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ESTUDO DIRIGIDO Orientação de Aleitamento da FEBRASGO Resumão elaborado por: Edwallace Amorim 1) Descreva a anatomia da mama. R: As mamas são formadas por um conjunto de glândulas, que tem como função principal a produção de leite. Desenvolve-se no embrião na região anterior do tórax, entre a segunda e sexta costela, na chamada “linha do leite”, que se estende da axila à região inguinal, onde podem persistir formando as chamadas mamas acessórias na idade adulta. A mama atinge o seu maior desenvolvimento (mama madura) aproximadamente aos 20 anos e a partir dos 40 anos, começam as alterações atróficas; A localização anatômica da mama adulta atinge superiormente a segunda ou terceira costela, inferiormente a sexta ou sétima costela. Pela parte lateral a linha axilar anterior e medialmente a borda lateral do esterno e a cauda axilar invade a axila. Ela é composta de 15 a 20 lobos, subdivididos em lóbulos, que possuem de 10 a 100 alvéolos e essa estrutura predomina na região súperolateral da glândula. A epiderme do mamilo e da aréola é muito pigmentada e enrugada e a superfície profunda é invadida por papilas dérmicas longas que determinam a cor rósea devido aos capilares. A ereção da mama só é propiciada pela existência de feixes musculares circulares e longitudinais. A aréola contem glândulas sebáceas, sudoríparas e acessórias e assim como o mamilo possuem rica inervação sensitiva que propicia o desencadear de eventos neurais e neuro-humorais com a sucção do recém-nascido, estimulando a produção de leite; A mama, além do tecido glandular, é composta por gordura, tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e fibras nervosas. 2) Quais as vantagens do aleitamento materno para a mãe e o bebê? R: O leite materno é o mais completo alimento para o bebê até o 6º mês de vida ofertando vantagens para mãe e o bebê: Vantagens para mãe: Praticidade quando comparado a outros métodos além de não envolver despesas; O leite é pronto no momento e na temperatura certa; Amamentar faz queimar calorias e por isso ajuda a mulher a voltar, mais depressa, ao peso que tinha antes de engravidar; Ajuda o útero a regressar ao seu tamanho normal mais rapidamente; A amamentação protege do cancro da mama, cancro do ovário e osteoporose; A amamentação exclusiva protege da anemia (deficiência de ferro); A mãe que amamenta sente-se mais segura e menos ansiosa; Melhora o relacionamento afetivo entre a mãe e a criança. Vantagens para bebê: O leite materno é de fácil digestão; Imuniza e protege o bebê contra doenças, principalmente, diarreia, alergias, ficando mais resistente a resfriados e doenças do pulmão (pneumonia); O ato de mamar estimula o padrão respiratório nasal no bebê, facilitando a oxigenação de suas estruturas faciais. O ato de mamar auxilia o movimento dos músculos e ossos da face contribuindo no desenvolvimento da fala e no posicionamento dos dentes; Contribui para a prevenção da desnutrição, assegurando o crescimento físico e o desenvolvimento mental adequado; Melhora o relacionamento afetivo entre a mãe e a criança. 3) Principais componentes do leite materno? R: O leite materno é um fluido complexo, contendo lipídios, proteínas, carboidratos, vitaminas, minerais, substâncias imunocompetentes (IgA, enzimas, interferón), além de fatores tróficos ou moduladores de crescimento. Principais componentes e mecanismo: IgA Secretora: Impermeabilização antisséptica das mucosas (digestiva, respiratória, urinária) Lactoferrina: Ação Bacteriostática (retirada de ferro) Lisozima: Ação bactericida (Lise das bactérias) Macrófagos: Fagocitose (engloba as bactérias) Fator bífido: Lactobacilos – ácidos orgânicos: bactericida. 4) Fatores que dificultam o aleitamento materno? R: Há situações em que o aleitamento pode significar risco à saúde da criança amamentada, nesses casos o médico deve avaliar os riscos e os benefícios da amamentação. Contraindicações à amamentação: HIV e lesões herpéticas nas mamas (HSV). Uso de medicações: antineoplásicos, imunossupressores, amiodarona. Recém-nascido com doença metabólica: galactosemia. LEGENDA: 1. Parede Torácica 2. Músculos peitorais 3. Lobo mamário 4. Mamilo 5. Aréola 6. Ductos lactíferos 7. Tecido adiposo 8. Pele Durante a gestação: A falta de tempo dedicado para escutar a gestante e a família têm para falar; Averiguar a posição da família quanto à amamentação e principalmente autoestima da gestante; O não esclarecimento sobre tabus, preconceitos e velhas crenças associadas à amamentação; O não esclarecimento sobre as vantagens da amamentação para o filho e para a mãe; O não esclarecimento sobre os malefícios da utilização do uso do leite não humano, de bicos e chupetas; Na sala de parto: Separação na primeira meia hora após o parto para exame físico onde a amamentação já poderia estar sendo incentivada; A prática de colocar o bebê sob o calor radiante ao invés do contato pele-a-pele em sala de parto equipada e apropriada; A falta de apoio do profissional de saúde na manutenção da amamentação no respeito ao ritmo natural desenvolvido pela mãe e seu filho; Uso não criterioso de medicamentos, principalmente entorpecentes prejudicando a ambos (mãe e filho); Não tratar a gestante como uma enferma; A ausência do pai ou de acompanhante da escolha da mãe; 5) Explique, com suas palavras, a fisiologia da amamentação? R: O leite materno é produzido sob o comando de vários hormônios que começam a agir no corpo da mulher ainda antes de o bebê nascer. É durante a gravidez, por exemplo, que os seios vão sendo preparados para virar uma poderosa usina de um alimento especial. Em função dos hormônios estrógeno e progesterona, “secretados pela placenta”, as mamas ficam maiores, mais sensíveis e têm seus vasos sanguíneos dilatados. Já a produção do leite propriamente dito só tem início após o parto, quando outros hormônios, como a prolactina e a ocitocina, entram em cena. Eles estimulam certas células dos seios a fabricarem o líquido precioso, então, para que o bebê possa mamar, é preciso que o leite “desça” dos alvéolos. O processo funciona automaticamente quando o bebê suga o mamilo, o que estimula a hipófise a liberar os hormônios ocitocina e prolactina para a corrente sanguínea. Ao alcançar seu seio, a ocitocina provoca a contração dos pequenos músculos ao redor dos alvéolos cheios de leite. O líquido precioso passa por um complexo de ductos até chegarem a ductos que ficam pouco abaixo da aréola do seio. Ao sugar, o bebê faz com que o leite dos ductos chegue à sua boca. “O processo lembra o de uma fábrica, que trabalha por demanda: quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produz”. O rango materno é uma refeição nota 10, rica em gordura, sais minerais, vitaminas e substâncias essenciais que protegem contra doenças. Esse leite é tão completo que, nos primeiros meses de vida, o bebê não precisa ingerir mais nada “nem mesmo água”! O sucesso do aleitamento materno depende da remoção de leite da mama. Há um controlo local, que inibe a produção de leite para esta não ser exagerada, assim, permite um equilíbrio desejável entre a oferta e a procura. 6) Descreva o processamento do leite doado? R: O processo se divide em importantes etapas: O degelo do leite humano deve ser feito em banho Maria a uma temperatura de 40ºC ou em micro-ondas, de acordo com a recomendação. Pelos 02 processos, conforme o leite vai se descongelando deve-se agitar o frasco para uniformizar o leite que pode ser retirado com temperatura de +ou- 15ºC. A reenvase é feito após o degelo e sob o campo de chama, o qual deve esta azul. O leite é colocado em frascos estéreis de igual tamanho e volumeequivalente onde os frascos devem ser tampados com ¼ de volta para saída do ar incorporado ao leite após a ordenha. A pasteurização é um tratamento térmico aplicado ao leite humano ordenhado, que visa à inativação térmica de 100% dos microrganismos patogênicos e 99% de sua flora saprófita através do binômio temperatura/tempo de 62,5ºC por 30 minutos a um tratamento de 15ºD (Dornic) para inativação térmica da Coxiella brunetti. Esse processo mesmo reduzindo o valor biológico do leite humano de 20 a 25%, ainda garante qualidade do produto que será fornecido ao recém-nascido. O resfriamento deve ser feito imediatamente após o término da pasteurização para reduzir a perda do produto pelo calor residual. Os frascos devem ser mergulhados no resfriador ou em uma cuba de gelo reciclável a uma temperatura média de 0ºC e em 15minutos o leite deve atingir uma temperatura de 5 a 7ºC. O controle de qualidade dos produtos processados e de responsabilidade do BLH onde avalia todas as etapas até a distribuição. 7) Qual o tipo de nutriz que pode ser doadora? R: Pode ser doadoras sadias que apresentam secreção láctea superior às exigências de seus filhos e que se dispõem a doar o excedente por livre e espontânea vontade. 8) Quais as principais complicações do aleitamento materno e condutas de enfermagem? R: São raras as situações tanto maternas quanto neonatais, que contraindicam a amamentação. Entre as maternas, encontram-se as mulheres com câncer de mama que foram tratadas ou estão em tratamento, mulheres com HIV+ ou HTVL+, mulheres com distúrbios graves da consciência ou do comportamento, mulheres com problema de lactação. Problemas graves (como no caso da mãe com câncer de mama ou soropositiva para o vírus HIV e HTLV-1 e HTLV-2) ou situações que impeçam a amamentação. O procedimento de escolha é optar por outras alternativas terapêuticas e não suspender o aleitamento como por exemplo: A melhor opção para crianças totalmente desmamadas com idade inferior a 04 meses é a alimentação láctea, por meio da oferta de leite humano pasteurizado proveniente de Banco de Leite Humano, quando disponível. A amamentação também pode ser feita através de uma mãe adotiva desde que a mesma esteja imunizada e credenciada pelos órgãos de saúde competentes, a fim de não trazer riscos de contaminação para o bebê. Problemas de lactação. O enfermeiro pode orientar a mãe como estimular uma boa lactação: Fornecer informações à mãe sobre a amamentação no período anterior ao parto, e fazer com que ela converse com outras mães que estão amamentando; Evitar a fadiga e a dor no puerpério; Fornecer privacidade e um ambiente tranquilo para a amamentação; Estimular a lactação iniciando logo que possível a amamentação e não limitar a frequência das mamadas tanto de dia como à noite; Separar a mãe e o bebê o mínimo possível; Organizar a rotina do dia da mãe, tendo em mente a amamentação; Evitar ansiedade e a interferência, que acarretará reflexo na descida do leite por tais fatores, não permitindo que a mãe fique cansada.
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