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2/14/2018 1 ETIOLOGIA DAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES Março/Abril 2018Cláudia Barbosa Nomenclatura Nomenclatura � Diversidade de termos – grande confusão � Síndrome de Costen (1934): sintomas no ouvido e ATM � Distúrbio da ATM � Síndrome da disfunção da ATM (Shore-1959) � Alterações funcionais da ATM (Ramfjord e Ash) � Desordem ocluso-mandibular 2/14/2018 2 Nomenclatura � Mioartropatia da ATM � Síndrome da dor-disfunção miofascial � Síndrome algo-disfuncional das ATM (escola francesa) � Desordens crânio-mandibulares (McNeill) � Disfunção temporomandibular-DTM (Bell): - Termo adoptado pela American Dental Association (ADA) Disfunção Temporomandibular Grupo de patologias musculo-esqueléticas que envolve os músculos do sistema estomatognático e/ou a ATM N.D. Mohl. Reliability and Validity of Diagnostic Modalities for Temporomandibular Disorders . ADR, August 1993; vol. 7, 2: pp. 113-119. � Dificuldade em abranger o problema na sua globalidade nos estudos científicos � É dado especial relevo a um número limitado de factores pelos investigadores � Etiologia multifactorial � Vasta diversidade de sinais e sintomas que obrigam muitas vezes a efectuar diagnósticos diferenciais Disfunção Temporomandibular 2/14/2018 3 EPIDEMIOLOGIA DTM EPIDEMIOLOGIA - DTM � Considerada como a maior causa de dor não dentária na região orofacial � < 10% da população com sintomas procura tratamento e destes 3-4% necessitam de tratamento � Afectam ambos os sexos (1,5-2:1) mas 80% dos casos tratados são mulheres � A maior parte dos sintomas de DTM surgem entre os 20 a 40 anos 2/14/2018 4 ETIOLOGIA- DTM � Factores predisponentes – aumentam o risco de DTM � Factores desencadeantes – desencadeiam o início de uma DTM � Factores perpetuantes – impedem a cura e favorecem a progressão de uma DTM Multifactorial Dinâmica O êxito do tratamento das DTMs depende da correcta identificação e controlo destes factores SEG Influências agressivas Tolerância fisiológica individual DTM Tolerância fisiológica individual Influências agressivas SINTOMAS DTM 2/14/2018 5 • Diminuição da tolerância fisiológica • Factores oclusais • Trauma • Stress emocional • Aferências dolorosas profundas (DOR) ETIOLOGIA- DTM Tolerância fisiológica – factores locais A forma como o SEG responde aos factores locais é influenciada pela estabilidade ortopédica a instabilidade ortopédica pode ser provocada por alterações oclusais, da ATM ou por ambas instabilidade da ATM pode dever-se a modificações da forma anatómica normal instabilidade oclusal pode associar-se a causas genéticas, de desenvolvimento ou iatrogénicas Tolerância fisiológica – factores sistémicos � Constituição física (genética, sexo, dieta) 2/14/2018 6 � Hiperlascidez ligamentar- Índice de Beighton(0-9) Tolerância fisiológica Critérios major: � Beighton ≥4 � Artralgia ˃3 meses em 4 ou + articulações Critérios minor: � Beighton 1,2 ou 3 (+50 anos) � Artralgia ˃3 meses em 1 até 3 articulações ou dores lombares � Hx de luxação ou subluxação de uma ou mais articulações � Reumatismo de tecidos moles- 3 episódios no mínimo- bursite, tenossinovite, epicondilite � Alterações na pele- estrias, hiperextensibilidade, pele fina, cicatrizes tipo papiro � Veias varicosas ou hérnias ou prolapsos uterinos/rectais � Olhos- miopia ou pregas anti-mongoloide ou pálpebras descaídas � Perfil tipo Marfanoide (altura; magreza; aracnodactilia) SÍNDROME DA HIPERMOBILIDADE ARTICULAR BENIGNA Brighton Criteria 2 critérios major Ou 1 critério major e 2 minor Ou 4 critérios minor Grahame, 2009 Tolerância fisiológica – factores sistémicos � Constituição física (genética, sexo, dieta) � Doenças agudas ou crónicas � Estado físico do indivíduo � Sistemas de modulação da dor � Actividade ou tónus simpático 2/14/2018 7 • Diminuição da tolerância fisiológica • Factores oclusais • Trauma • Stress emocional • Aferências dolorosas profundas (DOR) ETIOLOGIA- DTM Factores oclusais Dos mais investigados, contudo os estudos são contraditórios no que respeita à importância destes factores na origem das DTM: papel fundamental ou nulo? Factores oclusais estáticos Estudo de Pullinger et al. sugerem que excepto para algumas condições locais definidas : � mordida aberta esquelética � deslizamento em cêntrica superior a 2mm � overjet superior a 4mm � 5 ou mais dentes posteriores perdidos e não substituídos relação relativamente pequena entre os factores oclusais e as DTM Pullinger AG, Seligman DA, Gornbein JA. A multiple logistic regression analysis of the risk and relative odds of temporomandibular disorders as a function of common occlusal features. J Dent Res. 1993 Jun;72(6):968-79. 2/14/2018 8 Factores oclusais estáticos Pullinger AG, Seligman DA, Gornbein JA. A multiple logistic regression analysis of the risk and relative odds of temporomandibular disorders as a function of common occlusal features. J Dent Res. 1993 Jun;72(6):968-79. Pode-se observar que algumas má-oclusões estão associadas às DTM, porém não se pode afirmar que elas sejam a sua causa Factores oclusais dinâmicos �Efeitos dos factores oclusais na estabilidade ortopédica �Efeitos das alterações oclusais agudas na ATM Instabilidade ortopédica Se as forças musculares actuam sobre uma articulação que não tem uma relação disco- fossa estável, podem surgir movimentos de adaptação ao tentar conseguir essa estabilidade Estes movimentos podem levar à distensão dos ligamentos colaterais e redução da espessura do disco, resultando em desordem intra-capsular 2/14/2018 9 Instabilidade ortopédica Instabilidade ortopédica • A instabilidade ortopédica é significativa apenas quando existe uma discrepância entre RC e PIM superior a 2-3 mm • A instabilidade ortopédica ganha relevância quando: � intensidade das forças musculares (ex. bruxismo) � direcção da força muscular (mastigação unilateral, postura do sono) Estas variáveis podem explicar porquê pacientes com oclusões semelhantes podem ou não desenvolver DTM Alterações oclusais agudas Como os contactos oclusais influenciam a actividade muscular? Qual a importância das prematuridades/interferências agudas? 2/14/2018 10 DTM e OCLUSÃO Não há consenso quanto ao contributo da oclusão para a DTM (oclusão funcional e DTM/ má-oclusão e DTM) • Diminuição da tolerância fisiológica • Factores oclusais • Trauma • Stress emocional • Aferências dolorosas profundas (DOR) ETIOLOGIA- DTM Trauma • Macrotrauma � Directo � Indirecto 2/14/2018 11 Macrotrauma DIRECTO INDIRECTO Macrotrauma- Indirecto Trauma • Macrotrauma • Microtrauma � Directo � Indirecto � Hábitos parafuncionais � Hábitos posturais 2/14/2018 12 Microtrauma Hábitos parafuncionais Hábitos posturais Tipos de actividade muscular • Funcionais – mastigação, fonação, deglutição • Parafuncionais ou não funcionais – actividades realizadas fora da função Hiperactividade muscular actividade muscular aumentada acima do necessário para realizar as funções do SEG - inclui não só as actividades parafuncionais mas também todas as situações de hipertonia muscular, mesmo que não exista um contacto dentário ou movimentos mandibulares Parafunções � Bruxismo do sono e de vigília � Onicofagia � Sucção digital � Mordedura ou sucção do lábio � Succção lingual � Jaw playing � Mordedura ou sucção de objectos � Mastigação crónica de pastilha elástica � etc 2/14/2018 13 Hábitos posturais � Postura- posição adoptada pelo corpo� Boa postura- é obtida quando todas as partes do corpo (ossos, músculos e articulações) estão alinhadas e trabalham em harmonia � Postura da cabeça Hábitos posturais 2/14/2018 14 Hábitos posturais • Hábitos posturais de vigília • Hábitos posturais do sono Profissão Lazer Hábitos posturais de vigília Hábitos posturais do sono 2/14/2018 15 • Diminuição da tolerância fisiológica • Factores oclusais • Trauma • Stress emocional • Aferências dolorosas profundas (DOR) ETIOLOGIA- DTM Stress emocional activação leva a resposta SNA Hipotálamo Formação reticular Sistema límbico principais responsáveis pelo estado emocional activação do circuito γ-eferente Tónus muscular mecanismos de adaptação Agentes de stress Positivos Negativos A sua intensidade Stress emocional 2/14/2018 16 • Diminuição da tolerância fisiológica • Factores oclusais • Trauma • Stress emocional • Aferências dolorosas profundas (DOR) ETIOLOGIA- DTM Dor MECANISMO DE SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL Manifestações clínicas dos efeitos excitatórios centrais N. aferentes N. eferentes N. autónomos NÃO É APENAS UM SINTOMA DE DTM É TAMBÉM UM FACTOR ETIOLÓGICO DE DTM Dor 2/14/2018 17 Bibliografia Okeson JP. Management of Temporomandibular Disorders and Occlusion, 7th Ed. Mosby-Elsevier, 2013. 102-129.
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