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TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS Componentes: Dério Brioschi Viviavi Baptista Sandy Rodrigues Vinicius Serafim Professora: Bruna Gagno Disciplina: Biologia Molecular Ciência e Tecnologia de Alimentos- Campus Venda Nova Do Imigrante - ES O QUE É TOXICOLOGIA? ● É a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo, sob condições específicas de exposição; ● A classificação da toxicologia em áreas decorre do tipo de substância estudada e as circunstâncias sob as quais ocorre a ação tóxica. Assim, a mesma substância pode ser estudada em mais de uma área, dependendo da finalidade do seu uso; ● No contexto moderno, a toxicologia fundamenta-se fortemente nos campos da química e biologia e busca uma compreensão detalhada dos efeitos tóxicos e dos meios para evitar ou reduzir a toxicidade. TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS ● Cada alimento é composto por substâncias naturais que podem, eventualmente, conter atividade antinutritiva e/ou tóxica; ● Os produtos alimentares podem também conter os chamados xenobótipos antropogéneticos. ○ substâncias que resultam de uma contaminação ambiental ou industrial ou manipulações a que podem ter sido sujeitos. ● Estudo de substâncias tóxicas presentes em alimentos, sejam elas de origem natural ou sintéticas, inerentes ou adicionadas ao alimento; A toxicologia de alimentos vai determinar em que condições os alimentos podem ser ingeridos sem causar danos ao organismo. TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS ● A toxicologia dos alimentos enfoca a análise e os efeitos tóxicos de substâncias bioativas presentes em alimentos. ● É um campo distinto que avalia os efeitos dos componentes da complexa matriz química da dieta sobre as atividades dos agentes tóxicos que podem ser produtos endógenos naturais, introduzidos por organismos contaminantes ou resultar da produção, do processamento e da preparação dos alimentos. AÇÃO DOS MICROORGANISMOS NOS ALIMENTOS Os microrganismos podem ser classificados em três categorias, dependendo do tipo de interação com o alimento. ● Os microrganismos deterioradores - promovem alterações químicas que comprometem a qualidade do alimento. Geralmente, a deterioração está associada a alterações sensoriais (aparência, odor, sabor, textura): ○ Resultantes da atividade metabólica dos microrganismos, que utilizam compostos do alimento como fonte de energia. ● Os microorganismos patogênicos - promovem o desenvolvimento de infecções ou intoxicações no indivíduo que consumir o alimento contaminado; AÇÃO DOS MICROORGANISMOS NOS ALIMENTOS ● Os microrganismos promovem alterações químicas que comprometem a qualidade do alimento, modificando suas características sensoriais. ○ É o caso dos microrganismos utilizados na produção de alimentos fermentados, como queijos, vinhos e pães, entre outros. AÇÃO DOS MICROORGANISMOS NOS ALIMENTOS EXEMPLO DA AÇÃO DE MICRORGANISMOS NOS ALIMENTOS ● Alimentos comercialmente esterilizados e acondicionados em embalagens metálicas ou de vidro; ● Produtos pasteurizados; TOXINFECÇÃO DEFINIÇÃO: Toxinfecção alimentar é uma infecção adquirida através do consumo alimentos contaminados por bactérias ou suas toxinas. TOXINFECÇÃO Causas: - Alergias; - Envenenamento por substâncias químicas que podem existir nos alimentos, ser introduzidas neles ou ser produzidas por microrganismos; - E as doenças dos tipos infecciosas causadas pelos microrganismos. TOXINFECÇÃO Doenças bacterianas de origem alimentar podem ser produzidas por três tipos de bactérias: - Toxigênicas. Ex.: Clostridium butulinum e Staphylococcus aureus. TOXINFECÇÃO Bactérias patogênicas: - Contaminam o alimento ingerido; - Provocam reações do tipo infeccioso; Ex.: Salmonella, Clostridium perfringens, Bacillus cereus e Vibrio parahaemolyticus. TOXINFECÇÃO Multiplicação anormal de bactérias habitualmente saprófitas: - Provoca reações idênticas às causadas por bactérias patogênicas. Ex.: Enterococcus. TOXINFECÇÃO Menos frequentes: - Clostridium butulinum; - Listeria monocytogenes; - Shigella; - Yersinia; - Bacillus cereus; - Campylobacter e - Vibrio parahaemolyticus OS ADITIVOS ALIMENTARES E A TOXICOLOGIA Um aditivo alimentar é uma substância ou mistura de substâncias que não fazem parte dos componentes básicos dos alimentos e que são adicionadas em quantidades cientificamente controladas para manter o aroma ou para melhorar o sabor e a aparência dos alimentos. Existem duas classes de aditivos alimentares: Incidentais; que podem estar presentes em quantidades mínimas nos alimentos como resultado de alguma fase de produção, processamento, armazenamento ou acondicionamento; Intencionais, que são adicionados intencionalmente aos alimentos a fim de desempenhar funções específicas. Nesta classe, encontram - se os conservantes, os agentes antimicrobianos e os antioxidantes, principais aditivos responsáveis por proteger os produtos alimentícios da deterioração e do crescimento de microorganismos. Classificação dos aditivos: Os conservantes: ● Os conservantes impedem a deterioração dos alimentos causada pela ação de microrganismos ou pela oxidação. ● A ação dos conservantes não consiste em matar as bactérias (ação bactericida), mas em retardar sua ação por meio da inibição de sua atividade (ação bacteriostática). ● Sal e açúcar são exemplos de substâncias que eram e ainda são utilizadas para conservar os alimentos. A preservação dos alimentos pode ser conseguida por aditivos químicos, os conservantes, ou por alguns processos físicos e biológicos, como refrigeração, secagem, congelamento, aquecimento e irradiação. Quando os alimentos não podem ser submetidos a essas técnicas é necessário o uso de conservantes. A escolha adequada de um conservante deve ser feita com base em alguns fatores, tais como o tipo de microorganismo a ser inibido, a facilidade de manuseio, o impacto no paladar, o custo e a sua eficácia. Os agentes antimicrobianos São agentes químicos que inibem o crescimento de microorganismos; - NaCl; - ácidos orgânicos: Acético, benzóico, propanóico e sórbico. Os agentes antimicrobianos Nitratos e nitritos: - Clostridium butulinum (linguiça, presunto, bacon e salame). Os agentes antimicrobianos Dióxido de enxofre e sulfitos: - Frutas secas, sucos e vinhos. Os agentes antimicrobianos Nisina e natamicina: - Inibir crescimento de bactérias e fungos. Os agentes antimicrobianos Bacteriocinas: - Peptídeos antimicrobianos que destroem ou inibem o crescimento de outras bactérias taxonomicamente relacionadas com a cepa produtora. - Nisinas; - Colicinas (ativas contra a E.coli). Os agentes antimicrobianos Atividade das bacteriocinas: Podem ser afetadas: - Mudança na solubilidade e na carga eletrostática das bacteriocinas; - Ligação das bacteriocinas aos componentes do alimento; - Inativação das bacteriocinas por proteases; - Mudanças na parede ou na membrana celular dos microrganismos-alvo como resposta a fatores ambientais. Os agentes antimicrobianos Naturais: Os agentes antimicrobianos naturais são uma alternativa atrativa para oferecer produtos saudáveis e seguros: - Amêndoas, aipo, café e cranberry. Os agentes antimicrobianos - Mirtilo. Suas propriedades o capacitam para reduzir o desenvolvimento de Salmonella, E.coli e outros tipos de bactérias. Os agentes antimicrobianos - Vanilina Substituto total ou parcial do ácido ascórbico e sulfitos. OS PRINCIPAIS CONSERVANTES E SUA AÇÃO NOS ALIMENTOS O ácido sórbicoe seus derivados; Tecnicamente, o ácido sórbico encontra nas células dos microorganismos diversos pontos de ataque, como por exemplo, as enzimas do metabolismo dos carboidratos e do ciclo dos citratos. Os sorbatos são potentes inibidores de bolores e leveduras, possuindo pouca ou nenhuma efetividade na inibição de bactérias (no caso do ácido sórbico). A dosagem padrão é de 0,05% a 0,2%. O ácido benzóico e seus sais; Ativo contra os lactobacilos, o que impede seu uso em produtos fermentados, como iogurtes. Por conferir um gosto forte e apimentado, o que corresponde a um impacto sensorial negativo, seu uso é restringido a certo número de produtos; um dos seus maiores mercados como conservante alimentício são as bebidas carbonatadas. A dosagem habitual é de 0,05% a 0,1 %. O ácido acético e acetatos; O ácido acético e seus compostos não têm somente ação preservativa, mas funcionam como sequestrantes, acidulantes e agentes flavorizantes. Inibe bem as Bacillus, Clostridium, Listeria, Salmonella, Staphylococcus aureus, Pseudomonas, E. coli e Campylobacter. Os fungos são mais resistentes do que as bactérias; os fungos sensíveis são os Aspergillus, Penicillium, Rhizopus e Sacharomyces. A dosagem recomendada é de 0,1% a 5% Outros conservantes ● O ácido propiônico e seus sais; ● Os nitritos e nitratos; ● O dióxido de enxofre e seus derivados; ● A nisina e a natamicina; ● O ácido láctico e seus sais; Anvisa vs Aditivos alimentares A legislação brasileira é positiva e, assim, um aditivo ou coadjuvante somente pode ser utilizado quando constar da legislação específica para a categoria de alimento, em suas respectivas funções e limites máximos. Essa legislação está sujeita à atualização, de acordo com o avanço do conhecimento científico e tecnológico, sempre com vistas à proteção da saúde da população. O ciclamato e o aspartame são seguros para o consumo humano? Sim, existe consenso entre os comitês científicos internacionais sobre a segurança dos edulcorantes ciclamato e aspartame. A ANVISA disponibiliza em seu portal informações adicionais detalhadas sobre essas substâncias, em: www.anvisa.gov.br> Alimentos > Informes Técnicos Informe Técnico n° 17/2006 - Considerações sobre o Uso do Edulcorante Aspartame em Alimentos Informe Técnico n° 40/2009 - Esclarecimentos sobre o uso do edulcorante ciclamato em alimentos É preciso ficar atento aos tipos e quantidades de corantes que se consome porque alguns deles podem ser prejudiciais à saúde, causando alergias, problemas no intestino, entre outros. “Não é preciso ter medo. Os conservantes passam por anos e anos de testes antes de receberem a liberação da Anvisa.’’ Não há estudos que comprovem riscos à saúde atribuídos a corantes artificiais, mas países, especialmente na Europa, têm trocado os aditivos por corantes naturais. “Alguns desses compostos não são conhecidos por causar câncer diretamente, mas podem influenciar o risco de câncer de outras maneiras - por exemplo, atuando como substâncias hormonais no corpo.’’ AGENTES ANTIOXIDANTES Retardam ou inibem a oxidação de lipídios ou outras moléculas. Podem ser: - Naturais: Carotenóides, flavonóides e antocianinas. - Sintéticos: Butil-hidroxi-anisol (BHA), butil-hidroxi-tolueno (BHT), terc-butilhidroquinona (TBHQ) e propil galato (PG). AGENTES ANTIOXIDANTES Algumas doenças estão ligadas aos danos causados por formas de oxigênio extremamente reativas (ROS): Câncer; Aterosclerose; Diabetes; Artrite; Doenças do coração. AGENTES ANTIOXIDANTES A partir do início dos anos 80, aumentou-se o interesse em encontrar antioxidantes naturais. Substituição de antioxidantes sintéticos; Aumento do peso do fígado e significativa proliferação do retículo endoplasmático. AGENTES ANTIOXIDANTES Matérias primas ricas em antioxidantes: - Frutas; - Vegetais; - Condimentos. AGENTES ANTIOXIDANTES Quando são produzidos radicais livres nos seres vivos, essa reação é controlada por diferentes substâncias antioxidantes. - Ácido ascórbico; - α-tocoferol; - Polifenóis. COMPOSTOS FENÓLICOS Ação antioxidante é a mais descrita na literatura científica em grupos fenólicos: - Proteção contra raios ultravioleta e visível; - Proteção contra insetos, fungos, vírus e bactérias; - Atraentes de animais para polinização; - Controle de ação de hormônios vegetais; - Agentes alelopáticos e inibição de enzimas. AÇÃO DOS ANTIOXIDANTES NO VINHO - Capacidade de formarem pontes de hidrogênio; - Facilidade de se ligarem a proteínas; - Também tem importante propriedade de complexação com compostos metálicos. Sistema Internacional de Numeração de Aditivos Alimentares ‐ INS Comitê do Codex sobre Aditivos Alimentares e Contaminantes de Alimentos para estabelecer um sistema numérico internacional de identificação dos aditivos alimentares. Os aditivos devem atender às exigências de pureza estabelecidas na FAO/OMS (JECFA) ou Food Chemicals Codex. Agrotóxicos e a toxicologia O uso de agrotóxicos com a finalidade de controlar pragas e doenças da lavoura, existe há pouco mais de meio século na agricultura. Na última década observa-se um aumento do consumo de pesticidas que levaram o Brasil a ser o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Efeitos dos agrotóxicos - Os agrotóxicos podem determinar efeitos sobre a saúde humana, dependendo da forma e tempo de exposição e do tipo de produto com toxicidade específica. - Lesões de pele, irritação das mucosas dos olhos, nariz e garganta, dor de estômago (epigastralgia); ou crônico, por uma exposição prolongada, de mais de um ano, com efeitos adversos muitas vezes irreversíveis. Anvisa e os agrotóxicos Quase 99% das amostras de alimentos analisadas pela Anvisa, entre o período de 2013 e 2015, estão livres de resíduos de agrotóxicos que representam risco agudo para a saúde. Relatório do Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, o PARA. Referências Bibliográficas Resíduos de agrotóxicos em alimentos. Disponível em :http://www.scielo.br/pdf/rsp/v40n2/28547.pdf http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/busca?searchword=OMS%20-%20Organiza%C3%A7%C3%A3o%20M&searchphrase=all Toxicologia de alimentos. O PAPEL DOS ADITIVOS NA TOXICOLOGIA DOS ALIMENTOS. FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 33 - 2015. Disponível em: http://toxicologiadealimentos.blogspot.com.br/2011/03/toxicologia-de-alimentos-o-alimento-e.html Bjeldanes Leonard F.;ShibamotoTakayuki. Introdução a toxicologia de alimentos.Food and Science and Technology, International Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=uJaoBQAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT22&dq=toxicologia+de+alimentos&ots=6bNR8fEajv&sig=005u G00jmKzIKkLAvpjFNoXGObo#v=onepage&q=toxicologia%20de%20alimentos&f=false Medeiros, Josimar dos Santos *; Diniz, Margareth de Fátima F. Melo; Srur, Armando Ubirajara Oliveira Sabaa; Pessoa, Marcelo Barbosa; Cardoso, Maria Aparecida Alves; Carvalho, Danielle Franklin de. Ensaios toxicológicos clínicos da casca do maracujá-amarelo (Passiflora edulis, f. flavicarpa), como alimento com propriedade de saúde. Revista Brasileira de Farmacognosia Brazilian Journal of Pharmacognosy. Received 8 December 2008; Accepted 9 March 2009. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Danielle_Carvalho2/publication/240299665_Ensaios_toxicologicos_clinicos_da_casca_do_maracuja-amarelo_ Passiflora_edulis_f_flavicarpa_como_alimento_com_propriedade_de_saude/links/5547c3310cf2b0cf7ace93e3/Ensaios-toxicologicos-clinicos-da-ca sca-do-maracuja-amarelo-Passiflora-edulis-f-flavicarpa-como-alimento-com-propriedade-de-saude.pdf Aditivos alimentares: aplicações e toxicologia. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Elga_Batista_da_Silva/publication/290004222_Aditivos_alimentares_aplicacoes_e_toxicologia/links/56944b7908ae425c68963c7b/Aditivos-alimentares-aplicacoes-e-toxicologia.pdf
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