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APOSTILA RESUMIDA IMMANUEL KANT

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– “REVOLUÇÃO COPERNICANA” DE KANT –
Embora exista inicialmente em sua obra uma adoção das ideias de René Descartes (“o sono dogmático”) foi, seguramente, a leitura da obra principal do empirista inglês David Hume – Tratado da natureza humana (1739-1740), que o despertou desse sono – que se inicia o que os comentadores chamam de “fase crítica”, desenvolvida em suas mais importantes obras.
Particularmente vamos nos deter na Crítica da razão pura, que é a obra na qual Kant argumenta acerca dos limites da razão e da experiência – tema dos acirrados debates filosóficos entre racionalista e empiristas – elaborando uma teoria crítica dos juízos. Juízos são as formas básicas de conhecimentos, nomeadas por ele como juízos analíticos, juízos sintéticos e juízos sintéticos a priori. A Crítica da razão pura é uma extensa obra voltada para os alcances e limites da razão pura a partir do sujeito cognoscente. Ao situar no sujeito do conhecimento o ponto central da crítica, reinaugura, com efeito, o idealismo com base numa estética transcendental. [1: Crítica deve ser entendida como um método de análise ou conhecimento e não uma espécie de julgamento, refutação ou objeção. ][2: Diz respeito ao que os racionalistas defendiam acerca da razão não afetada pela experiência sensível (ou seja, à priori).][3: São aqueles que o predicado nada acrescenta ao sujeito, é considerado "a priori" porque são universais e necessários. É um conhecimento limitado por não gerar novos conhecimentos.][4: São derivados da nossa experiência. Os juízos sintéticos expandem o conceito, de modo que o predicado não está implícito no sujeito – é totalmente exterior a ele.][5: Depende dos sentidos, mas possibilita a construção de uma validade universal e necessária. Seu predicado acrescenta novas informações (sintético) ao sujeito (ao à priori), possibilitando uma ampliação do conhecimento. Tornam os juízos coesos no ponto onde se produzem seus limites.][6: É a ciência de todos os princípios da sensibilidade e que deve se ocupar detidamente das duas formas puras da intuição sensível como princípios do conhecimento a priori. Conceito de espaço e tempo (intuições puras através das quais o sujeito pode conhecer os objetos). ]
Para David Hume, não havia possibilidade de fundamentar a ciência e o conhecimento porque as coisas ocorriam por hábito. Para ele, há um ente científico demonstrável e verificável. O princípio de causalidade está assentado na noção de hábito. Estamos habituados ou acostumados a atribuirmos causas aos fenômenos. 
Ao contrário de Hume, que partiu do objeto da experiência sensível, Kant parte do sujeito que vai dar forma ao objeto com base nas intuições puras (espaço e tempo) e nos conceitos puros do entendimento ou categorias: essa é a revolução copernicana.
Para Kant, “não há dúvida de que todo o nosso conhecimento começa com a experiência”, mas adverte que “nem por isso surge ele apenas da experiência”.
Kant não põe ao alcance do crivo da Crítica o que a realidade seja em si mesma. Ele, assim como Berkeley, se interessa particularmente em conhecer como o sujeito constrói uma realidade (idealismo). Em sua filosofia, o sujeito dá forma o objeto através das intuições puras. Em suas palavras: “O mundo que o sujeito conhece é o mundo que o sujeito construiu”. 
Na segunda parte da Doutrina transcendental dos elementos, intitulada Lógica transcendental, Kant examina os conceitos puros do entendimento ou categorias. De modo divergente de Aristóteles, que reservou as categorias à realidade, Kant as redimensiona para o sujeito. São categorias do sujeito.
Quantidade (unidade, pluralidade e totalidade);
Qualidade (realidade, negação e limitação);
Da relação (de inerência e subsistência, de causalidade e dependência, de comunidade);
Da modalidade (possibilidade-impossibilidade; existência-não existência; necessidade-contingência).
Faz parte da “revolução copernicana” a diferença que Kant propõe entre númeno e fenômeno.
• Númeno: diz respeito à Coisa considerada em si mesma, sem relação alguma com o sujeito. 
• Fenômeno: trata-se de algo sensível que é passível de observação imediata e de logificação, tornando-se, portanto, objeto do conhecimento científico. Kant afirma que “só podemos analisar os objetos na medida em que eles se apresentam”.

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