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DC V Aula 11

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Universidade Estácio de Sá - Graduação em Direito 
Professora: Maria Maria Martins Silva Stancati 
Direito Civil V 
ProfMariaMariaRegistrosPublicos 
 
Direito Civil V – Aula 11 Página 1 de 3 
 
Aula 11 – Filiação sob a ótica civil-constitucional 
 
Tese de Repercussão Geral 
Tema: 622 - Prevalência da paternidade socioafetiva em detrimento da paternidade 
biológica. A paternidade socioafetiva não exime a responsabilidade do pai biológico. 
RE 898060 - A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede 
o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os 
efeitos jurídicos próprios. Obs.: o recurso extraordinário ainda está concluso ao relator desde 
outubro de 2016, mas a tese da repercussão geral já foi fixada. 
 
1) Igualdade dos filhos – art. 1.596, CC: não importa se os filhos advêm do casamento, são 
extraconjugais ou adotados, eles têm o mesmo direito. 
 
 Enunciado 339, JDC - A paternidade socioafetiva, calcada na vontade livre, não pode 
ser rompida em detrimento do melhor interesse do filho. 
 
Enunciado 608, JDC - É possível o registro de nascimento dos filhos de pessoas do 
mesmo sexo originários de reprodução assistida, diretamente no Cartório do Registro Civil, 
sendo dispensável a propositura de ação judicial, nos termos da regulamentação da 
Corregedoria local. 
 
2) Critérios Determinantes da Filiação – art. 1.597, CC: a maternidade é sempre certa, e a 
paternidade é presumida pelo casamento. Na União Estável, já existem julgados no STJ dizendo 
que esta presunção deve ser estendida tendo em vista que pela CF, ela também é uma forma de 
entidade familiar. Mesmo que haja adultério confessado pela mulher, este não basta para afastar 
a presunção de paternidade – art. 1.600 e 1.602, CC; visa resguardar o vínculo sócio-afetivo. 
 
Enunciado 103, JDC - Art. 1.593: O Código Civil reconhece, no art. 1.593, outras 
espécies de parentesco civil além daquele decorrente da adoção, acolhendo, assim, a noção de 
que há também parentesco civil no vínculo parental proveniente quer das técnicas de 
reprodução assistida heteróloga relativamente ao pai (ou mãe) que não contribuiu com seu 
material fecundante, quer da paternidade socioafetiva, fundada na posse do estado de filho. 
 
Enunciado 104, JDC - Art. 1.597: No âmbito das técnicas de reprodução assistida 
envolvendo o emprego de material fecundante de terceiros, o pressuposto fático da relação 
sexual é substituído pela vontade (ou eventualmente pelo risco da situação jurídica matrimonial) 
juridicamente qualificada, gerando presunção absoluta ou relativa de paternidade no que tange 
ao marido da mãe da criança concebida, dependendo da manifestação expressa (ou implícita) 
da vontade no curso do casamento. 
 
 
 
 
Universidade Estácio de Sá - Graduação em Direito 
 
 
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Enunciado 105, JDC - Art. 1.597: As expressões “fecundação artificial”, “concepção 
artificial” e “inseminação artificial” constantes, respectivamente, dos incs. III, IV e V do art. 
1.597 deverão ser interpretadas como “técnica de reprodução assistida”. 
 
Enunciado 106, JDC - Art. 1.597, inc. III: Para que seja presumida a paternidade do 
marido falecido, será obrigatório que a mulher, ao se submeter a uma das técnicas de reprodução 
assistida com o material genético do falecido, esteja na condição de viúva, sendo obrigatória, 
ainda, a autorização escrita do marido para que se utilize seu material genético após sua morte. 
 
Enunciado 107, JDC – Art. 1.597, IV: Finda a sociedade conjugal, na forma do art. 
1.571, a regra do inc. IV somente poderá ser aplicada se houver autorização prévia, por escrito, 
dos ex-cônjuges para a utilização dos embriões excedentários, só podendo ser revogada até o 
início do procedimento de implantação desses embriões. 
 
3) Quebra da presunção da paternidade - prova de impotência para gerar, não para o 
coito – art. 1.599, CC: bastando provar sua existência no momento da concepção, 
independente de ter sido ela superada depois ou não. Ex.: vasectomia. 
 
4) Impugnação de paternidade – art. 1.601, CC: ação imprescritível. O problema se encontra 
quando é impugnada a paternidade, mas há um vínculo sócio-afetivo. Há duas correntes, uma 
verifica o melhor interesse da criança, não podendo ser quebrada a paternidade. O outro indica 
que o homem estava em erro, e tem o direito a não ser pai posto que o vínculo sócio-afetivo 
deriva da vontade e da ciência que não é pai. Esse assunto já se tornou repercussão geral. 
 
Enunciado 258, JDC - Arts. 1.597 e 1.601: Não cabe a ação prevista no art. 1.601 do 
Código Civil se a filiação tiver origem em procriação assistida heteróloga, autorizada pelo 
marido nos termos do inc. V do art. 1.597, cuja paternidade configura presunção absoluta. 
 
Enunciado 520, JDC - Art. 1.601: O conhecimento da ausência de vínculo biológico e 
a posse de estado de filho obstam a contestação da paternidade presumida. 
 
5) Prova da Filiação (posse do estado de filho) – art. 1.603 a 1.606, CC: filiação prova-se 
com o registro de nascimento. Há casos de falsidade no registro, podendo levar a ação para 
anular o assento – art. 241 a 243, CP. E, em casos excepcionais, não havendo o registro, cabe 
outros meios de prova. A ação que visa provar a filiação é personalíssimo. Cabe a investigação 
de paternidade avoenga contra pai pré-morto. E, cabe o reconhecimento de paternidade de filho 
não biológico, de forma espontânea, por meios extrajudiciais, quando sabia que não era filho, 
não havendo que se falar em erro ou falsidade do assento (STJ, REsp 709.608/MS). 
 
Enunciado 521, JDC - Art. 1.606: Qualquer descendente possui legitimidade, por 
direito próprio, para propor o reconhecimento do vínculo de parentesco em face dos avós ou de 
qualquer ascendente de grau superior, ainda que o pai não tenha iniciado a ação de prova da 
filiação em vida. 
 
 
 
Universidade Estácio de Sá - Graduação em Direito 
 
 
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 Súmula 301, STJ - Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao 
exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.” 
6) Multiparentalidade: há julgados reconhecendo, judicialmente, a multiparentalidade, que 
quer dizer mais de um pai ou mãe no assento de nascimento. Ex.: pai biológico e sócio-afetivo; 
mãe biológica que morreu no parto e madrasta que a criou; casais homossexuais com filhos. 
 
7) Maternidade de Substituição – barriga de aluguel: não pode ser cobrado e só é permitido 
entre parentes (resolução do conselho de medicina). Se for o mesmo médico que fez o 
tratamento e o parto, basta colocar na DNV o nome da mãe biológica. Senão, haverá a 
necessidade de se demonstrar, documentalmente, o empréstimo de útero. 
 
Regra: Não quebra o registro de nascimento, pode-se constar dupla paternidade ou 
maternidade. 
 
Exceção: o registro pode ser quebrado em caso de erro ou falsidade. Ex.: quebra de 
registro para incluir paternidade biológica com anulação frente à adoção à brasileira. Inf 512, 
STJ. 
 
8) Parto Anônimo: crianças deixadas na roda dos expostos que terá seu registro de nascimento 
efetuado na modalidade de exposto constando em seu assento um nome, dia, hora e mês que foi 
encontrado, bem como a descrição de seus pertences. 
 
 Lei 6.015/73 - Art. 62. Tratando-se de exposto, oregistro será feito de acordo com as 
declarações que os estabelecimentos de caridade, as autoridades ou os particulares 
comunicarem ao oficial competente, nos prazos mencionados no artigo 51, a partir do achado 
ou entrega, sob a pena do artigo 46, apresentando ao oficial, salvo motivo de força maior 
comprovada, o exposto e os objetos a que se refere o parágrafo único deste artigo. 
 Parágrafo único. Declarar-se-á o dia, mês e ano, lugar em que foi exposto, a hora em 
que foi encontrado e a sua idade aparente. Nesse caso, o envoltório, roupas e quaisquer outros 
objetos e sinais que trouxer a criança e que possam a todo o tempo fazê-la reconhecer, serão 
numerados, alistados e fechados em caixa lacrada e selada, com o seguinte rótulo: "Pertence 
ao exposto tal, assento de fls..... do livro....." e remetidos imediatamente, com uma guia em 
duplicata, ao Juiz, para serem recolhidos a lugar seguro. Recebida e arquivada a duplicata 
com o competente recibo do depósito, far-se-á à margem do assento a correspondente 
anotação.

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