Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CÁLCULO II Prof. Juaci Picanço | Prof. Jerônimo Monteiro Lista Semanal 4 - 13/04/2018 Questão 1. Considere a curva cuja equação equação vetorial é dada por: r(t) = (2sen t)i+ (2 cos t)j + e−tk. (a) Determine o domínio de r(t). Solução: O domínio I de uma curva é dado pela interseção dos domínios das funções coordenadas. Logo, se- jam I1, I2...In os domínios das funções coordenadas de uma dada curva r(t), tem-se, I = I1∩I2∩...∩In Como r(t) = (2sen t)i+ (2 cos t)j + e−tk, I1 = R, I2 = R, I3 = R, então, I = I1 ∩ I2 ∩ I3 = R (b) Esboce o gráfico da curva. Solução: (c) Indique com setas a direção na qual o parâmetro t cresce. Solução: 1 Cálculo II Lista Semanal 1 Questão 2. A trajetória de uma formiga ao longo do tempo t é descrita pela equação r(t) = (4 + sen 20t)(cos t)i+ (4 + sen 20t)(sen t)j + (cos 20t)k. Existe algum valor de t em que esta trajetória é interrompida? Justifique sua resposta. Solução: Para a trajetória ser interrompida, o vetor posição descrito pela curva não deve variar, ou seja, sua derivada tem que ser nula em algum ponto t0, para que isso ocorra. Logo, verificando: r′(t) = [(4+sen 20t)′(cos t)+(4+sen 20t)(cos t)′]i+[(4+sen 20t)′(sen t)+(4+sen 20t)(sen t)′]j+(cos 20t)′k. r′(t) = [20(cos 20t)(cos t)+(4+sen 20t)(−sen t)]i+[20(cos 20t)(sen t)+(4+sen 20t)(cos t)]j−20(sen 20t)k. Desse jeito, fazendo r′(t0) = (0, 0, 0), tem-se: [20(cos 20t0)(cos t0) + (4 + sen 20t0)(−sen t0)] = 0 [20(cos 20t0)(sen t0) + (4 + sen 20t0)(cos t0)] = 0 −20(sen 20t0) = 0 Assim, como (sen 20t0) = 0→ 20t0 = kpi → t0 = kpi 20 , k = 0, 1, 2... Logo, para quando t0 é da forma t0 = kpi 20 , t0 não é solução da equação [20(cos 20t0)(cos t0) + (4 + sen 20t0)(−sen t0)] = 0 , pois o termo 20(cos 20t0)(cos t0) nunca será 0 para termos t0 da forma apresentada. Assim, não existe nenhum t0 ∈ R tal que r′(t0) = (0, 0, 0). Logo, a trajetória da formiga nunca é interrompida. Outro modo de ver se a trajetória possui interrupções é verificar se a curva r(t) é contínua. Note que as funções coordenadas de r(t) são compostas por funções trigonométricas do tipo seno e cosseno, e de funções constantes, as quais são contínuas em R. Assim, como a soma, subtração e produto de funções contínuas resulta em uma função contínua, tem-se que r(t) é uma função contínua. Logo, por ser contínua, a trajetória descrita pela formiga não pode apresentar interruções, então, não existe nenhum valor de t ∈ R para que a trajetória descrita pela formiga seja interrompida. Prof. Juaci Picanço | Prof. Jerônimo Monteiro 2 Cálculo II Lista Semanal 1 Questão 3. Considere a curva r(t) e t = 1 4 : r(t) = ( 3 2 t ) i+ (t2)j + (e−t)k. (a) Encontre r′(t). Solução: Para derivar a curva r(t) é preciso derivar cada uma de suas funções coordenadas, desse modo: r′(t) = ( 3 2 t )′ i+ (t2)′j + (e−t)′k. = ( 3 2 ) i+ (2t)j + (e−t)k. (b) Encontre o vetor posição r(t) e o vetor tangente r′(t) para o valor de t dado. Solução: Para encontrar os vetores r(t) e r′(t), substitui-se o valor t = 1 4 , dado anteriormente, assim: r ( 1 4 ) = 3 2 ( 1 4 ) i+ ( 1 4 )2 j + (e− 1 4 )k = 3 8 i+ 1 16 j + e− 1 4k Além disso, substitui-se o valor t = 1 4 na derivada da curva, assim: r′ ( 1 4 ) = ( 3 2 ) i+ ( 2. 1 4 ) j + (e− 1 4 )k = 3 2 i+ 1 2 j + e− 1 4k (c) Determine o vetor tangente unitário para o valor de t dado. Solução: O vetor tangente vˆ, para o ponto dado, é definido como: vˆ = r ′(t) ||r′(t)|| , logo: vˆ = r′(t) ||r′(t)|| = 3 2 i+ 1 2j − e− 1 4k√ (32) 2 + (12) 2 + (−e− 14 )2 = 3 2 √ 5 2 + e −1 2 i+ 1 2 √ 5 2 + e −1 2 j − e − 1 4√ 5 2 + e −1 2 k (d) Esboce o gráfico da curva, exibindo o vetor tangente encontrado no item (b). Solução: Prof. Juaci Picanço | Prof. Jerônimo Monteiro 3 Cálculo II Lista Semanal 1 Questão 4. Seja r(t) = x(t)i+ y(t)j + z(t)k uma curva no espaço, com a ≤ t ≤ b. (a) Descreva um método para calcular o comprimento de arco de r(t) em [a, b]. Solução: Seja r(t) = (x(t), y(t), z(t)) contínua no intervalo [a, b] e derivável em (a, b). Seja P a partição de tal intervalo, com P da forma: P = a = t0, t1...tn−1, tn = b. O comprimento dos n sub-intervalos é ∆i = ti− ti−1, i = 1, 2...n. Seja o vetor ~vi o vetor que liga o ponto (x(ti−1), y(ti−1), z(ti−1)) ao ponto (x(ti), y(ti), z(ti)), logo: vi = (x(ti)− x(ti−1), y(ti)− (ti−1), z(ti)− (ti−1)). Assim, a norma de cada vetor vi é igual ao comprimento da curva no sub-intervalo ∆i. Desse modo, o comprimento da curva r(t),representado por S, é aproximadamente a soma das normais dos vetores vi, com i = 1, 2..n. Logo: S ' n∑ i=1 ||vi|| Contudo, tal método da um valor aproximado para o comprimento de arco. Para o cálculo exato, faz-se a norma de vi tender a 0. Além disso, como a curva r(t) satisfaz as hipóteses do Teorema do Valor Médio, tem-se que existe um ci,di e ei que pertemcem à ∆i, tal que: x(ti)− x(ti−1) = x′(ci)∆i ; y(ti)− y(ti−1) = y′(di)∆i ; z(ti)− z(ti−1) = z′(ei)∆i (1) E como ||vi|| = √ (x(ti)− x(ti−1))2 + (y(ti)− y(ti−1))2 + (z(ti)− z(ti−1))2. Substituindo o resul- tado (1), fica: S = lim ∆i→0 n∑ i=1 √ (x′(ci)∆i)2 + (y′(di)∆i)2 + (z′(ei)∆i)2 = lim ∆i→0 n∑ i=1 √ (x′(ci))2 + (y′(di))2 + (z′(ei))2∆i Assim, intuitivamente, percebe-se a analogia de lim∆i→0 ∑n i=1 com a integral de Riemann (embora não seja, necessariamente) e √ (x′(ci))2 + (y′(di))2 + (z′(ei))2 com a norma da derivada de r(t). Logo, o comprimento de curva de r(t) no intervalo [a, b] é: S = ∫ b a ||r′(t)||dt (b) A partir do método descrito em (a), calcule o comprimento de arco da curva Solução: r(t) = (b cos t)i+ (bsen t)j + ( √ 1− b2)k, com 0 ≤ t ≤ 2pi. Encontrando primeiramente a derivada da curva: r′(t) = (−b sen(t), b cos(t), 0). Logo, ||r′(t)|| =√ b2sen2(t) + b2cos2(t) = b, Assim, o comprimento de arco da curva r(t) no intervalo [0, 2pi] é: S = ∫ 2pi 0 ||r′(t)||dt = ∫ 2pi 0 b dt = 2pi b u.c. Prof. Juaci Picanço | Prof. Jerônimo Monteiro 4 Cálculo II Lista Semanal 1 Questão 5. Nos itens a seguir, faça o que se pede. (a) Responda: o que é uma função de duas variáveis? Solução: Seja f : A ⊂ R2 → B ⊂ R; (x, y) 7→ f(x, y). Uma função de duas variáveis é um conjunto de ternas da forma (x, y, f(x, y)), cuja associação de cada par (x, y) com um f(x, y) é feita a partir de uma lei de associação f , com a condição de que um (x, y) se associe a somente um f(x, y). Ou seja, de forma prática, o conceito é análogo ao de uma função de uma varivável. Assim, x e y atuariam como variáveis independentes e z = f(x, y) seria a variável dependende (pois depende de x e y). Além disso, como o domínio é um subconjunto do R2 e a imagem um subconjunto do R, o gráfico de f(x, y) é formado pelo conjunto de pontos da forma (x, y, f(x, y)), logo, está no R3. (b) Descreva dois métodos para visualizar uma função de duas variáveis. Solução: Pode-se reconhecer uma função de duas variáveis, por uma tabela de dados. Assim, dada uma tabela de dados, a condição para que tal tabela possa representar uma função é que a associação entre os dados seja tal que cada elemento do domínio (das variáveis independentes) esteja associado a somente um elemento da imagem (da variável dependente). Exemplo: Seja a tabela de dados abaixo, que expressa a temperatura de uma sala de aula (em um dado momento) em função da posição, de uma sala que possui dimensões de 4 metros de comprimento e 4 metros de largura e o condicionador de ar, que está em um dos cantos da sala, está no ponto (0, 0). Posição(x,y) Temperatura ( ◦ C) (0,0) 16 (0,2) 18 (0,4) 19 (2,0) 18 (4,0) 19 (2,2) 19 (4,4) 20 Um modo bastante comum paraa visualização de uma função de duas variáveis é a partir de seu gráfico, ou seja, dada uma função f(x, y), cujos valores de x e y pertencem ao conjunto D, o gráfico de f(x, y) é o conjunto de pontos S = {(x, y, f(x, y));x, y ∈ D}. O gráfico da função é um modo geométrico de visualizá-la. Exemplo: Dada a função f(x, y) = x2 + y2, o conjunto de pontos que descreve o seu gráfico é: Outro método para se visualizar a função é o método das curvas de nível. Mais precisamente, o método das curvas de nível permite identificar o comportamento gráfico da função. O método baseia-se em fazer "cortes"no gráfico de f(x, y) e projetá-los no plano xy. Ou seja, dada a função f(x, y), faz-se a interseção de tal função com o plano z = k, o que implica dizer que se projeta no plano xy o conjunto de pontos que satisfaz f(x, y) = k. Com tal método pode-se identificar se a superfície formada pelo gráfico está ficando mais "inclinada"(se as curvas de nível estiverem mais próximas) ou mais "achatada"(se as curvas de nível estiverem mais afastadas). Exemplo: Seja f(x,y)= √ x2 + y2. O seu gráfico é: Prof. Juaci Picanço | Prof. Jerônimo Monteiro 5 Cálculo II Lista Semanal 1 Fazendo f(x, y) = k, para descrever as suas curvas de nível, tem-se:√ x2 + y2 = k → x2 + y2 = k2 Logo, são circunferências de centro C(0, 0) cujos raios são iguais a k. Segue a imagem das curvas de nível referentes aos níveis, 1, 2 e 3. (c) Dê um exemplo do quotidiano em que você identifica a presença de uma função de duas variáveis. Faça uma breve explicação informando as variáveis envolvidas e o possível comportamento da função envolvida. Solução: Dado que uma determinada pessoa foi ao mercado fazer compras e que o preço do kilo do arroz é R$ 3, 00 e o preço do kilo do feijão é R$ 4, 00, tem-se que o quanto de dinheiro que ela irá gastar é dado pela função gasto, que depende da quantidade comprada de arroz e de feijão ( os quais eu irei representar por x e y, respectivamente). Desse modo, a função gasto, G(x, y), é dada por: G(x, y) = 3x + 4y. Logo, a quantidade comprada de arroz (x) e a comprada de feijão (y), são as variáveis independentes (desconsiderando as mudanças de preços ocasionadas por fatores externos) e a variável z = G(x, y) é a variável dependente. Note que G(x, y) é uma função crescente, ou seja, conforme compra-se uma maior quantidade de arroz e/ou feijão, o gasto aumenta, e caso se compre uma quantidade menor de arroz e/ou feijão, o gasto diminui. Prof. Juaci Picanço | Prof. Jerônimo Monteiro 6
Compartilhar