Buscar

Dto Civil Penhores Especiais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

ATPS de Direito Civil – Dto. das Coisas - 2º bimestre/2018.
Professor: Guinther Machado Etges
Aluna: Márcia Brum de Souza RA: 193839912820
Tema: Penhores Especiais – Artigos 1.438 até 1.466, do CC.
Penhores Especiais
Características
Penhor especial é o sujeito a regras específicas, que se afastam das estabelecidas para o comum. Os exemplos são vários: penhor mercantil, rural, industrial, de veículos, de títulos de crédito etc. Em geral, o penhor especial constitui-se por meio de registro, e o bem onerado permanece na posse do devedor — mas há exceções, como será visto adiante. Ao contrário do penhor comum, a tradição do bem onerado ao credor pignoratício não é a regra. Justifica-se o devedor continuar possuidor da coisa empenhada para que ela possa gerar os frutos necessários ao pagamento da obrigação garantida; ou senão para que possibilite o seu uso.
(Coelho, Fábio Ulhoa Curso de direito civil, volume 4 : direito das coisas, 4. ed. — São Paulo : Saraiva, 2012.)
Instituição
“O instituto jurídico penhor encontra-se previsto no Código Civil Brasileiro especificamente na parte destinada aos direitos reais, nos moldes do que comprova o artigo 1.225, inciso VIII, logo, até mesmo pela posição do dispositivo legislativo resta incontroverso que a matéria diz respeito aos direitos reais.
“Art. 1.225. São direitos reais:
(...)
VIII - o penhor;”
Quanto ao conceito jurídico do penhor, esse se encontra arrolado pelo caput do artigo 1.431 do Código Civil, dispositivo este que estabelece:
“Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação.”
Dessa maneira, ao efetuarmos a leitura e consequente interpretação do texto legislativo conseguimos entender de forma clara que o instituto jurídico do penhor consiste em um direito real que envolve a transferência efetiva de uma coisa móvel ou mobilizável, suscetível de alienação em favor de um terceiro, ora caracterizado como credor, que receberá esse bem empenhado com o intuito de garantir o pagamento de uma dívida previamente estipulada.”
Enumeram-se a seguir os principais, não a totalidade, que tratam de modalidades especiais de penhor:
Penhor industrial e mercantil
Estes penhores recaem sobre insumos de atividade industrial ou comercial, tais como as máquinas, aparelhos, materiais, instrumentos ou animais utilizados na indústria, sal e bens destinados à exploração de salinas, animais destinados à industrialização de carne e derivados (CC, art. 1.447). Institui-se por registro no Registro de Imóveis da circunscrição em que os bens empenhados se encontram (art. 1.448). O devedor pignoratício fica limitado em seus poderes de proprietário sobre a coisa onerada também nesse caso. Não poderá alterar-lhes o uso, nem dispor deles, a não ser mediante prévio e expresso consentimento do credor pignoratício (art. 1.449).
(Coelho, Fábio Ulhoa Curso de direito civil, volume 4 : direito das coisas, 4. ed. — São Paulo : Saraiva, 2012.)
Penhor rural
Há dois tipos de penhor rural: o agrícola, que recai sobre colheitas pendentes ou em formação, frutos colhidos, máquinas e instrumentos de agricultura, lenha cortada, carvão vegetal ou animais de serviço ordinário em estabelecimento agrícola (CC, art. 1.442); e o pecuário, incidente sobre animais que integram a atividade pastoril, agrícola ou de laticínios (art. 1.444). Institui-se o penhor rural mediante o registro do instrumento no Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas (CC, art. 1.438). Referindo-se, por exemplo, a gado criado numa fazenda, será o Cartório do Registro de Imóveis em que ela estiver matriculada o competente para registrar o penhor pecuário. A lei estabelece prazo máximo de duração do penhor rural, que é de 3 anos para o agrícola e 4, para o pecuário. O prazo estabelecido pelas partes pode ser prorrogado uma só vez, mediante averbação no Registro de Imóveis. Vencido o prazo, não caberá mais prorrogação, mas a garantia permanece enquanto subsistirem as coisas oneradas (CC, art. 1.439).
(Coelho, Fábio Ulhoa Curso de direito civil, volume 4 : direito das coisas, 4. ed. — São Paulo : Saraiva, 2012.)
Penhor agrícola
Pode incidir sobre bens relacionados com a produção agrícola: colheitas pendentes ou em via de formação, frutos armazenados, madeira, máquinas e instrumentos agrícolas (art. 6º da Lei nº 492/37). O art. 1.442 do mais recente Código dispõe expressamente que podem ser objeto de penhor agrícola: máquinas e instrumentos de agricultura; colheitas pendentes, ou em via de formação, frutos acondicionados ou armazenados; lenha cortada e carvão vegetal e animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola. Como se nota, é ampla a possibilidade desse penhor, em prol da produção rural do país. Note que até mesmo bem inexistente, colheita em via de formação, pode ser objeto de garantia. O garantidor assume o risco, inclusive com implicações penais, de que a colheita não venha a existir, cabendo ao credor a oportunidade e conveniência de conceder crédito nessa vertente. O que fica evidente é que a vocação agrícola deste merece ampla dimensão de créditos. Se a colheita não se estabelecer, ou frustrar-se, evidente que penhor não haverá. Leve-se em conta, contudo, que colheita em via de formação é aquela que apresenta potencialidade para existir, o que se examina no caso concreto. Assim, em solo impróprio para determinada cultura, não há que se admitir penhor. O art. 1.443 especifica que se o penhor agrícola recair sobre colheita pendente, ou em via de formação, abrangerá a imediatamente seguinte, no caso de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia. Esse dispositivo somente pode ser suprimido por vontade expressa das partes. O parágrafo único desse dispositivo ainda enuncia que o devedor poderá constituir novo penhor se o credor não financiar a nova safra, em quantia máxima equivalente à do primeiro gravame. Nesse caso, o segundo penhor terá preferência sobre o primeiro, abrangendo este apenas o excesso apurado na colheita seguinte. Essa matéria deve ser regulada, mormente porque se destina às instituições bancárias que operam no fomento agrícola. O Código Civil de 1916, no art. 782, estabelecia prazo de um ano, prorrogável por mais seis meses para essa categoria de penhor. Esse prazo foi alterado para dois anos, prorrogável por mais dois, de acordo com o art. 1 º do Decreto-lei nº 4.360/42. O Código de 2002, no art. 1.439, estabeleceu que o penhor agrícola e o penhor pecuário somente podem ser convencionados, respectivamente, pelos prazos máximos de três e quatro anos, respectivamente, prorrogáveis, uma só vez, até o limite de igual tempo. Doravante, as leis especiais devem subordinar-se a esses prazos. O § 1 º do art. 1.439 dispõe que, embora vencidos os prazos, permanece a garantia, enquanto subsistirem os bens que a constituem, o que, em princípio, faz com que o penhor tenha prazo indeterminado. Essa disposição vem em benefício do credor, que deve estar alerta sobre os prazos e mais especificamente sobre a existência dos bens, a fim de preservar seu direito. Ainda, o § 2º determina que a prorrogação deve ser averbada à margem do registro. A limitação temporal nesse caso tem em mira a natureza desse penhor e principalmente impedir uma situação de dependência do devedor em relação ao credor. Como já referimos, a Lei nº 492/37 suprimiu a exigência do art. 783 do Código Civil de aquiescência do credor hipotecário para a constituição do penhor agrícola, no que foi seguido pelo diploma civil em vigor (art. 1 .440). Irrelevante, de fato, sua concordância, pois o imóvel permanecerá garantindo o crédito hipotecário.
(Venosa, Sílvio de Salvo Direito civil: direitos reais - 13. ed. - São Paulo : Atlas, 2013. - Coleção direito civil; v. 5)
Penhor pecuário
Pode incidir sobre animais destinados à indústria pastoril, agrícola ou de laticínios, ou que sejam simples acessórios oupertences da exploração rural (art. 10 da Lei nº 492/37). O art. 1. 444 do presente Código diz que podem ser objeto de penhor os animais que integram a atividade pastoril, agrícola ou de laticínios. O período desse penhor no Código Civil era de dois anos no máximo, prorrogável por igual período, de acordo com o art. 788. A lei especial fixou-o em três anos, com possibilidade de prorrogação por igual período, mediante averbação na transcrição. Veja o que falamos aqui sobre o art. 1.439 do vigente Código. O devedor não poderá alienar os animais empenhados sem o prévio consentimento, por escrito, do credor (art. 1.445). Se houver risco de que o devedor aliene o gado empenhado ou que ameace por negligência a garantia, o credor pode requerer que os animais fiquem sob a guarda de terceiro, ou exigir o imediato pagamento da dívida (art. 1 .445, parágrafo único). Nessas situações, cumpre que o credor ingresse com as medidas judiciais urgentes cabíveis, pois há risco de perda ou desaparecimento da garantia. Assim ocorrerá, por exemplo, se o devedor deixar de administrar os cuidados necessários de alimentação e saúde aos animais empenhados. Segundo o art. 1.446, os animais da mesma espécie, comprados para substituir os mortos, ficam sub-rogados no penhor. A óptica se desloca, nesse caso, para exame se efetivamente os novos animais podem ser considerados da mesma espécie. Essa substituição confere uma presunção relativa válida entre as partes, mas que somente terá eficácia contra terceiros após menção especial no respectivo contrato, que deverá ser averbada (art. 1.446, parágrafo único). A Lei nº 492/37 fixa requisitos especiais de especialização, com a necessidade de descrição pormenorizada dos bens dados em penhor.
(Venosa, Sílvio de Salvo Direito civil: direitos reais - 13. ed. - São Paulo : Atlas, 2013. - Coleção direito civil; v. 5)
Penhor de direitos e títulos de crédito
Quando tem por objeto direitos sobre bens móveis, créditos ou títulos de crédito, o penhor denomina-se caução. A constituição do penhor sobre títulos de crédito decorre de ato cambiário praticado pelo devedor pignoratício, denominado endosso-caução, além da tradição da cártula (CC, art. 1.458), assunto estudado pelo direito comercial (Coelho, 1998, 1:403/406). Nos demais casos de penhor de direitos ou créditos, a constituição da garantia real decorre de registro no Registro de Títulos e Documentos (art. 1.452). O devedor pignoratício fica obrigado a entregar os documentos e títulos referentes aos direitos caucionados, se não tiver interesse legítimo em mantê-los em sua posse; a tradição, se houver, não será o modo de instituição da garantia real, mas sim o adimplemento de obrigação legal. Para ser alcançado pelos efeitos do direito real de garantia, o devedor da obrigação ou título de crédito caucionado (terceiro devedor) deve ser notificado da oneração ou participar do negócio que visa instituí-la (CC, art. 1.453). Vencida a obrigação empenhada antes da garantida, o credor pignoratício deve cobrar seu adimplemento ao terceiro devedor. Se a prestação for pecuniária, o dinheiro será depositado num banco escolhido de comum acordo com o devedor pignoratício ou determinado pelo juiz. Se não for, sub-rogar-se-á a garantia no bem entregue. Com o vencimento da obrigação garantida, não ocorrendo o seu pagamento pelo devedor pignoratício, o credor pignoratício levantará a parte do dinheiro correspondente ao seu crédito ou executará a garantia na coisa em que se sub-rogou a caução.
Penhor de veículos
Qualquer veículo empregado no transporte de pessoas ou coisas pode ser objeto de penhor, desde a bicicleta até a lancha. Sua instituição se dá com o registro do instrumento constitutivo no Registro de Títulos e Documentos. Quando emitido o certificado de propriedade do veículo, como no caso de carros, caminhões e barcos, o penhor será também anotado nesse documento. Para que o veículo seja empenhado, exige a lei a prévia contratação de seguro contra furto, avaria, perecimento e danos causados a terceiros, como meio de assegurar a efetivação da garantia pignoratícia. É de 2 anos o prazo máximo para a vigência desse tipo de penhor, e a alienação ou mudança no veículo onerado importa a antecipação do vencimento da dívida garantida, se feitas sem a prévia comunicação ao credor (CC, arts. 1.462 a 1.465).
Extinção do Penhor
O art. 1.436 capitula as seguintes modalidades de extinção do penhor:
I - Extinguindo-se a obrigação;
II -Perecendo a coisa;
III - renunciando o credor;
IV - Confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono
da coisa;
V - Dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada,
feita pelo credor ou por ele autorizada.
O penhor é garantia de obrigação. Extinta esta, extingue-se o penhor, devendo a coisa ser devolvida ao devedor. Passa a possuir injustamente o credor que continua com a coisa após a extinção da dívida. Como o penhor é indivisível, sua extinção somente ocorre com o pagamento integral da dívida. Como o penhor é garantia de um negócio jurídico, pode desaparecer o penhor, sem que a obrigação desapareça. A extinção do penhor, portanto, não se confunde com a extinção do negócio jurídico subjacente. No Código de 1916, art. 802, tínhamos o termo resolução, e não extinção como no presente estatuto. A resolução possui compreensão que melhor se coaduna com o negócio jurídico: resolve-se o negócio jurídico em geral quando deixa ele de produzir efeitos; esvai-se. O legislador de 2002 optou pela extinção do penhor, isto é, seu desaparecimento do mundo jurídico, pois melhor se coaduna com o ato jurídico de constrição e garantia. A primeira hipótese legal, e a mais importante para fazer desaparecer o penhor, é a extinção da obrigação. Extinta a dívida, não há mais o que se garantir. Temos que ter atenção com as outras modalidades de extinção de obrigação diversas do pagamento. A confusão é colimada no próprio texto. No entanto, não implicam extinção automática do penhor a novação, a compensação e a transação. Importa examinar a vontade das partes e as características desses negócios em cada caso concreto. Quando o débito é extinto sem a satisfação integral do credor, há de ser examinado se foi intenção das partes manter a garantia. Chama -se atenção para o que examinamos em nossa obra a respeito dessas modalidades de extinção de obrigações (Direito civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos). No pagamento com sub-rogação, quem paga assume a posição do credor precedente com as mesmas garantias do crédito (art. 349). O penhor tem sempre por objeto coisa corpórea ou incorpórea, como examinamos. Desaparecendo a coisa, pelo perecimento do objeto ou extinção do direito, desaparece o penhor. Subsistindo a coisa em parte, sobre esta permanece o gravame. Se a coisa estiver segurada, o preço pago pelo seguro fica sub-rogado na garantia. O mesmo ocorre sobre indenização paga por terceiro. Idem para a hipótese mais rara de expropriação de bem móvel: desapropriada a coisa dada em penhor, sub-rogar-se-ão sobre o preço da indenização os ônus respectivos (art. 31 do Decreto-lei nº 3.365/41). Não se confunde a extinção da obrigação com a extinção do penhor. Seu desaparecimento não induz extinção da obrigação. Tanto que o credor pode renunciar ao penhor, como a qualquer outra garantia, não renunciando à obrigação. Se, por outro lado, operar a renúncia da obrigação, ou remissão da dívida (arts. 385 a 388), desaparece o penhor, pois nada mais existe a garantir. A garantia é direito disponível e pode, portanto, ser renunciada. A renúncia à garantia é ato unilateral, independendo de aceitação. Deve ser expressa. Como se trata de ato de despojamento de bens, requer plena capacidade de alienar. No entanto, o art. 1 .436, § 1 º, estabelece três hipóteses de presunção relativa de renúncia ao penhor: 1. quando o credor consente na venda particular do penhor sem reserva do preço; 2. quando restitui a posse da coisa empenhada ao devedor; 3. quando o credor concorda em substituir o penhor poroutra garantia. Esses atos se mostram em princípio incompatíveis com a manutenção do penhor. Há que se verificar a intenção das partes: nada impede que se constitua, por exemplo, outra garantia para a mesma obrigação, ficando mantido o penhor. Tratando-se de presunção relativa, admite-se prova em contrário. A entrega da coisa ao devedor pode apenas representar modificação no título da posse da coisa que continua empenhada; a estipulação de nova garantia pode ser mero reforço e não simples substituição do penhor. Interpreta-se à vontade no caso concreto. A confusão como modalidade de extinção pode ser apenas temporária. A ideia é que ninguém pode ser credor de si mesmo. O credor adquire a coisa empenhada, em decorrência de ato Inter vivos ou mortis causa, e depois a transfere a terceiro. Subsiste, exceto se houver ressalva, o penhor na coisa para o terceiro adquirente, mormente nas hipóteses em que o crédito é representado por cédula pignoratícia e na transmissão causa moras. O art. 1.436, § 2º, refere-se à confusão parcial, quando o credor adquire apenas parte dos bens empenhados, subsistindo o penhor para os demais bens. Levado o bem à praça como decorrência da excussão, o credor tem direito à adjudicação por preço igual ao do maior lance, ou pelo valor da avaliação, se não houver licitantes. Com a adjudicação, o credor adquire o domínio da coisa. Se a coisa for adjudicada a terceiro, o valor servirá para o pagamento da dívida. O que sobejar pertence ao executado. A venda amigável somente é permitida por consenso, expresso no contrato ou posteriormente. Como vimos, nada impede que no vencimento ocorra a dação em pagamento como forma de extinção da obrigação e, consequentemente, do penhor. A excussão da garantia também extingue o penhor: nesse caso ocorre a efetiva realização da garantia, que cumpre sua finalidade. A excussão extingue o penhor, tenha ou não sido satisfeito o crédito. Se o credor não foi totalmente satisfeito, continuará como quirografário no que sobejar. Temos que ter em conta que o rol do art. 1.436 não é exaustivo. A extinção do penhor pode decorrer do escoamento do prazo, se concedido a termo, ou com o implemento da condição, se estabelecido sob condição resolutiva, ou se resolúvel a propriedade do empenhante sobre a coisa empenhada; pode advir de ação judicial na qual terceiro obtém a reivindicação do bem dado em penhor; pode ser anulada ou declarada nula a obrigação etc. Os penhores especiais têm prazos preclusivos; portanto, prazos de extinção. Em todas as situações de extinção do penhor, se estiver com o credor a coisa empenhada, deve ela ser restituída. Passa a ser injusta sua posse nessa condição. A prescrição extingue a ação. Dado o efeito paralisante da ação, a dívida prescrita equipara-se à obrigação natural. Embora discuta a doutrina acerca da manutenção da garantia nessa hipótese, há que se ter por extinto o penhor, que se mostra incompatível com a situação, ainda que possível o pagamento espontâneo. Esse eventual pagamento efetua-se a latere do penhor; e sem que se apele para este (Pereira, 1993:245). O art. 1.437 do Código enfatiza que a extinção do penhor somente produz efeitos depois de averbado o cancelamento do registro, a vista da respectiva prova. Esse texto não figurava no Código anterior. Trata-se de efeitos com relação a terceiros, pois a desoneração do devedor, por ato obrigacional, pode ter ocorrido anteriormente. A manutenção do penhor, sem o levantamento do registro, é inconveniente, porque continuará onerado o bem, para efeito de relações com terceiros. O que se leva em conta na averbação do cancelamento do registro do penhor é a supressão dos efeitos públicos do ônus.
(Venosa, Sílvio de Salvo Direito civil: direitos reais - 13. ed. - São Paulo : Atlas, 2013. - Coleção direito civil; v. 5)

Outros materiais