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Pedagogia Trabalho de conclusao de curso TCC

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1
� PAGE \* MERGEFORMAT �15�
EDUCAÇÃO INFANTIL: EXPRESSÃO ATRAVÉS DAS ARTES PLÁSTICAS 
DEBORTOLI, Marizelda Gomes �
RU: 931687
BANDEIRA, Liana ² 
RESUMO
O presente estudo aborda o tema: a arte na educação infantil e seus principais objetivos são: buscar conhecimentos a cerca do valor das artes plásticas na educação infantil como expressão de sentimentos, refletir sobre a contribuição da arte para a formação integral das crianças da educação infantil, compreender a criança como sujeito dotado de direitos e constituída por diversas maneiras de ver sentir e agir exercitando o máximo de linguagens expressivas à cerca da sua produção artística e sensibilização para o belo. Utiliza-se da pesquisa bibliográfica descritiva. As obras analisadas de vários autores forneceram suporte básico para a realização do objetivo proposto. Os principais autores que fundamentam este estudo são: Albinati (2009), Barbieri (2012) Craidy e Kaercher (2001), Cunha (1999) e Ferraz (2001). Optou-se por esta técnica de pesquisa por possibilitar uma ampla dimensão teórica da análise realizada, para o cumprimento dos objetivos desta pesquisa, tem como justificativa o fato da temática proporcionar prazer e possibilidades de trabalhar de forma lúdica e criativa. A questão problema do estudo fica à cerca de descobrir qual a importância das artes plásticas para a formação da criança na educação infantil? Ao longo das leituras e estudos realizados foram surgindo as seguintes categorias: 2.1 O ensino da arte no Brasil: breve histórico reflexivo; 2.2 Educação infantil definindo termos; e Artes plásticas na educação infantil o que fazer? Sabe-se que todo ser humano culturalmente produz ou convive com manifestações artísticas inseridas em seu meio, e, no entanto nem sempre tais obras são apreciadas, valorizadas ou caracterizadas como arte, mesmo fazendo parte de sua identidade. A pesquisa colabora para o desenvolvimento de um pensamento critico, ampliando conceitos e entendimentos a partir padrões encontrados no decorrer do estudo sobre as artes plásticas na educação infantil. 
 
Palavras – chave: Criança. Educação infantil. Artes plástica
1 INTRODUÇÃO
O cotidiano das escolas de educação Infantil é permeado por práticas expressivas com linguagens artísticas. Essas linguagens são instrumentos de comunicação usuais na ação da criança sobre o mundo e no fazer pedagógico do professor. O trabalho com a arte na educação infantil ajuda cada criança a descobrir como é seu mundo de invenções, abrir a porta para novos conhecimentos e assim, aprender a imaginar e fazer. 
Este artigo tem como tema: a arte na educação infantil e seus principais objetivos são: buscar conhecimentos a cerca do valor das artes plásticas na educação infantil como expressão de sentimentos refletir sobre a contribuição da arte para a formação integral das crianças da educação infantil, compreender a criança como sujeito dotado de direitos e constituída por diversas maneiras de ver sentir e agir exercitando o máximo de linguagens expressivas à cerca da sua produção artística e sensibilização para o belo. 
Esta pesquisa centraliza-se na necessidade de investigar a produção teórica sobre o ensino das artes plásticas na educação infantil e buscar subsídios que justifiquem a importância de formar para a sensibilidade artística através da expressão infantil. A questão problema desta pesquisa é descobrir qual a importância das artes plásticas para a formação da criança na educação infantil? 
 	A metodologia utilizada foi de pesquisa bibliográfica descritiva. As obras analisadas de vários autores forneceram suporte básico para a realização do objetivo proposto. Os principais autores que fundamentam este estudo são: Albinati (2009), Barbieri ( 2012) Craidy e Kaercher ( 2001) , Cunha(1999) e Ferraz (2001). 
Optou-se por esta técnica de pesquisa por possibilitar uma ampla dimensão teórica da análise realizada, para o cumprimento do objetivo desta pesquisa.
Esta pesquisa está dividida em três subtítulos denominados: O ensino da arte no Brasil: breve histórico reflexivo, Educação Infantil: Definindo Termos e Artes Plásticas na Educação infantil o que fazer? 
A arte é uma maneira de brincar no mundo, pensar o mundo, de estar no mundo de se comunicar. Desse ato de brincar por meio do ensino da arte, conduz a criança a vivenciar-se, perceber-se e reconhecer-se, estimulando a sua natureza, elevando a autoestima, e fazendo com que reconheça o seu valor. 
Sabe-se que todo ser humano culturalmente produz ou convive com manifestações artísticas inseridas em seu meio, e, no entanto nem sempre tais obras são apreciadas, valorizadas ou caracterizadas como arte, mesmo fazendo parte de sua identidade.
Na educação infantil o lúdico permeia todas as atividades da criança no instante em que está criando um desenho, toda a sua imaginação está voltada para aquela ação. Muitas vezes o ato de desenhar vem acompanhado por sons e movimentos corporais nos quais a criança integra suas percepções a cerca daquela criação. Portanto, é importante permitir este espaço e tempo de organização da criança ao sistematizar suas fantasias.
	Nesse aspecto, a função da escola é primordial, que por meio do conhecimento, da análise, da apreciação e do fazer arte, promove essa alfabetização estética, que possibilitará a leitura dos alunos a diferentes códigos culturais.
2 EDUCAÇÃO INFANTIL: EXPRESSÃO ATRAVÉS DAS ARTES PLÁSTICAS 
2.1 O ENSINO DA ARTE NO BRASIL: BREVE HISTÓRICO REFLEXIVO 
Sabe-se que a arte acompanha desde muito cedo, o processo de evolução da humanidade, e surge inserida nos mais diversos contextos. Para melhor compreendê-la é importante conceituar a palavra “arte”.
Arte significa não saber que o mundo já é e fazer um. Não destruir nada que se encontra, mas simplesmente não achar nada pronto. Nada mais que possibilidades. Nada mais que desejos. E de repente, ser realização, ser versão, ter sol sem que se fale disso, involuntariamente. Nunca ter terminado nunca ter o sétimo dia. Nunca ver que tudo é bom. Insatisfação é juventude. ( RILKE, 2007, p 14) 
Para a teoria da expressão, a arte é algo feito pelo homem e expressa as suas emoções. 
Zagonel (2008) diz que a tarefa de tentar definir a arte gera discussões intermináveis, motivo este de não haver uma definição abrangente ou precisa o suficiente. Tal palavra costuma ser usada com diferentes significados: a arte de executar bem alguma tarefa, a arte de preparar algo ou de dominar alguma técnica, ou pode ser usada corriqueiramente e popularmente para definir quando a criança está inventando algo diferente: “Essa criança esta fazendo arte”.
De acordo com inúmeros estudos sobre o ensino da arte observa-se que o Brasil tem o péssimo hábito, de praticar ações, simplesmente porque os países do primeiro mundo assim o fazem. A exemplo disso, o ensino da arte na Europa. Em que somente tinha acesso ao ensino das artes, os filhos da nobreza (elite). Deste modo, era privilégio de poucos. 
Em 1826 conforme afirma Santos (2006) Com a criação da academia imperial de belas artes, no Rio de Janeiro instalou-se oficialmente no país, o ensino artístico, seguindo o modelo europeu. O desenho passou a ser matéria obrigatória nos anos iniciais de estudo passou a ser considerada a base para todas as artes. 
No processo histórico do ensino de artes nas escolas brasileiras ocorreram algumas mudanças terminológicas, em que diferentes nomenclaturas foram utilizadas para designar o campo do saber articulado entre arte e ensino.
Tais nomeações sempre estiveram vinculadas às concepções sobre a educação, abordagens pedagógicas e a relevância do ensino de artes presentes em determinados momentos da história.
 Essa área do conhecimento, que atualmente denomina-se Artes, iniciou-se com a proposta “Educação Através da Arte”, difundida no Brasil em 1948 a partir das ideias do filósofo inglês Hebert Read. Tal proposta era um movimento educativo e cultural dentro dos moldes do pensamentoidealista e democrático. No currículo escolar, inicialmente foi utilizada a denominação “Educação Artística” pela Lei 5692/71, que propunha uma valorização da tecnicidade e profissionalismo, dentro de uma lei com concepções tecnicistas. Em oposição ao pensamento de um ensino voltado para a profissionalização, no final da década de 70 constituiu-se um movimento chamado “Arte-Educação”, fundamentado pelas ideais da “Escola Nova” e da Educação Através da Arte, caracterizado pelo posicionamento idealista. (FUSARI; FERRAZ, 2001, p.19)
Durante o planejamento didático é importante que os educadores reflitam sobre quem é o sujeito aprendente, seus potenciais e singularidades considerando os como seres em desenvolvimento e sujeitos de culturas e infâncias diferenciadas. Que definitivamente dê valor à criança e que a toque significativamente, formando-a e transformando-a.
O incentivo à curiosidade pela manifestação artística de diferentes culturas, por suas crenças, usos e costumes, pode despertar no aluno o interesse por valores diferentes dos seus, promovendo o respeito e o reconhecimento dessas distinções; ressalta-se assim a pertinência intrínseca de cada grupo e de seu conjunto de valores, possibilitando ao aluno reconhecer em si e valorizar no outro a capacidade artística de manifestar-se na diversidade. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: ARTE, 1997, p. 37) 
Os elementos estéticos presentes em um grupo social trazem significados diversos para diferentes pessoas. As pessoas de um modo geral respaldam suas opiniões de acordo com sua subjetividade, por não notarem o real significado que os elementos trazem. A partir disso, deixam de vivenciar o significado e a experiência do apreciar, criticar e analisar, confundindo o “eu não entendo” com o “eu não gosto”.
O ensino de Artes no Brasil sofreu mudanças em todo seu processo, desde o século XX até os dias atuais. A forma como foi sendo ensinada e as modificações no currículo estão vinculadas às tendências teóricas vigentes em cada período. Além do conhecimento sobre o que é ensinar Artes e como efetivar o ensino na escola, é fundamental que o professor compreenda suas responsabilidades por meio do conhecimento e reflexão sobre o processo do ensino de Artes. 
O ensino de Artes é componente curricular obrigatório desde a Educação Infantil até o Ensino Médio e seu ensino esta garantido na Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, determinando no artigo 26, § 2º: “O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”
 Ao refletir sobre essa área ao longo da história, é possível repensar e reconstruir a prática docente, rompendo com paradigmas tradicionais e concepções que não proporcionam uma aprendizagem significativa. Considerando a subjetividade que envolve uma análise, esta deve ser realizada sob uma perspectiva crítica e sensível por parte do educador, para que este possa se reconhecer na construção histórica, refletindo sobre a importância do ensino atualmente, em que cada vez mais é valorizado o sujeito inovador e criativo na sociedade.
A comunicação entre as pessoas e as leituras de mundo não se dão apenas por meio da palavra. Muito do que se sabemos sobre o pensamento e os sentimentos das mais diversas pessoas, povos, países, épocas são conhecimentos que obtivemos única e exclusivamente por meio de suas músicas, teatro, pintura, dança, cinema, etc. (GUERRA, 1998, p. 13)
Ana Mae Barbosa (2003) menciona que é por meio da Arte que a pessoa desenvolve a percepção e a imaginação, aprende a realidade do meio ambiente, desenvolve a capacidade crítica, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade, que foi analisada. 
Para auxiliar o professor na efetivação do ensino de Artes nas escolas, conforme as exigências da Lei há uma sistematização metodológica fundamentada no Referencial Curricular para a Educação Infantil e nos Parâmetros Curriculares Nacionais que compõem a Área de Linguagens, Códigos, e suas tecnologias.
Nesses documentos, o ensino da Arte é tratado como conhecimento histórico e cultural, constituindo-se de diversas linguagens, como: as Artes Visuais (linguagem que tem a imagem fixa ou em movimento como objeto); o Teatro (cujo objeto é a ação dramática); a Música (constituída da composição sonora – articulação entre som e silêncio) e a Dança (com o gesto e o movimento corporal como objetos). (ACERVOS COMPLEMENTARES: AS ÁREAS DO CONHECIMENTO NOS DOIS PRIMEIROS ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL, 2009, p.48).
Os PCNS de Arte são meios de consulta que podem nortear o trabalho do professor, servindo como um suporte para a reflexão, que pode possibilitar mudanças qualitativas na ação do professor em sala de aula. Considera-se, portanto como um avanço na dimensão do ensino da disciplina pois a partir do momento em que ele incorpora os três eixos norteadores, como produzir, apreciar e contextualizar, o documento aponta perspectivas de trabalho e de compreensão da arte para além de atividades descoladas do contexto dos estudantes e meramente tarefeiras. 
Cabe aos educadores que acreditem no ensino das artes para o desenvolvimento integral das crianças da educação infantil buscar formação constante e incessantes pesquisas, refletir e construir sua prática buscando suporte pedagógico e metodológico para a atuação profissional no ensino das artes.
No contexto da educação escolar, a disciplina Arte compõe o currículo compartilhado com as demais disciplinas num projeto de envolvimento individual e coletivo. O professor de Arte, junto com os demais docentes e através de um trabalho formativo e informativo, tem a possibilidade de contribuir para a preparação de indivíduos que percebam melhor o mundo em que vivem, saibam compreendê-lo e nele possam atuar. (FERRAZ, 2001, p.24) 
Acompanhando a trajetória da arte observa-se que é uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. 
2.2 EDUCAÇÃO INFANTIL: DEFININDO TERMOS
Por muito tempo, a educação das crianças era considerada tarefa das famílias, era no seu grupo social que a criança aprendia a tornar-se membro deste grupo. Por um longo período da história da humanidade nenhuma instituição compartilhou com as famílias esta responsabilidade, o que permite dizer que a educação infantil como conhecemos hoje institucionalizada e complementar a ação da família ainda é algo muito recente. Vejamos o que diz a história do que é hoje o primeiro nível de educação básica. 
Mudanças foram possíveis, porque mudou também a concepção que as pessoas tinham de crianças, elas deixaram de serem vistas como adultos em miniatura para tornarem-se graças a legislação sujeitos de direitos. 
o surgimento das instituições de educação infantil esteve de certa forma relacionado ao nascimento da escola e do pensamento pedagógico moderno que pode ser realizado entre os séculos XVI E XVII. A escola muito parecida com a que temos hoje organizou se porque ocorreu um conjunto de possibilidades: a sociedade na Europa mudou muito com a descoberta de novas terras, com o surgimento de novos mercados e com o desenvolvimento cientifico, mas também com a invenção da imprensa, que permitiu que muitos tivessem acesso a leitura (da bíblia principalmente) a igreja teve um papel importante na alfabetização e, em virtude das disputas religiosas entre católicos e protestantes, os dois lados se esforçaram para que seus fieis tivessem um mínimo domínio da leitura e da escrita. (CRAIDY E KAERCHER, 2001)
Com o surgimento da sociedade industrial, novas exigências educativas também surgiram para dar conta das novas funções no universo do trabalho. 
Para o nascimento da escola moderna uma série de outras condições foi necessária e uma delas foi à forma de encarar a infância, que passou a conceder um espaço que antes não existia, a organização de espaços próprios para a educação decrianças, as escolas, o surgimento de especialistas que falavam das características e necessidades específicas da infância e da criança em desenvolvimento. 
CRAIDY e KAERCHER (2001, pg 28) “As creches e pré-escolas surgiram depois das escolas e o seu aparecimento tem sido muito associado com o trabalho materno fora do lar, a partir da revolução industrial”. 
Isso tudo se relaciona também, com uma nova estrutura familiar formada por pai mãe e filhos, a conjugal; e não mais uma família organizada de forma ampliada, com muitos adultos em que as crianças nem sempre eram cuidadas pela figura materna. 
Através dos estudos até aqui realizados é possível à compreensão de que para justificar o surgimento das escolas de educação infantil uma série de ideias sobre o que constituía uma natureza infantil. Assim, no surgimento das creches e pré-escolas conviveram argumentos que davam importância a uma visão mais otimista da infância e de suas possibilidades.
As creches e pré- escolas surgiram a partir de mudanças econômicas politicas e sociais que ocorreram na sociedade pela incorporação das mulheres, à força de trabalho assalariado, na organização das famílias, num novo papel da mulher, numa nova relação entre os sexos, para citar apenas as mais evidentes. Mas também por razões que se identificam com um conjunto de ideias novas sobre a infância, sobre o papel da criança na sociedade e de como torna-la através da educação, um individuo produtivo e ajustado às exigências deste conjunto social. (CRAIDY E KAERCHER, 2001)
Em comum acordo com movimentos nacionais e internacionais a declaração universal dos direitos da criança e do adolescente orientou a transição do entendimento de creche como favor aos menos favorecidos financeiramente para a compreensão desses espaços como um direito de todas as crianças à educação independente de seu grupo social. 
Segundo o parecer CNE/ CEB (20 2009) 
O atendimento em creches e pré - escolas como um direito social das crianças se concretiza na constituição de 1988, com o reconhecimento da educação infantil como dever do estado com a educação, processo eu teve ampla participação dos movimentos comunitários, dos movimentos de mulheres dos movimentos de redemocratização do pais além evidentemente das lutas dos próprios profissionais da educação . 
Entretanto do ponto de vista legal a educação infantil é a primeira etapa da educação básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero à cinco anos de idade em seus aspectos físico, afetivo,  intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da comunidade (Lei n°9.394/96.art 1°)
2.3 ARTES PLÁSTICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL O QUE FAZER?
As crianças aprendem desde os primeiros momentos neste mundo, ensinar e educa-las nesta idade não se resume apenas a alimenta-las e tomar os cuidados necessários. Juntamente com muito afeto e cuidados higiênicos é importante à oferta de estímulos para o desenvolvimento dos sentidos bem como, o intelecto. Para Morin, (2000 p 11) “a missão desse ensino é transmitir não o mero saber, mas uma cultura que permita compreender nossa condição e nos ajude a viver e que favoreça ao mesmo tempo um modo de pensar potente aberto e livre”. 
A Criação artística marca a história dos seres humanos, nos influencia colocando o corpo disponível a experiência, por isso é tão importante deixar a arte falar em cada um de nós. 
O trabalho artístico é importante para que as crianças aprendam a explorar o mundo à sua volta. Existem inúmeros materiais que utilizamos como recurso de expressão, que nos auxiliam a criar coisas e a colocar um pouco daquilo que somos no mundo. Um toco de carvão ou mesmo um graveto para se riscar a terra ou areia tem função idêntica à do lápis. Iniciar o ensino das artes visuais não significa apenas oferecer lápis, canetas, argila, massa de modelar. ( Craidy e Kaercher 2001 pg 83)
Nesse sentido a arte proporciona à criança expressar seus sentimentos e ideias, colocar a criatividade em prática, fazendo com que seu lado afetivo seja realçado. 
Fazer arte reúne processos complexos em que a criança sintetiza diversos elementos de sua experiência. No processo de selecionar, interpretar e reformar, mostra como pensa, como sente e como vê. A criança representa na criação artística o que lhe interessa e o que ela domina, de acordo com seus estágios evolutivos. Uma obra de arte não é a representação de uma coisa, mas a representação da relação do artista com aquela coisa. [...] Quanto mais se avança na arte, mais se conhece e demonstra autoconfiança, independência, comunicação e adaptação social. ( Albinati 2009,p 4)
As crianças nesta fase da infância estão com todas as suas janelas de oportunidades abertas e, portanto, é este o momento de apresentar a arte à elas. Uma vez que, através das artes é possível desenvolver inúmeras linguagens que somente a peculiaridade de sujeito em desenvolvimento é capaz de captar.
Segundo Cunha, “devemos lembrar que os registros resultam de olhares sobre o mundo. Se o olhar é desinteressado e vago, as representações serão opacas e uniformes. (Referencial Curricular Nacional, 1999, p. 12)”. 
[...] a criança desde bebê mantém contato com as cores visando explorar os sentidos e a curiosidade dos bebês em relação ao mundo físico, tendo em vista que, nesse período, descobrem o mundo através do conhecimento do seu próprio corpo e dos objetos com que eles têm possibilidade de interagir. (CUNHA, 1999, p. 18).
Além destas múltiplas possibilidades o professor pode ainda fazer uso das artes plásticas no auxilio ao desenvolvimento da motricidade infantil que precisa ser bem trabalhada para que futuramente, a criança possa usufruir deste recurso na sua vida, pessoal, acadêmica e profissional. Desta forma, destaca-se o desenho como uma das principais formas de expressão da criança da educação infantil. 
Desenhar é ver, é trazer ao visível. Uso o desenho como instrumento do pensamento... É por meio do desenho que percebo e elaboro questões de meu interesse, como um pensamento, uma superfície, um corpo algo que se projeta no espaço. (RIBEIRO, 1989 apud BARBIERI 2012 p. 83 ) 
O desenho propicia a sensação de alegria descontração e prazer à criança e é extremamente importante no cotidiano da educação infantil. 
 De acordo com o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil: 
Por meio de diferentes gestos em um plano vertical (ou pelo menos inclinado), a criança aprende a segurar corretamente o giz e o lápis. Para que a criança adquira um traço regular, precisará trabalhar com certa rapidez, sobre uma grande superfície colocada a sua altura. A criança que não domina bem seu gesto será solicitada a trabalhar, sobretudo, com o ombro e o cotovelo: fará então desenhos grandes. Somente mais tarde, quando os movimentos altura do ombro e do cotovelo tornarem-se desenvolvidos, faremos diminuir as proporções dos desenhos, exigindo assim da criança um trabalho mais específico do punho e dos dedos.” (1998, p. 106).
Desta forma, compreende-se o desenho como uma forma de brincar no mundo, pensar o mundo, de estar no mundo, de se comunicar. Quando se quer explicar o caminho para chegar até determinado lugar, pode se desenhar. Cabe aos professores oferecer diferentes superfícies às crianças da educação infantil e incentivá-las a experimentar todas. 
Segundo Barbieri (2012) os artistas fazem desenhos para trazer imagens ao mundo. O ato de desenhar é uma forma de ação e de expressão. Por isso é importante que as crianças constituam esta linguagem. 
Quando desenha a criança expressa seu lado afetivo com a manifestação orgânica da emoção, a criança usa o papel e o lápis para expressar os seus sentimentos no desenho, a sua relação com a família, os amigos, a escola. Através dos traços feitos pela criança, até mesmo pelas cores usadas, o professor consegue perceber o que está acontecendo com ela.
De acordo com Barbieri (2012) 
Aprender a desenhar é aprender mais uma possibilidade de comunicação por meio da qual as criançasaprendem o mundo e sobre si mesmas. O desenho pode ser um meio rápido de expressar algo, ou uma modalidade elaborada de produção artística. Desenhar, portanto, é estrutural tanto para quem produz como para quem ensina e lê artes.( Barbieri 2012) 
As crianças trazem questões de suas vidas em seus trabalhos de arte. Desenham , pintam, contando histórias. A escola deve ser espaço de para construir e reconstruir o mundo poder falar sobre a vida e sentir-se pertencente à comunidade, logo, livre para expressar-se. A isso se chama ampliar horizontes. Portanto vale lembrar também que utilizar a leitura e a escrita para compreender significados e para entender o mundo parece ser o desafio principal dos professores na alfabetização. Já na educação infantil este processo ocorre em diversas etapas, pois o aprendizado da língua materna, assim como sua escrita, se dá nos mais variados contextos e situações cotidianas que antecedem a primeira série e a formalização desse aprendizado. 
Existem inúmeras formas de relacionar as artes plásticas com o processo de alfabetização. Kelhrwald (2006) explica como a linguagem da arte se propõe a ser condutora de saberes na infância: 
É na infância que se desenvolvem as construções simbólicas que permitem o trânsito entre o real e o imaginário e asseguram a compreensão de que as produções pessoais são fonte de domínio e saber sobre a escrita diferenciada da arte e fonte de prazer pelo envolvimento afetivo que proporcionam( Kehrwald,2006,p.31). 
Por meio das artes plásticas, pode - se criar, recriar e transformar diversas cenas cotidianas a fim de desenvolver os preceitos básicos da alfabetização da língua materna e também da linguagem plástica. 
A criança desenha e cria porque brinca. Para ela a mesma concentração de corpo inteiro exigida no brincar aparece no desenhar. Neste sentido, o corpo inteiro está presente na ação concentrado na pontinha do lápis, e a ponta do lápis funciona como uma ponte de comunicação entre o corpo e o papel ( Smole; Diniz; Cândido, 2000, p. 18) 
Para Ponso (2014) existe um mundo de formas, cores, borrões, círculos e objetos voadores em cada desenho de uma criança. 
Para compreendermos este mundo de imaginação, é preciso um olhar atento e conectado ao universo infantil. Diante do exposto é possível compreender que o desenho sempre será parte importante e fundamental na formação das crianças e na sua interação com o mundo. 
Ponso (2014) relata ainda, que: 
Quando a criança desenha algo incompreensível aos nossos olhos, não significa que sua produção não tenha infinitos significados. O processo de desenhar suas impressões à cerca dos objetos, sons e sensações possibilita uma intencionalidade de expressão perante o mundo que está descobrindo e desvendando dia após dia. (2014, p. 47) 
Na educação infantil o lúdico permeia todas as atividades da criança no instante em que está criando um desenho, toda a sua imaginação está voltada para aquela ação. Muitas vezes o ato de desenhar vem acompanhado por sons e movimentos corporais nos quais a criança integra suas percepções a cerca daquela criação. Portanto, é importante permitir este espaço e tempo de organização da criança ao sistematizar suas fantasias. 
 As cores e as formas estão presentes no cotidiano e a maneira como os adultos percebem é diferente da nossa maneira de ver e interpretar o mundo, com nossas classificações e estereótipos determinados. (Ponso, 2014)
Desenhar o que se ouve favorece uma série de conexões neurais que podem determinar relações entre imagem e som. O cérebro estabelece uma rede de conexões entre estímulos e respostas no momento em que algo novo se apresenta. (Sinclair 1990). Nesse processo de estimulação através dos sentidos, para que as conexões se estabeleçam, é necessário que a experiência vivida seja retomada posteriormente, ativando a percepção da região formada. 
Diante disso, apresentar canções com letra facilita a criação do desenho, pois as crianças da educação infantil privilegiam o texto para cria-lo. Desenhar ouvindo música na educação infantil favorece a integração e a percepção entre os sentidos, e assim, ocorre o desenvolvimento de forma integral. 
4 METODOLOGIA 
Este trabalho é uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa e caráter descritivo. A pesquisa colabora para o desenvolvimento de um pensamento critico, ampliando conceitos e entendimentos a partir padrões encontrados no decorrer do estudo sobre as artes plásticas na educação infantil. 
O problema de pesquisa é descobrir qual a importância das artes plásticas para a formação da criança na educação infantil? Para buscar a resolução deste problema é necessária a investigação e a criação de hipóteses. Como referem Ludke e André (1986) e Santos (1999, 2002) investigar é um esforço de elaborar conhecimento sobre aspectos da realidade na busca de soluções para os problemas expostos. Consideramos que, tal como Bell (1997), “uma investigação é conduzida para resolver problemas e para alargar conhecimentos sendo, portanto, um processo que tem por objetivo enriquecer o conhecimento já existente”.
 Tal como afirma Bogdan e Biklen (1994): 
(…) Os professores, ao agirem como investigadores, não só desempenham os seus deveres, mas também se observam a si próprios, dão um passo atrás e distanciam-se dos conflitos imediatos, tornam-se capazes de ganhar uma visão mais ampla do que se está a passar (p.286)
Os recursos utilizados para embasar a pesquisa, teoricamente, serão as referências bibliográficas e, tecnologicamente, será a internet. As obras que embasam esta pesquisa foram selecionadas pela pesquisadora por possuírem fortes argumentos e afirmações consistentes em relação ao tema investigado além é claro de possuírem concepções atualizadas. 
(...) A condição humana dá a todos nós a possibilidade de sermos pelo menos em alguma ocasião, professores de alguma coisa para alguém. Fernando Savater (2005). O presente estudo enquadra-se no propósito de contribuir como os educadores infantis para sanar dúvidas, referentes ao valor das artes plásticas na educação infantil para o processo de desenvolvimento integral da criança.
CONCLUSÃO
O presente estudo possibilitou, sem dúvidas a construção de conhecimentos muito importantes para a vida, enquanto profissional da educação que visa contribuir para o desenvolvimento de habilidades e competências que tornem as crianças cada dia mais criadoras e transformadoras no meio em que vivem. 
Os autores investigados e citados nesta produção são unânimes em reconhecer a importância do ensino das artes plásticas neste nível de ensino, uma vez que é nesta fase que as crianças estão formando personalidade e o senso estético faz parte de todos os aspectos de nossas vidas por isso a importância de formá-lo. 
Para compreendermos este mundo de imaginação, é preciso um olhar atento e conectado ao universo infantil. Diante do exposto é possível compreender que o desenho sempre será parte importante e fundamental na formação das crianças e na sua interação com o mundo. 
Portanto o estudo aponta como pertinente as artes plásticas na educação infantil, pois através dela a criança estabelece conexões com todas as áreas do conhecimento e desenvolve-se de forma integral.
REFERÊNCIAS
ALBINATTI, Maria Eugênia Castelo Branco. Artes visuais. Artes II. Belo Horizonte. 2008
BARBIERI, Stela. Interações: Onde está a arte na infância? São Paulo 2012. 
BARBOSA, Ana Mae (Org.) Inquietações e mudanças no ensino da arte. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2003
 Bell, J. Como Realizar um Projeto de Investigação. Lisboa: Gradiva. 1997. 
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. - Características da investigação qualitativa. In: Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto, Porto Editora, 1994. 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curricularesnacionais: artes – Brasília, 1996. 
CUNHA, Suzana Rangel Vieira. Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. Porto Alegre: Mediação, 1999
FERRAZ, Heloísa C. Toledo; FUSARI, Maria F. de Rezende. Arte na Educação (Coleção Magistério 2º grau. Série formação geral) – São Paulo: Cortez, 2001
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� Aluna do curso de pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de conclusão de curso 2015 
² Tutora de sala no centro universitário internacional UNINTER

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