Buscar

AÇÕES POSSESSÓRIAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AÇÕES POSSESSÓRIAS
Introdução
As ações possessórias tratam essencialmente da proteção da posse. A posse, é um direito e enquanto direito demanda da jurisdição um meio para garantir-se. 
A saber, o proprietário tem o direito de gozar, usar, e dispor da coisa, já o possuidor tem direito à gozar e usar a coisa, limitando-se então por não poder dispor da coisa, porém ambos possuem legitimidade ativa para propor ações possessórias. 
Elucida o professor Antônio Pereira Gaio Junior:
“As ações que pretendem o direito de posse como efeito resultante do simples fato de possuir a coisa (ius possessionis) e as ações que visam à defesa do direito à posse, isto é, a posse resultante da propriedade (ius possidendi) não se confundem. ” (Gaio Junior, 2017, p.938)
A posse enquanto relação fática, sem o título reflete no manejo de ação possessória enquanto que, a posse versada sobre o título de domínio da coisa enseja em ação petitória. 
As ações tipicamente possessórias são: a manutenção da posse, a reintegração de posse e o interdito proibitório. 
Assim salienta Daniel Amorim Assumpção Neves:
“A ação possessória adequada ao caso concreto depende da espécie de agressão cometida pelo sujeito que deve figurar no polo passivo da demanda”. (Daniel Amorim Assumpção Neves – Manual de Direito Civil – Volume Único, p. 847)
A manutenção da posse é a ação adequada quando, por ato de outrem, fica limitado o exercício da posse, a essa perturbação se dá o nome de turbação. Tem sua previsão legal no artigo 926 do CPC e no artigo 1.210 do CC. 
A reintegração de posse, por sua vez, é a ação cabível quando ocorre o esbulho, ou seja, a injusta perda total da posse. Visa a recuperação da posse perdida injustamente quando esbulho é cometido através de ato violento, clandestino ou precário, conjecturada no artigo 926 do CPC e no artigo 1.210 do CC.
E, por fim, o interdito proibitório, ação adequada no momento anterior ao esbulho ou à turbação, ou seja, é cabível quando há o risco iminente à tutela da posse. Trata-se de uma tutela de cunho inibitório, que visa a defesa da moléstia à posse antes que essa ocorra. Está prevista no artigo 932 do CPC.
Princípio da Fungibilidade 
Nem sempre o caso concreto permite uma fácil distinção entre qual espécie de moléstia á posse se configura na situação fática, e por isso o legislador consagrou no artigo 554 do Novo Código de Processo Civil:
“A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujo os pressupostos estejam provados”.
Explica o professor Antônio Pereira Gaio Junior:
“Dito dispositivo legal prevê a conversibilidade restrita às possessórias. Na hipótese, por exemplo, de ação petitória e de ter o autor ajuizado ação possessória, não será razoavelmente aceita a aplicação da presente fungibilidade, visto que os pedidos e as causas de pedir das duas demandas são totalmente distintos e, portanto, a outorga de uma tutela em vez de outra implicaria julgamento extrapetita.” (Gaio Júnior, Instituições de Direito Processual Civil, 2017, p.939)
Existe, também, a possibilidade de no início da demanda a situação fática apontar para uma espécie de moléstia a posse, e no final da mesma se configurar outro tipo de tutela ofensiva à posse.
Estrutura Dúplice
Nas ações possessórias, é lícito ao réu, apresentar pedido ao seu favor na defesa da posse, bem como, pedido de indenização ao seu favor, na própria peça contestatória, não caracterizando pedido de reconvenção. Assim dispõe o Novo Código de Processo Civil em seu artigo 556: “lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor”.
Procedimento 
Existem duas possibilidades procedimentais para as ações possessórias, dependendo do tempo da propositura da ação. A ação de força nova é aquela que proposta dentro de um ano e um dia da referida ofensa a posse. 
Conforme previsto no Novo Código de Processo Civil: 
“Art. 558.  Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único.  Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. ”
Explica o professor Antônio Pereira Gaio Júnior:
“No caso de ação de força nova, ou seja, proposta dentro de ano e dia da ofensa da posse (art. 558), será cabível o deferimento de proteção liminar e o rito apropriado será o especial, este normatizado pelas regras da Seção II do Capítulo III (“Das ações possessórias”)”. (Gaio Junior, Instituições de direito processual civil, 2017, p.940).
Já quando a ação for proposta passado o prazo de um ano e um dia, ou seja, de força velha, o procedimento comum será o adequado. Essas possibilidades tratam das hipóteses de turbação e esbulho. O Código de Processo Civil em seu artigo 565 dispõe:
“No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2o e 4o.
§ 1o Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2o a 4o deste artigo.
§ 2o O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça.
§ 3o O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional.
§ 4o Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito possessório.
§ 5o Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel. ”
Quanto à ameaça iminente de turbação ou esbulho, ou seja, o interdito proibitório, não há do que se falar do momento da propositura da ação enquanto força nova ou velha, tendo em vista que a situação fática se trata de um momento anterior à ofensa a posse. Ou seja, sempre será praticado pelo rito especial, em disparidade da reintegração de posse e da manutenção da posse, que se de força nova serão praticadas em procedimento especial com possibilidade secundária ao rito comum, e se de força velha, sempre praticadas no rito comum.
Considerações Finais 
Baseado na obra do professor Antônio Pereira Gaio Junior, Instituto de Direito Processual Civil, 2017, existem algumas outras peculiaridades das ações possessórias, a saber:
Ao autor é permitido cumulação dos pedidos de condenação em perdas e danos e a indenização dos frutos. Além de, a possibilidade de requerer que sejam impostas medidas protetivas a sua posse, na intenção de evitar novo esbulho ou turbação. 
É vedada a discussão sobre o domínio da coisa, em se tratando de ações possessórias. Com exceção, quando por exemplo se tratar de pretensão de domínio exercida em face de terceira pessoa.

Mais conteúdos dessa disciplina