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obrigações - adimplemento, inadimplemento e transmissão das obrigações

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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES (PARTE II) 
Continuação de adimplemento das obrigações: 
 Novação: “novação é o negócio jurídico por meio do qual se cria uma 
nova obrigação, com o objetivo precípuo de extinguir-se a obrigação anterior”. 
 
 Requisitos: 
 Art. 361: é imprescindível a intenção de novar do credor, pois novação não se 
presume. Deve ser expressa ou tácita. Quando não manifestada expressamente, deverá 
ser de modo claro e inequívoco. (animus novandi) 
Art. 367: Somente poderá haver novação se existir vínculo a ser novado, isto é, 
substituído. Existência de obrigação jurídica anterior. 
As obrigações nulas ou extintas não podem ser novadas porque não se pode novar o que 
não existe. As obrigações anuláveis têm existências, enquanto não rescindida judicialmente. A 
novação representa a renúncia ao direito de pleitear a anulação, instituto este que protege as 
partes em particular em certas ocasiões. 
 
A obrigação simplesmente anulável, entretanto, pode ser confirmada pela novação, pois 
tem existência, enquanto não rescindida judicialmente. Podendo ser confirmada, interpreta-se 
sua substituição como renúncia do interessado ao direito de pleitear a anulação. O vício que 
torna anulável um negócio jurídico não ofende a ordem pública, visando exclusivamente 
proteger o relativamente incapaz, ou quem foi vítima de um vício do consentimento ou da 
fraude contra credores (art. 171 - CC). Por essa razão a lei permite que o defeito seja sanado 
pela confirmação. 
 
Há grande discussão se as obrigações naturais podem ser novadas. Alguns entendem que 
não, pois ela não pode ser exigida compulsoriamente. Outros vêem que sim, pois a obrigação 
natural ganha substrato jurídico na medida em que é cumprida. A obrigação sujeita a termo ou 
a condição existe, logo pode ser novada. 
 
A nova dívida pode ser pura e simples ou também condicionada. Sendo pela 
segunda opção, a novação dá-se com o implemento da condição estabelecida. 
 
A grande maioria dos doutrinadores permite a novação da dívida prescrita. 
 
Criação de nova obrigação, substancialmente diversa da primeira: Precisa 
haver diversidade substancial entre o vínculo anterior e o novo. A diferença 
“substancial” ocorre com a mudança do objeto ou dos sujeitos (não há novação 
somente por alterações secundárias, tal como a mudança de lugar do cumprimento da 
obrigação, das garantias, dos prazos etc.). 
 
 Espécies: 
 
Art. 360, I – OBJETIVA: acontece quando houver alteração do objeto da relação 
entre as partes, logo existe quando se der modificação na natureza da prestação, 
mantendo-se inalterados as partes, podendo assim haver novação objetiva mesmo que 
a segunda obrigação consista também no pagamento em dinheiro (observado sua 
alteração substancial em relação à primeira). Ocorre com a criação de nova obrigação 
para substituir à anterior, alterando, portanto, o objeto da prestação. É necessário o 
animus novandi, caso contrário o que ocorre é a dação em pagamento. 
Art. 360, II – SUBJETIVA: Subdivide-se em: novação subjetiva passiva, novação 
subjetiva ativa e a novação subjetiva mista. 
A novação subjetiva passiva incide na figura do devedor, ou seja, ocorre a 
alteração deste havendo a intervenção de um novo devedor. Essa mudança pode-se 
dar por dois modos: pela delegação e pela expromissão. 
Pela delegação, Não tem previsão legal. Ocorre com a substituição do devedor com o seu 
consentimento. Neste caso, o devedor participa do ato novatório, indicando terceira 
pessoa que assumirá o débito, com a devida aquiescência do credor. Esse tipo de novação 
está previsto no Código Civil, art. 360, II. Havendo a necessidade do concurso dessas três 
pessoas, o devedor originário (delegante) o terceiro indicado (delegado) e credor 
(delegatário), onde todas irão consentir na modificação. 
Pela expromissão, ocorre com a substituição do devedor sem o consentimento dele (a 
substituição do devedor se dá independentemente do seu consentimento, por simples ato 
de vontade do credor, que o afasta, fazendo-o substituir por um novo devedor). 
OBS: É importante não confundir a novação subjetiva passiva (especialmente a por 
delegação) com a cessão de débito (ou assunção de dívida). Na cessão de débito (ou 
assunção de dívida), prevista no art. 299 do Código Civil. Na cessão de débito (ou 
assunção de dívida) não há “animus novandi”, que é requisito indispensável para 
qualquer novação (conforme art. 361 do Código Civil). Assim, na cessão de débito (ou 
assunção de dívida) não há extinção da relação obrigacional para se transformar em 
outra, de modo que o novo devedor assume a dívida, permanecendo o mesmo vínculo 
obrigacional. 
A novação subjetiva ativa ocorre com um acordo de vontades, através do qual há a 
substituição do credor por outro, desobrigando-se o devedor para com o primeiro, e 
estabelecendo novo vínculo com o segundo, pelo acordo das três pessoas. Não é espécie 
de cessão de crédito, pois não há “animus novandi”. 
A novação subjetiva ativa ocorre quando, pelo Código Civil, art. 360, III, o 
credor originário, por meio de nova obrigação, deixa a relação obrigacional e um 
outro o substitui, ficando o devedor quite para com o antigo credor. 
É, ainda, possível, embora seja rara a novação subjetiva mista, quando houver simultânea 
mutação de credor e de devedor (CC, art. 360, II e III). 
A novação mista, quando se alterar o credor, ou devedor, e também o conteúdo ou 
objeto da obrigação. Ter-se-á, então, uma novação sui generis pela fusão das duas 
modalidades de novação: a subjetiva e a objetiva. Interessante a respeito é o exemplo, 
dado por Carlos Roberto Gonçalves, do pai que assume débito pecuniário de seu filho 
(mudança de devedor), mas com a condição de pagá-lo, mediante a realização de um 
determinado serviço (alteração de objeto). 
 Efeitos 
Art. 363: "Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação 
regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição". Como a 
nova obrigação extinguiu a antiga não há no que se falar em se voltar contra o antigo 
devedor que se encontra totalmente exonerado. Somente far-se-á isto se este devedor 
agiu de má-fé, pois ninguém pode se aproveitar de sua torpeza. 
 
Art. 364: A extinção da obrigação antiga atinge suas garantias e seus acessórios 
(alterações secundárias). Contudo, se houver esta estipulação em contrário (para que 
sejam aproveitados os acessórios e as garantias da dívida primitiva na nova), mesmo 
assim, não poderá fazer parte da dívida novada nenhuma das garantias reais (penhor, 
hipoteca ou anticrese) que se estipulou aproveitar, se “os bens dados em garantia 
pertencerem a terceiro que não foi parte na novação” (art. 364, parte final, do Código 
Civil). 
 
Art. 365: Exoneração dos devedores solidários que não participaram da novação: 
Como a novação extingue a obrigação anterior, todos os co-devedores são exonerados. 
O acordo feito entre um dos co-devedores e o credor não se estende aos demais que não 
consentiram. 
 
Art. 366: se a novação foi feita sem o consenso do fiador, há a sua exoneração. Em 
outras palavras, a lei exige que o fiador consinta para que permaneça obrigado em face 
da obrigação novada, assim, se ele não consentir, está consequentemente liberado. 
 
 Compensação: A compensação acontece quando duas pessoas são 
credoras e devedoras entre si de obrigações diferentes. Uma obrigação é paga pela 
outra, e as duas são então extintas. 
 
 Espécies 
Total: valores iguais as duas obrigações. 
Parcial: se os valores forem desiguais, havendo uma espécie de desconto. Abate-se até 
a concorrente quantia. 
Pode ser também: 
Legal: decorre da lei, independenteda vontade das partes. 
Efeitos ipso iure. Opera de forma automática, de pleno direito. O juiz apenas a reconhece, 
declarando sua configuração, desde que provocado, pois não pode proclamar de ofício. Os 
efeitos retroagirão ao momento em que foi constituída a segunda obrigação. 
Requisitos: 
a) Reciprocidade dos créditos: As duas pessoas devem ser credoras e devedoras entre si. "O 
devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe deve; mas o fiador pode 
compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado" (art. 371). 
 
Exceção em favor do fiador (segunda parte do art. 371): Como o patrimônio do fiador corre o 
risco de ser afetado caso o devedor não pague a dívida, é permitido que ele efetue 
compensação com este débito que não é seu. 
 
Terceiro não interessado que paga em nome do devedor não pode compensar uma dívida sua 
com a do devedor nem com a do credor, pois são partes diversas. Aquele que se obriga em favor 
de terceiro também não pode compensar esta dívida com uma que tenha com o devedor, pois a 
obrigação que contraiu foi com o credor, pessoa diferente. Ele pode compensar essa obrigação 
com uma que tenha com o credor, pois são dívidas entre as mesmas partes. 
 
b) Liquidez das dívidas: "A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de 
coisas fungíveis" (art. 369). Portanto, cujo valor seja certo e determinado. 
 
c) Exigibilidade das prestações: Todas as obrigações devem ser exigíveis, ou seja, devem 
estar vencidas. Isto porque só assim pode o credor impor a realização coativa do contracrédito. 
Dívidas prescritas não podem ser alvo de compensação, a menos que a parte beneficiada não a 
tenha alegado, pois assim a dívida é exigível. As dívidas condicionais só podem ser compensadas 
com o implemento da condição. As à termo, só após o vencimento deste. 
 
"Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação" (art. 372). 
As obrigações alternativas só podem ser compensadas caso a escolha feita pelo devedor cumpra 
os requisitos. 
 
d) Fungibilidade dos débitos: Os débitos devem ser fungíveis entre si, ou seja, devem ser 
coisas fungíveis de mesma espécie. Exemplo: dívida de sacas de café não se compensa com de 
sacas de milho. Se o contrato especificar a qualidade, a compensação só pode se dar entre 
produtos da mesma. "Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas 
prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada 
no contrato" (art. 370). 
 
Convencional: quando o acordo resulta das partes. 
A compensação convencional ocorre quando as partes concordam em fazê-la, dispensando 
certos requisitos para que a mesma seja legal. Podem as partes, por exemplo, compensar 
dívidas ilíquidas ou de diferente qualidade, conforme pactuarem. Pode a compensação 
resultar da vontade de apenas uma das partes, como no caso de o devedor compensar uma 
dívida vincenda sua. Ocorre, aí, a compensação facultativa. O limite da compensação 
convencional é quando este ato contrariar o fim econômico-social do contrato, a boa-fé e os 
bons costumes. 
 
Judicial: quando efetivada por determinação do juiz. 
A compensação judicial ocorre, principalmente, nas hipóteses nas quais há procedência da 
ação e da reconvenção, ou seja, ambas as partes vencem e são vencidas ao mesmo tempo. O 
juiz determina que o pagamento final seja compensado pelo o que cada parte ganhou. 
 
 Dívidas não compensáveis 
Exclusão convencional: "Não haverá compensação quando as partes, por mútuo 
acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas" (art. 375). É chamada 
de exclusão bilateral. Pode haver renúncia unilateral do direito de compensar. Porém, 
esta só pode ser feita após o surgimento do crédito que seria compensado e antes de 
todos os requisitos da compensação estarem presentes. De qualquer forma, os direitos 
de terceiros são preservados da renúncia. 
 
Exclusão legal: decorre da causa de uma das dívidas ou da qualidade de um dos 
devedores. 
 
Não havendo interesse público envolvido, nada impede que a renúncia seja feita 
previamente. A renúncia não precisa ter fórmula específica, basta apenas ser clara, podendo 
tanto ser expressa quanto tácita. A diversidade de causa devendi (o por quê de ter se 
constituído o crédito) não é motivo para a incompatibilidade de compensação. 
 
"A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:" (art. 373, caput). 
 
a) Inciso I: "Se provier de esbulho, furto ou roubo". Como constituem atos ilícitos, não 
podem ser objeto de compensação. Exemplo: aquele que empresta dinheiro a terceiro não 
compensa seu crédito roubando a mesma quantia deste. Contudo, pode a vítima de tais atos 
optar por uma compensação do que pela devolução do valor subtraído. A não possibilidade 
poderia beneficiar o autor do ato infracional. 
 
b) Inciso II: "Se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos". O comodato e o 
depósito representam a confiança mútua. É a garantia de que o pagamento será feito com a 
restituição da coisa. Manter o objeto não é compensar o pagamento, pois o dever de restituir 
permanece. O art. 638 permiti a compensação do depósito somente se for compensado com 
outro depósito. A dívida de alimento não pode ser compensada porque seu pagamento 
presume a sobrevivência da outra parte. Se a pessoa pudesse compensar tal dívida, poderia 
causar a não alimentação da outra, fim este que a dívida de alimentos tenta impedir. 
 
c) Inciso III: "Se uma for coisa não suscetível de penhora". A impossibilidade de se penhorar 
significa que o objeto não pode ser alienado. A compensação de tal objeto resultaria 
justamente na sua alienação à outra parte. 
 
"Não se admite compensação em prejuízo do direito de terceiro. O devedor que se torne 
credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exeqüente a 
compensação, de que contra o próprio credor disporia" (art. 380). Se após o credor tiver 
penhorado seu crédito para com o devedor, este se tornar credor daquele, não poderá ser 
feita a compensação. Isto porque o terceiro que se envolveu na penhora sairia prejudicado. 
Se a penhora tiver sido feita após a constituição dos créditos recíprocos, a compensação 
poderá ser feita, pois já teria o terceiro consciência da situação do crédito. 
Outras regras sobre a compensação: 
 
O efeito extintivo estende-se aos acessórios, pois cessa a dívida principal. O art. 1020 do CC 
de 1916 dispunha que "o devedor solidário só pode compensar com o credor o que este deve a 
seu coobrigado, até ao equivalente da parte deste na dívida comum". Como o novo Código 
nada fala sobre o assunto, o mesmo entendimento é utilizado, chamado de princípio da 
reciprocidade. 
 
"O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, 
não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao 
cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário 
compensação do crédito que antes tinha contra o cedente" (art. 377). Depois não há 
compensação porque não existe reciprocidade entre o cedido e o cessionário, no caso. 
 
"Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem 
dedução das despesas necessárias à operação" (art. 378). A contrariu sensu, entende-se que 
quando as dívidas são pagas no mesmo lugar, o desconto dessas despesas é permitido. 
 
"Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no 
compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento" (art. 379). 
 
 Confusão: "Extingue-se a obrigação, desde que na mesmapessoa se 
confundam as qualidades de credor e devedor" (art. 381). A confusão age sobre a 
figura do sujeito ativo e passivo, constituindo um impedimentum praestandi. 
Assim, não acarreta na extinção da dívida sobre a obrigação, e sim sobre as partes, na 
impossibilidade do exercício simultâneo da ação creditória e da prestação; e essas duas 
qualidades, por alguma circunstância, encontram-se em uma só pessoa, extingue-se a 
obrigação, porque ninguém pode ser juridicamente obrigado para consigo mesmo ou 
propor demanda conta si próprio. 
No direito das obrigações, a confusão tem como efeito primordial a extinção da 
obrigação. Para GONÇALVES (2004, p. 340), “A confusão extingue não só a principal 
mas também os acessórios, como a fiança e o penhor, por exemplo, pois cessa para o 
fiador e outros garantes o direito de regresso, incompatível com os efeitos da confusão.” 
Para Maria Helena Diniz (2007, p.352): “Claro está, pelo art. 381 do Código Civil, que 
um dos efeitos da confusão é operar a extinção da obrigação, desde que na mesma 
pessoa se aglutinem as qualidades de credor e devedor. Se acarretar a extinção da 
obrigação principal, ipso facto extinguir-se-á a relação acessória, já que accessorium 
sequitur principale;” 
Por outro lado, a recíproca não é verdadeira. A obrigação principal que foi contraída 
pelo devedor permanecerá, se a confusão ocorrer nas pessoas do credor e fiador ou 
fiador e devedor. No primeiro caso (credor e fiador), extingue-se a fiança, porque 
ninguem pode ser fiador de si próprio. Já no segundo (fiador e devedor), desaparece a 
garantia porque deixa de oferecer qualquer vantagem para o credor. 
 Hipóteses: 
Pode decorrer de ato inter vivos, ou mortis causa. É de ato inter vivos quando 
há cessão do crédito ao próprio devedor ou quando o devedor se casa com o credor com 
comunhão universal de bens. 
Decorre de mortis causa quando o devedor é herdeiro do credor falecido. 
 Espécies 
A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela" (art. 392). 
Pode ocorrer confusão parcialmente ou de modo total. Se for parcial, só libera o 
devedor no montante da quota, como na compensação. 
 
"A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação 
até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao 
mais a solidariedade" (art. 383). Caso haja pluralidade de credores, se um deles morrer, 
sendo o herdeiro o devedor, a confusão será parcial ou imprópria, tendo o devedor que 
pagar a quota parte dos outros co-credores. Já no caso de pluralidade de devedores, se 
o credor morrer, sendo um dos co-devedores o único herdeiro, a confusão é total ou 
própria para este, que não precisará pagar nada a si mesmo. Entretanto os outros co-
devedores continuam a dever, tendo agora que pagar esse devedor que se tornou 
credor. 
 
 Efeitos 
A confusão da dívida principal extingue seus acessórios, mas a recíproca não é 
verdadeira. Se o credor morrer e o herdeiro for o fiador, a garantia da dívida se 
extinguirá, mas a mesma permanecerá, tendo o devedor agora que pagar para seu 
antigo fiador. Extingue-se a fiança, mas não a obrigação. Igualmente se houver 
confusão entre fiador e devedor: desaparece a garantia, mas subsiste a obrigação 
principal. 
 
Cessação da confusão: "Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os 
seus acessórios, a obrigação anterior" (art. 384). Exemplo de cessão da confusão: o 
credor torna-se ausente, dando início à sucessão provisória e depois reaparece. Nesses 
casos, não houve uma extinção da obrigação, mas apenas uma neutralização ou 
paralisação. As partes podem convencionar a não produção dos efeitos da confusão. 
Isso, porém, somente vale entre elas, não se estendendo a terceiros. 
 
Confusão na dívida solidária: Ocorrendo a confusão da dívida solidária, a 
obrigação será extinta apenas na respectiva parte do crédito ou débito, permanecendo a 
solidariedade em relação ao restante. 
Extingue-se a dívida restritivamente na parte que cabia ao devedor pagar 
rateadamente. O que sobra é cobrável junto aos outros co-devedores. Suponha-se que 
há três credores, e um único devedor. Um terço da dívida entra na confusão. As outras 
duas partes submete-se à exigibilidade pelos outros dois credores. Invertendo-se a 
posição da solidariedade, isto é, se aparecem três devedores, e o credor herdar de um 
deles uma terça parte do crédito, perante os outros dois faculta-se-lhe exigir o 
restante. (Arnaldo Rizzardo). 
 Remissão: é uma forma de extinção, total ou parcial, da obrigação 
ocasionada pelo ato de exoneração do devedor do cumprimento da dívida 
(perdão) realizada pelo credor. 
Como equivale a uma disposição de patrimônio, a remissão exige a capacidade do 
remitente e do remitido, objeto lícito e possível e forma prescrita em lei. Remissão é o 
perdão da dívida e se reveste de caráter convencional porque depende de aceitação. O 
remitido pode recusar o perdão e consignar o pagamento. É, portanto, negócio jurídico 
bilateral. Pode ser total ou parcial (artigo 388) e expressa ou tácita (artigo 386) 
OBJETO: Em princípio, desde que não prejudique interesse público ou de terceiro, a 
remissão poderá recair sobre qualquer natureza de crédito patrimonial de caráter 
privado. Não se admite a remissão de obrigação indisponível ou alimentar. 
Remissão x remição: o termo “remição” é utilizado com o significado de liberação, 
prevista em instituto diferente. Enquanto “remissão” indica perdão. 
Remissão condicional – não é admitida, pois se configuraria como transação. 
Remissão x doação: a doação é uma relação que envolve o animus 
donandi, caracterizando-se pela transmissão, por liberalidade, de um bem patrimonial em 
favor de terceiro, podendo trazer contraprestações (doação com encargo), enquanto a 
remissão relaciona-se com a dispensa do cumprimento da obrigação e é peculiar apenas aos 
direitos creditórios. 
 Espécies: 
Expressa: é aquela que resulta de declaração do credor, em instrumento público ou 
particular, por ato inter vivos ou causa mortis (ex: testamento), perdoando a dívida. 
Tácita: é aquela que deriva de ato do credor incompatível com a intenção de exigir o 
cumprimento da dívida. Ex: Se o credor, recebendo parcialmente o valor da dívida, 
entrega a quitação total ao devedor. 
Presumida: é aquela que decorre de previsão legal, ex: art. 386 e 387. 
- A Remissão pode ser classificada como total ou parcial. 
Total: a dívida é integralmente perdoada; 
Parcial: o credor só recebe parte da dívida, subsistindo o débito. 
 
 
 
DISPOSIÇÕES GERAIS: 
Entrega voluntária do título x remissão: a posse do titulo (instrumento 
particular) pelo devedor faz presumir o pagamento (remissão tácita), contudo, para 
caracterizar a remissão, é necessário que o devedor comprove que a entrega foi 
voluntária, além disso, é necessária a capacidade das partes. 
Art. 324 x art. 386: Se o devedor alega que pagou, a posse em que se acha do escrito 
da dívida faz presumir o pagamento e que o título lhe foi entregue pelo credor; mas, se 
alega que o credor lhe remitiu a dívida, já não será suficiente a posse do título; deve 
provar ainda que foi o próprio credor quem espontaneamente lho pagou. (Lacerda de 
Almeida). 
Entrega voluntária do objeto empenhado x remissão: A posse do objeto 
empenhado representa um elemento de garantia a reforçar as possibilidades de 
cumprimento da obrigação, pois o penhor assegura ao credor as prerrogativas de 
preferência e de seqüela. Ora, se o credor devolve o objeto empenhado, presume a lei 
renuncia à garantia, pois se quisesse perdoar a dívida, ou devolveria o instrumento que 
a constituiu, ou a declarariaexpressamente. (Silvio Rodrigues). 
Remissão da dívida solidária: dado um débito solidário, a declaração de perdão 
feita a um libera todos os outros; para que o credor possa conservar o crédito para com 
os outros, é necessário que faça reserva expressa e em tal caso estes não respondem 
senão com a dedução da quota do co-devedor liberado. (Roberto de Ruggiero). 
Remissão x obrigação indivisível: Como disposto no art. 262, “se um dos credores 
remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros, mas estes só a 
poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. 
Transmissão das obrigações: 
 Cessão de crédito: é utilizada pelo credor de uma obrigação para 
transferir seus direitos creditícios a outrem, estranho a relação obrigacional 
pactuada com o devedor. 
Importante asseverar que a cessão transfere todos os elementos da obrigação, tais 
como, juros, multas e, inclusive, garantias da dívida, salvo expressa disposição em 
contrário. Logo, se a obrigação cedida é garantida por hipoteca, o cessionário torna-se 
credor hipotecário; se por penhor, o cedente é obrigado a entregar o objeto empenhado 
ao cessionário. 
Outro aspecto relevante acerca da cessão de crédito é que o cedido (devedor na relação 
obrigacional) não pode se opor à realização do negócio, ou seja, a cessão independe da 
anuência do devedor. 
Suas partes são: 
Cedente = aquele que transfere o crédito a que tem direito 
Cessionário = aquele que recebe o crédito transmitido, em detrimento disso, pode 
exigir o cumprimento da obrigação do devedor. 
Cedido = o devedor da obrigação. 
 
Suas espécies são: 
Convencional: aquele que resulta do acordo entre o cedente e o cessionário. 
Judicial: que se configura por uma decisão do judiciário. 
Legal: hipóteses que a lei determina, tais como nos arts. 346, 636 e 786 do Código 
Civil. 
 
Regulamentação: 
Art. 286: A princípio, todo e qualquer crédito pode ser objeto de cessão de 
direito, esteja ele vencido ou não. 
 
1ª regra: Não é possível ceder o crédito em alguns casos, em decorrência de vedação legal 
como, por exemplo, na obrigação de alimentos (art. 1.707 do CC6) e nos casos envolvendo os 
direitos da personalidade (art. 11 do CC7). 
 
2ª regra: Essa impossibilidade de cessão pode constar de instrumento obrigacional, o que 
também gera a obrigação incessível. De qualquer forma, deve-se concluir que se a cláusula de 
impossibilidade de cessão contrariar preceito de ordem pública não poderá prevalecer em 
virtude da aplicação do princípio da função social dos contratos e das obrigações, que limita 
a autonomia privada, em sua eficácia interna, entre as partes contratantes (art. 421 do CC8). 
 
3ª regra: Essa cláusula proibitiva não pode ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não 
constar do instrumento da obrigação, o que está em sintonia com a valorização da eticidade, 
um dos baluartes do atual Código. Isso ressalta a tese pela qual a boa-fé objetiva é princípio 
de ordem pública, conforme o Enunciado n. 363 CJF/STJ, da IV Jornada de Direito Civil: ‘Os 
princípios da probidade e da confiança são de ordem pública, estando a parte lesada somente 
obrigada a demonstrar a existência da violação. 
No que diz respeito à capacidade dos agentes envolvidos, cedente e cessionário 
devem ser pessoas capazes e legitimadas para praticar o ato de alienação ou compra 
e, quanto ao cedente, por óbvio, que seja titular do crédito objeto da cessão. 
 
Por fim, quanto à legitimação, algumas pessoas não podem adquirir certos créditos, como 
por exemplo, tutores e curadores não podem figurar como cessionários de seu pupilo e 
curatelado. Igualmente, os pais que administram os bens dos filhos, não podem ceder 
direitos sem autorização judicial (art. 1.691 do CC). O falido, igualmente, não está 
legitimado a praticar qualquer ato de cessão por razões óbvias. 
Art. 288: Quanto à forma do negócio, a lei não exige qualquer forma especial para 
que a cessão tenha validade jurídica entre as partes. O instrumento de cessão deverá 
conter a indicação do lugar onde foi firmado, a qualificação dos contratantes, a data 
e o objetivo da cessão. Carlos Roberto Gonçalves acrescenta que deve o instrumento 
ser registrado perante o Cartório de Títulos e Documentos. 
Importante destacar que essas formalidades são exigidas para que a cessão de 
crédito tenha validade contra terceiros, com quem não se confunde o cedido 
(devedor), pois, como mencionado, esse não tem o direito de obstar a cessão, 
ressalvada a hipótese de cláusula proibitiva expressa no contrato celebrado com o 
cedente, como já mencionado. 
Art. 290: A norma não diz que a notificação do devedor é indispensável para 
validade da cessão de crédito, mas apenas que não é eficaz em relação ao devedor, 
isto é, que este só está sujeito às suas consequências a partir do momento em que 
tiver conhecimento de sua realização. 
Essa notificação poderá ser judicial ou extrajudicial, podendo ser realizada pelo 
cedente e pelo cessionário. Não obstante, é fato que o maior interessado na 
notificação é o cessionário, pois o cedido será desonerado na hipótese de pagar ao 
cedente antes de realizada a notificação. 
A notificação do devedor é expressamente exigida para, tão somente, preservá-lo do 
cumprimento indevido da obrigação, pois esse poderia efetuar o pagamento ao 
cedente, antigo credor. 
Art. 292: Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, 
paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga 
ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; 
quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da 
notificação. 
Todavia, em sentido oposto, se, após ser devidamente notificado, pagar ao cedente, o 
devedor não se desonerará da obrigação, posto que, quem paga mal, paga duas vezes. 
Se o cedido receber mais de uma notificação e pagar ao cessionário que lhe apresente 
o título comprobatório da obrigação, esse ficará desonerado. 
A notificação ainda poderá ser expressa ou presumida. 
Expressa = Quando o cessionário ou cedente, comunicam ao devedor acerca da ocorrência 
da cessão. 
Presumida = àquela manifestada pela ciência espontânea do devedor, em escrito público 
ou particular, nos exatos termos da parte final do artigo 292 do Código Civil. 
Art. 293: Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o 
cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido. 
Desse modo, a ausência de notificação do devedor não obsta a que o cessionário 
exerça todos os atos necessários à conservação do crédito objeto da cessão, como a 
competente ação de cobrança ou de execução por quantia certa. Tome por exemplo 
que o cessionário recebeu crédito que prescreverá no dia seguinte. Para evitar que 
essa ocorra, o cessionário pode lançar mão de todas medidas judicias à sua 
disposição, antes mesmo, de realizada a notificação. 
Art. 294: O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem 
como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o 
cedente. 
Nasce ao cedido o direito de opor ao cessionário as exceções que tinha contra o 
cedente. Note-se que a lei é clara em estabelecer o momento oportuno para que o 
cedido manifeste as exceções ou defesas que tinha contra o cedente: no momento em 
que veio a ter conhecimento da cessão. Se o devedor, notificado da cessão, não se 
opõe, nesse momento, as exceções pessoais que tiver contra o cedente, não poderá 
mais arguir contra o cessionário as exceções que eram cabíveis contra o primeiro, 
como pagamento da dívida, compensação etc. 
Porém, isso não implica dizer que, por ocasião de eventual ação judicial,o 
devedor não possa apresentar prova de pagamento anterior à realização da cessão, 
pois, do contrário, representaria significativa ofensa à vedação ao enriquecimento 
sem causa. 
Art. 295: O cedente é responsável pela existência do crédito na data da cessão. É 
completamente diferente a responsabilização pela existência do crédito e solvência 
do cedido. Ademais, a lei isenta o cedente na hipótese de insolvência do cedido, salvo 
se houver estipulação em contrário. E ainda que o cedente seja responsável pela 
solvência, sua obrigação será limitada àquilo que recebeu do cessionário, acrescido 
de juros e demais despesas. 
Art. 296 e 297: O cedente não responderá pela solvência do devedor, salvo 
estipulação em contrário, conforme disciplina o artigo 296 do Código Civil e, sendo o 
cedente responsável, este não responderá por mais do que daquele recebeu, com os 
respectivos juros; mas terá de ressarcir as despesas da cessão e as que o cessionário 
houver feito com a cobrança, conforme o artigo 297 do Código Civil. 
A cessão pode também ser “pro soluto” ou “pro solvendo”; na pro soluto o cedente 
responde pela existência e legalidade do crédito, mas não responde pela solvência do 
devedor (ex: A cede um crédito a B e precisa garantir que esta dívida existe, não é 
ilícita, mas não garante que o devedor/cedido C vai pagar a dívida, trata-se de um risco 
que B assume). Na cessão pro solvendo o cedente responde também pela solvência do 
devedor, então se C não pagar a dívida (ex: o cheque não tinha fundos), o cessionário 
poderá executar o cedente. Mas primeiro deve o cessionário cobrar do cedido para 
depois cobrar do cedente. 
Quando a cessão é onerosa, o cedente sempre responde pro soluto, idem se a cessão foi 
gratuita e o cedente agiu de má-fé (ex: dar a terceiro um cheque sabidamente 
falsificado gera responsabilidade do cedente, mas se o cedente não sabia da ilegalidade 
não responde nem pro soluto, afinal foi doação mesmo - 295); mas o cedente só 
responde pro solvendo se estiver expresso no contrato de cessão (296). 
 Cessão de débito (assunção da dívida): A cessão de débito traduz 
um negócio jurídico bilateral pelo qual o devedor, COM EXPRESSA 
AUTORIZAÇÃO DO CREDOR (CC, art. 299), transfere a um terceiro a sua 
obrigação. O devedor originário responde se o novo devedor for insolvente e esta 
insolvência não for de conhecimento do credor. O silêncio do credor é 
interpretado como recusa. 
Contrato onde um terceiro assume a posição do devedor, responsabilizando-se pela 
dívida e pela obrigação que permanece íntegra, com autorização expressa do credor. É a 
transferência passiva da obrigação, enquanto a cessão é a transferência ativa. A 
assunção é rara e só ocorre se o credor expressamente concordar, afinal para o devedor 
faz pouca diferença trocar o credor (= cessão de crédito), mas para o credor faz muita 
diferença trocar o devedor, pois o novo devedor pode ser insolvente, irresponsável, etc. 
(299 e 391). Na assunção o novo devedor assume a dívida como se fosse própria, ao 
contrário da fiança onde o fiador responde por dívida alheia (veremos fiança em Civil 
3). A assunção de dívida também não se confunde com a novação subjetiva passiva, 
pois não há qualquer “animus novandi”, a obrigação não se altera e não se extingue, ela 
subsiste com os seus acessórios. 
Partes: 
Antigo devedor: CEDENTE 
Novo devedor: CESSIONÁRIO 
Credor: CEDIDO 
REGULAMENTAÇÃO: 
Art. 299: O credor deve manifestar concordância expressa. Mudar o devedor afeta as 
chances de que o pagamento se realize; o novo devedor pode ganhar menos ou ter 
menos bens. A fim de satisfazer o interesse do credor em quitar a dívida, exige-se sua 
concordância. 
Não há necessidade de consultar o devedor antigo ou de formar acordo  — basta a 
manifestação de vontade do novo devedor. É possível, no entanto, que este acordo 
exista, na delegação. 
Dispositivos gerais: 
 Espécies: 
Liberatória ou cumulativa: 
Liberatória: É a assunção de dívida por excelência. O efeito fundamental da assunção 
é de liberar o antigo devedor. 
Tanto que o regramento da assunção, dos arts. 299 a 303, presumem que esta seja 
liberatória. Sob esta forma, que também é chamada privativa, o novo devedor não pode 
opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao antigo devedor (art. 302) e as 
garantias especiais se extinguem, a menos que o antigo devedor disponha expressamente 
em contrário (art. 300). 
Cumulativa: Terceiro assume o débito conjuntamente com o devedor originário. Esta 
forma não está prevista no CC, mas é aceita pelo Princípio da autonomia da vontade. 
haverá a solidariedade entre os devedores se assim estiver estabelecido no contrato 
(CC, Art. 265 – Solidariedade não se presume). 
Assim, apenas existirá solidariedade entre os devedores na assunção cumulativa quando 
houver cláusula expressa nesse sentido. Sendo certo que a solidariedade não se presume, 
no silêncio do contrato, a obrigação poderá ser exigida na integralidade de cada devedor, 
sem a possibilidade de um se voltar em face do outro em sede regressiva para a restituição 
de sua fração. 
 
Expromissão ou delegação: 
Expromissória (Assunção externa): Nasce um negócio jurídico bilateral celebrado 
diretamente pelo credor e o novo devedor (expromitente) mesmo sem a autorização ou 
o conhecimento do devedor originário. Necessária à autorização do credor. 
O devedor originário em nenhuma das espécies (liberatória ou cumulativa) terá a sua 
situação agravada. Ex: Devedor doente. Amigo assume seu débito frente ao credor. 
Delegatória (Assunção interna): Nasce um negócio jurídico trilateral – Primeiro 
ocorre um acordo entre o devedor originário e o novo devedor, transmitindo a este o 
débito, mas esta transmissão só ocorre com a autorização expressa do credor. 
A autorização do credor é necessária em todas as situações e consiste em requisito tão 
importante que deve ser sempre expressa, tanto é que, segundo o parágrafo único do art. 
299, o silêncio do credor será interpretado como recusa. 
 Se no momento da transmissão o novo devedor já era insolvente e isso não era 
conhecido do credor, o devedor originário permanecerá responsável pelo pagamento. 
 Se o novo devedor era solvente no momento da transmissão e se tornou insolvente no 
momento do vencimento da dívida, o devedor originário não mais se responsabiliza 
pela dívida. 
 Se o credor sabia da insolvência no momento da transmissão, interpreta-se como um 
exercício da liberdade negocial. O credor assumiu o risco e o devedor originário não 
mais se responsabilizará. 
 Assim, é lícita a cláusula contratual que exonera o devedor originário, mesmo sendo o 
novo devedor insolvente ao tempo da transmissão, desde que o credor tenha 
conhecimento dessa insolvência. 
 CC, art. 300. As garantias especiais prestadas pelo devedor originário se extinguem 
com a assunção da dívida, salvo se este expressamente aceitar que permaneçam. 
 
 Cessão de contrato: O contrato, como bem jurídico, possui valor 
material e integra o patrimônio dos contratantes, podendo por isso ser objeto de 
negócio. A cessão de contrato, ou melhor, a cessão de posições contratuais, 
consiste na transferência da inteira posição ativa e passiva do conjunto de direitos 
e obrigações de que é titular uma pessoa, derivados de um contrato bilateral já 
ultimado, mas de execução ainda não concluída.A cessão de contrato tem grande 
aplicação, por exemplo, nos contratos de cessão de locação, fornecimento, 
empreitada, financiamento e, especialmente, no mútuo hipotecário para 
aquisição da casa própria. 
O que distingue basicamente a cessão da posição contratual da cessão de crédito e da assunção 
de dívidaé o fato de a transmissão abranger simultaneamente direitos e deveres de prestar 
(créditos e débitos), enquanto a cessão de crédito compreende apenas um direito de crédito e a 
assunção de dívida cobre somente um débito. 
A finalidade da cessão, que tem natureza contratual, é pois transferir a terceiro a inteira 
posição de um dos contraentes em outro contrato, de natureza bilateral. O contrato em 
que figurava a posição transferida, objeto da cessão, denomina-se contrato-base. 
Partes: 
Cedente (que transfere a sua posição contratual); 
Cessionário (que adquire a posição transmitida ou cedida); 
Cedido (o outro contraente, que consente na cessão feita pelo cedente). 
 Características: 
Vantagem prática – permite que uma pessoa transfira a outrem seus créditos e 
débitos oriundos de uma avença, sem ter de desfazer, de comum acordo com o 
contratante, o primeiro negócio e sem ter de convecê-lo a refazer o contrato com o 
terceiro interessado. 
Exige concordância do cedido; 
O contrato-base transferido há de ter natureza bilateral; 
Não se confunde com o contrato derivado ou subcontrato, porque neste o contraente 
mantém a sua posição contratual, limitando-se a criar um novo contrato da mesma 
natureza com terceiro; 
Distingue-se também, da sub-rogação legal do contrato, pois esta nasce direitamente da 
lei, sem necessidade do consentimento do contraente cedido; 
Igualmente difere da novação, porque, enquanto nesta se dá ou a transmissão dos 
direitos ou a transmissão das obrigações, na cessão do contrato ocorre a transferência 
dos direitos e obrigações do cedente ao cessionário. 
 Efeitos: 
Efeitos entre o cedente e o contraente cedido: a cessão da posição contratual 
pode efetuar-se com ou sem liberação do cedente perante o contraente cedido. Não 
havendo a liberação do cedente, estabelece-se um vínculo de solidariedade entre este e 
o cessionário. 
Efeitos entre o cedente e o cessionário: para o cedente, ocorre a perda dos 
créditos e das expectativas integrados na posição contratual cedida, bem como a 
exoneração dos deveres e obrigações nela compreendidos. 
Efeitos entre o cessionário e o contraente cedido: dá-se a substituição do 
cedente pelo cessionário na relação contratual com o cedido.

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