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➝ É uma avaliação subjetiva com base no conjunto de dados exibidos pelo paciente e interpretados de acordo com a experiência de cada um. Serve para se compreender até que ponto a doença comprometeu o organismo, visto como um todo. - Estado geral bom - Estado geral regular - Estado geral ruim ➝ Estado de vigília ou plena consciência: É caracterizado pela percepção consciente do paciente, do mundo exterior e de si mesmo. ➝ Sonolência: o paciente é facilmente despertado, responde mais ou menos apropriadamente e volta logo a dormir. ➝ Confusão mental: configura-se por perda de atenção, o pensamento não é claro, as respostas são lentas e não há percepção normal do ponto de vista temporoespacial, podendo surgir alucinações, ilusão e agitação. ➝ Torpor ou estupor: caracteriza-se por uma alteração de consciência mais pronunciada, mas o paciente ainda é capaz de ser despertado por estímulos mais fortes, tem movimentos espontâneos, mas não abre os olhos. ➝ Estado comatoso: o paciente perde completamente a capacidade de identificar seu mundo interior e os acontecimentos do meio que o circunda. Não tem movimentos espontâneos e nem desperta, mesmo com estimulação forte. ➝ Prestar atenção à linguagem do paciente, particularmente na linguagem falada (fala). ➝ A fala depende de mecanismos bastante complexos que compreendem o órgão fonador (laringe), os músculos da fonação e a elaboração cerebral Exame físico geral SEMIOLOGIA P3 ➝ Disfonia ou afonia: é uma alteração do timbre da voz causada por algum problema no órgão fonador. A voz pode tornar-se rouca, fanhosa ou bitonal. ➝ Dislalia: é o termo que se usa para designar alterações menores da fala, comuns em crianças, como a troca de letras (“tasa” por “casa”). Uma forma especial é a disritmolalia, que compreende distúrbios no ritmo da fala, tais como a gagueira e a taquilalia. ➝ Disartria: decorre de alterações nos músculos da fonação, incoordenação cerebral (voz arrastada, escandida), hipertonia no parkinsonismo (voz baixa, monótona e lenta) ou perda do controle piramidal (paralisia pseudobulbar) ➝ Disfasia: aparece com completa normalidade do órgão fonador e dos músculos da fonação e depende de uma perturbação na elaboração cortical da fala. Há diversos graus, desde alterações mínimas até perda total da fala. Pode ser de recepção ou sensorial (o paciente não entende o que se diz a ele), ou de expressão ou motora (o paciente entende, mas não consegue se expressar), ou ainda do tipo misto, que é, aliás, o mais frequente. A disfasia traduz lesão do hemisfério dominante. ➝ Retardo do desenvolvimento da fala na criança: pode indicar alguma anormalidade neurológica. ➝ Disgrafia (perda da capacidade de escrever). ➝ Dislexia (perda da capacidade de ler). ➝ Altura/estatura:expressa o crescimento linear ➝ Paciente capaz de ficar em posição ortostática:altura é aferida em balança com estadiômetro ou com fita métrica inextensível com precisão de 0,1 cm, afixada em superfície lisa, vertical e sem rodapé. ➝ Crianças até 2 anos de idade: medir a altura (comprimento) com ela deitada, utilizando uma régua antropométrica que possui uma base fixa no zero e um cursor. ➝ Crianças a partir de 2 anos de idade: mede-se a altura (estatura) da criança em pé, comparadose a altura obtida com tabelas pediátricas para a idade e sexo. ➝ Há algumas equações para estimar a altura a partir de medidas de segmentos corporais, tais como altura do joelho, da envergadura ou semienvergadura. ➝ São bastante utilizadas para estimar a altura de pacientes que estão em UTIs. ➝ A estimativa da estatura por meio da altura do joelho não se altera com o aumento da idade. ➝ O paciente deve estar sentado, com os pés no chão. A medida é realizada tomando como referência o ponto ósseo externo, logo abaixo da rótula (cabeça da tíbia), até a superfície do chão. ➝ Nas situações em que não haja possibilidade de sentá-lo, ele deve ser disposto no leito em posição supina com a perna colocada perpendicularmente ao colchão. A medida é realizada tomando como referência o ponto ósseo externo, logo abaixo da rótula (cabeça da tíbia), até a superfície do colchão. ➝ Após a mensuração da altura do joelho, pode-se estimar a altura do paciente usando as fórmulas que contemplam diferentes faixas etárias, sexo e etnias ➝ Com o paciente de frente para o avaliador, em posição ereta, recostado na parede, tronco reto, ombros nivelados, braços abertos em abdução de 90° , mede-se a semienvergadura com uma fita métrica inextensível paralelamente à clavícula, verificando a distância entre o ponto médio do esterno e a falange distal do terceiro quirodáctilo. ➝ A medida da semienvergadura vezes dois corresponde à estatura real. ➝ Para a envergadura, mede-se toda a extensão de uma ponta a outra da falange distal. A medida da envergadura é similar à altura real. ➝ Pode superestimar a altura real (aproximadamente 3 cm no sexo masculino e 4 cm no sexo feminino) ➝ Usada para pacientes acamados em virtude de politrauma ou outras condições que inviabilizam a medida da altura do joelho e/ou da semienvergadura ou da envergadura. ➝ Semiotécnica. Com o paciente em posição supina, o leito em posição horizontal completa, a cabeça em posição reta, realizam-se as medidas pelo lado direito do corpo por meio da marcação no lençol na altura do topo da cabeça e da base do pé. Em seguida, mede-se se o comprimento entre as duas marcas com fita métrica inextensível. ➝ O peso corporal é a soma de todos os componentes da composição corporal: água e tecidos adiposo, muscular e ósseo. ➝ Sua avaliação é útil para determinar e monitorar o estado nutricional, utilizado como marcador indireto da massa proteica e reserva de energia. ➝ Peso atual: O paciente deve ser pesado descalço, com a menor quantidade de roupa possível, posicionado no centro da balança, com os braços ao longo do corpo. ➝ Peso usual/habitual: Geralmente é o peso que se mantém por maior período de tempo. ➝ Peso ideal/desejável/teórico: É o peso definido de acordo com alguns parâmetros, tais como idade, biótipo, sexo e altura. ➝ Devido a variações individuais no adulto, o peso ideal pode variar 10% para abaixo ou para cima do peso teórico. ➝ Pode ser calculado a partir do IMC, pela seguinte fórmula: Peso ideal = altura2 × IMC médio; ➝ IMC ideal: homens: 22 kg/m2; mulheres: 21 kg/m2. ➝ Peso estimado: É o peso obtido a partir de fórmulas ou tabelas. ➝ É utilizado quando inexiste a possibilidade de obtenção do peso atual ou quando não se pode pesar o indivíduo. A fórmula mais aplicada é a que utiliza a altura do joelho e a circunferência do braço. ➝ A circunferência do braço é aferida no ponto médio entre o acrômio e o olécrano, com o braço estendido lateralmente ao tronco. Para encontrar o ponto médio, o cotovelo deve estar fletido em 90°. ➝ É amplamente utilizado como indicador do estado nutricional. ➝ Expresso pela fórmula: IMC = peso atual (kg)/altura2(m). ➝ Para avaliação de sobrepeso e obesidade, o IMC é um indicador prático, de baixo custo e com boa validade diagnóstica. ➝ É utilizada para o diagnóstico de obesidade abdominal e reflete o conteúdo de gordura visceral, ou seja, aquela aderida aos órgãos internos, como intestinos e fígado. ➝ Apresenta grande associação com a gordura corporal total, sendo o tipo de obesidade mais comumente associada à síndrome metabólica e às doenças cardiovasculares. ➝ É determinada com uma fita métrica posicionada no ponto entre a última costela e a crista ilíaca, sem fazer pressão, em plano horizontal. ➝ Consiste em avaliar a distribuição central de gordura corporal e é obtido pela medida da cintura dividida pela medida do quadril e, tambémtem se mostrado eficiente para mensuração da quantidade de gordura corporal juntamente com o risco cardiovascular. ➝ Os valores acima de 0,80 para mulheres e acima de 0,95 para homens determinam maior fator de risco para doenças cardiovasculares. ➝ O maior acúmulo de gordura ocorre na região abdominal, principalmente, nos homens, sendo classificada como andróide e nas mulheres o acúmulo acontece, principalmente, na região glúteo-femoral, classificada como ginóide. ➝ O homem cresce a barriga e a mulher a barriga e a bunda; ➝ Medida antropométrica, realizada logo após o nascimento, e importante para acompanhamento da criança até 2 anos de idade. ➝ Em crianças com algum déficit, deve ser medido até os 5 anos de idade. ➝ Não pode faltar no exame físico da criança. ➝ Importante para o diagnóstico de algumas condições clínicas (microcefalia e macrocefalia); ➝ Para diagnóstico da microcefalia, o valor do PC deve ser inferior a 33 cm na criança a termo; ➝ A medida do PC é realizada com fita inextensível, observando os pontos anatômicos das bordas supraorbitárias (arco das sobrancelhas) e a proeminência occipital em seu ponto mais saliente, na parte posterior; ➝ Atitude: Consiste na posição adotada pelo paciente no leito ou fora dele, por comodidade, hábito ou com o objetivo de conseguir alívio para algum padecimento. ➝ Decúbito preferido: Está relacionado com a maneira do paciente permanecer no leito, não apenas por costume ou hábito, mas trata-se de uma posição conscientemente procurada para se conseguir alívio de algum padecimento. ➝ Atitudes voluntárias: as posições são adotadas pelo paciente de forma consciente; ➝ Atitudes involuntárias: independem da vontade do paciente. ➝ Atitude ortopneica (ortopneia): ➝ Posição adotada para aliviar a falta de ar decorrente de insuficiência cardíaca, asma brônquica e ascite volumosa. ➝ O paciente permanece sentado à beira do leito com os pés no chão ou em uma banqueta, e as mãos apoiadas no colchão para melhorar um pouco a respiração, que se faz com dificuldade. Atitude ortopneica: ➝ O paciente posiciona-se de joelhos com o tronco fletido sobre as coxas, enquanto a face anterior do tórax (peito) põe-se em contato com o solo ou colchão. O rosto descansa sobre as mãos, que também ficam apoiadas no solo ou colchão. Essa posição facilita o enchimento do coração nos casos de derrame pericárdico; ➝ É observada em crianças com cardiopatia congênita cianótica. Os pacientes descobrem, instintivamente, que ela proporciona algum alívio da hipoxia generalizada, que acompanha essas cardiopatias, em decorrência da diminuição do retorno venoso para o coração. ➝ O paciente com doença de Parkinson, ao se pôr de pé, apresenta semiflexão da cabeça, tronco e membros inferiores e, ao caminhar, parece estar correndo atrás do seu próprio eixo de gravidade; ➝ Decúbito lateral (direito e esquerdo): é uma posição que costuma ser adotada quando há dor de origem pleurítica. Por meio dela, o paciente reduz a movimentação dos folhetos pleurais do lado sobre o qual repousa. Ele se deita sobre o lado da dor. ➝ Decúbito dorsal: com pernas fletidas sobre as coxas e estas sobre a bacia, é observado nos processos inflamatórios pelviperitoneais. ➝ Decúbito ventral: é comum nos portadores de cólica intestinal. O paciente deita-se de bruços e, às vezes, coloca um travesseiro debaixo do ventre. ➝ Atitude passiva: paciente fica na posição em que é colocado no leito. É observada nos pacientes inconscientes ou comatosos. ➝ Ortótono (orthos = reto; tonus = tensão):Todo o tronco e os membros estão rígidos, sem se curvarem para diante, para trás ou para um dos lados. ➝ Opistótono (opisthen = para trás; tonus = tensão): Atitude decorrente de contratura da musculatura lombar, sendo observada nos casos de tétano e meningite. O corpo passa a se apoiar na cabeça e nos calcanhares, emborcando-se como um arco. ➝ Emprostótono (emprosthen = para diante; tonus = tensão). Observada no tétano, na meningite e na raiva, é o contrário do opistótono, ou seja, o corpo do paciente forma uma concavidade voltada para diante. ➝ Pleurostótono (pleurothen = de lado; tonus = tensão). É de observação rara no tétano, na meningite e na raiva. O corpo se curva lateralmente. ➝ Posição em gatilho. Encontrada na irritação meníngea, é mais comum em crianças e caracteriza- se pela hiperextensão da cabeça, flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para diante. ➝ Torcicolo e mão pêndula da paralisia radial. São atitudes involuntárias relacionadas a determinados segmentos do corpo. ➝ São aqueles que acontecem sem que a pessoa consiga ter controle sobre eles. ➝ Eles podem acometem praticamente todas as partes do corpo como pescoço, rosto, braços, pernas e tronco, que podem mover-se isoladamente ou em conjunto. ➝ Alguns são constantes, enquanto que outros ocorrem periodicamente ou em crises. ➝ Causas: - Há várias causas em potencial para os movimentos involuntários - No geral, eles acontecem devido a danos em áreas do cerebro que afetam a coordenação motora e os movimentos automáticos (aqueles que ocorrem sem necessidade da vontade da pessoa). Tremores: - São movimentos alternantes, mais ou menos rápidos e regulares, de pequena ou média amplitude, que afetam principalmente as partes distais dos membros. ➝ Para pesquisar os tremores utilizam-se duas manobras: 1- Solicita-se ao paciente que estenda as mãos com as palmas voltadas para baixo e com os dedos separados. Essa manobra pode ser completada colocando-se uma folha de papel sobre o dorso de uma das mãos. Isso provocará uma ampliação dos movimentos. 2- Ordena-se que o paciente leve um copo, com uma das mãos, da mesa à boca. Pode ser substituído pela execução de um movimento, qual seja tocar o próprio nariz com a ponta do indicador. Essa manobra é indispensável para caracterizar os tremores de repouso e os de ação. MOVIMENTOS COREICOS (COREIA): ➝ São movimentos involuntários, amplos, desordenados, de ocorrência inesperada e arrítmicos, multiformes e sem finalidade. Localizam- se na face, nos membros superiores e inferiores. ➝ Quando muito frequentes, são surpreendidos sem dificuldade pelo examinador, mas em algumas ocasiões são raros, e o próprio paciente procura escondê-los ou disfarçá-los. ➝ Para melhor observál-os, solicita-se ao paciente que se deite o mais relaxado possível ou que fique sentado à beira do leito com as pernas pendentes. MOVIMENTOS ATETÓSICOS (ATETOSE): ➝ Ocorrem nas extremidades ➝ São lentos e estereotipados, lembrando movimentos reptiformes ou os movimentos dos tentáculos do polvo. ➝ Podem ser uni ou bilaterais. ➝ São causados pelas lesões dos núcleos da base. Frequentemente ocorrem como sequela de impregnação cerebral por hiperbilirrubinemia do recémnascido (kernicterus). PSEUDOATETOSE: ➝ Movimentos incoordenados, lentos e de grande amplitude, nas mãos, nos pés, na face. São relacionados à lesão do corpo estriado. HEMIBALISMO: ➝ São movimentos abruptos, violentos, de grande amplitude, rápidos e geralmente limitados a uma metade do corpo. ➝ São extremamente raros e decorrem de lesões extrapiramidais. MIOCLONIAS: ➝ São movimentos breves, rítmicos ou arrítmicos, localizados ou difusos, que acometem um músculo ou um grupo muscular. Geralmente são relatados como “abalos”, “choques”, “sacudidas” e “trancos”. Podem ser de origem central, espinal e periférica. ➝ Devem-se a descargas de neurônios subcorticais e podem ocorrer em diversas situações patológicas. MIOQUINIAS: ➝ São contrações fibrilares de tipo ondulatório que surgem em músculos íntegros, principalmente no orbicular das pálpebras,quadríceps e gêmeos (“tremor na carne”). ➝ Não apresentam significado patológico, surgindo em pessoas normais, talvez com maior frequência nos pacientes neuróticos e em pessoas fatigadas. TIQUES: ➝ São movimentos involuntários que aparecem em determinado grupo muscular, repetindose sucessivamente. São domináveis pela vontade. Podem ser funcionais ou orgânicos. CONVULSÕES: ➝ As convulsões são movimentos musculares súbitos e incoordenados, involuntários e paroxísticos, que ocorrem de maneira generalizada ou apenas em segmentos do corpo. ➝ Surgem em muitas condições clínicas, mas todas têm um denominador comum: descargas bioelétricas originadas em alguma área cerebral com imediata estimulação motora. ➝ O exemplo clássico são as várias formas de epilepsia. DISTONIAS: ➝ São contrações musculares involuntárias mais lentas, que levam a movimentos repetitivos, além de rotação do corpo ou de um segmento corporal, podem evoluir para posturas anormais. TETANIA: ➝ É uma forma particular de movimentos involuntários e caracterizase por crises exclusivamente tônicas quase sempre localizadas nas mãos e pés, por isso denominados “espasmos carpopodais”. ➝ Pode ocorrer independentemente de qualquer manobra; porém, às vezes, é necessário usar um artifício para desencadeá-la, o que é feito com a compressão do braço com o manguito do esfigmomanômetro. A compressão adequada corresponde a um nível pressórico intermediário entre a pressão máxima e a mínima, ou seja, se a pressão arterial do paciente é de 140/90 mmHg, insuflase o manguito até 110 mmHg durante 10 min, ao fim dos quais poderá aparecer um movimento involuntário naquela extremidade, o qual nada mais é do que um “espasmo carpal”. ➝ É chamado “mão de parteiro”, e o fenômeno em sua totalidade recebe a designação de sinal de Trousseau.