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Caderno Penal III Daniela Portugal

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Direito Penal III 
Daniela Portugal 
2018.1 
1. Princípios Correlatos: 
Princípio da humanização das penas : 
Tem fundamento tanto na CF quanto em outras normas de DIP as quais o Brasil é consignatário. 
-> Não haverá penas : 
1.de morte (salvo em caso de guerra declarada ) -> estamos falando da pena como regra, porque 
em caso de guerra a CF permite, neste caso será em caso de fuzilamento com autorização prévia 
do Presidente da República. Mas hoje já se discute porque ela poderia ser utilizada em outras 
situações. Para Paulo Queiroz ela é extremamente desproporcional. 
2. De caráter perpetuo -> A CF veda a pena de caráter perpetuo porque as vezes tem uma 
estipulação final e ela não deixa de ser perpetua, por exemplo uma pena de 70 anos para uma 
pessoa que tem 50, o indivíduo irá passar o resto de sua vida na prisão então a pena seria de 
caráter perpetuo. 
3. De banimento -> Não existe mais como banir um cidadão para que a título de pena ele seja 
retirado do país, aconteceu muito na ditadura, isso não quer dizer que alguém não possa cumprir 
sua pena fora do Brasil, isso pode acontecer por pedido da própria pessoa. 
4. De trabalho forçado -> 
LEP-> Direito e Dever do preso. 
O direito Penal diz que é compatível porque vincula determinados direitos a esse dever, por 
exemplo, o preso trabalha e ganha direito a remissão de pena ou progressão do regime. Mas, 
ninguém será obrigada a trabalhar, o trabalho será vinculado a certos benefícios. 
A imposição do trabalho se dá de uma forma sútil e menos violenta.
5. Cruéis ou degradante -> A privação da liberdade em si já representa a desumanização. O 
preso perde a sua liberdade, porém, todos os seus outros direitos precisam ser resguardados, 
por exemplo, a visita intima( como será exercida ?). Muitas vezes temos um estabelecimento 
superlotado, na prática só tem visita intima o preso que tem algum tipo de liberdade, aquele que 
não está ligado a alguma facção, muitas vezes não vai ter seu direito exercido. 
E em relação aos estabelecimentos femininos? Muitas vezes elas são esquecidas, elas não 
recebem tantas visitas quanto os estabelecimentos masculinos. Nos estabelecimentos femininos 
os homens reconstroem sua vida com outras pessoas e as mulheres são esquecidas. É um 
sistema extremamente cruel e degradante. 
 
Princípio da intranscedência das penas: 
Nenhuma pena da pessoa de seu condenado. A CF faz uma ressalva, salvo a pena de reparação 
de danos e perdimento de bens, essas penas poderão atingir os sucessores, vai atingir no limite 
do quinhão recebido, no caso, no que eles receberam de herança, não poderá atingir o 
patrimônio dos sucessores. 
O patrimônio pessoal e individual dos sucessores jamais será alcançado. 
Princípio da individualização das penas: 
Ao contrário dos dois outros não está previsto na CF. A doutrina penal vai dizer que ele tem uma 
previsão indireta porque ele deriva dos direitos humanos. 
Esse princípio que dizer que a dosimetria de pena terá que analisar todas as particularidades 
daquele sujeito.
Ex: O caso do Juíz que baixou a pena de um homem que estuprou uma vítima e utilizou 
preservativo a pedido da mesma. 
Todas as particularidades referidas ao sujeito, sendo elas benéfica ou não devem ser 
consideradas na dosimetria de pena, aquele velho ditado de que cada caso é um caso.
2. Pena privativa de liberdade e seus fundamentos 
Teorias da Pena: 
-Teorias Absolutas : A finalidade da pena é a retribuição -> pune-se para castigar. Pune-se 
porque a pena retribui ao agente o mal que ele causou a sociedade, então agora o Estado vai 
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Daniela Portugal 
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causar o mesmo mal ao agente. Essa teoria entende que a pena é um fim em si mesma, ou seja, 
ela se basta. 
o antecedente histórico dessas teorias é chamado teoria da expiação, que vem do direito 
canônico em que a penitencia era entendida como você expiar a sua culpa, de você zerar a sua 
culpa. Ou seja, se você comete um pecado e você pratica a penitencia e fica de boas com Deus.
Essa lógica da expiação se aplica as primeiras justificativas que foram dadas para as penas de 
privação de liberdade. 
*Kant-> a pena é colocada como um hiperativo categórico, ainda dentro da lógica de retribuição. 
-Teorias Relativas : A pena serve para a prevenção de futuros delitos. Fim da pena é a 
prevenção, a pena por si só não basta ela precisa estar cumprindo algum tipo de finalidade 
social. 
Essas teorias relativas vão se bifurcar. 
Prevenção : 1. Geral: Pune-se o criminoso para evitar que a sociedade cometa crimes. É um 
pensamento voltado para a sociedade.
 1.1 Negativa: a sociedade não vai cometer crimes porque ela passa por uma intimidação, 
por isso ela não vai cometer delitos ou seja, temorização social.
 1.2 Positiva : A sociedade não vai cometer crimes porque no momento que se 
prende o criminoso está se reafirmando a norma, a validade da norma.
 2. Especial : Prende-se o indivíduo para que este não cometa crimes. 
 2.1 Negativa: Pune-se o indivíduo criminoso para torna-lo enquanto cumpre a pena, 
inóculo, inofensivo, a prisão vai ser necessária para a neutralização da pena.
 2.2Positiva: Vão trazer o famoso discurso da ressocialização. No discurso da reinserção 
social( discurso extremamente contraditório). 
* Todas essas teorias são o que chamamos de teorias legitimadoras. Dão a privação de liberdade 
uma justificação. E todas elas vão encontrar suas críticas, inclusive a eclética. 
3. Art. 59. CP: 
Consagra o pensamento eclético, unitário, ou misto do qual a pena cumpre mais de uma função 
agregando os fins de retribuição e de prevenção. 
4. Sistemas Prisionais 
Sistemas prisionais : Modelos modernos de cumprimento da pena privativa de liberdade.
4.1 Pensilvánico ou de Filadélfia 
É o chamado modelo do isolamento celular. Essa privação de liberdade se dá em isolamento 
celular absoluto. Cada indivíduo fica preso em uma cela sem manter qualquer tipo de convívio 
comum. Esse sistema por ser de completo isolamento, trabalhado no séc.XVIII, é extremamente 
criticado até que é substituído.
4.2 Auburniano 
Esse sistema também era chamado de sistema silent system-> porque ele era marcado pelo 
isolamento durante a noite e durante o dia havia convívio do preso em comum com outros presos 
porém em silêncio absoluto e esse convívio comum era para fim de trabalho. 
E é interessante porque é dentro desse contexto que começa um sistema de comunicação 
alternativa entre os presos. Nesse contexto o trabalho era realizado em absoluto silêncio. 
A gente tem aqui o desenvolvimento do sistema progressivo. 
4.3 Progressivo 
Desenvolvido incialmente na Inglaterra no séc.XIX e depois é aprimorado na Irlanda. E pena com 
o desenvolvimento desse sistema é que se constrói um sistema gradual entre o recluso e a 
sociedade.
Se começa a se perceber que o sujeito era privado de sua liberdade e em um segundo momento 
ele começa a voltar ao seu convívio em sociedade. Começa a se programar estágios de 
aproximação, ou seja, como isso se daria. 
Inglaterra: 
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Surge com isolamento absoluto na primeira fase, seguido do silent system como segunda fase e 
a terceira fase constituía no livramento. 
1.isolamento absoluto-> 2.silent system->3.livramento 
A Irlanda ve que no 1 e no 2 há um regime de privação de liberdade, de convívio e então ela 
percebe que é necessário mais uma fase. 
Irlanda:
1. Isolamento Absoluto 2. silent system 3." semiaberto “ 4. livramento 
Esse semi-aberto não era como a forma que trabalhamos hoje porém dá uma fase intermediária e 
tinha uma espécie de liberdade. 
5. Espécie de Pena art.32,33/CP 
1.Pena Privativa de liberdade = pena por excelência2.Pena de multa ( criminal) 
3.Pena restritiva de direitos 
 Pena Privativa de Liberdade ( Parte I) 
1. Reclusão x Detenção 
Reclusão : Pena cumprida em regime fechado, aberto ou semiaberto. 
Detenção : Pena cumprida em regime aberto ou semiaberto. Salvo a necessidade de 
transferência para regime fechado. 
O regime fechado jamais será o ponto inicial de cumprimento de pena se a pena for de detenção.
Crime de ato obsceno : o legislador avisa como deve ser o cumprimento de pena, o legislador diz 
ao juiz que ele poderá escolher entre aberto ou semiaberto. 
* OBS: Pena de prisão simples: Tanto a reclusão quanto a detenção são voltadas para o crime 
que por sua vez é sinônimo de delito. Já a prisão simples é voltada para as chamadas 
contravenções penais. 
Prisão simples -> tem como regime inicial um pena cumprida em regime inicial semiaberto ou 
aberto. Essa pena é diferente da pena de detenção porque é cumprida sem rigores 
penitenciários, não caberá regressão para regime fechado. O cara que for cumprir pena de prisão 
simples não ficará na cela, ainda que cometa uma falta grave. 
2. Regimes de cumprimento 
- Fechado 
- Semiaberto 
- Aberto
2.1 Critério de fixação: 
Art.33/CP
1.O condenado com pena superior a 8 anos, deverá começar a cumpri-la em regime inicial 
fechado. 
2.O condenado não reincidente cuja pena seja superior a 4 anos e não ultrapasse 8 anos, 
poderá cumpri-la em regime inicial semiaberto. 
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3. O condenado não reincidente cuja pena seja inferior ou igual a 4 anos poderá começar a 
cumpri-la em regime inicial aberto. 
Situação 1 : Gabriel é condenado a uma pena de a uma pena de 6 anos pelo crime descrito no 
art.123. Trata-se de réu primário. -> regime semiaberto.
 
Situação 2 : Gabriel é condenado a uma pena de a uma pena de 6 anos pelo crime descrito no 
art.123. Trata-se de réu reincidente. -> regime semiaberto. Jamais poderá ser regime fechado 
porque o código diz que o crime do art.123 deverá ser punido com detenção. 
Situação 3: Caio, reincidente condenado a 9 anos pelo crime do art.121. -> Regime inicial 
fechado. 
Situação 4: André, réu primário condenado a 9 anos pelo crime do art.121. -> Regime inicial 
fechado. A lei diz que o condenado com pena superior a 8 anos deverá começar com regime 
inicial fechado, salvo nos casos de detenção. 
Situação 5: Mauro, reincidente condenado a 6 anos pelo crime do art. 121-> Regime inicial 
fechado. 
Situação 6: Paulo, reincidente é condenado a pena de 1 ano pelo crime do art. 155-> regime 
fechado. 
ATENÇÃO: 
Pela redação do código penal, o regime inicial cabível seria fechado, entretanto em 2002, o STJ 
aprovou a súmula 269 que permite o regime inicial semiaberto aos condenados reincidentes com 
pena menor ou igual a 4 anos se favoráveis a circunstancias judiciais. Poderá começar em regime 
inicial aberto. 
Na lei penal se eu sou reincidente o único regime que eu poderei cumprir será o fechado. Porque 
na lei penal o pré-requisito para se cumprir sob o regime aberto ou semi-aberto é ser réu 
primário. Porém, começou-se a discutir muito isso por parecer injusto, uma vez que o reincidente 
de 2 meses sempre iria cumprir o regime fechado. 
Então partimos para a súmula 269 em que a partir dai começou a se desprender desse conceito 
e começou-se a adotar uma postura mais flexível. 
Critério subjetivo para regime inicial de cumprimento de pena-> Além dos critérios objetivos 
relativos à quantidade de pena e primariedade referidos no art.33 o juiz também deverá atentar, 
na fixação do regime inicial para os critérios subjetivos do art.59. 
O art.59 para dosimetria da pena como um todo serve para várias coisas. O juiz vai olhar o art.59 
para olhar a quantidade de anos na pena aplicada. 
Por enquanto já temos a ideia construída de que o art.59 é um art.subjetivo, e esses critérios 
valorativos irão servir para coisas diferentes. 
Regime Inicial 
Pena > 8 -> Deverá RI Fechado 
Art. 33, CP 4< pena ≤ 8 -> poderá RI semiaberto
Não reincidente 
Súm.269, STJ 
Pena <=4 -> Poderá RI semiaberto 
Reincidente 
Pena≤4 -> Poderá RI aberto 
Não reincidente 
-> desde que as circunstancias judiciais sejam 
favoráveis, caso contrário o juiz poderá pedir um regime 
mais gravoso, mesma coisa em cima. 
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Conclusão: Significa dizer que quando desfavoráveis as circunstancias judiciais do art.59, ainda 
que o sentenciado atenda aos requisitos objetivos do art.33, poderá o magistrado optar por 
regime mais gravoso. 
Os critérios subjetivos não poderá submeter os critérios objetivos fazendo ao magistrado dar ao 
réu um regime melhor do que é o devido. 
Os magistrados começaram a banalizar isso. Por exemplo, o cara pegava uma pena de 7 anos, 
porém, por ser homicídio dizia-se que seria regime fechado. 
Súmula 718 e 719/STF: 
A súmula 718 ela vai falar da chamada gravidade abstrata. É importante saber que a gravidade 
abstrata não fundamenta regime mais gravoso. Então veja, quando juiz analisa a gravidade do 
caso e impõem um regime mais gravoso, não é qualquer gravidade, mas sim uma gravidade 
concreta. Eu não posso falar apenas de um homicídio mas sim aquele homicídio específico. Por 
que dentre todos os homicídios aquele em especifico é mais grave? O juiz precisa fundamentar a 
sua decisão em um caso concreto. 
A súmula 719 vem dentro da mesma linha de raciocínio: Exige motivação idônea. O magistrado 
até poderá fundamentar um regime inicial mais gravoso do que o permitido por lei desde que ele 
possua motivação para faze-lo. 
Súmula 440/STJ: 
é vedado o regime penal mais gravoso fundado na gravidade abstrata. Aqui quando ele coloca 
fixada a pena base corresponde a pena base da dosimetria de pena. 
A pena base será extremamente importante, porque uma vez que você estabelece a pena base 
no mínimo e depois não poderá colocar o réu em um regime mais gravoso, seria incongruente na 
posição do magistrado. 
A redação do STF é um pouco melhor porque a gravidade abstrata não poderá ser utilizada 
nunca, fere o principio da individualização da pena. 
A gravidade em abstrato já é por si só utilizada na definição da pena na hora de estabelece o 
delito, isso já fica pre-estabelecido pelo legislador. 
SV 56 STF:
Situação super comum no caos carcerário que enfrentamos hoje, o juiz fixa uma pena de 7 anos 
a ser cumprido no regime penal semiaberto. Estabelecimento separado do regime fechado. 
Acontece muito de ter um condenado de regime semi-aberto e não ter local para ele cumprir a 
pena. Por não ter local para ele cumprir o regime semi-aberto e não tem vaga, o juiz manda ele 
pro fechado. Só que isso dai é absurdo e então voltamos a estudar o principio da 
individualização da pena. 
Ausência de vaga no regime fixado: quando a gente fala em individualização da pena que de 
alguma maneira se relaciona com o princípio da proporcionalidade é importante que a gente 
observe que essa individualização acontece em 3 etapas diferentes. 
1º Temos uma individualização que ocorre no plano legislativo, quando se estabelece a pena 
cominada. 
2º Acontece no judiciário quando o juiz aplica a pena. 
3º Essa fase acontece de modo híbrido que é a execução da pena -> é realizada tanto pelo 
executivo quanto pelo legislativo. Tem a ação do executivo mas também tem a ação do judiciário 
porque é ele quem execuciona e realiza a pena.
1. Pena base-> baseada na circunstancias 
judiciais do art.49 
Dosimentria 2. Pena provisória
3.Pena definitiva
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Daniela Portugal 
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Uma vez fixado o regime inicial na sentença condenatória este se torna direito público subjetivo 
do réu( agora você vai ter que arranjar um lugar pra eu ficar), não podendo o Estadodiante da 
ausência de vaga fixar regime mais gravoso( SV 56) . 
O que fazer diante da impossibilidade vagas: 
RE 641.320/RS: 
1. Saída antecipada de condenado do regime com falta de vaga. 
2. Monitoramento ao condenado que sai antecipadamente ou é posto em regime domiciliar . 
3. Cumprimento de restritiva/ progressão. 
**O Estado não poderá determinar regime mais gravoso caso não tenha vaga. 
Características dos regimes: 
Regime Fechado art.34, CP-> considera-se regime fechado o regime cumprido em 
estabelecimento de segurança máxima ou média. O condenado ficado submetido a trabalho no 
período diurno e isolamento durante a noite. O trabalho será em comum dentro do próprio 
estabelecimento dentro da conformidade das aptidões. O trabalho externo é permitido no regime 
fechado em estabelecimentos ou obras públicas. A exemplo da fonte nova que é construída com 
mão de obra carcerária. 
Regime Semiaberto art.33, Parágrafo 1º alínea b/CP-> considera-se regime semiaberto ( art.35/ 
CP) vai ser cumprido em colônia agrícula ou industrial. Aqui é como se fosse uma estação de 
trabalho. O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o dia na colônia. O trabalho 
externo é admissível bem como a freqüência a cursos de instrução de segundo grau ou de 
ensino superior. Aqui a lei não fala mas podemos complementar que durante a noite ele vai para a 
cela, ele não vai pra casa. Além disso, vale ressaltar que esse trabalho exterior não precisa ser 
em serviços públicos ou obras públicas.
Regime Aberto art.33 Parágrafo 1º alínea C, CP-> Considera-se regime aberto ( art.36) o 
cumprimento da pena em casa de albergado. Baseia-se na autodisciplina e senso de 
responsabilidade do próprio condenado. O condenado deverá fora do estabelecimento e sem 
vigilância trabalho permanecendo recolhido no período noturno e nos dias de folga. Aqui ele não 
tem a opções de trabalhar fora, ele deverá trabalhar fora ou fazer atividade autorizada. 
Trabalho sem vigilância-> não vai gerar remição de pena.
2.2 Critérios hediondos - Lei 8.072(  (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) 
1º Art.2 Parágrafo 1º -> Regime inicialmente fechado para hediondos e equiparados 
* vai ser essencial na prova que olhe quais serão hediondos e quais serão equiparados. 
Art.2 Parágrafo 2º também estabeleceu critérios próprios para progressão : 
1. 2/5 primário 
2. 3/5 reincidente 
Como era antes da Lei 11.464/07 : antes o art.2 da lei de crimes hediondos previa regime 
integralmente. Começava e terminada a pena por crime hediondo em regime fechado, ou seja, 
ele não progredia. Então, passou-se a considerar inconstitucional. 
2º Em 2006 a declaração da inscontitucionalidade do regime integralmente fechado. O STF 
entendeu que o regime integralmente fechado feria o principio da individualização das penas. 
Passou então a ter a progressão de crimes hediondos e equiparados e essa progressão se deu 
com o cumprimento de 1/6 da pena porque essa sempre foi a fração geral.
A partir dai todo mundo passou a progredir e ai que vem a lei 11.464/07 que passou a prever 
regime inicialmente fechado e critérios de progressão.
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Daniela Portugal 
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3º L 11.464/07 Nova lei prejudicial ou benéfica? Quando vamos responder essa perguntar temos 
que pensar nos precedentes. Veja que há a possibilidade de progressão com 1/6, essa lei então é 
considerada prejudicial e teve aplicação irretroativa de maneira que os casos anteriores a 2007 
vão progredir com 1/6.
A lei dos crimes hediondos é uma das que mais desafiam a jurisprudência a modificar o seu 
curso. 
Obs:1 A SV 26/ STF reconhece o efeito ultrativo benéfico da declaração de inconstitucionalidade 
do art.2 da lei 8.072/90. 
Obs.2 O regime inicialmente fechado ainda previsto na redação do art. 2º da lei foi também 
considerado inconstitucional pelo STF em 27/06/2012. 
O regime inicialmente fechado apesar de ainda estar na LEI foi derrubado pelo STF então veja 
que, AINDA pode porém NÃO é mais OBRIGATÓRIO.
4º 2012-> declaração de inconstitucionalidade do regime inicialmente fechado.
2.3 Lavagem ( art.1 paragrafo 5º, L. 9.613/98) 
“ A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou 
semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena 
restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as 
autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à 
identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores 
objeto do crime.       “ 
Essa previsão foi dada com essa redação pela Lei 12.683, de 2012
-> possibilidade do magistrado diante da colaboração premiada:
 1. diminuição de pena
2. Adoção de regime semiaberto/aberto-> possiblidade do regime aplicar uma pena mais branda 
mesmo a lei penal não determinando isso. 
3. possibilidade de substituição da pena por restritiva 
4. possibilidade de extinção da pena. 
Ja existia a previsão de colaboração premiada mas a lei de 2012 traz isso mais explicitado. 
Lei 12.850/2013 - Lei das organizações criminosas. 
Aqui não precisa ser de lavagem, podem ser de qualquer crime.
Espera-se da colaboração certos requisitos e ai então o juiz poderá a requerimento das partes 
conhecer extinção da pena, redução ou substituir.
Colaboração premiada ( Art.4º) : 
1. Diminuição da Pena
2. Substituição por restritiva 
3. Perdão judicial ( extinção da pena sem gerar sequer maus antecedentes). 
Se a colaboração for posterior a sentença :
1. Diminuição da pena 
2. Progressão mesmo sem cumprir registros 
2.4 Impossibilidade de cumprimento : Remissão a leitura da SV - 56/ STF
2.5 RDD-> Regime disciplinar diferenciado ( não é regime de cumprimento de pena) : 
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Onde está previsto ? Art.52 da LEP foi inclusão feita pela L.10.792/2003
Quem pode ir para o RDD? Pode ser :
1.Condenado ou preso provisório( super complicado) que pratique crime doloso que configure 
falta grave no curso da pena subvertendo ordem e disciplina internas. 
2. O preso que representa alto risco. ( a lei não define o que é alto risco) 
3. O preso com fundadas suspeitas de envolvimento em organização criminosa. 
Quais as características ? 
Duração máximo de 360 dias com possibilidade de repetição até 1/6no cometimento de falta 
grave no limite da pena aplicada. 
Recolhimento em cela individual 
Visitas semanais sem contar as crianças de duas pessoas por até 2 horas de duração. 
Direito a saída da cela por 2 horas diárias de banho de Sol. ( a lei não regulamenta se será isolado 
ou comum, na prática acaba por ser comum)
* Na opinião de Daniela é inconstitucional porém o tribunal permite como uma espécie de 
castigo. 
3. Progressão x Regressão : O Brasil adota o sistema progressivo de cumprimento de pena. 
Está fundamentado no art.33 parágrafo 2º /CP e art. 112 da LEP. 
Para fins de progressão e regressão temos o regime : fechado -> semiaberto -> aberto. 
Progredir de regime é ser transferido para um regime mais brando de pena enquanto que 
regressão é o contrário, é sair de um regime mais brando para um regime mais grave. 
- A regra geral é que a progressão de regime se dê após o cumprimento de 1/6 da pena no 
regime gravoso ( requisito objetivo ). -> o sujeito cumpre 1/6 da sua pena no regime fechado 
para progredir no semiaberto, cumpre 1/6 do que falta da pena para poder então progredir 
novamente. 
- Exceção : Crimes hediondos/equiparados : vão ser tutelados no art.2º da L.8.072/90 
-> cumprimento de 2/5 se o réu for primário e 3/5 se esse réu for reincidente -> pergunta-se se 
ele é reincidente em qualquer crime ou crime hediondo, o Tribunal entende que bastaque seja 
reincidente, não importando qual tipo de crime estamos aqui falando. 
Ex. 10 ano por tráfico ( hediondo ) + 6 anos por homícidio simples -> no total ele vai ficar 16 anos 
preso. 
-> O regime inicial é fechar ( pena superior a 8 anos). Não se poderá aplicar a regra geral de 1/6 
da pena. Se ele for primário também não poderá cumprir 2/5 de 16 porque seria injusto porque 
parte dos seus crimes não é hediondo. 
Então se faz o seguinte, calcula-se separadamente : 2/5. 10 + 1/6. 6 = 4 anos de tráfico + 1 ano 
de homícidio simples, então no total ele terá que cumprir 5 anos para então progredir de regime. 
* Não se deve qualquer uma fração mais benéfica ou mais gravoso para o todo porque seria 
injusto. 
* Os tribunais não admitem a chamada progressão “per saltum”( súmula 491/STJ) : Imagine que 
por erro do Estado o réu ficou o dobro do tempo no regime fechado, mesmo assim ele terá 
que passar pelo regime semi-aberto, ele não poderá pular para o regime aberto. No entanto, a 
regressão per saltum é plenamente admitida. Entende-se que a aproximação do preso com a 
sociedade deverá ser gradual. 
Art.33 parágrafo 4º/ CP-> Condenado por crime contra a administração pública terá progressão 
condicionada à reparação do dano. 
 O condicionamento é constitucional? 
O que fazer se o sentenciado não tiver condições de restituir ? 
Súmula 717/STF-> Prisão especial não impede regressão. 
Súmula 439/STJ-> Admite-se exame criminológico para progressão desde que em decisão 
motivada. 
Antes a lei de execução penal permitia exame criminológico, que avaliaria se o criminoso estava 
ou não em condições de progredir, se estaria ou não em condições de fazer essa progressão 
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social. Muitos profissionais começaram a se recusar a laudar, quando esse preso cometia um 
delito as pessoas caiam em cima do profissional que deu o laudo para aquele criminoso. 
A lei 10.792 de 2003 modificou a redação do art. 112 LEP-> essa alteração vem no contexto de 
crítica ao exame criminológico. Alguns juízes continuaram pedindo o exame tecnológico mesmo 
assim. Então o que prevaleceu é que o juiz ainda poderá determinar o pedido de um exame 
criminologia desde que sua decisão seja motivada. 
Súmula vinculante 26/STF-> também menciona possibilidade de exame criminológico. 
Dani acredita que o exame criminologico consiste em um teatro e que de nada adianta realiza-lo. 
Quando pensamos em progressão e regressão temos um requisito objetivo que é o cumprimento 
de fração de pena e temos também o requisito subjetivo que é o bom comportamento, e é nesta 
analise que decide a possibilidade de fazer ou não o exame criminológico que será possível 
desde que fundamentado. 
 audio a partir daqui 
4. Regime Especial Art.37/CP: Mulheres e homens se encontram em estabelecimentos 
prisionais separados, justifica-se na promiscuidade que seria estabelecida, portanto o 
fundamento histórico não se pauta na proteção das mulheres. 
Teremos então estabelecimento separado com as necessidades especiais delas, como por 
exemplo creches para bebes. 
Art.14 Parágrafo 3º LEP: 
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, 
compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
§ 3o  Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-
parto, extensivo ao recém-nascido.          
Art. 19 PU LEP: O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de 
aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição. 
Art.77 parágrafo 2º LEP: 
Art. 82 parágrafo 1º LEP: 
Art. 83 parágrafo 2º LEP: 
Art.89 
- Responsabilidade pessoal 
- Sempre deverá buscar o que é melhor para a criança e para o adolescente 
- Int. Pneas 
- E.C.A condicionamento de pessoa em desenvolvimento 
-> nem sempre o carcere, na verdade quase nunca ele será o melhor ambiente para um criança, 
muitas vezes a maternidade fica longe da sela da mãe, então ela larga a criança sozinha e 
aparece de vez em quando ( se bem que nem tem como ) ou a criança fica dentro da sela com a 
mãe, igualmente encarcerada. 
Hoje há duas soluções que são trabalhadas:
art.117 LEP, inciso III, quando ele prevê o domiciliar ele prevê para quem se encontra no regime 
aberto. Ou seja, somente poderia trocar a prisão para domicilio para quem esta no regime aberto. 
Nos casos das mães que estão no regime fechado espera-se a progressão e neste caso a 
criança já sofreu o suficiente. A ideia é aqui também substituir a pena de restrição por pena de 
restrição de direito fundamentadas nas condições da mãe. A briga doutrina hoje é para que se 
aplique também para quem está em regime fechado e que não aplique somente as parturientes 
mas para todas as mães com menos de 12 anos para que as crianças tenham um 
desenvolvimento melhor e mais saudável.
4.1 Prisão especial : Prisão especial 295, CPP
-> prisão provisória : as pessoas elencadas neste art quando presas ficam em regime especial 
durante a prisão preventiva, quando a prisão preventiva acaba e essas pessoas se misturam com 
as outras. No resto toda a prisão preventiva é igual. 
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Direito Penal III 
Daniela Portugal 
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*Súmula 717- flashback 
Direitos do preso : Sobre direitos do preso é importante analisar o art.38, CP que diz que o 
preso alcança todos os direitos que não estão incluídos na restrição de liberdade, ou seja, todos 
os outros direitos o preso vai ter e devem ser respeitados pelo Estado.
1. LEP : Art.40 e seguintes 
2. Detração :Art.42/ CP + Art.66, III, c, LEP + Art.11 LEP. 
A detração de pena consiste no abatimento da condenação definitiva do tempo de prisão 
provisória. 
Situação 1. Vamos supor que o sujeito responde a um processo preso. 
 Jan/2000 Abr/2000 Prisão preventiva 
 2 anos 
<———|——————|————————|———————|———> 
 Fato Inquérito Policial Trans. 
 Julg. 
 Sentença condenatória
 pena de 5 anos. 
-> Essa pena vai sofrer uma detração que é: 5 anos de contenção definitiva - 2 anos de prisão 
preventiva = 3 anos de prisão de liberdade. 
Essa detração é feita pelo juiz e pode sofrer também progressão do regime, ou seja, o juiz pode 
se quiser já progredir o regime que o réu irá cumprir pena. 
Situação 2. O sujeito está sofrendo ao mesmo tempo dois processos criminais. O juiz do primeiro 
decretou prisão preventiva e o segundo não. 
 2000 2000 Prisão preventiva 2005
 3 anos 
Proc.1 < ——|———|————|—————————|———|——-—> 
 Fato IP Den Absolvição 
 2000 2000 
Proc.2 < ———|—————|—————|————————|————>
 Fato IP Den Condenação
 Pena: 10 anos 
-> réu responde segundo processo em liberdade 
Pergunta: Cabe detração ( 10-3) ? 
Obs: A detração entre processos distintos é admitida desde que o delito pelo qual se cumpre 
pena ( portanto onde se pretende detrair ) tenha sido praticado antes do período no qual 
permaneceu cautelarmente segregado ( STF - HC 111807 e STJ -HC 325873) 
O raciocínio aqui é que não se pode gerar crédito de pena que estimule a criminalidade. 
 20002000 P.Prev.
 2 anos 2003
Proc. 1<—|———|———|———|————|—>
 Fato IP Absolvição
 2004
Proc. 2 <——|———|———|———|—->
 Fato IP Den Cond
 Pena: 5 anos
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Direito Penal III 
Daniela Portugal 
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 1999 2003
Proc.3 <——|———|———| —>
 Fato Den Cond
Ou seja, eu so poderia perdi a detração se o fato pela qual eu pretendo detrair tivesse acontecido 
até a prisão preventiva do proc. 1. isso para a detração do proc. 2. Já no caso do proc.3 poderia 
haver a detração .
Veja que nessa situação como ele cometeu o crime em 2004 sendo absolvido em 2003, o tempo 
que ficou preso no processo 1 em prisão preventiva não poderá haver a detração. Neste caso o 
réu sabia da absolvição. 
* A L.12.736/ 2012 prevê detração de pena pelo juiz que profere a sentença condenatória 
alterando o art. 387/CPP, em oposição a previsão da LEP. 
3. Execução provisória : Súmula 716 -> a intenção do STF foi melhorar a situação jurídica do 
preso evitar que o preso fique em regime mais rígido enquanto cumpre regime provisório. 
Art.121 parágrafo 2º- reclusão 12-30. 
-> 4 anos de previsão preventiva 
-> crime hediondo permite progressão 2/3 primário 
-> se ele já tivesse sido condenado ele já estaria cumprindo regime semiaberta? Ai pede-se de 
imediato que se coloca um regime mais brando, essa súmula é para tentar suprir a demora. 
Percebendo que muitos réus durante o processo penal experimenta situação mais gravosa do 
que a possivelmente aplicável diante de uma condenação definitiva o STF editou a súmula 716 
permitindo imediata progressão ou imediata imposição pelo regime mais benéfico, passando 
portanto a computar o tempo de prisão provisória para fins de obtenção de benefícios de 
execução penal. -> a súmula leva em consideração o tempo que o preso ficou em prisão 
provisória para evitar que ele fique mais tempo preso em regime fechado. 
De um lado as pessoas elogiaram a súmula mas os críticos passaram a dizer que ela :
1. feria a presunção de inocência - autorizava a execução de uma pena antes do trânsito em 
julgado. Os defensores diriam que era para beneficiar mas para os críticos ja estava-se 
executando a pena. 
2. Existem pressupostos para cumprir prisão provisória- pressuposto de autoria por exemplo 
Os próprios pressupostos da prisão preventiva ficam abalados quando se determina prisão 
preventiva. 
Em 2003 quando se permitiu no HC 126 292, o entendimento do STF sempre foi que a liberdade 
é regra e a não liberdade é exceção, então a prisão preventiva sempre foi entendida como 
medidas excepcionais. 
Então a menos que tenha uma explicação robusta o réu responde o processo em liberdade. 
O sujeito teria supostamente praticado um delito 
<——|————|————|————|———————|—————>
 crime IP Of. Den Juiz condena TJ condena
Os tribunais começaram a alegar que o STF julga matéria constitucional enquanto que o STJ 
julga legalidade, então entende-se que eles não vão mais analisar nem fatos nem provas, quem 
vai fazer isso é juiz e tribunais regionais enquanto que os tribunais superiores vão analisar teses 
jurídicas. 
Tese de Teori:
-> Fatos e provas : Juiz + tribunal ordinário 
-> Tese jurídica : STJ + STF 
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Daniela Portugal 
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-> se o caso está com ele e já teve transito em julgado de fatos e provas não cabe ao STF 
rejulgar. 
O STF entendeu pela possibilidade de inicio imediato da execução da pena após condenação em 
segunda instância pelo tribunal ordinário em sua fundamentação argumentou-se que o transito 
em julgado quanto á possibilidade exame de fatos e provas ocorre após o julgamento da 
apelação pelo tribunal . Argumentou-se ainda que a presunção de inocência não pode esvaziar 
os objetivos de justiça e de paz social. A OAB e o PEN apresentação as ADC’s referente ao art.
283 do CPP, que consagra a excepcionalidade da prisão provisória, questionando portanto com 
precedente do STF. O plenário do STF todavia manteve o entendimento que possibilita a 
execução imediata, indeferindo as liminares pleiteadas nas ADC’s 43 e 44. 
* Fatos e provas são inseparáveis, antes do transito e julgado definitivo a prisão precisa ser 
fundamentada não apenas porque foi julgado sem segunda instancia. 
4.Redução da pena: 
Art.126, LEP 
Antes só poderia ter remissão de pena pelo trabalho, depois a partir da L.12.433/2011- LEP é 
que passou a ter a remissão de pena também por estudo. Mas veja que não precisou da lei para 
que a remissão por estudo fosse aplicada, porque também poderia haver remissão por estudo 
aplicado com base na jurisprudência. 
Remissão por leitura e remissão por participação em coral e ainda remissão por interpretação de 
textos lidos. 
-> A remissão por leitura esta no informativo 564 do STJ bem como na portaria 276 da JF/
DEPEN, recomendação 44- CNJ
-> A remissão por participação em coral resp. 1666637.
O roll de remissão do art.126 - LEP é não taxativo. 
A LEP cuida do trabalho carcerário como uma obrigação como um dever do preso e determina 
que não haverá pena de trabalho forçados. 
Hoje na pratica existe uma fila para trabalhar a fim de remissão, hoje tem mais gente querendo 
trabalhar do que sujeitos trabalhando por falta de vaga, o que fazer então? Esses sujeitos 
pleiteam o direito de também remir pena já que somente não estão trabalhando por conta do 
Estado. Porém os tribunais superiores apenas admitem a remissão, a obrigam se o sujeito 
estiver efetivamente estudando ou trabalhando. 
O preso quando trabalha : 
-> tem direito a 3/4 do salário mínimo 
-> não tem direito a férias, fgts, 13º salário 
-> quem quiser pagar mais pode pagar mais mas sabemos que isso não acontece( o que a LEP 
prever é o mínimo ) 
-> vai ter direito a previdência social para que isso conte como aposentadoria. 
O condenado em regime aberto em principio não irá remir pena, esse beneficio se aplica para 
condenados em regime fechado e semi-aberto. 
O condenado em regime aberto não irá remir pena pelo trabalho, o que não impede que ele 
possa remir pena pelo estudo . ( isonomia jurídica?) 
* Estamos aqui falando de um condenado, o preso provisório também não poderá remir pena e ai 
ele não vai remir em nenhuma hipótese. 
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A contagem da remissão : 
-> 1 dia de pena para cada 12 horas de estudo e essas 12 horas precisa estar divididas em no 
mínimo 3 dias de frequência. 
* Obs: estudo pode ser presencial ou a distância. 
-> 1 dia de pena para cada 3 dias de trabalho 
-> nos casos de acidente de trabalho ele continuará remindo pena tanto para trabalho quanto 
para estudo. 
-> o preso pode acumulara remissão, no caso remir por trabalhar e estudar
-> acréscimo de 1/3 no tempo remido pela conclusão do ensino fundamental/médio/superior 
durante a pena. 
-> O do regime aberto não pode remir pelo trabalho mas poderá remir pelo estudo, ja o regime 
semi-aberto ou fechado ele poderá remir tanto por trabalho quanto por estudo, podendo ser 
acumulativo 
-> a remissão será declarada pelo juiz da execução penal 
Perda dos dias remidos: art.127 -LEP 
-> Falta grave -> revogação de até 1/3 do tempo remido. 
 { Trabalhado (-2anos) } 
<——|———————————|——>
 Início da pena Falta Grave
-> antigamente podia-se perder tudo o que foi trabalhado, a partir da lei começou-se a ter um 
limite de até quanto poderia ser perdido. 
-> Recomeça-se a contagem a partir da data da infração disciplinar. 
 {Trabalho - 3 anos }{ Reiniciode contagem de remissão} 
<——|————————|————————|———————————————>
 Início da pena Falta grave Decisão de pena 
 de 1/3 dos dias 
 remidos ( 1 ano) 
-> Muitos começam a contar a remissão novamente a partir da decisão da pena sendo que se 
inicia a partir da falta grave 
*Obs: art.51 - LEP
Outros Direitos do Preso : 
- Superveniência de doença mental art.41 CP: 
- Uso de algemas: Súmula vinculante 11 -> se tornou súmula com apenas um precedente
Apenas será cabível o uso de algemas : 
1. Fundado receio de fuga 
2. Resistência 
3. Perigo a integridade física alheia 
4. Perigo a integridade física própria 
O uso de alegam deverá ser justificada por escrito sob pena de responsabilidade disciplinar civil 
ou penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se 
refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
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Pena privativa de liberdade ( Parte 2) 
1.Introdução : A dosimetria de pena nunca será completamente racional. A sentença é um 
sentimento em relação a algo por isso sempre será subjetiva. 
Quando pensa-se na pena privativa de liberdade pense sempre no principio de individualização 
das penas, então o juiz deve pensar em cada particularidade que difere esse caso de outros. 
A pena tem que analisar cada uma das circunstâncias que irão particularizar esses casos, que 
tornam ele único dentre os demais. Essa individualização impõem que o magistrado não só 
beneficie o sujeito que está sendo julgado como também ir contra o sujeito.
O Estado vai ter que levar a consideração desses detalhes, cada detalhe vai ter que ser analisado 
e colocado em prática, por exemplo, o caso do estuprador que teve atenuante de pena por ter 
usado camisinha. 
- Princípio do ne bis in idem: com base nesse princípio quando as circunstancias particulares do 
caso for examinada ela não poderá ter duplos sentidos, por exemplo, uma situação fática não 
poderá ter múltiplas prejuízos ao réu, não poderá ser qualificadora e agravante de pena por 
exemplo.
Se discute bastante se é possível que uma mesma circunstância fatica gere múltiplos benefícios, 
o entendimento majoritário entende que isso não será possível. 
2. Sistema trifásico ou Nelson Hungria : Esse sistema define 3 fases de dosimetria de pena, 
não quer dizer que são as únicas fases existentes, até pelo código ser da década de 40 muita 
coisa mudou de lá pra cá. Essas são as fases referidas no código penal. 
Art.68, CP: A dosimetria precisa ser feita seguindo uma ordem porque pode alterar o produto. 
2.1 Primeira Fase: 
Pena cominada: 
-> Sempre será referência de patamares fixados pelo legislador 
-> E a forma como o legislador fixa esses patamares será sempre na estipulação de um limite 
mínimo e máximo( intervalo). 
Essa redação está no preceito secundário da norma Penal.
-> O juiz precisará estar atendo para a diferenciação entre tipos simples, qualificados e 
privilegiados. 
O tipo simples é o referido no caput. 
Qualificação -> pena superior a pena do tipo simples.
Privilegiado -> pena inferior a pena do tipo simples. 
Art.121 Parágrafo 1º -> natureza jurídica de causa de diminuição de pena, só que muita gente de 
homicídio privilegiado porque tecnicamente não é um tipo privilegiado. Seria privilegio se a pena 
fosse de 6-12 se o agente comete o crime sob domínio de emoção, por exemplo. 
* qualificadora eleva os limites mínimos e máximos de pena. 
Fase: Ponto de partida : Critério examinado : Ponto de chegada:
1º Fase Pena Cominada Circunstancias judiciais 
( Art.59, CP)
Pena Base
2º Fase Pena Base Circunstancias legais 
Antenantes e agravantes
Pena Provisória 
( Intermediária) 
3º Fase Pena provisório 
( intermediária )
Causas de diminuição e 
causas de aumento
( minorantes e 
majorantes)
Pena Definitiva
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Não se privilegia ou se qualifica mais de uma vez. Uma única qualificadora ou privilegio já é 
suficiente para reduzir ou aumentar a pena cominada. 
Ex: Homicídio motivado por motivo fútil com emprego de veneno. Art.121 Parágrafo 2º : II- Fútil e 
III- veneno-> neste caso o Juiz vai escolher uma das circunstâncias como qualificadora e as 
outras como agravante de pena. Mas não poderá considerar as duas como qualificadoras. 
Elementares: Quando eu digo que algo é elementar significa que algo é elementar do tipo. 
Uma elementar pode ser utilizada para aumentar ou diminuir a pena? Não se pode utilizar para 
aumentar a pena porque é uma circunstancia que caracteriza o crime, faz parte do tipo, utilizar 
isso para aumentar a pena seria um bis in idem. 
Qualificadoras: Uma qualificadora é uma circunstancia que agredida que somada que acrescida 
ao tipo base forma um tipo derivado ( tipo qualificado ) redefinindo em abstrato a pena cominada 
ao tipo. A qualificadora vai ser usada para aumentar a pena sempre para mais. 
ex: O crime de homicídio é matar alguém, pena reclusão 6-20 anos. Mas vamos supor que Júlia é 
ciumenta e descobriu que o namorado saiu pra tomar um Drink com Ananda. Júlia tomada pelo 
ciúmes coloca veneno na bebida de Ananda e ela morre. No parágrafo 2º do art.121 qualifica que 
se o crime for praticado por o veneno a pena será aumentada para 12-30 anos. 
ex2: Antonio vai na casa da namorada, enquanto sua namorada vai tomar banho ele furta a 
namorada subtraindo suas joias. O crime de furto é pena de reclusão 1-4 anos porém uma das 
qualificadoras do crime é o abuso de confiança. 
Uma qualificadora não interfere no sistema trifásico porque ela já constitui o crime. 
Exceção : O que fazer quando o crime tem mais de 2 qualificadoras? Quando aplica-se o sistema 
trifásico analisa-se quais circunstancias vão interferir na individualização da pena. Então terá que 
se excluir uma das qualicadoras para que não se puna o mesmo ato duas vezes( bis in idem). 
Circunstâncias judiciais : Circunstâncias de natureza objetiva ou subjetivas, pré-existente, 
concomitantes ou supervenientes ao crime que não interferem na definição jurídica do fato mas 
influenciam na quantidade da pena. Ou seja, é aquilo que não constitui o crime mas está ao redor 
dele.
Ex: o indivíduo ser ou não reincidente. 
Prevista no art.59, analisando essas circunstancias judiciais o juiz vai fixar a pena base. Ele vai 
sair do número em abstrato pelo legislador, na primeira fase ocorre uma operação matemática. 
Depois dai o juiz chega na segunda fase e aplica o que chamamos de circunstancias legais que 
são as agravantes e atenuantes ( art.61-66) que é o que chamamos de pena provisória. 
*Circunstancia judicial é tudo aquilo que não for causa de aumento, causa legal. elementares ou 
qualificadoras.
Pena base: Na fixação da pena base o juiz vai levar em consideração as circunstancias judiciais. 
O principio que prevalece no Direito é o princípio de presunção e inocência. Se a presunção é de 
que a circunstancias são favoráveis o juiz vai partir do mínimo legal. O juiz vai aplicar a pena 
partindo do mínimo.
A medida que as circunstância judiciais forem desfavoráveis vai aumentando a pena mínima. Se 
surgir uma favorável pode-se diminuir a pena mínima. Na fixação de pena base o juiz estará 
adstrito aos limites mínimos e máximos definidos pelo legislador. Mas não poderá ser menos do 
que o que foi determinado nem a mais. O entendimento dominante é que a pena deve ficar 
dentro das balizas determinada pelo legislador. 
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1º Culpabilidade: A culpabilidade daqui não é fundamento da pena, a culpabilidade aqui é o 
limite da pena. A culpabilidade é quando vai dosara censura penal àquela conduta. A dosimetria 
da pena tem muito juízo de valor por isso a culpabilidade pode ser subjetiva. Ao analisar a 
culpabilidade deve-se fazer o juízo de se o crime analisado como um todo tem um censura 
própria do tipo ou se tem um grau cesura maior ou menos do que se espera do crime. Na maioria 
dos crimes a culpabilidade é própria do tipo. 
O juiz de valor se faz para saber se a culpabilidade faz parte do crime. 
2º Antecedentes : Todo o passado jurídico penal do condenado, ou seja, é o seu histórico 
criminal. Primeira coisa, antecedente se existe é porque é mau. Bom antecedente significa que 
você não tem antecedente criminal. O que gera o mau antecedente é a condenação. 
Ter antecedente não pode ser processo ou inquérito em curso porque isso representa uma 
violações do princípio da presunção de inicial( STJ- Súmula 444). 
Antecedente é uma sentença condenatória transitória em julgado que não seja reincidência 
( constitui agravante ).
É preciso lembrar que analisar se o réu é primário ou reincidente não irá olhar no momento de dar 
a sentença mas em qual posição o réu se encontrava no momento do crime. 
A reincidência se reverifica no momento da prática da infração, para que alguém seja reincidente 
no momento da prática do crime tem que ter uma sentença condenatória transitado em julgado. 
3º Conduta social : Há autores que a consideram perigosa, porque é a forma como o sujeito se 
comporta no meio em que vive. É meio complicado aumentar a pena de alguém porque o sujeito 
é ou não um bom pai de família. Como fazer um juízo social sem fazer um juízo moral e não 
jurídico? Conduta social só poderá ser usada quando se tratar de condutas ilícitas. 
Não é o que se considera adequado mas sim o que se considera ilícito. Não se pode fazer um 
juízo moral e colocar na dosimetria da pena. 
Conduta social é qualquer fato ilícito que tenha algum tipo de relação com o crime.
4º Personalidade : Considera-se o requisito da personalidade com inconstitucional pois seria um 
direito do autor. O juiz não tem um arcabouço teórico suficiente para fazer uma analisa da 
personalidade de alguém. Na maioria das vezes tem juízes que tem contato com o preso menos 
tempo do que o suficiente. 
Fica muito complicado o juiz aumentar a pena de alguém com base em uma análise rasa do que 
ele pensa ser a personalidade. A personalidade será o senso comum. 
5º Motivos : Um motivo pode ser tanto favorável quanto desfavorável. Raramente o motivo é 
utilizado com circunstância judicial porque as agravantes as vezes revelam motivos futeis. 
A ausência de motivo não se qualifica a pena, nem sempre esse motivo estará provado nos autos 
e se não se sabe qual é não se pode aumentar a pena porque ele foi feito sem motivo. 
6º Circunstâncias: É tudo aquilo que envolve o crime mas que não foi referido nos outros itens. 
7º Consequências: São os danos periferícos, são os danos para além da consumação. Tem que 
ter muito cuidado para não ter bis in idem. É todo dano para além da tipicidade. 
8º Comportamento da vítima: Uma das mais polemicas circunstâncias judiciais, o que se pode 
dizer é que o comportamento da vítima é uma circunstância neutra, não interfere para aumentar a 
pena caso a vítima nada tenha contribuído para o crime, esse fato não interfere em nada, porém, 
poderá ser utilizado para diminuir a pena quando a vítima instigar o crime. 
Quando a vítima de alguma maneira ilícita provoca a situação para que ocorra o crime, isso 
poderá ser utilizado como diminuição de pena. 
1.Circunstancia judicial favorável ao réu ( de alguma maneira houve incentivo ou provocação do 
réu). Isso gera abatimento de pena.
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Aqui representa o mínimo da pena base.
2. Circunstâncias neutra: aqui a pena base também é mínima. 
3. Circunstancias desfavoráveis : Isso não gera acréscimo de pena.
Aqui representa o temo médio da pena base.
-> o comportamento da vítima sempre acaba trazendo uma ajuda ao réu, a vítima passa a ser 
julgada em sua conduta. 
Conta : A lei não diz quanto cada uma dessas circunstancias vale então se trata de um critério 
discricionário do juiz. Mas existe um parâmetro, tendo 8 circunstancias judiciais, cada 
circunstancias representaria 1/8 de pena. Ou seja cada circunstancia desfavorável aumentar-se-á 
1/8 na pena. 
Tem autores que acham que se aumenta esse 1/8 da pena mínima, a outra corrente entende 
ser 1/8 no intervalo entre o mínimo e o máximo. 
O STF já disse que a sentença que fixa a pena base no mínimo não será nula, pressupõem que 
as circunstâncias são todas favoráveis.
Pena base: Em virtude de a lei penal não estabelecer um critério determinado na definição das 
circunstancias judiciais discute-se doutrinariamente de que forma tais circunstancias deveriam 
ser valoradas majoritariamente trabalha-se com o critério de valoração de cada circunstancia em 
1/8 em virtude de serem 8 as circunstancias referidas no art.59. Sugere-se ainda a utilização do 
termo médio ( mínimo + máximo /2) como limite para o juiz. Nenhum dos direcionamentos todavia 
obrigará o juiz. 
O juiz não poderá colocar a pena base inferior ao mínimo legal. Quando todas as circunstancias 
forem favoráveis ou neutra a pena base será mínima legal. 
2.2 Segunda Fase: É segunda fase que o juiz irá fixar as circunstâncias atenuantes e as 
circunstâncias agravantes, elas são referidas como circunstâncias legais. 
Obs1. Exige uma localização dessas circunstancias, as agravantes vão estar situadas no art.61 e 
seguintes do CP enquanto que as atenuantes serão referidas no art. 65 e seguintes do CP. 
Ne bis in idem: Caput do art. 61, que vai trazer o seguinte : a dupla ponderação de uma mesma 
circunstância fática já ponderada na primeira fase ( agravante ou atenuante) poderá ser 
novamente ponderada na segunda? Isso gera uma discussão muito grande, o princípio do ne bis 
in idem ele se refere a não punir duplamente, não punir novamente o que não vai poder 
duplamente punir eu também não vou poder duplamente atenuar. O art.61 tem a intenção de 
impedir que aconteça qualquer espécie de dupla punição. 
Circunstâncias atenuantes e agravantes (Circunstâncias legais: art.61-66)
Agravantes : Art.61 
- não poderá utilizar elemento tipificador do crime para agravar a pena.
- Eu não posso por exemplo agravar a pena do crime de tortura pela tortura porque isso é o que 
tipifica o crime. 
Atenuantes: Art.65 
Princípio ne bis in idem. Uma mesma circunstância tática já ponderada na 1ºFase poderá 
ser novamente ponderada na 2º fase? 61, ( CP) :Não poderá utilizar duas vezes uma mesma 
atenuante ou mesmo utilizar para beneficiar. 
Taxatividade/ reserva legal/ anterioridade : 
-> As agravantes devem obediência absoluta a legalidade. O juiz não pode portanto inventar um 
agravante de pena, não poderá agravar o crime por uma circunstância que não esteja previsto em 
lei. 
Porém, em algumas agravantes há o que se fala em extensão da interpretação, desde que o 
legislador autorize. 
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-> Atenuantes : Ampla possibilidade de atenuação de pena. - art.66/ CP admite a chamada 
atenuante inominada. Significa que o juiz vai poder atenuar a pena por uma situação que não 
está prevista em lei. 
Reincidência: Art.61 : O conceito de reincidência está nos art.63 e 64 do CP. 
Verifica-se diante da prática de novo crime depois de trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória que tenha condenado o agente no Brasil ou no estrangeiro por crime anterior. 
Obs: O art.7 da lei de contravenções penais também define reincidência, que funcionará como 
agravante da pena no julgamento de contravenções. Define que a reincidência se verifica com o 
cometimento de contravenção após transito em julgado de sentença penal condenatória quetenha condenado o agente no Brasil ou no estrangeiro por crime anterior ou no Brasil por 
contravenção. 
Toda vez que eu estiver julgado um crime na infração 2 eu vou utilizar o CP, porém toda vez que a 
infração 2 for uma contravenção penal eu vou estar trabalhando com a LCP.
Transito em julgado : 
Situação 1. 
<——|——|——|——|——|———|———->
 C1 C2 C3 SC1 TC1 SC2
 Cond. Cond. |
 Condição de agente: Primário 
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo 
crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no 
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior
Como praticou o crime antes do transito e julgado não será reincidente porém pode considera-lo 
com maus antecedentes. 
Situação 2. 
 .
 . Condição do agente: Reincidente, maus antecedentes 
 .
<——|——|——|——|——|——|———|——|——>
 C1 SC1 TC1 C2 SC2 TC2 C3 SC3
Infração 1 Infração 2 Local da Infração 1 Condição do agente 
Crime Crime Brasil ou estrangeiro Reincidente ( art. 63- 
CP)
Contravenção Contravenção Brasil Reincidente ( art.7º- 
LCP)
Crime Contravenção Brasil ou estrangeiro Reincidente ( art.7º-LCP)
Contravenção Crime Brasil ou estrangeiro Primário ( possuidor de 
maus antecedentes)
-> não foi contemplada 
pelo art.63-CP
Contravenção Contravenção Estrangeiro Primário ( possuidor de 
maus antecedentes)
-> art.7º - LCP
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Daniela Portugal 
2018.1 
 Cond. Cond, | Cond,
 Condição do agente: Reincidente= Novo crime depois do transito em 
julgado sentença condenatória. 
 Se eu só tiver um transito em julgado eu não posso considerar 
antecedente e possuidor de maus costumes -> vai ter bons antecedentes ( bis in idem)
 Súmula 241: A reincidência penal não pode ser considerada como 
circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.
Situação 3. 
 .
 . Novo crime 
 . Depois do transito e julgador e sentença condenatória 
<——|——|——|————|———|———|————|———|————>
 C1 C2 SC2 TC2 C3 SC3 TC3 SC1
 Cond. Cond. Cond. Cond. |
 | Condição do agente : Reincidente
 | e possuidor de maus costumes
 Condição de agente: Reincidente e bons costumes
Não prevalece a reincidência : 
1. Uma vez reincidente não será reincidência para sempre. Esse prazo máximo é chamado de 
prazo depurador. 
Contaremos 5 anos após o cumprimento ou extinção por alguma razão da pena. 
 .
 . Cumprimento 
 | de pena | Prazo depurador Novo crime 
 | | 5 anos Depois do transito em julgado
<——|——|——-—|———|— ———|——————-——|——————|——|—>
 C1 SC1 TC1 Pena C1 Fin da Pena C1 Fim do C2 SC2
 prazo depurador Condição do agente
 Cond. Cond. Primário
-> Neste caso no crime 2 ele será considerado primário porque foi praticado após termino do 
prazo depurador.
-> Também terá maus antecedentes: não há limite temporal para maus antecedentes 
Jurisprudencialmente tem se entendido pela possibilidade de limitação temporal dos maus 
antecedentes, pela via da analogia benéfica, a matéria entretanto ainda não resta pacificada. 
( Julg. STF. HC. 126.315/2015)
Deve-se contar o prazo depurador a partir do fim da pena.
2. Quando a infração anterior é crime militar próprio ou crime político. 
Art.64   II - não se consideram os crimes 
militares próprios e políticos.
Quem está sendo julgado por crime mas é um crime militar próprio ou político não será 
considerado reincidência. 
Classificação de crime militar:
1. Próprio ou propriamente militar: São os crimes que só podem ser praticados por militar. Por 
exemplo, abandono de fronteira, são crimes que somente civis podem praticar. Somente se 
encontram esses crimes no CPM.
2. Impróprio ou impropriamente militar: Crimes que podem ser praticados tanto por militar 
quanto por civil, por exemplo, lesão corporal, as repercussões vão ser diferentes nesse caso. 
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Direito Penal III 
Daniela Portugal 
2018.1 
3. *Tipicamente militar: São aqueles os quais estão previstos exclusivamente no código penal 
militar. 
4. Crime político : Também não caracteriza a reincidência 
4.1 Próprio ou puro: Ofende apenas a segurança e organização do Estado, são os crimes contra 
a segurança nacional. 
4.2 Impróprio, impuro ou relativo: Ofende a segurança e organização do Estado e também um 
bem jurídico protegido pela legislação comum. 
Em ambas as espécies afasta-se a reincidência. O CP ao contrário do que fez no tocante os 
crimes militares não estabeleceu distinção entre crime próprio e impróprio. 
Nucci tem um entendimento diferente dos outros autores. 
Reincidência real x Reincidencia ficta: 
Reincidencia real ocorre quando o agente comete novo crime após ter efetivamente cumprido a 
totalidade da pena pelo crime anterior e antes do prazo de 5 anos no chamado período 
depurador. 
Enquanto a reincidência ficta o agente comete novo crime após ter sido condenado 
definitivamente, mas, antes de ter cumprido a totalidade da pena do crime anterior ( o prazo da 
caducidade da reincidência sequer começou a correr) 
Motivo fútil ou torpe: Motivo fútil é uma motivação banal.Somenos ou nonada, significa motivo 
banal, de menor importância, relevância. A torpeza está muito ligada a crueldade. 
Agravante por conexão: Toda vez que houver uma conexão entre o crime que está julgado ou 
qualquer outro que já tenha acontecido ou esteja para acontecer. 
Crime praticado mediante traição, emboscada, dissimulação : Traição vai significar sempre 
uma quebra de confiança, essa confiança não se presume de circunstâncias subjetivas, tem que 
demonstrar e provar que havia confiança. 
Emboscada é a tocaia, um crime praticado na cocó.
A dissimulação é quando o agente oculta o seu real intento, aqui há um fingimento da real 
intenção do sujeito. 
Com emprego de veneno, fogo, tortura: Veneno tem um significado amplo, vai depender das 
condições da vítima e o sujeito ativo tem conhecimento das condições da vítima. Por exemplo, o 
sujeito é diabético e se usa acúcar para envenenar a vítima.
A tortura que se agrava aqui é a tortura enquanto meio uma vez que a tortura como fim será 
tipificada como crime de tortura. 
Outro meio insidioso ou cruel: meio insidioso é um meio camuflado que não seja veneno. Vai 
causar uma hemorragia. Um meio cruel é aquele que provoca na vítima um sofrimento 
desnecessário. 
Crime Anterior Crime Posterior Reincidência Fundamento
MP MI Não* Art.64, II, CP
MP C Não
MP MP Sim Art.71, CPM
Comum MP Sim*
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Daniela Portugal 
2018.1 
Eu quero matar uma pessoa e faço desabar o local onde ela se encontrava, eu acabo causando 
perigo comum.Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge: Irmão de consideração não entra aqui. 
Conjuge não entra aqui se for apenas união estável.
Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou 
de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica: O sujeito ativo 
não precisa ser necessariamente masculino. Quando a lei maria da penha modifica a linha f, ela 
fala da violência contra mulher como uma das qualidades de agravante de pena porque é uma 
agente que vai estar se prevalecendo de relações domésticas. No código penal a vítima vai poder 
ser mulher ou homem enquanto na lei maria da penha a vítima é mulher. A lei maria da penha não 
irá tipificar nenhum crime. 
Com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão: 
Ter cuidado com o bis in idem. Por exemplo, o psicólogo que tem dever de sigilo e começa a 
chantagear o seu paciente. 
Contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida: Criança aqui não 
há uma menção específica sobre quem seja criança, mas se utiliza o ECA, menor de 12 anos, se 
tiver idade igual a 12 anos ai já será adolescente. 
Quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade: Nesse caso o agravo da 
pena está sob a reprovalidade da conduta porque ele estava sob proteção da autoridade, esse 
ofendido pode ser inclusive um réu ou condenado penal. Precisa estar sob proteção do Estado. 
Não basta estar na delegacia, a pessoa precisa estar sob proteção. 
Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de 
desgraça particular do ofendido: 
Em estado de embriaguez preordenada: O sujeito se embriaga para cometer o crime, para se encorajar a 
cometer o crime, não se confunde com a embriaguez dolosa. Aqui além de querer se embriagar, quer se 
embriagar para praticar determinado delito. Embriaguez preordenada inclui qualquer tipo de droga. 
Agravantes no caso de concurso de pessoas: Art. 62 
Promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes: 
Aqui estamos falando do manda chuva.
Coage ou induz outrem à execução material do crime: Aqui se está falando de uma hipótese 
de autoria mediata. O executor como é um coautor, não comete crime, estamos diante da 
exclusão da culpabilidade pela coação moral irresistível. 
 Instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em 
virtude de condição ou qualidade pessoal: Aqui se está falando de obediência hierarquica que 
é causa de exclusão de culpabilidade( no caso da pessoa sujeito a autoridade). Já em relação a 
alguém impunível está relacionado a idade do sujeito ou ao seu discernimento. 
 Executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa: Executor 
do crime, não mais está falando do organizador do crime. 
Aqui não se restringe a dinheiro, pode ser qualquer tipo de pagamento. 
Ne bis in idem:
Calúnia ( 6 meses de pena) - Roubo ( antes do final do prazo depurador) 
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ROUBO- Pena abstrata de 4-10 anos.
1. Pena Base : 4 anos
2. Pena Provisória ( agravante de pena da reincidência) : 5 anos
3. Pena definitiva : 5 anos 
Para uma primeira corrente não há bis in idem porque a calúnia não está sendo novamente 
julgada, o que está sendo julgado é a segunda conduta após a pratica de novo crime. 
Para a segunda corrente a calúnia estará sendo novamente ponderada e não se pode por uma 
via oblíqua permitir a incidência de um quantum a mais desse crime que não está mais sendo 
julgado mas que está servindo para aumentar a pena. 
STF: Em 2013 decidiu que não caracteriza bis in idem o agravamento pela reincidência. 
HC 93411
HC 93851
HC 94361
Atenuantes de Pena: 
O que prevalece é a impossibilidade de dupla ponderação, seja beneficiar ou para prejudicar. 
    I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na 
data da sentença : Popularmente conhecida como atenuante da "menor idade”, aqui a menor 
idade não é devido a imputabilidade e também a atenuante de senilidade( que se deve evitar em 
razão da sua ofensibilidade.
No primeiro caso o que se entende é que por mais que o sujeito seja maior ele está no momento 
da vida em que suas atitudes são marcadas por impulso.
No segundo caso, o sentido é que se entende que a pessoa está mais próxima da morte e que 
como ainda vai iniciar a pena, entende-se que ela deva ser abrandada. 
O Estatuto do Idoso( Lei. 10.741/2003)prevê que idoso é aquele com idade maior ou igual a 60 
anos. 
        II - o desconhecimento da lei: Não deve-se confundir com o desconhecimento da ilicitude. 
Leitura do art.21, CP. O desconhecimento da lei não vai gerar a exclusão do crime mas poderá 
atenuar a sua pena. 
        III - ter o agente:
        a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral: O relevante valor social é 
aquilo que é desejado e legitimado por toda a coletividade. E essa legitimação vai ser um fator 
decisivo na diminuição no juízo de censura em virtude desse sentimento de coletividade em 
virtude dessa prática. 
O relevante valor moral por sua vez consiste em algo que é relevante para o próprio sujeito do 
crime mas que os coloca diante de uma motivação que diminui o juízo de censura e de 
reprovabilidade, esse campo constitui sua dificuldade quando se analisa o que se passa no 
interior do sujeito que praticou o crime. 
Art.61, CAPUT : São circunstâncias que sempre 
agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime 
(agravantes)
Art.65, CAPUT : São circunstâncias que sempre 
atenuam a pena: 
(atenuantes)
Afasta expressamente o bis in idem Sempre vai atenuar a pena 
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Direito Penal III 
Daniela Portugal 
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        b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou 
minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano: Isso parece com 
arrependimento eficaz ou posterior( art.15 e 16, CP).
Essa atenuante vai ser uma espécie de plano B, quando não se consegue aplicar os arts.15 ou 16 
trabalha-se com a situação como atenuante de pena.
A linha de raciocínio é trabalhar a linha b como uma espécie de plano b. 
 c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de 
autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima: 
Essa alínea C impõem que se faça leitura do art.22 e do art. 28, I. ( Isso porque o art. 22 será 
preferencial ). Esse ato injusto da vítima pode ser considerado como um ato de agressão, por 
exemplo. 
 d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime: Confessar o 
crime é assumir a autoria em relação a esse crime, delação não se confunde com confissão. pois 
a confissão tem a haver com a própria autoria. 
Essa confissão não pode ser forçada, o próprio agente de forma espontânea deve confessar o 
ato, se ele foi perguntado isso não afasta a confissão, o que afastaria a atenuante seria, por 
exemplo, ele ser coagido a falar ou não ter consciência de que está fazendo uma confissão. 
*Lei.12.850/2013-> Art.4º - colaboração premiada, a consequência jurídica poderá ser das mais 
variadas espécies, entre eles o perdão judicial, a diminuição de pena em até 2/3 ou ainda 
substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos. 
( pegar qual a lei )Art.13º- perdão judicial que é causa de extinção de punibilidade 
No final das contas a colaboração vai acabar gerando a confissão também porém com um 
benefício maior em razão da delação. 
Não há aqui a menção de quem seria a autoridade a se confessar o crime, bastando então de 
uma visão ampla que seja qualquer autoridade pública.Juíz- Sentença ( Art.155-CP)
<——|———|————|—————————|———————|———>
 Crime IP Denúncia Proc.Penal: Retratação da confissão perante o Juiz
 Confissão perante autoridade policial 
Art.155-CPP: Consagra a livre apreciação da prova, ou seja, eu não poderei dizer que há prova 
que vale mais ou menos, o Juiz é livre para fazer a apreciação. 
Prova X Elementos informativos: 
Prova é aquilo produzido em contraditório judicial enquanto que elemento integrativo é aquilo que 
foi colhido na investigação judicial, portanto sem contraditório. 
A prova ela serve para condenar, porque a ausência de prova gera a absolvição. 
O Juiz não poderá basear seu julgamento baseado em elementos informativos, salvo em 
disposição contrário. 
Interrogatório: é uma prova repetível, pode-se colher novamente e não apenas no inquérito 
policial. 
Possibilidades : 
1. Já que ele se retratou o Juiz não usa a confissão para condenar e também não atenua. 
2. O juiz usa a confissão para fundamentar a condenação e vai ter que alinhar os elementos 
informativos a elementos probatórios. 
3. Juiz usa a confissão para fundamentar a condenação ( mais elementos comprobatórios), 
porém não vai atenuar. ( está completamente afastada pelos tribunais superiores). 
Se é interrogatório apenas poderá utilizado o que está no processo, o entendimento que 
prevalece é que se pode usar o inquérito policial desde que o utilize juntamente com outros 
elementos. 
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Direito Penal III 
Daniela Portugal 
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        e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou: Aqui o que 
o legislador observa é que as multidões são influenciáveis. Não se aplica ao causador do tumulto. 
Lembrando sempre que deverá aplicar o princípio do in dúbio pro réu. Se no meio de uma 
manifestação eu resolvo depredar um prédio, eu que causei o tumulto não terei direito a 
aplicação do benefício, porém todos os outros que foram levados a agir em manada terão direito 
a atenuação da pena. 
Art. 66: 
Atenuante inominada: não tem previsão legal, a coculpabilidade, muito utilizada por zaffaroni que 
é quem cria a teoria . 
Pena Provisória: Imagine que eu estou diante de um crime qualquer que possui 2 agravantes e 
tem também duas atenuantes, levando em conta que eu sai de uma pena base de 2 anos. Posso 
eu juiz compensar uma pela outra e colocar a pena provisória em 2 anos?
O Legislador não predetermina os valores para as agravantes e atenuantes, o mesmo problema 
das circunstancias judiciais. 
Na segunda fase, a única coisa que se sabe é que ela terá que pesar mais que a primeira, ou 
seja, terá que ser mais significativa do que na primeira. 
Se uma circunstancia ( exceto as qualificadoras) puder ser utilizada tanto na primeira quanto na 
segunda fase deve-se dar preferência que se utilize na segunda fase. 
Se eu tenho um mesmo elemento que serviria de circunstancia judicial e de circunstancia legal eu 
vou utilizar com legal.
Cir.Judiciais : 1/8 
Cir. Legais : Máx. 1/6
Cir. Aum/ Dim 
Como não há um valor pré-definido em lei para a dosimetria das circunstâncias legais a doutrina 
convencionou que o valor máximo aplicável a uma agravante ou atenuante, será de 1/6, uma vez 
que este corresponde ao menos valor previsto em Lei para as causas de aumento e de 
diminuição de pena. Jurisprudêncialmente até se admite acréscimo pela reincidência superior ao 
referido patamar( exemplo, 1/3 ou 1/6 da pena) entretanto, tal medida deverá ser 
excepcionalmente justificável e devidamente fundamentada sob pena de ofensa ao princípio da 
proporcionalidade. 
Obs: é preciso ter cuidado na matemática, lembrar que 1/3 é maior que 1/6
STJ HC 148 583. 
O legislador não autoriza que se saia por ai compensado atenuantes e agravantes, porque 
mesmo sem falar quanto cada uma vale ele ja diz qual vale mais. No concurso entre agravante e 
atenuantes, o juiz não poderá simplesmente compensa-las, muito embora o legislador não lhes 
atribua valores objetivos o art.67, CP, define quais dentre as circunstâncias legais valerão mais 
que as outras. 
Circunstancias preponderantes: 
1. Personalidade : Atenuante preponderante, a personalidade é lida no sentido da idade, por 
exemplo, agente menor que 21 na data do fato ou maior que 70 na data da sentença. 
2. Reincidência : Vai ser entendida como uma agravante preponderante. 
3. Motivos : Tanto poderão valar como atenuante ou agravante preponderante conforme o caso. 
S.1 : 
Emboscada ( agravante )x Reparou o dano ( atenuante): Como elas não tem valor superior, pode-
se compensar uma pela outra, então na segunda fase nem se acresce a pena nem se reduz. 
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Daniela Portugal 
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O valor da pena base é igual ao da pena provisória. 
S.2: 
Emboscada ( agravante ) x Motivo de relevante valor moral ( atenuante ): Não poderei compensar 
porque uma delas é uma situação preponderante, o motivo vale mais do que a emboscada. A 
minha pena provisória no final dessa operação será menor do que a pena Base. 
S.3: 
Reincidente (agravante) x Reparou o dano( atenuante) : Não pode compensar porque a 
reincidência é preponderante, a pena provisória nesse caso será maior do que a pena base. 
S.4: 
Reincidente( agravante ) x Menor de 21 na data do fato ( atenuante) : Está diante de duas 
situações preponderantes, o legislador não diz o que fazer. O que se tem na doutrina e 
jurisprudência é que aqui se está diante de uma circunstancia super preponderante, quem vale 
mais é Personalidade, depois a reincidência e quem vai valer menos são os motivos. 
Neste caso então a pena provisória será menor que a pena base porque o que vai valer mais é a 
personalidade. 
* O valor final da pena provisória não poderá ser estabelecido além do máximo nem abaixo do 
mínimo da pena cominada( súmula 231-STJ). 
2.3 Terceira fase: Ao contrário das agravante se atenuantes que estão tipificadas no CP não é a 
mesma coisa para a terceira fase, os aumentos e diminuições estão espalhados por todo o CP e 
também nas legislações especiais. 
As majorantes e minorantes da parte especial do código bem como na legislação especial são 
mais tranquilas porque estará no art do crime o qual se está julgando. 
Causas de diminuição e aumento de pena : 
1. Parte Geral: Realmente fica espalhadas 
2. Parte Especial/ legislação especial : eles vão estar dentro do próprio artigo correspondente ao 
crime. 
2.1 No próprio art do tipo incriminado por exemplo Art. 121, Parágrafo 4º, CP
2.2 Nas Disposições comuns no capítulo em que o crime se insere, por exemplo Art.141, CP
As causas de diminuição e de aumento, com relação as que estão na parte especial é mais de se 
identificar. Ou estará no próprio artigo do tipo incriminado ou nas disposições comuns. As da 
parte geral ficam de fato espalhadas. 
Majorantes da parte Geral: 
Minorantes da parte Geral : 
Diferentemente do que ocorre com as circunstâncias agravantes e atenuantes o legislador ao 
prever as majorantes e minorantes já estabelece previamente o quantum das respectivas 
circunstancias, vinculando a atividade do juiz. 
Art.29, parágrafo 
2- parte final
Art.70 Art.71 Art.73- parte final Art.74 parte final 
Art.14- parágrafo 
único
Art.16 Art.26- parágrafo 
único
Art.28- parágrafo 
2º
Art.29- parágrafo 
1º
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A partir daqui algumas coisas começam a fazer sentindo, veja: Quais os elementos mais 
importantes quando se está fazendo a dosimetria de pena? 
1. Em primeiro lugar são as qualificadoras e privilégios bem como causas de aumento e de 
diminuição. 
A primeira coisa que se olha é se tem qualificadora ou aumento de pena porque os privilégio e 
causas de diminuição de pena são pouquíssimos.

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