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Interpretação de Exames laboratoriais Vanessa Duarte de Morais/ Ana Angélica Queiroz LEGISLAÇÃO Resolução do CFN 306/2003: Considerando que o inciso VIII do art. 4º da Lei nº 8.234, de 17 de setembro de 1991, atribuiu também ao nutricionista competência para a solicitação de exames laboratoriais necessários ao acompanhamento dietoterápico; LEGISLAÇÃO Resolução do CFN 306/2003: Art 1º Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais na área de nutrição clínica; Art 2º O nutricionista, ao solicitar exames bioquímicos, deve avaliar adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos técnicos decorrentes; Exames: Hemograma Completo Ferro serico Transferrina Ferritina Vitamina B12 Proteinograma Lipidograma Dosagem de eletrólitos Uréia e Creatinina Ácido úrico Amilase Lípase Transaminases Glicemia INTRODUÇÃO • Os exames laboratoriais ou indicadores bioquímicos podem denunciar alterações do estado nutricional, especificamente na vigência de desnutrição proteico-calórica e representam um importante método objetivo para auxiliar no diagnóstico nutricional • Tem como vantagem a possibilidade de acompanhamento ao longo do tempo e, consequentemente, de avaliação da resposta ao tratamento dietético INTRODUÇÃO • No entanto, devem ser utilizados com atenção em pacientes hipercatabólicos, desidratados e com insuficiência hepática e renal, visto que, nessas situações, mediadores hormonais e inflamatórios interferem na composição dos compartimentos corporais e na síntese de proteínas somáticas • Nessas situações, os indicadores bioquímicos refletirão a dimensão da resposta inflamatória e não o estado nutricional INTRODUÇÃO • Os exames laboratoriais que apresentam importância em termos de avaliação nutricional podem ser organizados em: • Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas; • Parâmetros hematológicos; • Parâmetros de risco cardiovascular Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas • No organismo não há reserva de proteína ou de aminoácidos livres, sendo que qualquer quantidade acima das necessidades para a síntese proteica celular é metabolizada. • O contínuo estado de síntese e degradação de proteínas, fenômeno conhecido como turnover proteico, é necessário para manter esse pool metabólico e a capacidade de satisfazer a demanda de aminoácidos nas várias células e tecidos do organismo • O turnover proteico é elevado na infância e diminui com a idade Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas • Parâmetros indicativos do estado nutricional proteico Parâmetros plasmáticos; Parâmetros urinários; Parâmetros relacionados à série sanguínea branca Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Parâmetros plasmáticos - A falta de substratos calóricos e proteicos, habitualmente verificada na desnutrição, contribui para diminuição da concentração sérica das proteínas em decorrência da menor síntese hepática - As proteínas plasmáticas auxiliam no diagnóstico nutricional, mas não devem ser o único parâmetro a ser utilizado. Em pacientes graves e internados em unidade de terapia intensiva (UTI), esses marcadores não são indicados para representar o perfil nutricional. Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Albumina sérica Limitações: Outros fatores, além da desnutrição/baixo consumo proteico, podem ser responsáveis pelo quadro de hipoalbuminemia: - Síndrome nefrótica - Má-absorção intestinal - Quadro inflamatório associado a traumas (queimaduras, traumatismos...) - Infecção - Doenças hepáticas Apresenta meia-vida longa (18-20 dias) Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Albumina sérica Classificação Albumina (mg/dL) Normal > 3,5 Desnutrição leve 3 – 3,5 Desnutrição moderada 2,4 – 2,9 Desnutrição grave < 2,4 Blackburn et al., 1977 Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Pré-albumina É uma proteína que transporta os hormônios tireoideanos. Em virtude de sua vida média de dois a três dias, responde agudamente quando a ingestão energética e/ou proteica é baixa. Exame de alto custo e pouco acessível às instituições. Classificação Pré-albumina (mg/dL) Normal 15,1 – 42,0 Desnutrição leve 10,0 – 15,0 Desnutrição moderada 5,0 – 9,9 Desnutrição grave < 5,0 Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Transferrina Proteína responsável pelo transporte do ferro, a transferrina tem vida média de oito dias. Encontra-se aumentada em pacientes com carências de ferro e reduzida naqueles com hepatopatias crônicas, anemias e infecções crônicas Classificação Transferrina (mg/dL) Normal > 200 Desnutrição leve 150 - 200 Desnutrição moderada 100 - 150 Desnutrição grave < 100 Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Proteína transportadora de retinol Em virtude de sua vida média de 10 a 12 h, constitui um indice muito sensível de desnutrição proteico-calórica Encontra-se reduzida em pacientes com carência de vitamina A, zinco, nos portadores de doenças hepáticas e em infecções graves Valor de referência 3 – 5 mEq/dL Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Parâmetros urinários Creatinina - Na vigência de desnutrição e de patologias hipercatabólicas, a degradação intensa do músculo esquelético pode ser aferida com base na dosagem de creatinina urinária, metabólito derivado da hidrólise da creatinina, por meio do íncide creatinina-altura (ICA) Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Parâmetros urinários Creatinina Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Parâmetros urinários Creatinina Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Parâmetros urinários Creatinina Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Parâmetros urinários Creatinina - O aumento ou a diminuição da creatinina urinária podem estar relacionados com algumas situações fisiológicas e/ou patológicas, tais como: - Aumento da creatinina urinária: jejum, estado febril, infecção, traumatismo, exercício intenso - Diminuição da creatinina: urinária; insuficiência renal, envelhecimento Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Parâmetros urinários 3-metil-histidina - A determinação dos valores séricos de 3-metil-histidina é muito útil para avaliação do catabolismo proteico, visto que mais de 90% desse aminoácido encontra-se na actina e na miosina do músculo esquelético -É um indicador dinâmico que reflete a taxa geral de degradação de proteínas contendo 3-metil-histidina Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Parâmetros urinários Balanço nitrogenado (BN) - Técnica não-invasiva e acessível, que consiste no cálculo da diferença entre o nitrogênio (N) ingerido e o nitrogênio excretado -Quando a ingestão é suficiente para suprir as perdas, diz-se que que o balanço é positivo - Quando as perdas superarem as ingestões alimentares, verifica-se balanço negativo Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Parâmetros urinários Balanço nitrogenado (BN) BN (g/dia) = N ingerido – N excretado BN = (proteína ingerida/6,25) – (uréia urinária/2,14) + 4 + outras perdas Interpretação Valor Equilíbrio = 0 Anabolismo > 0 Catabolismo < 0 Parâmetros para análise do estado nutricionalem proteínas Parâmetros relacionados à série sanguínea branca Contagem total de linfócitos (linfocitometria) - Pacientes desnutridos apresentam comprometimento na produção das células de defesa. Níveis baixos também estão associados com aumento da morbidade e mortalidade em pacientes hospitalizados Parâmetros para análise do estado nutricional em proteínas Parâmetros relacionados à série sanguínea branca Contagem total de linfócitos (linfocitometria) - Pacientes desnutridos apresentam comprometimento na produção das células de defesa. Níveis baixos também estão associados com aumento da morbidade e mortalidade em pacientes hospitalizados Interpretação CTL (células/mm3) Normal > 2000 Depleção leve 1200 – 2000 Depleção moderada 800 – 1999 Depleção grave < 800 Parâmetros hematológicos Parâmetros hematológicos HEMOGRAMA COMPLETO Série vermelha Hemácias Hemoglobina Hematócrito massa total de células sanguíneas por unidade de volume. Volume corpuscular médio (VCM) tamanho individual das hemácias (microcítica, normocítica, macrocítica) Hemoglobina corpuscular média (HCM) média de hemoglobina por hemácia Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) CC de hb em 100ml hemácia (hipocrômica, normocrômica e hipercrômica) Parâmetros hematológicos Hemoglobina e hematócrito Exame Gênero Normal Moderadamente reduzido Gravemente reduzido Hemoglobina (g/100 mL) Masculino ≥ 14 13,9 – 12,0 < 12 Feminino ≥ 12 11,9 – 10,0 ≥ 10 Hematócrito (%) Masculino ≥ 44 43 – 37 ≥ 37 Feminino ≥ 38 37 - 31 ≥ 31 Parâmetros hematológicos Exame Parameter Volume corpuscular Médio – VCM Homens: 81 – 95fL Mulheres: 82 – 98fL Hemoglobina corpuscular média – HCM Homens: 26 – 34pg Mulheres: 26 – 34 pg Concentração de hemoglobina celular média – CHCM Homens: 31 – 36g/dL Mulheres: 31 – 36g/dL Hematócrito e hemoglobina reduzidos caracterizam a anemia. Um valor de VCM normal (normocítica) nas anemias indicam pós-hemorragia, anemia homolitica ou redução na produção de eritropoietina Parâmetros hematológicos Série branca Leucócitos defesa do organismo (4500 a 13000mm3) Células diferenciadas: Neutrófilos (40 – 69%) Eosinófilos (0 – 5%) Basófilos (0 – 1%) Linfócitos C. T. L. Monócitos (2 – 10%) Parâmetros de risco cardiovascular Valores de referência de Colesterol total (CT), LDL-colesterol, HDL-colesterol e triacilgliceróis (TG) em adultos (The Third Report of the National Cholesterol Education Program – NCEP III). Variável Adequado Limítrofe Limítrofe alto Inadequado Muito alto CT < 200 200 – 239 ≥ 240 LDL-C <100 100-129 130-159 160-189 ≥ 190 HDL-C ≥ 60 < 40 TG < 150 150-199 200-499 ≥ 500 Critérios para o diagnóstico de diabetes − Glicemia de jejum: ≥ 126 mg/dL − Glicemia após 2 h do Teste Oral de Tolerância à Glicose: ≥ 200 mg/dL − Glicemia a qualquer momento, na presença de sintomas de hiperglicemia: ≥ 200 mg/dL − Hemoglobina A1C: ≥ 6,5%
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