visão fatalista de mundo, acreditando em possibilidades, fazendo com que nossos alunos também acreditem que são capazes de construir uma nova ordem social.”
Método da Aula Prática/ Aula-passeio
Até o momento, estamos falando de metodologias de ensino respaldadas na perspectiva crítica e progressista da educação, mas não existem apenas essas. Faz-se necessário apontarmos para outras práticas consideradas ativas, na medida em que se permite a participação do aluno no processo de aprendizagem; porém, não garantem necessariamente uma visão crítica sobre o que se está estudando.
Para exemplificar o que estamos dizendo, segue um exemplo de aula que denominaremos de método da aula passeio. Vale acrescentar que o exemplo da aula de pesca foi retirado da obra de Andrea Ramal (1999) intitulada Histórias de gente que ensina e aprende.
Aproveitaremos para fazer uma análise crítica não da autora, que oferece uma contribuição ao destacar em seu livro várias situações do cotidiano escolar, mas da prática apontada por ela que, certamente, teve a intenção de suscitar nos leitores uma reflexão crítica sobre a docência.
Você pode imaginar o sentido dessa prática?
Não, isto não é possível.
A prática foi desprovida de sentidos, com a finalidade de apenas ocupar tempo ocioso, ou seja, uma prática pela prática, com finalidades imediatistas e com um fim em si mesmo, pois, além da professora, apenas, ter demonstrado a pescaria no plano concreto, talvez, devido ao fato de estar trabalhando em sala de aula o conceito de atividade comercial.
Ela não deixou claro o porquê desse estudo, não articulando ao contexto dos alunos, às suas realidades regionais. Os alunos poderiam aproveitar esse aprendizado para organizar melhor suas vidas junto aos seus familiares, verificando, dentre outras informações, qual a melhor época para a pescaria, de modo que não se esgotassem os recursos naturais.
Enfim, poderiam ter trabalhado outros temas a partir da aula da pesca, tais como alimentação, saúde e meio ambiente.
Mas claro que estamos fazendo aqui uma análise isolada da prática em questão, pois não podemos negar que aulas-passeio trazem motivação aos alunos, na medida em que deixam de estudar, apenas, ouvindo seu professor dissertar.
Adotar as aulas-passeio como estratégia é louvável, mas, se desejamos contribuir para a formação crítica e emancipada das novas gerações, não podemos parar por aí.
Cabe ao professor retornar para a sala de aula e atribuir um sentido mais amplo sobre a atividade realizada, além de uma simples demonstração, frustrando os alunos em não permitir a experimentação, ou seja, o aprender fazendo. Aproveitando aqui a “deixa” do “aprender fazendo”, destacaremos a seguir outro método de ensino, ressaltando que também aprendemos pela diferença. Isso quer dizer que, ao assistirmos ou participarmos de uma aula como alunos, podemos aprender, também, sobre o que não devemos fazer quando assumirmos a docência.
Método de aprender fazendo
Tomaremos como base os ensinamentos de J. Dewey (1859-1952): “Agir como uma meta é agir inteligentemente. Aprender fazendo”.
Ação precede o conhecimento e o pensamento. “Antes de existir como um ser pensante, o homem é um ser que age”. Trata-se de um método ativo que valoriza a experiência concreta do aluno, que observa, manipula materiais, objetos, experimenta, pesquisa. É considerado método da descoberta, pois o aluno fica em contato direto com o meio natural, tendo como objetivo o desenvolvimento espontâneo e intelectual.
Método de Produção de Conhecimentos
Podemos partir de um tema gerador de polêmicas, mas não se trata de um tema qualquer. É preciso que esteja relacionado à disciplina em questão.
Se pensarmos na disciplina de ciências biológicas, podemos partir de temas como: meio ambiente, saúde, alimentação, doenças sexualmente transmissíveis, higiene, obesidade e tecnologia, dengue etc., pois não conseguiríamos finalizar essa lista de temas polêmicos e geradores de discussão e trabalho no espaço de sala de aula.
Se pensarmos na disciplina de Matemática, podemos apontar temas como: cálculos, operações matemáticas, compras, consumo, gráficos, porcentagem, levantamento de índices estatísticos.
Estilos de Sala de Aulas
A seguir, podemos comparar, através dos desenhos, dois estilos de sala de aula: O primeiro, o modelo de uma aula tradicional; O segundo, o modelo interativo, em forma de rede, em que não sabemos mais onde começa o processo de aprendizagem e onde termina, se é que termina.
Vamos refletir sobre os modelos de sala de aula A e B expostos a seguir?
Modelo A – Nesse caso, o professor faz um monólogo e sequer se dá conta das necessidades especiais de seus alunos. Ele é distante, formal e determina o conhecimento como verdade absoluta. Não há produção de conhecimentos, produção de saberes.
Modelo B – Já no modelo de sala de aula B, é difícil precisar em que ponto se iniciou o processo de aprendizagem; se iniciou no professor ou no aluno a, b ou c, pois, a ênfase é na coletividade, na participação democrática, na interação social, na dialética.
Método da Interdisciplinaridade
O método da interdisciplinaridade se dá pelo estabelecimento de relações entre as temáticas de ensino de uma mesma disciplina.
O ensino interdisciplinar nasce da proposição de novos objetivos, de novos métodos, de uma nova pedagogia, cuja tônica primeira é a supressão do monólogo e a instauração de uma prática dialógica. Para tanto, faz-se necessário a eliminação das barreiras entre as pessoas que pretendem desenvolvê-las.
Não significa desrespeitar a “verdade” de cada disciplina; é uma relação dialógica em que a posição é de construção do conhecimento.
A atitude interdisciplinar nos ajuda a viver o drama da incerteza e da insegurança. Possibilita-nos dar um passo no processo de libertação do mito do porto seguro (Japiassu, in: Fazenda, 1991, p.35).
Para ilustrar um caso de falta de visão interdisciplinar, mencionaremos aqui um diálogo entre aluno e seu professor de língua portuguesa:
Aluno – Professora, o que é Teorema de Pitágoras?
Professora – Não sei, vai perguntar para o professor de matemática!!Com o exemplo citado, fica evidente que o professor da língua portuguesa não foi preparado para trabalhar de forma interdisciplinar.
Ele perde a oportunidade de construir conhecimentos com seu próprio aluno, buscando informação sobre o conceito ou significado do termo “Teoremas de Pitágoras”, o que poderia contribuir para o aprendizado do aluno na própria disciplina de matemática.
Outras possibilidades de métodos, técnicas, estratégias, recursos ou instrumentos
Vamos ver outras possibilidades de métodos, técnicas, estratégias, recursos ou instrumentos que, normalmente, são citados na literatura especializada e que você poderá consultá-las para maior aprofundamento.
Vamos nos limitar, então, apenas a citá-los, indicando ora a referência, apresentando uma breve explicação sobre os mesmos, ora tomando como orientação a nossa própria prática de professores que formam professores. São eles: aula expositiva, estudo dirigido, jogos, dramatização, estudo de casos, método de projetos etc. (Haydt, 2006).
Percebe-se que há similaridades entre os autores no que diz respeito às estratégias, procedimentos ou técnicas de ensino. Vale reforçar que assimilar mecanicamente os termos é irrelevante frente à importância de o professor se responder sobre o sentido da prática, sobre o objetivo que deseja alcançar com ela.
Aula expositiva – É o método mais simples e conhecido, em que o professor fala e o aluno escuta passivamente. Normalmente, o conteúdo é transmitido linear e hierarquicamente do professor para o aluno como verdade absoluta.
Trata-se de um modelo tradicional de ensino; entretanto, a nossa prática indica que podemos (re)ssignificar a aula expositiva e torná-la, além de expositiva, interativa, ao dialogarmos com os alunos sobre o objeto de estudos em questão, “quebrando” a rotina de uma prática mais conservadora quando apenas o professor é o centro do processo de aprendizagem.
Estudo Dirigido – É uma estratégia que, quando bem utilizada, pode oferecer bons frutos. O professor propõe algumas temáticas de estudo e orienta literaturas, pesquisas, incentivando a autonomia do educando.
Entretanto, há professores que adotam o estudo dirigido como prática elencando um número significativo de perguntas com respostas e solicitando ao aluno que as memorize.
Posteriormente, seleciona perguntas do próprio estudo dirigido para a prova e exige que as respostas dos alunos sejam as mesmas que ele determinou, ou seja, o professor padroniza as respostas que os alunos deverão apresentar.
Como se vê, a grande questão são os fundamentos da prática, pois as estratégias, as técnicas ou recursos serão utilizados de acordo com a visão de educação que o professor apresenta.
Jogos – São uma estratégia ou técnica que torna a aula mais lúdica. O professor pode criar jogos tais como cruzadas, jogo da memória, trilha, competições entre os alunos.
O ideal é que o jogo, assim como qualquer outra estratégia, não tenha um fim em si mesmo. Em outras palavras, é importante que o professor tenha objetivos, saiba o que está fazendo e por quê.
Dramatizações – Através do teatro, criar situações de estudo que poderão ser representadas pelos educandos.
Estudo de Caso – O professor pode propor uma situação-problema para que os alunos resolvam e proponham soluções. É importante ressaltar que as soluções não sejam aleatórias, espontaneístas, e sim fundamentadas, evitando-se assim que os alunos “atirem” para todos os lados sem saber onde chegar.
Método de projetos – Permitir que os alunos escolham as temáticas de estudo relacionadas à disciplina, cabendo ao professor fazer um trabalho de orientação sobre o que pesquisar, como pesquisar, para que pesquisar; além da orientação acerca da produção de texto, em que o aluno apresentaria os resultados de sua pesquisa.
Esse método valoriza mais o processo de aprendizagem em detrimento do produto final, sendo mais aceito nos cursos superiores.
Denominação de Método
Para Santos e Grumbach (2005), o método pode ser denominado de:
Analógico – É aquele que faz a integração dos outros dois.
Dedutivo – É aquele que vai do geral para o particular.
Indutivo – É aquele que vai do particular para o geral.
Ao se referirem ao geral, os autores estão sinalizando para o conceito abstrato, universal, para o conhecimento científico. Ao se referirem ao particular, eles sinalizam para casos concretos, específicos, reais.
Cabe ao professor dialogar com essas duas lógicas, articulando-as dialeticamente e apresentando suas próprias respostas, sobretudo, quando respalda a prática em perspectivas progressistas, crítica da educação.
Recursos Didáticos: Meios Auxiliares da Prática
Baseados em nossa experiência docente, apresentamos mais alguns recursos didáticos que são definidos como meios auxiliares da prática que facilitam o aprendizado; fontes de ajuda que vão dos mais simples aos mais sofisticados; porém, não substituem o professor.
Recursos materiais – Naturais: animais, plantas, água; Inanimados: equipamentos: data show, TV, vídeo, retroprojetor, slides, gravuras, quadro, jornal, revista, cartaz, fotos, computador, textos etc.
Recursos humanos – Aluno, professor, pessoal da escola, comunidade. Para finalizar esta aula, listamos mais algumas possibilidades de práticas, ações pedagógicas, métodos, estratégias, técnicas, procedimentos ou recursos.
Mapas conceituais – São diagramas indicando relações entre conceitos ou entre palavras usadas para representar conceitos.
Embora normalmente tenham uma organização hierárquica e, muitas vezes, incluam setas, tais diagramas não devem ser confundidos com organogramas ou diagramas de fluxo, pois não implicam sequência, temporalidade ou direcionalidade, nem hierarquias organizacionais ou de poder.
Mapas conceituais são diagramas de significados, de relações significativas; de hierarquias conceituais, se for o caso [...]
Mapas conceituais não buscam classificar conceitos, mas sim relacioná-los (Moreira, 1997).
Acrescenta-se que os termos e palavras-chave podem surgir como temas geradores de discussão e a partir da realidade dos educandos, tornando assim o aprendizado significativo.
Aulas teletransmitidas (teleaulas) – O professor, atrás de uma câmera, disserta sobre o conteúdo. A forma como ele operacionalizará essa ação também dependerá de sua concepção de educação, pois ou bem poderá dissertar linearmente, seguindo uma sequência rígida, previamente determinada com a ajuda de slides ou dissertar fazendo questionamentos, indagando-se, indagando o outro, e não necessariamente aprisionado ao recurso do datashow.
Fóruns – São espaços virtuais de aprendizagem em que um professor tutor é o mediador dos diversos saberes/ posicionamentos, valendo ressaltar que também a forma como esta técnica é operacionalizada dependerá da concepção que se tem de educação.
Chat – É uma conversa online entre duas ou mais pessoas; entretanto, como se trata de formação acadêmica, não deverá ser uma conversa qualquer, mas sobre o objeto de estudos em questão, e poderá ser em tempo real.
Tecnologia móvel (tablets, celulares, iphone) – Recursos móveis em que o aluno poderá ter acesso ao webaula, aos conteúdos online e acessá-los em diversos lugares, administrando seu próprio ritmo e tempo de estudos.
Sala de aula invertida – O professor não fica mais posicionado à frente dos alunos dissertando para que eles ouçam apenas, mas os alunos que vão em busca do professor para obter orientação, tirar dúvidas sobre conteúdo etc.
Plataforma Mooc (cursos abertos online massivos) – Com mais de um século de história e regulamentada no Brasil desde 1995, a Educação a Distância (EaD) já está consolidada no Brasil, mas nem todos estão familiarizados com o termo MOOC (Massive Open Online Course), conceito que vem ganhando visibilidade nos últimos anos.
Os MOOCs têm se disseminado por meio de diversas plataformas espalhadas pelo mundo, atraindo milhares de adeptos.
O que diferencia um MOOC de uma iniciativa tradicional de EaD é principalmente a abrangência. Os MOOCs são pensados para atender a umnúmero massivo de estudantes, além de ser majoritariamente gratuitos e de curta duração.
O Professor e as Novas Tecnologias Educacionais
Acredita-se que o professor poderá explorar tais recursos; que não podemos mais negar a presença das novas tecnologias no setor educacional, tendo em vista que cada vez mais as novas gerações são consideradas usuárias que navegam na internet com intensa facilidade, “saltando” de um ponto a outro, explorando links e buscando informação com mais autonomia.
Kensky (1998) ressalta que as velozes transformações tecnológicas da atualidade impõem novos ritmos e dimensões à tarefa de ensinar e aprender. É preciso que se esteja em permanente estado de aprendizagem e de adaptação ao novo.
Levando em conta que o conhecimento se encontra desterritorializado; a informação indo para todas as direções em forma de rede e não mais de reta, rota, conforme Marco Silva (2010); fazem-se necessárias novas posturas por parte de alunos e professores diante do saber.
O leitor, denominado por Andréa Ramal (1998) de “leitautor”, participa ativamente do processo de construção de conhecimento, não ficando preso a um único aspecto: o livro, a página, o texto.
Rompe-se a leitura linear, desaparece a noção de página. Nada mais é fixo, estático, tratando-se das multimídias, do hipertexto (conjunto de textos, imagens, sons, enfim, estímulos) como se fosse um caleidoscópio, conforme nos ensina Pierre Levy (1994).
A Construção do Saber
O espaço cibernético está se tornando um lugar essencial para a construção do saber, uma vez que abre infinitas possibilidades. Surge, então, uma nova cultura de aprendizagem com a emergência de uma nova inteligência, a inteligência coletiva (Levy, 1994) ― tudo isso graças a essa nova forma de cooperação e coordenação em tempo real.
Sobre esse fenômeno da plasticidade da informação, reflexos já se fazem sentir no campo da educação e todos, em especial, professores e alunos, poderão se beneficiar.
Porém, faz-se necessária a atualização docente, visando atender às demandas sociais atuais, sob risco de os professores ficarem na contramão da história.
Não há mais como evitar essa realidade no campo educacional, o que requer do educador novas posturas para planejar o cenário pedagógico, levando em conta que cada vez mais pessoas se tornam usuárias e navegam com intensa facilidade no espaço virtual.
Inclusão Digital
Marco Silva (2003) se refere à infoexclusão, afirmando que deve ser combatida. Para esse estudioso, não basta ter acesso à informação digitalizada:
Se não houver investimento na formação dos usuários para que a tecnologia não seja subutilizada, não haverá inclusão digital de fato, e a internet perderá a perspectiva democratizante.
É preciso qualificar comunidades excluídas dotando-as de competências para participar na era digital, na cybercultura, na sociedade da informação. Softwares educativos devem ser concebidos para potenciar a aprendizagem e o trabalho do professor (Ibid., p. 262), e não para servir como mero instrumental.
Computadores ligados à internet disponíveis aos alunos não implicam aulas interativas capazes de promover o desenvolvimento da autonomia e visão crítica de mundo dos estudantes.
Cybercultura é uma metodologia de ensino fechada, sem a possibilidade de estabelecer relações de reciprocidade entre educador e educando no universo cibernético, não permite a colaboração na manipulação das informações, que ganham sentido através das ações de cada indivíduo, o qual deixa de ser mero receptor para tornar-se também emissor da informação (Ibid.).
Diante disso, é preciso estimular os alunos a uma nova atitude frente à cybercultura, tendo em vista os modelos tradicionais, conservadores enraizados e presentes, ainda hoje, início do século XXI, nas escolas e universidades.
O ambiente virtual requer do docente:
– Entender o contexto atual e buscar soluções para os problemas encontrados na vida profissional e cotidiana;
– Incentivar a imaginação, a criatividade, a socialização entre os parceiros de aprendizagem;
– A capacidade de investigar e escolher a opção “mais adequada”, ainda que provisória, bem como utilizar e indicar fontes de consulta, sem, no entanto, perder de vista a atribuição de um sentido maior ao processo educacional.
O ambiente em sala de aula
Silva (2010, p. 27-45) propõe que a sala de aula seja interativa e considerada um ambiente em que:
[...] o professor interrompe a tradição de falar/ditar, deixando de identificar-se com o contador de histórias, e adotar uma postura semelhante a do designer de software interativo.
Ele constrói um conjunto de territórios a serem explorados pelos alunos e disponibiliza co-autoria de múltiplas conexões, permitindo que o aluno também faça por si mesmo [...] uma possibilidade libertadora da autoria do usuário sobre sua ação de conhecer.
O educando assumirá, então, o papel de conduzir seu próprio saber e será não mais aquele que se submete à emissão do professor, mas aquele que (re)inventa a mensagem, salta de um ponto a outro fazendo o seu próprio roteiro, não seguindo mais as páginas do livro de modo unitário e contínuo (Silva, 2010, p. 85).
Atividade proposta
1) A partir dos termos destacados, produza um texto de 10 linhas, tomando como referência a pedagogia progressista: – Prática pedagógica; / – Conhecimento.
Gabarito 1 – Você deverá dissertar em relação ao termo prática pedagógica, sinalizando para a importância do professor adotar um método problematizador, método da conscientização, de mediação dos diversos saberes em sala de aula, instigando os educandos a desenvolver um pensamento crítico, questionador frente aos fatos determinados, rompendo-se com o modelo linear, tradicional de ensino.
Já no termo conhecimento, espera-se que você aponte para a relevância de se desmistificar a ciência, cabendo ao professor partir do saber do educando, de suas realidades, devolvendo de forma sistematizada e científica, não sonegando o conhecimento ao aluno, sob o risco de submetê-lo à condição de opressão.
Em ambos os termos, é bem-vinda a lembrança de que práticas pedagógicas tanto podem contribuir para a reprodução do sistema como para a sua transformação e que, para isso, dependerá da forma como o professor trata o conhecimento.
Resumo do conteúdo
Nesta aula, você:
– Distinguiu os tipos de recursos didáticos;
– Reconheceu a relevância dos fundamentos da educação e não, necessariamente, dos recursos didáticos, da técnica em si adotada de forma isolada e sem contexto;
– Identificou que a forma como o professor trabalha o conhecimento dependerá de sua concepção de educação e que se refletirá no tipo de formação oferecida ao educando;
– Reconheceu que a educação tanto pode ser considerada instrumento de opressão como de transformação e libertação.
Próximos passos:
– Planejamento de ensino;
– Avaliação escolar.

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