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trabalho seminário obesidade infantil corrigido

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO
ESCOLA DE NUTRIÇÃO
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO FUNDAMENTAL
LUIS FERNANDO ALEXANDRE DA SILVA e ROMILDO VIEIRA
Obesidade Infantil: Causas, consequências e repercussão na família e no ambiente escolar.
Rio de Janeiro
2013
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LUIS FERNANDO ALEXANDRE DA SILVA e ROMILDO VIEIRA
Obesidade Infantil: Causas, consequências e repercussão na família e no ambiente escolar.
Apresentação de Trabalho à disciplina de Metodologia da Pesquisa I da Escola de Nutrição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, como um dos requisitos de avaliação da disciplina.
Orientação: Profª. Drª Luciana Silva Ferreira.
Rio de Janeiro
2013
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RESUMO
“A obesidade infantil tornou-se uma preocupação mundial e de saúde pública. Sabe-se que existem diversos fatores que predispõem à doença (biológicos, econômicos, pessoais, socioculturais e familiares), porém, nesta pesquisa, o objetivo geral foi compreender os elementos presentes na história familiar de crianças com obesidade” e suas consequências e repercussões na família e no ambiente escolar.
Palavras-chave: Obesidade infantil, família, ambiente escolar.
�
SUMÁRIO
	1.
	INTRODUÇÃO................................................................................................
	05
	2.
	DESENVOLVIMENTO.................................................................................
	06
	2.1.
	Causas...............................................................................................................
	06
	2.2.
	Consequências .................................................................................................
	06
	2.3.
	Prevenção .........................................................................................................
	07
	2.4.
	Políticas públicas .............................................................................................
	07
	2.4.1.
	Políticas Públicas de Nutrição ........................................................................
	08
	2.4.2.
	Alimentação Escolar .......................................................................................
	08
	2.4.2.1
	Cantinas Escolares ..........................................................................................
	09
	2.4.3.
	Propagandas de Alimentos ........................................................................
	09
	2.4.4.
	Promoção da Saúde ........................................................................................
	10
	2.5.
	Tratamentos ....................................................................................................
	11
	2.6.
	Dificuldades .....................................................................................................
	11
	2.7
	O Brincar Criativo e a Obesidade Infantil.....................................................
	11
	2.8.
	Obesidade Infantil e Bullying..........................................................................
	14
	3.
	CONCLUSÃO ................................................................................................
	16
	REFERÊNCIAS..............................................................................................................
	17
�
INTRODUÇÃO
A obesidade é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2006) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode prejudicar a saúde. Provavelmente ela seja uma das enfermidades mais antigas do homem.
Segundo Oliveira (2013, p. 371) ‘A obesidade infantil é definida, como nos adultos, por um acúmulo excessivo de massa de gordura (2000 apud FRELUT & NAVARRO). Entre os transtornos nutricionais infantis, é um dos problemas de saúde mais freqüentes; por isto, é considerada um grave problema de saúde pública (BATTAGLINI, ZARZALEJO, & ALVAREZ, 1999 apud CINTRA,1999)’
“A obesidade está se tornando um grande problema para as crianças e os adolescentes dos países ocidentais. O Brasil é considerado um país em transição nutricional, pela substituição da desnutrição – decorrente da escassez de alimentos – pela obesidade, devido ao excesso e à inadequação do consumo alimentar. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), através da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) referente aos anos 2008-2009, divulgou que o peso dos brasileiros, nos últimos anos, vem aumentando, o que tem como resultado a diminuição da desnutrição e o aumento da obesidade em crianças. O excesso de peso e a obesidade têm sido encontrados com frequência a partir dos cinco anos de idade, em todos os grupos de renda e regiões brasileiras (IBGE, 2010 apud SIMON, SOUZA, LEONE, 2009).” (OLIVEIRA; 2013, p. 48)
“Neste estudo, adotou-se o referencial teórico da teoria sistêmica, uma vez que esta caracteriza a família como um sistema composto por vários integrantes, ou subsistemas, que interatuam e se influenciam mutuamente. Compreende-se, assim, que a obesidade em um dos membros ocasiona mudanças no sistema familiar como um todo.” (OLIVEIRA; 2013, p. 48)
Em complemento a obesidade infantil na família, abordaremos também as consequências da obesidade no ambiente escolar, pois entendemos que a escola é uma extensão da família e vice versa e as crianças permanecem um longo período de tempo na escola, tudo que acontece nesses dois ambientes tem uma repercussão direta na vida dessas crianças.
DESENVOLVIMENTO
Causas
Segundo MISHIMA, Fernanda Kimie Tavares; BARBIERI, Valéria (2009, p.249) (2005 apud Fisberg 2005) fatores determinantes para a obesidade infantil: peso gestacional, desmame precoce, introdução inadequada de alimentos complementares, emprego de fórmulas lácteas inadequadamente preparadas, distúrbios do comportamento alimentar e má relação familiar. 
Segundo BALABAN, Geni; SILVA, Giselia A. P (2004, p.9) A obesidade é uma doença de causa multifatorial, estando envolvidos fatores genéticos e ambientais. Percebe-se um traço familiar, de modo que filhos de pais obesos têm risco aumentado de ser obesos. Contudo, não é uma tarefa simples avaliar até onde vai o papel da genética e qual a contribuição dos fatores ambientais, pois, além da genética, pais e filhos costumam compartilhar hábitos alimentares e de atividade física semelhantes. Além disso, há evidências de que os fatores genéticos são capazes de modular a resposta do organismo às variações dos fatores ambientais, como dieta e atividade física
Para OLIVEIRA, Ana Mayra A. de et al (2003, p.149) As comodidades que o mundo moderno oferece como possibilidade do uso de TV, telefones, videogames, computadores entre outros, acessíveis a determinadas classes sócio-econômicas, conduzem também a um estilo de vida sedentário. Foi detectada associação significante entre horas despendidas com hábito de assistir TV e aumento das prevalências de sobrepeso e obesidade, e tal associação ocorre possivelmente, em função da natureza sedentária da atividade, acrescida da relação que existe entre a mesma e o consumo de lanches e, também, ao efeito cumulativo da exposição a propagandas de alimentos hipercalóricos. Pesquisa anterior já sugeriu o ciclo vicioso: obesidade – diminuição da atividade – assistir TV – comer sem ter fome, mas pelo hábito – obesidade, que se não rompido reduzirá as taxas de sucesso terapêutico. 
Consequências
Segundo BALABAN, Geni; SILVA, Giselia A. P (2004, p.8) “As conseqüências da obesidade infantil podem ser notadas a curto e a longo prazo. No primeiro grupo estão às desordens ortopédicas, os distúrbios respiratórios, a diabetes, a hipertensão arterial e as dislipidemias, além dos distúrbios psicossociais. A longo prazo tem sido relatada uma mortalidade aumentada por todas as causas e por doenças coronarianas naqueles indivíduos que foram obesos na infância e adolescência”.
Para GIACOMOSSI, Maiara Cristina; ZANELLA, Tamyris; HÖFELMANN, Doroteia Aparecida(2011, p.690) O excesso de peso na infância tende a persistir e contribuir significativamente para a morbimortalidade ao longo dos anos. Crianças e adolescentes com excesso de peso podem ser isolados do convívio social, sofrer discriminação, problemas nas articulações, doenças crônicas, entre outros. Na idade adulta, estão relacionados ao peso excessivo: maior incidência de diabetes, hipertensão, dislipidemia, doenças cardiovasculares, dentre outras, com grande impacto na qualidade de vida. Além disso, geralmente, a obesidade está associada a problemas psicológicos e à depressão. 
Prevenções
Segundo TENORIO, Aline e Silva; COBAYASHI, Fernanda (2011, p.635) As intervenções bem-sucedidas demandam o envolvimento dos pais, uma vez que eles são modelos da conduta alimentar e física. São eles quem determinam quais alimentos estão disponíveis para a criança, em quantidade e qualidade, e são os maiores responsáveis pelo estabelecimento de um ambiente emocional em que a obesidade pode ou não ser desencorajada. Entretanto, é justamente a falta de envolvimento dos pais no tratamento a maior barreira citada pelos profissionais de saúde que atuam nessa área. 
Políticas públicas
Segundo REIS, Caio Eduardo G; VASCONCELOS, Ivana Aragão L.; BARROS, Juliana Farias de N (211, p.627) Políticas públicas e programas de promoção da saúde, visando a hábitos alimentares saudáveis e práticas de atividades físicas regulares, são necessários para combater a obesidade infantil. Medidas governamentais já foram tomadas a fim de controlar o aumento da prevalência da obesidade entre as crianças brasileiras. Nessa lógica, são im​portantes as políticas públicas que buscam atuar na prevenção e no controle da obesidade infantil. 
Políticas Públicas de Nutrição
Como em outros países em desenvolvimento, a transição nutricional no Brasil é marcada pela presença concomitante de desnutrição, obesidade e doenças carenciais específicas ligadas à má nutrição. Dada a complexidade do quadro epidemiológico atual e de seus determinantes, uma única medida não é suficiente para melhorar o perfil nutricional de nossa população. As intervenções devem integrar ações de incentivo (difundem informação e motivam os indivíduos para adoção de práticas saudáveis); apoio (visam facilitar opções saudáveis entre pessoas que já estejam motivadas) e proteção à saúde (objetivam evitar a exposição de indiví​duos e coletividades a fatores que estimulem práticas não saudáveis). 
Alimentação Escolar
A criação do Programa Saúde na Escola, instituído por decreto presidencial n.º 6.286/2007(21), resultante do traba​lho entre os Ministérios da Saúde e da Educação, objetiva a ampliação das ações específicas de saúde aos alunos da rede pública de ensino. Avaliação das condições de saúde, promoção e prevenção da saúde, educação permanente e capacitação dos profissionais, monitoramento e análise da saúde dos estudantes são ações propostas pelo programa. O PNAE é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e visa à transferência de recursos financeiros aos Estados e municípios, destinados a suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos alunos. A lei n.º 11.947/2009(23) dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica. Essa lei determina a utilização de, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo FNDE para compra de produtos da agricultura familiar e do empreen​dedor familiar rural para a alimentação escolar, beneficiando não só a alimentação dos alunos, mas também os produtores da agricultura familiar. Esse programa é considerado um dos maiores programas na área de alimentação escolar no mundo e é o único com atendimento universalizado. Alimentação comercializada em escolas deve conter qualidade nutricional adequada, pois a formação de hábitos alimentares errôneos pode comprometer a saúde na infância e na vida adulta. A merenda escolar é de extrema importância para atender os requisitos nutricionais das crianças em fase escolar, porém, muitas não consomem a merenda oferecida pela escola, mas sim lanche levado de casa ou vendido em cantinas escolares, desperdiçando, dessa forma, recursos públicos, além de con​tribuir para uma alimentação não saudável e consequentes complicações de saúde.
Cantinas Escolares
Os elevados índices de sobrepeso e obesidade em escolares no Brasil e no mundo suscitaram a necessidade de implementar estratégias de promoção da alimentação saudável para essa população. Santa Catarina foi o primeiro Estado brasileiro a criar uma legislação específica (lei estadual 12.061/2001) para regulamentar os alimentos comercializados nas cantinas escolares. A fiscalização desses estabelecimentos é necessária, juntamente a ações de educação nutricional, visando promo​ver hábitos alimentares mais saudáveis e fornecer subsídios para políticas de alimentação escolar. Diversos Estados (Paraná, Mato Grosso, São Paulo, Rio Grande do Sul, entre outros) adotaram a idéia e vem regulamentando esse comércio dentro do ambiente escolar. No Distrito Federal, o projeto de lei n.º 3.695/2005 dispõe sobre a promoção da alimenta​ção saudável nas escolas de sua rede de ensino, indica que a cantina escolar deve ser administrada por pessoa capacitada em aspectos de alimentação e nutrição, relevantes para o exercício do comércio de alimentos destinados à população infanto-juvenil.
Propagandas de Alimentos
A propaganda de alimentos e sua influência nas escolhas alimentares têm sido alvo de discussões frequentes, sendo atribuída à propaganda parte da responsabilidade pelos problemas de má alimentação da população infantil. Tal situação tem levado a iniciativas governamentais que visam disciplinar as propagandas de alimentos, principal​mente aquelas destinadas a esse público. Nos últimos anos, a publicidade e a propaganda de alimentos são focos de discussões internacionais, especialmente as voltadas para o público infantil, considerando o encorajamento ao consumo de alimentos ricos em gorduras, açúcar e sal, bem como a influência que os meios de comunicação exercem nas práticas alimentares infantis.
Faz-se necessário um aprofundamento do diálogo do setor público com as indústrias de alimentos e dos meios de comunicação e marketing, com o objetivo de mudar progressivamente a demanda e eliminar a promoção de produtos alimentícios e de bebidas que contribuam para o aumento do peso e suas possíveis comorbidades. A regula​mentação da publicidade de propagandas tem como base a promoção da saúde e a prevenção de doenças a partir da concretização do direito humano à alimentação adequada e à segurança alimentar e nutricional. Muitos países contro​lam e proíbem a publicidade de alimentos na televisão. Há outros que controlam essas propagandas em determinados horários, como o de programação infantil.
Promoção da Saúde
A promoção da saúde é entendida como um campo conceitual, político e metodológico para analisar e atuar sobre as condições sociais, críticas para melhorar a situação de saúde e a qualidade de vida das pessoas.
A Estratégia Global em Alimentação, Atividade Física e Saúde, aprovada em 2004 pela Assembléia Mundial da Saúde, com o firme apoio do governo brasileiro, chama atenção para o aumento explosivo da obesidade e sobre o impacto desse aumento na incidência de várias doenças crônicas (diabetes melito, hipertensão, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer), na expectativa de vida da população e nos custos dos serviços de saúde. O enfrentamento do problema pelo governo nacional requer políticas públicas e ações intersetoriais, que vão além de informar e educar os indivíduos. Tais políticas devem, essencialmente, propiciar um ambiente que estimule, apóie e proteja padrões saudáveis de alimentação e atividade física. Por exemplo, por meio de medidas fiscais que tornem mais acessíveis os alimentos saudáveis, de normas que limitem a publicidade de alimentos não saudáveis e de intervenções no planejamento urbano que facilitem a prática cotidianade atividade física.
O Projeto Vida Saudável é um exemplo de política pública desenvolvida pela prefeitura de Curitiba (PR) a partir de 2000, que transforma espaços públicos, como parques e espaços comunitários, em áreas de democratização da educação em saúde e de estímulo à atividade física, adoção de hábitos alimentares saudáveis, atividades culturais e de lazer, educação ambiental, entre outros, criando oportuni​dades de participação que favorecem o “empoderamento” e a aquisição de habilidades da população para uma vida mais saudável. Contudo, não bastam à intenção e a visão bem, delegando à sociedade civil a responsa​bilidade pela manutenção de tais práticas saudáveis. É pre​ciso firme investimento público, com uma ação consistente e estruturada na afirmação de responsabilidades do poder público em políticas intersetoriais articuladas.
Tratamentos
Segundo REIS, Caio Eduardo G; VASCONCELOS, Ivana Aragão L.; BARROS, Juliana Farias de N (2011, p.626) Ações para o tratamento da obesidade infantil têm mostrado efeitos positivos em vários estudos. As pesquisas de intervenção centram seus estudos em comunidades e no ambiente escolar, mostrando resultados concretos. De acordo com Sargent et al, a atenção primária representa uma boa oportunidade de intervenção contra a obesidade infantil, mas é preciso um modelo eficaz de atuação. É necessária uma equipe de profissionais de saúde treinada, opções para mudança de hábitos de vida, levando a alterações de comportamento por meio da combinação de aconselhamento, educação, com recursos audiovisuais, apoio e motivação.
Dificuldades
Para GIACOMOSSI, Maiara Cristina; ZANELLA, Tamyris; HÖFELMANN, Doroteia Aparecida (2011, p.691) A dificuldade dos pais em reconhecer o sobrepeso de seus filhos tem sido citada como uma das razões que contribuem para o aumento do excesso de peso entre as crianças. Entre os fatores apontados pela literatura para tal problema, destacam-se as variáveis socioeconômicas, como a reduzida escolaridade dos pais e/ou responsáveis, e outros ligados à própria criança, como sexo, idade e estado nutricional. Estudos têm demonstrado que os pais frequentemente subestimam o excesso de peso em crianças com sobrepeso ou obesidade. 
O Brincar Criativo e a Obesidade Infantil 
Segundo MISHIMA, Fernanda Kimie Tavares; BARBIERI, Valéria (2009, p.251) Dias (apud 2003) afirma que nenhuma criança é capaz de se tornar uma pessoa real se não estiver sob os cuidados de um ambiente que ofereça sustentação e facilite os processos de amadurecimento emocional. Portanto, o que existe é o indivíduo em relação ao mundo externo; primeiramente, há a relação de um par corporal e depois entre unidades corporais
Por meio das brincadeiras, as crianças estabelecem uma forma de contato com o mundo interno e externo, com interação entre eles. Desse modo, Winnicott (1964/1982) afirma que se a criança brinca sozinha ou acompanhada é sinal de que não há nenhum problema aparentemente grave, já que o brincar,possibilitado por um ambiente razoavelmente bom e estável,revela que ela é capaz de desenvolver um modo de vida pessoal e se transformar em um ser humano integral
Portanto, é de grande relevância para a vida da criança e seu futuro que ela saiba e consiga brincar. Para tanto, é necessário que ela se identifique com um lar e com um ambiente emocional adequados e estáveis. É preciso que os pais dêem amor a seus filhos, que os vejam como pessoas totais para que eles desenvolvam uma personalidade rica e equilibrada, para que consigam se adaptar ao mundo. Contudo, mesmo quando as experiências iniciais são boas, aquilo que foi conquistado precisa ser consolidado no decorrer do tempo (Winnicott, 1964/1982).
Pensando nas formas possíveis de brincar, Winnicott (1964/1982) ressalta que, além do brincar por prazer, as crianças brincam para dominar suas angústias, ou seja, para controlar as idéias ou impulsos. Quando há ameaça de um excesso de angústia, o brincar se torna compulsivo ou repetitivo, ou, ainda, a criança busca exageradamente os prazeres da brincadeira. Assim, se a angústia é muito grande, o brincar acaba se transformando em pura exploração da gratificação sensorial, e não em uma atitude propriamente feliz. Nesse caso, as únicas maneiras de relação com o exterior são o fazer e o ter, como o ato de comprar, consumir e comer como formas de preencher o vazio angustiante, o sentimento de solidão e acalmar a sensação de ansiedade intolerável (Abadi, 1995/1998). Nesse mesmo sentido,Mc Dougall (1984/1999) afirma que para preencher a falta da mãe introjetada que cuida, o obeso busca no mundo externo um substituto, como o objeto de adicção (comida). Assim, todo afeto ameaçador será descarregado no comportamento aditivo.Contudo, como essa falta não é reparada, dá-se início a uma busca compulsiva desse objeto; portanto, a solução do obeso está relacionada a um duplo projeto narcísico: reparar um ego danificado e manter a ilusão de onipotência através da comida.
Por outro lado, a criança que se identifica com um lar e ambiente emocional bons e estáveis apresenta desenvolvimento emocional saudável, ou seja, consegue brincar de maneira construtiva e ter uma atitude feliz. Com isso, ela adquire experiência através da brincadeira, sua personalidade se desenvolve e se enriquece por meio das invenções do brincar; ela aumenta sua capacidade de enriquecer o mundo real através da possibilidade de simbolizar e conviver socialmente. Dito de outra forma, o brincar proporciona uma organização inicial para estabelecer as relações emocionais e propicia o desenvolvimento de contatos sociais, um sentimento de que pertence ao mundo (Winnicott, 1971/1975, 1964/1982). Desse modo, o brincar auxilia no processo de unificação e integração social da personalidade, ou seja, serve como ligação entre a relação do indivíduo com a realidade interior e a relação com a realidade externa ou compartilhada (Winnicott, 1964/1982).
Portanto, o brincar construtivo advém da experiência de passar pelo espaço transicional, espaço intermediário que representa o início das relações com o mundo e das relações da criança com uma pessoa total. Representa a transição da criança de um estado de fusão com a mãe para um estado de relacionamento com a mãe como algo externo e separado,como representa o encontro entre o mundo psíquico e o mundo socialmente construído (Winnicott, 1964/1982, 1958/2000).
Se a mãe está ausente por um período longo demais, o espaço transicional perde seu valor e sua função. Consequentemente,a criança parte para atividades excitantes, pois se perdeu a área intermediária de contato afetivo. Essa situação se agrava ainda mais quando a criança se sente abandonada e se torna incapaz de brincar, de ser afetuosa ou aceitar uma afeição. Elas acabam por apresentar dificuldades de simbolizar e de criar.
Franco (2003) assinala que o verdadeiro brincar infantil não é um brincar fingido, artificial e sem implicações, mas sim uma preocupação e compromisso com os elementos da brincadeira.Winnicott (1964/1982), por sua vez, assinala que é no brincar e somente no brincar que o ser humano pode ser criativo e usar toda sua personalidade. É por meio da criatividade que ele descobre o eu – self. Isso ocorre porque, ao vivenciar o espaço transicional, a criança consegue fazer uso de determinado objeto de maneira pessoal. O brincar, ou seja, a aceitação de símbolos, possibilita à criança experimentar aquilo que está presente em sua íntima realidade psíquica pessoal, base do crescente sentido de identidade.
Neste ponto, é importante ressaltar que somente o ser verdadeiro, o self, tem possibilidades de se sentir real, o que permite ao indivíduo adquirir, ao longo da vida, um mundo interior original e pessoal, que represente seu estilo de ser pessoal (Safra, 2005). Assim, os indivíduos que não puderam ter experiências que lhes dessem um sentido para o self, não sentem que podem ter fecundidade no mundo, que podem ter uma ação e transformá-lo de forma pessoal. Eles vivem uma impotência básica, uma castraçãodo ser.Sendo assim, nota-se que é de suma importância o papel do ambiente que circunda a criança, formado pelas figuras parentais e outras pessoas do convívio da mesma. É esse ambiente que oferece possibilidades para a criança desenvolver seu self, passar do período da ilusão para o da desilusão, fazer uso de objetos transicionais como forma de entrar em contato com o ambiente e consigo mesma.
Obesidade Infantil e Bullying 
De acordo com COSTA, Miguel Ataide Pinto da; SOUZA, Marcos Aguiar de; OLIVEIRA, Valéria Marques de (2012, p. 655) A obesidade não afeta apenas as características físicas externas, mas influencia fatores fisiológicos, estando associada também ao desenvolvimento de diversos problemas de saúde, como diabetes do tipo II, doenças coronarianas, aumento da incidência de certas formas de câncer, complicações respiratórias e problemas osteomioarticulares. Além das diversas doenças e dificuldades relacionadas ao fato de o indivíduo estar acima de seu peso ideal, a literatura vigente também tem tratado do fator psicossocial associado a tal estado. Nesse sentido, estar acima do peso, numa sociedade que valoriza a aparência física e o corpo ideal, pode fazer do indivíduo um alvo para discriminações em diversos contextos, sobretudo no contexto escolar. 
É nesse sentido que podemos falar em bullying relacionado à obesidade infantil. 
O bullying é entendido como uma forma de violência que geralmente ocorre em escolas ou em ambientes de trabalho. No contexto educacional, refere-se a um estudante que é repetidamente exposto a atos negativos por outros estudantes, com a intenção de ferir ou machucar (WHITNEY; SMITH, 1993). 
A relação entre comportamentos negativos de rejeição ou agressão contra indivíduos obesos (ou aparentemente acima do peso) tem sido pesquisada há bastante tempo. Maddox, Back e Liederman (1969), em um artigo em que discutem a relação entre obesidade/sobrepeso e problemas sociais, afirmaram que o indivíduo obeso tende a atrair rejeição e efeitos negativos pelo simples fato de ser obeso e que esses indivíduos tendem a ser estigmatizados como responsáveis por sua própria condição, sendo taxados de preguiçosos ou relaxados. Essa culpabilidade atribuída, segundo os autores, aumentaria os efeitos negativos nas relações sociais de tais indivíduos. Strauss et al. (1984) avaliaram as características sociais em crianças obesas. Foram analisadas as percepções de professores, colegas de classe e das próprias crianças obesas; os resultados indicaram que as crianças obesas, quando comparadas às não obesas, eram menos desejáveis como amigas e rejeitadas com uma frequência maior pelos colegas de classe. As crianças obesas, em sua auto-avaliação, também relataram maior nível de depressão e baixa autoestima. 
Entende-se que o professor é um dos principais responsáveis por desenvolver ações que possam promover discussões acerca da diversidade cultural, bem como estratégias que possam atenuar ou mesmo eliminar o bullying no contexto educacional em que está inserido. Assim, torna-se relevante verificar a percepção do professor com relação ao problema enfrentado pelos alunos obesos ou com excesso de peso. 
Foi realizada pesquisa de campo com professores de três colégios da rede estadual do Rio de Janeiro, localizados no município de Seropédica, região metropolitana do Estado. Os professores foram abordados pelo pesquisador durante o intervalo das aulas, em sala reservada ao descanso, ou durante as aulas em momentos em que os estudantes estivessem realizando alguma atividade que não necessitasse de intervenção direta do professor. 
Com relação à temática bullying e obesidade infantil, havia apenas uma questão aberta que, propositalmente, não cita ou define o conceito de bullying para não influenciar ou direcionar a resposta dos professores ao fenômeno. A questão subdividia-se em duas partes, da seguinte forma: “Você tem observado ou já observou algum tipo de problema enfrentado pelos alunos que estão acima do peso ideal? Qual (is)?”. 
Verificou-se que mais da metade dos professores (55,6%) apontou a categoria Preconceitos como um dos problemas enfrentados pelos alunos acima do peso, como alvos de xingamentos, perseguições, gozações etc. O que classifica essa categoria como um bullying direto e uma forma de violência verbal. 
Outra categoria relacionada à atividade física (e, no contexto escolar, à educação física) foi problemas na realização de atividades físicas. Apesar de inicialmente essa categoria aparentar ser um problema apontado com mais frequência por professores da área de educação física, 6 dos 9 professores que a citaram não eram dessa área. No relato desses professores, uma atitude superficial e até preconceituosa, tratando dos alunos acima do peso a partir de uma descrição generalizada ou de senso comum, como nos seguintes trechos extraídos dos questionários (nesse caso, dois professores que não eram de educação física): “[...] eles são mais lentos e não é qualquer atividade que eles podem fazer”; “O gordinho não consegue fazer educação física, tem dificuldade, geralmente fica sentado, cansado, reclamando”. 
Foram destacados os seguintes adjetivos utilizados nas respostas: apáticos, desanimados, cansados, lentos, distraídos, preguiçosos, sem vontade, sempre atrasados, indispostos, calorentos, vagarosos. O uso desses termos demonstra um aspecto negativo na visão dos professores em relação a tais alunos. 
Nesses casos, a posição do professor em relação à sua atuação no bullying pode passar a ser vista de uma forma diferenciada. Atitudes tão negativas em relação aos alunos podem ser indícios fortes de professores atuando como agentes preconceituosos. Para que essa forma de preconceito fosse constatada, seria necessário existir tratamento diferenciado com relação aos alunos que se distanciam dos padrões estéticos socialmente estabelecidos, por conta dessas adjetivações. Os resultados do estudo indicam a possibilidade de se considerar o professor como um espectador de situações de bullying. Outras pesquisas devem ser desenvolvidas a fim de buscar melhor compreensão do papel do professor em situações de bullying que têm como vítima os alunos acima do peso, de forma a permitir maior aprofundamento no desenvolvimento de ações que visem promover a diversidade cultural nas escolas. Sugere-se que estudos futuros abordem o tema em amostras mais amplas e diversificadas de modo a permitir uma melhor compreensão nos diferentes contextos. 
CONCLUSÃO
Orientações nutricionais, implementação de atividade física, tratamento adequado, mudanças de hábitos alimentares, sociais e econômicos são atitudes que precisam ser reconsideradas por toda a sociedade para combater a obesidade infantil.
Criação de mecanismos fortes e sustentáveis para educar as crianças sobre alimentação e qualidade de vida. As famílias voltarem a cozinhar, fortalecer as pessoas para lutar contra a obesidade.
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REFERÊNCIAS
BALABAN, Geni; SILVA, Giselia A. P. Efeito protetor do aleitamento materno contra a obesidade infantil. J Pediatr, Rio de Janeiro, v 80, n. 1, p 7-16, fev. 2004. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n1/v80n1a04.pdf >. Acesso em: 10 nov. 2013. 
COSTA, Miguel Ataide Pinto da; SOUZA, Marcos Aguiar de; OLIVEIRA, Valéria Marques de. Obesidade infantil e bullying: a ótica dos professores. Educ. Pesqui., v 38, n. 3, p 653-665, jul. 2012. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ep/2012nahead/aop680.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2013.
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