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Aula 10 – Ginecologia – SANGRAMENTOS NA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO - Abortamento, Doença Trofoblástica Gestacional e Gravidez Ectópica ABORTAMENTO - “Termino da gravidez antes das 20 semanas ou com feto pesando menos de 500 gramas.”Center for Disease Control and Prevetions (CDC) **Abortamento é o termo, aborto é o que sai do útero. - Incidência pouco conhecida; Boa parte pode ser clinicamente silenciosa.*Boa parte não é diagnosticada, muitos abortos são espontâneos. Gravidez indesejada e abortos provocados não procuram auxílio, normalmente. Etiologia - Anomalias cromossômicas ***Principal causa de abortamento 1º tri - Anormalidades endócrinas: hipotireoidismo, diabetes mal controlada - Anormalidades hormonais: Insuficiência do corpo lúteo * Principal produtor de progesterona - Fatores ambientais: Álcool, tabaco, radioterapia - Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo *Grande causa de abortamentos de repetição tardio ou perda fetal precoce. Grande responsável por alterações uterinas. - Defeitos uterinos: Miomas, malformações müllerianas, incompetência do colo uterino Classificação Ameaça de abortamento - Sangramento vaginal; Dor tipo cólica leve - Colo uterino fechado - Ultrassonografia: Gestação tópica com boa vitalidade - Conduta: expectante + analgesia **Principais informações: exame físico colo está fechado = Ameaça de abortamento. **BCF presente, seguindo padrão de normalidade, não tem alteração que justifique o sangramento = não altera vitalidade do embrião = conduta expectante Abortamento completo - Sangramento vaginal escasso; Dor leve ou ausente - Colo uterino fechado - Ultrassonografia: espessura endometrial inferior a 15mm - Conduta: Se paciente RH- > imunoglobulina anti-D **DD de ameaça para abortamento pela US!! <15 mm pode se considerar abortamento completo. **Quando não tem hx precisa, BHG, exames prévios... Repetir US após. **Rh sempre saber! Abortamento inevitável - Sangramento vaginal variável, podendo ter eliminação de liquido; Dor do tipo cólica - Colo uterino aberto - Ultrassonografia: sem eliminação de conteúdo uterino e BCF presente - Conduta: Esvaziamento uterino **Eventualmente pode sair líquido. Exame físico mostrando colo aberto já comprova que não tem o que fazer. *Eventualmente se consegue dar andamento na gestação, mas é muito raro. Abortamento incompleto - Sangramento moderado; Dor do tipo cólica moderada **Cólica mais intensa, com saída de parte do produto. - Exame especular com conteúdo uterino sendo expelido - Colo uterino pérvio ou impérvio - Ultrassonografia: espessura endometrial > 15mm - Conduta: esvaziamento uterino *Parte já saiu e parte não. Fazer curetagem uterina/AMIU Abortamento séptico (infectado) - Sangramento variável; Dor abdominal variável com sensibilidade uterina aumentada. - Útero amolecido - Secreção vaginal purulenta; Odor fétido - Febre, náuseas, alterações hemodinâmicas - Poli microbiana> estreptococos beta-hemolítico, Enterococcus spp, Escherichia coli, Clostridiun spp - Conduta: esvaziamento uterino + antibioticoterapia **Risco de infecção muito maior pela manipulação uterina. *Compra de misoprostol = risco menor de infecção. Mas a introdução de corpo estranho dá maior risco de infecção. *Muita dor ao mobilizar o colo/palpação Abortamento retido - Pouco ou nenhum sangramento; Ausência de dor - Colo uterino impérvio - Ultrassonografia: ausência de BCF em embrião com CCN> 7mm, irregularidade do saco gestacional - Conduta: esvaziamento uterino **Embrião que parou de se desenvolver há mais de 4 semanas: calculo da IG mostra embrião muito menor. *Tudo se enquadra na ameaça ou abortamento completo *CCN>7mm tem que ter BCF **Menor que isso pode ser aborto retido ou gestação inicial. Dúvida no diagnóstico = controle US, procurando progressão da gestação. Gestação anembrionada - Pouco ou nenhum sangramento; Ausência de dor - Colo uterino impérvio - Ultrassonografia: ausência de embrião em gestação com saco gestacional > 25mm - Conduta: esvaziamento uterino **Pelo menos 25mm para comprovar que não vai mais ter embrião **RESUMO: MARCADORES: Colo Uterino e US = clínica variável Colo pérvio = incompleto ou inevitável Colo impérvio = Ameaça, incompleto, retiro ou anembrionaria Febre e dor ao toque = pensar em infecção Dados US = Saco gestacional com >25mm sem embrião = anembri Retido = CCN >7mm sem BCF Completo = <15mm; Incompleto >15mm Tratamento Conduta Expectante - Abortamento incompleto - Paciente bem orientada sobre riscos, benefícios e sinais de alerta **Expectante na ameaça e no incompleto. Essa conduta precisa de vínculo, em algumas pacientes não consegue orientar corretamente e acompanhá-la. *Esvaziamento pode ser feito com medicamento ou cirúrgicas Tratamento medicamentoso - Misoprostol: - <12 semanas: 800 mcg via vaginal a cada 12h (3 doses) - >12 semanas: 200 mcg via vaginal a cada 6h (4 doses) Tratamento cirúrgico - AMIU (Aspiração Manual Intrauterina): - Procedimento de escolha para gestações com menos de 12 semanas - Curetagem Uterina: Se AMIU indisponível Se grande quantidade de material intrauterino Maior risco de complicações *Se gestação apresentar feto com partes ósseas é necessária a eliminação fetal antes da curetagem uterina. **Curetagem: Colo pérvio, se não tiver dilata para poder introduzir a cureta -> colher com ponta vazada, lamina cortante e angulada; Introduzir no utero às cegas e vai raspando (procedimento agressivo). Raspa todas as paredes as cegas (maneira rudimentar), sabe-se que acaba o procedimento com um barulho. Risco muito maior que AMIU Abortamento de repetição - Ocorrência consecutiva de 3 ou mais abortamentos espontâneos - Anomalias cromossômicas dos pais: 2 a 4% - Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo - Incontinência do colo uterino Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo - Doença autoimune associada a tromboembolismo Critérios clínicos: - Um ou mais episódios de trombose - Uma ou mais mortes de fetos normais com mais de 10 semanas - Um ou mais partos pré-termo < 34 semanas em fetos normais - Três ou mais abortamentos consecutivos e espontâneos< 10 semanas. **Pensar em SAAF, mas não fecha diagnóstico, precisa de labs Critérios laboratoriais - Anticorpo anti-cardiolipina - Anticorpo anticoagulante-lúpico - Anticorpo anti-beta2 Glicopropeína1, Tratamento: AAS + heparina Incontinência do colo uterino - Dilatação cervical indolor no segundo trimestre, podendo ser seguida por herniação das membranas e perda fetal precoce Fatores de risco: Traumatismo prévio no colo uterino; Dilatação cervical e curetagens uterinas; Conização do colo uterino Diagnostico: Constatação de dilatação cervical> 8mm fora da gravidez; Encurtamento e dilatação progressivos do colo uterino. Tratamento: Cerclagem do colo uterino **TPP pode rasgar colo do utero = conduta é tirar o fio para colo poder dilatar sem causar trauma. Abortamento Interrupção Legal da Gravidez Situação de risco para a gestante: Concordância por escrito de dois médicos; Notificar a comissão de ética hospitalar; Concordância por escrito da paciente ou responsável legal Gestação decorrente de violência sexual: DESNECESSÁRIO BOLETIM DE OCORRENCIA! - Médico pode recusar a realização do procedimento (porém deve encaminhar a paciente para outro profissional) c) Gestação inviável ou feto não compatível com a vida: É necessária determinação judicial. Ex: anencefalia, rim policistico GESTAÇÃO ECTÓPICA - “Gestação cuja implantação e desenvolvimento do ovo ocorrem fora da cavidade corporal do útero” Tubas (95%); Ampola (70%); Istmo (12%) > onde mais rompe Fatores de risco - Doença inflamatória pélvica: processos aderenciais e tortuosidades - DIU: abscesso tubo ovariano - Cirurgia tubária prévia - Gestação ectópica prévia - Endometriose - Reprodução assistida **DIU diminui o risco de gestação. Mas se ocorrer falha no método, a chance dagestação se desenvolver fora da cavidade uterina é maior. **Geralmente associada a fatores de risco que causam lesões tubárias ou alterações no transporte ovular. - Gestação ectópica integra x Gestação ectópica rota **Íntegra não tem sangramento peritoneal, rota tem. Diagnóstico: - Dor abdominal ou pélvica + atraso menstrual - Sangramento vaginal leve - Sinais de irritação peritoneal **Irritação peritoneal diz que tem inflamação no tecido. - Massa anexial palpável **Exame de toque vaginal tem que ser muito bem detalhado, mobilizando e identificando volume do utero, e tentar palpar anexos = se aumentados, chances de GE muito alta. Além disso, com sinais de irritação peritoneal já pode fazer laparotomia se sem acesso a exames de imagem. Sinais de irritação peritoneal / hemorragia abdominal: - Sinal de Blumberg: descompressão dolorosa *FIE. Qualquer outra região: descompressão súbita e dolorosa. - Sinal de Cullen: equimose peri-umbilical - Sinal de Proust: (Grito de Douglas) dor a mobilização do colo uterino e abaulamento do fundo de saco posterior *Atrás do colo uterino. - Sinal de Laffon: dor no ombro (irritação do nervo frênico) Exames complementares Beta-hCG - Qualitativo: positivo x negativo - Quantitativo: Correlacionar com ultrassonografia; Gestação normal> beta-hCG duplica em 48h; Gestação ectópica tem evolução mais lenta **Positivo mantém como HD a GE. *Quantitativo: se diminuiu pensar em GE ou abortamento Ultrassonografia - Saco gestacional tópico (superficial ao endométrio) - Imagem anexial: Anel tubário; Imagem complexa; Embrião com BCF - Sinal de Arias-Stella (espessamento endometrial) - Dopplerfluxometria em região anexial **Beta-hCG maior que mil (1500) e útero vazio: Gestação Ectópica ** BHCG >1500 tem que tem gestação em algum local **Sinal de Arias-Stella*** PROVA: sinal indireto que engana muito ultrassonografista = viu espessamento do endométrio, laudando gestação inicial, mas é um estimulo da progesterona de região anexial no endométrio, gerada pela GE (não olhou fora do útero) Tratamento Cirurgia conservadora - “Paciente estável, beta-hCG < 5000, massa < 5cm” - Salpingostomia: retirar o que tem dentro e deixar aberta, ela vai cicatrizar e voltar ao normal -> FR para nova GE Quando fazer: só tem essa tuba, não tem condições de fazer técnicas de reprodução assistida, a única chance de engravidar é com essa tuba. Cirurgia radical - Salpingectomia: retirar toda. Mais comum de fazer. Tratamento clinico **Menor uso. Tem que cobrir todas exigências: - Metotrexato intramuscular - Gestação ectópica integra de até 4 cm *>4 cm é muito raro dar certo. - Beta-hCG ≤ 5000 - Ausência de atividade cardíaca do embrião - Desejo gestacional Tratamento clinico – Contraindicações: **Medicação agressiva. - Sensibilidade ao fármaco - Amamentação - Impossibilidade de seguimento adequado - Imunodeficiência, ulcera péptica ativa, doença pulmonar ativa Conduta expectante - Estabilidade hemodinâmica - Beta-hCG decrescente **Gravidez heterotopica: gravidez tópica + gravidez ectópica *Insuficiência do corpo lúteo é uma causa de abortamento DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL - Conjunto de alterações que surgem a partir do trofoblasto humano, e se caracterizam pela proliferação anormal de seus diferentes tecidos. Tipos - Mola hidatiforme - Mola completa - Mola parcial - Mola invasora (coriocarcinoma destruens) - Coriocarcinoma gestacional Malignos - Tumor trofoblástico do sítio placentário Fatores de Risco - > 40 anos - Intervalo curto entre partos - Síndrome de ovários policísticos - Abortamentos prévios - Mola hidatiforme anterior - Inseminação artificial - Tabagismo - Exposição a radiação ionizante Mola Hidatiforme Mola completa - Fertilização de óvulo com núcleo ausente. - 46XX, 46 XY - “Carga genética exclusivamente paterna” - Degeneração hidrópica de todas as vilosidades coriais **Degenera tudo, não há nada saudável, só mola. Mola parcial - Fertilização de um óvulo por dois espermatozoides. - 69XXX, 69XXY, 69 XYY **Carga genética materna e paterna. - Coexistência de tecidos fetais e tecidos trofoblasticos degenerados. Quadro clínico - Sangramento vaginal intermitente (aspecto de “suco de ameixa”) - Útero maior que o esperado para idade gestacional - Útero em sanfona: mudança do padrão -> Raro acontecer pelo controle maior com US - Cistos teca-luteínicos bilaterais - Hiperêmese gravídica - hCG muito elevado - Pré-eclâmpsia precoce - Ultrassonografia: flocos de neve *(Clinica menos exuberante na Mola Parcial) Diagnóstico: Quadro clinico + beta-hCG+ ultrassonografia Tratamento - Esvaziamento uterino: AMIU, Curetagem, Misoprostol - Histerotomia: feto > 4 meses e colo desfavorável **Tem que esvaziar completamente, se não é substrato. Acompanhamento - Beta-hCG semanal até negativar - Beta-hCG mensal por 6 meses - Contracepção **“Se Beta-hCG não cair por 3 semanas, ou apresentar elevação devemos pensar em metástase Mola Invasora - 70% das neoplasias trofoblasticas gestacionais - Invade o miométrio - Produz metástase - É considerada sequela da mola hidatiforme - Quimioterapia é o tratamento de escolha **Risco de insucesso maior quando não foi feito adequadamente o acompanhamento. Coriocarcinoma - Neoplasia trofoblastica gestacional extremamente agressiva - Invasão profunda do miométrio - Rápida disseminação hematogênica: Pulmão, vagina, fígado, sistema nervoso central - Secundário a qualquer tipo de gestação - Alta sensibilidade a quimioterapia; Taxa de cura elevada ** Mola invasora: mais comum, responde mt bem a Qt **Coriocarcinoma: mais agressivo, pode ser secundário a qualquer tipo de gestação Tumor Trofoblástico do Sítio Placentário - Tumor raro; Baixos níveis de Beta-hCG - Normalmente surge após gestação a termo **Pode surgir após gestação molar ou abortamento - Diagnóstico tardio (meses, anos); Neoplasia agressiva; Baixa resposta a quimioterapia Tratamento: histerectomia + quimioterapia Estadiamento - 1: tumor confinado ao útero - 2: tumor invade outras estruturas genitais - 3: acometimento pulmonar - 4: outras metástases Quimioterapia - Monoquimioterapia: metotrexate - Poliquimioterapia: etoposide + metotrexate + actinomicina D + ciclofosfamida + Vincristina SANGRAMENTOS NA SEGUNDA METADE DA GESTAÇÃO - Placenta Prévia, DPP, Rotura de Vasa prévia, Acretismo placentário PLACENTA PRÉVIA - Tecido placentário que recobre, ou está muito próximo ao orifício cervical interno, após a 28º semana de gestação. Classificação - Completa, centro-total, total: recobre totalmente o OCI - Parcial, ou centro-parcial: recobre parcialmente o OCI - Marginal: chegou até a borda do OCI, mas não avançou acima - Inserção baixa ou lateral: não é placenta prévia. Mais baixa que o habitual, mas não chega no OCI. Não gera repercussões e nem sangramento. “A classificação é dinâmica, e varia com a dilatação cervical” Fatores de Risco - Idade > 35 anos; Multiparidade; Endometrite prévia; - Abortamento provocado; Cicatrizes uterinas; Grande volume placentário Quadro clinico - Sangramento vivo, Indolor, Sem fator desencadeante. **“Todo o sangramento é exteriorizado” Exame físico - Evitar o toque vaginal (risco de desencadear sangramento intenso) **Procurar US anteriores para avaliar implantação. Exame especular cauteloso - “Se optar por parto vaginal, sempre realizar amniotomia (romper a bolsa)” *Romper a bolsa comprime a parte da placenta e para o sangramento. Diagnóstico - Ultrassonografia: Determina exata localização da placenta “Diagnóstico diferencial com descolamento prematuro de placenta” Conduta - Avaliar intensidade do sangramento, idade gestacional e tipo de inserção viciosa (ver se rompe bolsa ou não) - Gestação a termo: interrupção da gestação - Sangramento volumoso: interrupção da gestação - Gestação pré-termo com sangramento leve: conduta expectante Via de parto:- Placenta centro-total: parto cesariana “SEMPRE”!! - Placenta previa parcial: parto cesariana - Placenta previa marginal: Parto vaginal: Feto morto ou malformação incompatível com a vida ou Mãe hemodinamicamente estável com sangramento discreto - Parto cesariana: sangramento intenso, ou feto viável ACRETISMO PLACENTÁRIO - “Placenta está mais aderida ao útero que o normal” **Outro tipo de inserção viciosa da placenta Placenta Acreta - Vilosidades penetram profundamente no endométrio - Há plano de clivagem, porém defeituoso (por penetração mais profunda) Conduta: - Sem desejo reprodutivo: histerectomia total abdominal *Casos selecionados - Com desejo reprodutivo: extração manual + curetagem Placenta Increta - Vilosidade penetram até miométrio - Não há plano de clivagem Conduta: Histerectomia total ou subtotal (depende da localização da placenta) Placenta Percreta - Vilosidades ultrapassam a serosa uterina, por vezes invadem órgãos adjacentes Conduta: - Histerectomia total ou subtotal (depende da localização da placenta) - Por vezes é necessária conduta conservadora com uso de metotrexate e embolização de artérias uterinas. Complicações - Hemorragia pós-parto *Acontece no puerpério imediato, e a causa é inserção baixa da placenta. - Coagulação intravascular disseminada - Iatrogenias cirúrgicas DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA - “Separação de placenta normalmente inserida no corpo uterino, em gestação com idade superior a 20 semanas e antes da expulsão do feto” Classificação - Grau 1: Assintomatica. Diagnóstico posterior ao parto (histopatologia) - Grau 2: Hipertonia uterina e sofrimento fetal (feto ainda vivo) - Grau 3: Óbito fetal: Sem coagulopatia OU Com coagulopatia Fatores de Risco - Hipertensão arterial (o mais importante) - Brevidade cordão - Versão fetal externa - Miomatose uterina - Traumatismo abdominal - Placenta circunvalada - Tabagismo - Uso de cocaína ou crack - Uso de álcool - Desnutrição - Anemia - Corioamnionite - Idade materna > 35 anos **HAS faz parte do quadro clínico na maioria das vezes. Drogas e álcool por aumentar a PA. Quadro clínico - Sangramento vaginal escuro, associado a hipertonia uterina e sofrimento fetal agudo >>> O sangramento pode não se exteriorizar em todos os casos **Comum pico pressórico na hora. - O desenvolvimento de sofrimento fetal varia de acordo com grau de descolamento - Dor abdominal mais intensa que o esperado para o trabalho de parto - Hemoamnio (50%) **Quadro: HAS com sangramento e hipertonia = DPP Fisiopatologia - Hemorragia decidual > formação de hematoma > aumento da área descolada > aumento do sangramento... - Hipertonia: Taquisistolia; O sangue age como irritante - Hipotonia: após a hipertonia, secundaria a desorganização estrutural do miométrio pela infiltração sanguínea **Imagem: UTERO DE COUVELAIRE Discrasia sanguínea: - A formação do coagulo retroplacentário leva ao consumo de fatores de coagulação. - Tromboplastina é liberada e estimula a cascata de coagulação nos capilares maternos Diagnóstico é clínico, não precisa de US, principalmente se já está em sofrimento fetal. Conduta - Interrupção da gestação **Optar pela via de parto mais rápida. - Parto vaginal: Feto vivo com parto iminente (período expulsivo); Feto morto com dilação> 8 cm e apresentação fetal baixa. - Parto cesariana: Feto vivo sem parto iminente; Feto morto com dilação< 8 cm e apresentação fetal alta. Complicações - Choque hipovolêmico: Devido sangramento de coagulopatia, de atonia uterina ou gerada pelo descolamento. - Insuficiência renal aguda: Choque hipovolêmico: Insuficiencia renal pré renal; CIVD; - Necrose hipofisária (síndrome de Sheehan): choque hipovolêmico pode fazer necrose por pouca perfusão sanguínea. Sd de Sheehan: causa de amenorréia secundária (para de ovular por baixa liberação de gonadotrofina). - Coagulação intravascular disseminada - Óbito fetal ROTURA UTERINA - “Rompimento total ou parcial das fibras do miométrio durante a gravidez ou trabalho de parto, podendo haver expulsão do feto para a cavidade abdominal” Fatores de risco - Cirurgia miometrial; Trauma uterino - Malformações congênitas - Manobra de kristeller (empurrar o fundo uterino com o peso do corpo para expulsar o bebê. Era feito de rotina antigamente). - Sobredistensão uterina - Taquisistolia *Uma das causas mais comum e evitáveis! Taquisistolia = muita contração = rompe. **TP: SEMPRE avaliar como estão as contrações! Se muita: FR para Rotura. Quadro clinico - Dor intensa com melhora espontânea - Parada da contratilidade uterina com subida da apresentação fetal - Sangramento vaginal - Sofrimento fetal agudo **Diagnóstico é CLINICO Sinais de iminência de rotura uterina: *Muitas vezes esses 2 sinais estão juntos. - Sinal de Brandl: distensão do segmento uterino inferior. Útero em aspecto de ampulheta - Sinal de Frommel: estiramento dos ligamentos redondos Sinais de rotura uterina consumada: - Sofrimento fetal grave; Parada das contrações uterinas - Sinal de Clark: enfisema subcutâneo - Sinal de Reasens: subida da apresentação fetal Conduta: Laparotomia exploradora imediata ROTURA DE VASA PRÉVIA - Ruptura de vasos fetais no momento do rompimento da bolsa das águas *Raro ocorrer espontaneamente. - Prognóstico fetal sombrio
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