Alteração do Contrato de Trabalho

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Alteração do Contrato de Trabalho
O contrato de trabalho é de trato sucessivo, ou seja, sua execução não se exaure num único momento, visto que se dá de forma continuada e por conta disso, pode ser que existam mudanças nas condições iniciais do contrato, mas que deverão ser feitas de forma que não onerem excessivamente as partes.
Alteração do Contrato de Trabalho
Classificação das alterações:
	a) Quanto à origem:
		a.1 – Obrigatórias ou imperativas.
		a.2 – Voluntárias ou autônomas.
	b) Quanto ao conteúdo:
		b.1 – Qualitativas.
		b.2 – Quantitativas.
	c) Quanto à natureza:
		c.1 – Legais.
		c.2 – Ilegais.
	
Alteração do Contrato de Trabalho
Obrigatórias:
É aquela em que a vontade das partes não concorre, pois decorre de fonte formal heterônoma e vincula o empregador. Assim, todas as alterações determinadas pelo Estado (via Constituição, Leis, Decretos, Sentença Coletiva, etc.), são consideradas obrigatórias e substituem automaticamente a cláusula anterior, ressalvado o direito adquirido do trabalhador quando a lei lhe for prejudicial.
Alteração do Contrato de Trabalho
Ex.: empregado que exercia função de confiança havia menos de 10 anos quando entrou em vigor a lei 13.467/17, e anos após a referida lei, é revertido ao cargo efetivo, poderá ter suprimida a sua gratificação de função de confiança, pois seu direito ainda não tinha sido adquirido quando do advento que suprimiu a benesse.
Dessa forma, para Vólia Bomfim, a lei nova se aplica aos contratos vigentes, seja para melhorar a situação do empregado, seja para prejudicar.
LICC. Art. 6º, §2º - Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
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Voluntárias:
São aquelas em que as partes concorrem para a mudança, diretamente, ou através de norma coletiva. Podem ser bilaterais ou unilaterais.
Devem respeitar os parâmetros do art. 468 da CLT. Exs.: aumentos espontâneos de salário, concessão de sobressalários não previstos em lei.
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
Alteração do Contrato de Trabalho
Quantitativa: é a mudança contratual que acarreta aumento ou diminuição do salário, da jornada, da quantidade de serviço.
Qualitativa: é aquela que ocorre na mudança da qualidade ou natureza do trabalho. Como exs.: promoção, rebaixamento, alteração da função, cargo, atribuições, horário e turno (desde que não altere a jornada), local (espaço físico).
Alteração do Contrato de Trabalho
Lícitas: são as que causam benefícios, assim como não causem prejuízo, ainda que indireto ao empregado nos termos do art. 468 da CLT.
Ilícitas: afrontam diretamente o ordenamento, ou o disposto no citado dispositivo.
Alteração do Contrato de Trabalho
Mudança de local de trabalho: que não importe em transferência é possível e lícita, pois faz parte do ius variandi do empregador. Se o local de trabalho é mais distante da casa do empregado, o empregador estará obrigado a complementar os gastos com o transporte (Súmula 29 TST).
Alteração do Contrato de Trabalho
Promoção: se caracteriza como uma alteração qualitativa, geralmente unilateral e benéfica. Se importar em majoração salarial ou de jornada (ex.: bancário – art. 225 CLT), a alteração será também quantitativa.
Empregado é obrigado a aceitar a promoção?
A corrente majoritária diz que sim, pois há uma presunção lógica de que todos os funcionários querem evoluir, e o empregado deveria aceitar a promoção sob pena de caracterização de insubordinação, salvo se o serviço oferecido for superior às suas forças.
A outra corrente de entendimento, propugna que o empregado não é obrigado a aceitar a promoção, pois esta só se aperfeiçoa com a aceitação tácita ou expressa do empregado.
Alteração do Contrato de Trabalho
Rebaixamento: a regra é da sua impossibilidade.
2 exceções: 
Reversão do empregado ao cargo efetivo.
Empregado acidentado readaptado por recomendação da Previdência Social (arts. 461, §4º e 475 CLT), não importando em redução salarial.
Alteração do Contrato de Trabalho
Ius Variandi: 
Por ser o dono da estabelecimento e correr o risco do negócio, o empregador tem o poder diretivo do contrato de trabalho podendo variar algumas cláusulas do contrato de trabalho.
Exemplos de condições insertas no ius variandi: mudança de horário de trabalho, desde que não haja majoração da quantidade de horas por dia e não importe em variação de turno diurno para noturno; mudança no local da prestação de serviços, respeitado o art. 469 da CLT; alteração da nomenclatura do cargo.
Alteração do Contrato de Trabalho
Ius resistentiae: se dá quando o empregador exceder os limites de seu poder de ius variandi (o qual tem contornos imprecisos – entretanto, não pode contrariar a lei nem causar prejuízos ao empregado). Assim, toda vez que o patrão exceder os limites do poder de variar, abusando deste direito, pode o empregado resistir ao ato arbitrário, protegendo-se.
A reação do empregado de resistir a uma alteração contratual abusiva, fora dos limites do ius variandi, está legitimada a partir da prejudicialidade do ato praticado. Só não o poderá fazer por meio de outra lesão. Ex.: deixar de ir ao trabalho porque o patrão não lhe deu o vale-transporte; isso importaria em abuso de direito.
O empregado pode desobedecer ordens ilegais e abusivas, o se valer de seu direito constitucional de ação socorrendo-se do Judiciário.