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EXAME CLINICO DO SISTEMA NERVOSO – GRANDES ANIMAIS Importância Examinar o SN é essencial para a completa avaliação clínica, pois são frequentes em grandes animais. É fundamental uma conduta adequada para que se possa chegar a um diagnóstico adequado, possibilitando um tratamento precoce, adoção de medidas preventivas para evitar que a doença se dissemine pelo rebanho e abolindo custos desnecessários. Particularidades As estruturas do SN são de difícil acesso, o tamanho dos animais dificulta por muitas vezes serem agressivos impedindo uma aproximação maior, o prognóstico é desfavorável e animais à campo possuem uma taxa de retorno considerável. Objetivos Saber se há distúrbio neurológico, localizar a lesão no SN (cérebro, cerebelo, tronco encefálico, medula, nervos periféricos), elencar diagnósticos diferenciais, definir exames complementares, estabelecer prognostico, tratamento e prevenção. Etapas do exame clínico ID do animal: raça, espécie, sexo, idade, utilização, local de origem; Anamnese: determinar o início dos sinais clínicos, evolução, alimentação, ambiente, vacinação, tratamentos realizados, respostas anteriores, n° de animais acometidos/morte, doenças anteriores. Exame físico geral: comportamento (apático, normal, hiperexcitado), postura, mucosa, desidratação, parâmetros vitais. Alterações cerebrais Cérebro – comportamental e cegueira Alterações no comportamento: Agressividade, Sonolência, Mania, Andar compulsivo, Pressão da cabeça contra objetos, Bocejos, Mugidos, Convulsões, Opistótono. Cegueira de origem central (amaurose), causada por uma lesão na região occipital do córtex cerebral; reflexo de ameaça; andar em ambientes diferentes. Alterações cerebelares Cerebelo Ataxia (força): tirar os membros dos eixos; Dismetria (hipermetria): interpretação errônea da distância, fazendo com que o animal dê longos passos; Tremores de intenção. Alterações no tronco encefálico (avaliar nervos cranianos) Olfatório (I): responsável pela olfação. Respostas a químicos não irritantes e busca de alimentos; anormalidades – incapacidade total ou parcial de sentir odores; Óptico (II): responsável pela resposta ao reflexo de ameaça, desviar de obstáculos, reflexo pupilar; anormalidade: cegueira total ou parcial; Oculomotor (III): responsável pelo reflexo pupilar, movimentação da pálpebra superior e observação do posicionamento e movimentação do globo ocular; anormalidade: reflexo pupilar alterado, ptose palpebral e possível estrabismo (ventro-lateral); Troclear (IV): responsável pela movimentação do globo ocular. Observar posição e coordenação de movimentos durante a movimentação da cabeça; anormalidade: estrabismo dorsal; Trigêmeo (V): responsável pela informação sensorial de córnea, pálpebras e cabeça (músculos da face, córnea e mucosa nasal); motora dos músculos faciais relacionados com a mastigação; anormalidades: dificuldade na apreensão de alimentos (mandíbula caída), atrofia de masseter e anormalidades sensoriais faciais; Abducente (VI): responsável pela movimentação do globo ocular; anormalidades: estrabismo medial e inabilidade para retrair o globo; Facial (VII): motor para face (pálpebras, orelhas, lábios e narinas), tem influência sobre as glândulas lacrimais e salivares e função gustativa; anormalidades: diminuição ou ausência de movimentos das orelhas, ptose palpebral e labial e pode ocorrer diminuição na secreção lacrimal; Vestíbulo-coclear (VII): responsável pelo equilíbrio (vestíbulo) e audição (coclear); anormalidades: problemas auditivos, desequilíbrio, torção da cabeça e nistagmo; Glossofaringeo: responsável pela sensibilidade da porção caudal da língua. Observar reflexo de deglutição; anormalidade: disfagia, megaesôfago e paralisia (faringe); Vago (X): possui função motora e sensorial para vísceras torácicas e abdominais, e motora da laringe e faringe; anormalidades: disfagia e sons inspiratórios anormais; Acessório (XI): função motora para músculos do pescoço; anormalidades: atrofia dos músculos esternocefálico, braquiocefálico e trapézio; Hipoglosso (XII): função motora da língua; anormalidade: tônus da língua, desvios e atrofia). Alteração na medula espinhal Neurônio motor superior: paralisia espástica (núcleos dos neurônios – tronco encefálico); Neurônio motor inferior: paralisia flácida (corno ventral da medula); Lesões na região toraco-lombar (T3-L3): posição de cão sentado; Avaliação dos reflexos espinhais Panículo: resposta do musculo cutâneo do tronco, tocar com a agulha no sentido caudo-cranial a partir da L3; auxilia na localização de lesões; Perineal: estimular a contração do esfíncter anal e da retração da cauda; integridade de S2-S4, nervo pudendo e caudal retal; Retirada: animal em decúbito lateral, provocando estimulo doloroso entre os dígitos; Integridade da C6-T2 e nervo radial – membros torácicos e L5-S1 e nervo ciático – membros pélvicos Patelar: animal em decúbito lateral, fazendo estimulo mecânico no tendão patelar; integridade do segmento medular de L4 e L5 e do nervo femoral.
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