Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Carboidratos parte 4 Reações Químicas dos Carboidratos Hidrólise pH, TºC, configuração β e α (α mais suscetível), forma e tamanho do anel Nos polissacarídeos a sensibilidade diminui com o aumento de associações intermoleculares As ligações são mais facilmente quebradas em meio H+ São também hidrolisados por enzimas Ex: Sacarose (glicose-frutose) Ocorre em condições fracamente ácidas e baixa temperatura Os açúcares redutores liberados podem participar de reações de escurecimento ???? BOM OU RUIM???? C12H22O11 + H2O (H+) C6H12O6 (glicose) + C6H12O6 (frutose). (enzima invertase) Sacarose hidrolisada conhecida como AÇÚCAR INVERTIDO (SACAROSE DESVIA LUZ P/ DIREITA QUANDO HIDROLISADA PARA ESQUERDA) O mel de abelhas parecido com açúcar invertido. As abelhas secretam a enzima invertase, que transforma grande parte da sacarose contida no néctar proveniente dos vegetais em glicose e frutose Importante industrialmente mais doce que a sacarose (balas, sorvetes) 2) Mutarrotação Os isomeros α e β de mono. e oligo. são estáveis na forma de cristais, o que não ocorre em solução Reação catalisada por ácidos e bases É a abertura do anel que depois se fecha novamente em ambas as formas α e β. Reações Químicas dos Carboidratos As α e β formas da glucose podem ser isoladas separadamente α-glucose pura tem uma rotação específica de +112o β-glucose pura tem uma rotação específica de +18.7o Quando ambas as formas de glicose são deixadas em solução aquosa, a rotação específica lentamente muda para +52.7º Não importa se inicia com α- ou β-glucose puras Mutarotação é a mudança na rotação ótica quando estabelece uma mistura de formas anômeras Mutarotação da glucose resulta em um mistura em equilíbrio de 36% α-glucose e 64% β-glucose A mais forma estável β-glucose predomina Uma muito pequena quantidade de forma cadeira aberta existe neste equilíbrio 3) Enolização OH Forma enol (-C = C -) em meio básico e em seguida é convertido em outros açúcares. Monossacarídeos dissolvidos em base aquosa sofrem isomerizarão para uma série de ceto-enol tautomerizações Uma solução de D-glucose contendo hidróxido de cálcio formará vários produtos, incluindo D-fructose e D-mannose Um monossacarídeo pode ser protegido de tautomerização cetoenol pela conversão para um glicosídeo Glicosídeo compreende uma classe de substâncias químicas formadas pela união de moléculas de glúcido - glicídeos, gliconas ou "oses" (geralmente um monossacarídeo) - e um composto não glucídico, também chamado de aglicona. 4) Reação de desidratação A molécula perde água e forma outros compostos como ácido láctico, acético… ocorre em meio ácido, sob aquecimento Reações Químicas dos Carboidratos . Propriedades Funcionais em alimentos Propriedades Funcionais Ligação com água Uma das principais propriedades Hidroxilas capazes de fazer pontes de hidrogênio Varia em função da estrutura do carboidrato Higroscopicidade * Capacidade de absorver água do ambiente Ligam-se a água através de sua hidroxilas Absorvem água do ar atmosférico Os açúcares são mais higroscópicos quanto menor for o tamanho dos cristais devido à maior superfície de contato. O açúcar refinado é mais fácil de hidratar do que o açúcar cristal. c) Umectância Capacidade de controlar a atividade de água do alimento Carboidratos ligam água do alimento Exemplo: produção de doces e geléias, reduzem a atividade de água e aumentam a vida- -de-prateleira d) Texturização Elevada solubilidade dos açúcares em água Devido à capacidade dos açúcares de ligarem água, podem ser adicionados aos alimentos e modificarem sua textura. Normalmente adicionados na forma de cristais ou de xaropes Efeitos estruturais dos açúcares nos alimentos: estado físico e interações com a água Os açúcares podem formar: * Soluções supersaturadas, conferindo consistência de sólido e transparência (estado vítreo) * Cristalizar Doçura relativa Os açúcares conferem sabor doce aos alimentos, é uma propriedade intrínseca. A sensação de doçura é sentida na região da extremidade da língua (sal e acidez laterais e amargo no fundo). Alguns açúcares como a ß-D-manose são amargos. O sabor deles pode mascarar a doçura quando presentes em misturas. O mesmo pode ocorrer com o sal e a acidez de um alimento. A doçura relativa é uma propriedade intrínseca e subjetiva. Em análise sensorial treina-se os degustadores segundo a capacidade de percepção e elabora-se uma escala. O leite é levemente doce, possui 5% de lactose com poder adoçante de 30% (em relação à sacarose). Então, em cada 100 ml de leite temos 1,5 g de poder adoçante padrão (muito pouco perceptível). O excesso de açúcar nos alimentos pode ser nauseante. Os açucares são aditivos alimentares (edulcorantes) usados indiscriminadamente, na maioria das vezes sem necessidade, mascarando o gosto natural dos alimentos, como ocorre com o leite e as frutas. A ingestão de açúcar leva ao aumento do consumo de calorias e sacia a fome, porém, impede o consumo de outros nutrientes. O excesso de ingestão de açúcar acelera o metabolismo quanto à produção de insulina e provoca hipoglicemia aparente. (hiperglicemia verdadeira) Fatores que afetam a doçura Os alimentos são compostos de vários açúcares, e portanto, o grau de doçura é uma mistura deles. Vários fatores afetam a doçura até mesmo a forma isomérica. Por exemplo, a mistura de à e ß glicose, é levemente menos doce (0,61) do que a a glicose (0,64). a) Sinergismo Os açúcares quando misturados tem um efeito sinergístico na doçura do outro. É o caso do mel, cujo poder adoçante é o resultante de: 34% de glicose, 41% de frutose e 2,4% de sacarose. O mel é considerado mais doce do que o xarope de glicose comercial devido ao sinergismo dos açúcares do mel e da alteração química que este pode provocar nos alimentos. b) Concentração 15% de lactose para adoçar o mesmo que 5% de sacarose adoça. E é necessário uma solução a 15% de galactose para adoçar o mesmo que 10% de sacarose. c) Forma do açúcar em solução ou na forma cristalina. A a-D-glucose é bem mais doce, se cristalina. Os açúcares variam de sabor devido a sua propriedade intrínseca textural. Efeitos de "corpo" nos alimentos. A sacarose tem forte efeito de encorpar. Em alimentos viscosos fica difícil detectar a doçura. d) Temperatura Quando aumenta a temperatura diminui a doçura relativa, mas pode aumentar a absoluta porque libera os sítios fornecedores do sabor doce da molécula Polissacarídeos Sílvia Raquel Mundo Principais polissacarídeos Polissacarídeos de bactérias Dextranos Polímeros ramificados de glicose Alto peso molecular Streptococcus, Lactoboacillus atóxico Sílvia Raquel Mundo Principais polissacarídeos Polissacarídeos de bactérias Goma xantana Xanthomonas campestris Cadeia de glicose com ramificações de ácido glicurônico e manose estabilizante Sílvia Raquel Mundo Principais polissacarídeos Polissacarídeos de algas Ácido algínico e alginato Laminaria, Macrocystis Polímero linear Insolúvel em água Caráter aniônico Sílvia Raquel Mundo Principais polissacarídeos Polissacarídeos de algas Ácido algínico e alginato Protetores da mucosa antihemorrágico Sílvia Raquel Mundo Principais polissacarídeos Polissacarídeos de algas Carragenanos Polímeros de galactose Rodofíceas espessantes Sílvia Raquel Mundo Principais polissacarídeos Polissacarídeos de Vegetais Superiores Amido Celulose Hemicelulose Sílvia Raquel Mundo Principais polissacarídeos Polissacarídeos de Vegetais Superiores Gomas Alto peso molecular Parcialmente solúveis em água Goma caraia Goma adraganta Goma arábica Sílvia Raquel Mundo Principais polissacarídeos Polissacarídeos de Vegetais Superiores Mucilagens Constituinte natural Retenção de água Sílvia Raquel Mundo Principais polissacarídeos Polissacarídeosde Vegetais Superiores Pectinas Retenção hídrica Polímeros de ácido galacturônico Amido A amido é a principal reserva de energia dos vegetais, na verdade é uma mistura de dois polissacarídeos. Amilose = a amilose é uma molécula que consiste entre 350 a 1000 unidades de glicose numa cadeia reta. Amilopectina = essa molécula consiste em unidades de glicose unidas em uma estrutura de cadeias ramificadas, constituidas de 20 a 25 unidades cada AMIDO: dois tipos de polímero de -D-glicose (amilose e amilopectina) Amilose: linear, ligações glicosídicas (14) Amilopectina: ramificado; ligações glicosídicas (14) e (16) a cada 24 a 30 resíduos Amilopectina Amido O amido em várias plantas, incluindo arroz, milho e batata consiste em aproximadamente 80% de amilopectina e 20% de amilose Amido Amido de batata Amido de milho Híliun ponto de nucleação onde o grânulo se desenvolve Amido Tabela – Teor de amilose de alguns amidos Amido Amilose (%) Milho 25 Arroz 16 Batata 18 Arroz ceroso zero Milho ceroso zero Trigo 24 Amilose Formada por cadeia linear de unidades de α-glicose unidas por ligações α 1,4 Apresenta estrutura helicoidal, α-hélice, formando PH entre os radicais OH das moléculas de glicose Teste iodo (teste qualitativo presença de amilose) Amilopectina Estrutura ramificada formada por cadeias constituidas de 20 a 25 unidade de α-glicose (α 1,4) e essas cadeias unidas entre si por ligações (α 1, 6) É constituída por 10 a 500 mil unidades de glicose e apresenta estrutura esférica. Forma complexo vermelho com Iodo Amilopectina Propriedades do amido Aparência e solubilidade: Amido é um pó branco, não cristalino o qual é insolúvel em água fria Doçura: Diferente de monossacarídeos e dissacarídeos, amidos e outros polissacarídeos não tem sabor doce. Hidrólise A hidrólise do amido pode ocorrer através da ação de um ácido ou uma enzima. (C6H10O5)n + nH2O H+ nC6H12O6 amido água enzima glicose ( amido dextrinas maltose glicose) Gelatinização do amido Umidade do amido 12 a 14 % Insolúvel em água fria (pode absorver até 30% do seu peso) Com aquecimento as moléculas de amido começam a vibrar e rompem as PH intermoleculares Visualmente nada acontece até atingir certa temperatura conhecida como TEMPERATURA DE GELATINIZAÇÃO Os grãos começam a entumecer e formam soluções viscosas Amido gelatinizado há viscosidade máx na TºC de gelatinização e com decrescimo de temperatura forman-se novas PH e formado o GEL. Gelatinização do amido Os amidos apresentam diferentes temperaturas de gelatinização Em 120ºC todos os grãos estarão dissolvidos pode ocorrer destruição dos grãos Tabela – Intervalo de TºC de gelatinização de alguns amidos Amido TºC gelatinização Batata 56-66 Mandioca 58-70 Milho 62-72 Trigo 52-63 Arroz 61-67 Milho ceroso 63-72 Proporção de amido e água presentes. Quanto mais amido, mais forte o gel. Proporção de amilose no amido. Amidos com alta amilopectina, isto é, amidos cerosos, gelificam apenas com altas concentrações. A presença de açúcar. O açúcar compete com o amido pela água portanto reduz a força do gel. Presença de ácido ??????? A força do gel de amido depende de vários fatores incluindo: Retrogradação do amido Ao se formar gel, as moléculas de amilose podem se aproximar e se unirem formando zonas de cristalização Essa trasnformação denomina-se RETROGRADAÇÃO Forma-se novamente partes cristalizadas como as destruídas na formação do gel. Ocorre liberação de água: SINERESE A retrogradação é mais rápida a temperaturas prox. 0ºC Retrogadação amilose (min. 9 unidades de glicose irreversível) Com amilopectina é reversível ??????? Amidos modificados Amido pré-gelatinizado Amido que após ser gelatinizado é seco e pulverizado - A secagem não elimina totalmente a água ligada e a que permanece permite a entrada de mais água (devido ao afastamente das moléculas) Substâncias pécticas É a designação dada a um grupo complexo de derivados de carboidratos extraídos de plantas. São constituídas na sua maioria, por cadeias de ácidos D-galacturônicos ligados em (1-4) e cujos grupos carboxílicos podem estar parcialmente metoxilados (resíduos de ramnose. arabinose, galactose) a) Protopectinas São as substâncias encontradas nas plantas (rigidez tecido). São insolúveis em água e, por aquecimento em presença de ácidos diluídos, formam ácidos pectínicos (pectina) ou ácidos pécticos. b) Ácidos pectínicos São as substâncias coloidais (1 a 100 nm), não necessariamente solúveis em água, constituidas por ácidos poligalacturônicos com número significativo de metoxilas na forma de ésteres. Dependendo do grau de metoxilação podem formar géis com sacarose em meio ácido, ou em presença de cátions divalentes. Substâncias pécticas c) Ácidos pécticos São cadeias de ácidos D-galacturônicos, livres de metoxila. Quando em água formam soluções coloidais (1 e 100 nm). d) Pectina São ácidos pectínicos solúveis em água, com número de metoxilas esterificadas e grau de neutralização variáveis. Em meio ácido formam géis com sacarose. Estrutura básica da pectina Ligacões α -1,4 Substâncias pécticas As pectinas se localizam principalmente em tecidos pouco rigidos como o albedo das frutas cítricas e na polpa de beterraba. Origem pectina % Batata 2,5 Tomate 3,0 Maçã 5,0 Beterraba 15,0 Frutas cítricas 30 a 35 Substâncias pécticas Quando o grau de esterificação é baixo, as pectinas podem formar géis pela adição de cátions como cálcio ou alumínio. Substâncias pécticas As pectinas são comercialmente classificadas em pectinas de alto teor de grupos metoxílicos (ATM) quando contém acima de 50% de seus grupos carboxílicos esterificados e de baixo teor (BTM), quando somente 50% ou menos estão esterificados. A rigidez do gel, por sua vez, está relacionada com o peso molecular da pectina, crescendo com o aumento do peso. Mecanismo de gelificação da pectina com alto grau de metoxilação A solução coloidal de pectina contém micelas hidratadas e com cargas negativas devidas ao grupo –COO-. Para a passagem de sol a gel deve-se provocar aproximação das micelas pela eliminação das suas cargas, abaixando-se o pH até 2,8-3,5 e retirando-se pelo menos parcialmente, a água de hidratação. Por resfriamento forma-se o gel que é termoreversível. Mecanismo de gelificação da pectina com alto grau de metoxilação Considerando–se R-COO – nH2O como uma representação da molécula de pectina hidratada, a gelificação daria segundo o esquema: R - COO-nH2O H+ R - COOHnH2O R - COOHnH2O açúcar R - COOH (n – m)H2O + açúcar mH2O O ácido protona o grupo carboxílico e ocorre desidratação da micela de pectina pelo açúcar. Ponte de Hidrogênio Mecanismo de gelificação da pectina com alto grau de metoxilação (ATM) O teor de açúcar necessário para se obter o efeito desidratante desejado é aproximadamente de 60 - 70% do peso total da geléia. A atividade da água na geléia é suficientemente baixa para inibir o crescimento de grande número de microrganismos. A = micela de pectina dispersa em água B = camada de água de hidratação C = campo elétrico com cargas negativas D = distancia em micelas. 1 ) (d1) = distancia A - A é muito grande e há repulsão eletrostática. 2 ) (d2) = distancia A - A é grande pela presença de água de hidratação. Não há mais repulsão eletrostática. 3 ) (d3) = Distancia A - A é suficientemente pequena para permitir pontes de H entre as moléculas da micela. H+ d2 A A A A A A +Ácido d3 d1 +açúcar -H2O Ligada a pectina Açúcar + H2O Açúcar + H2O Açúcar + H2O BB C C 1 2 3 Mecanismo da gelificação da pectina com baixo teor de metoxilação (BTM). Quando a pectina contém menos 50% dos seus grupos carboxílicos esterificados a geleificação é provocada pela formação de ligações entre íons carboxílicos e íons de cálcio, ou de outro metal bi ou trivalente que também ficarão ligados covalentemente a grupos OH. Assim, o metal atua como ligante entre as cadeias de pectina formando a estrutura do gel. Nos alimentos usa-se somente o íon cálcio que é adicionado na proporção de 0,1 - 0,5 % do peso do gel. Um excesso de cálcio produz a precipitação de pectato de cálcio. Açúcar, em pequenas quantidades, melhora a textura do gel. Para esses géis a pectina é preparada a partir de pectina comum (ATM) por hidrólise e outros processos químicos controlados. Representação das ligações intermoleculares entre as cadeias de pectina BTM e o íon Ca.
Compartilhar