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Virologia – Parte I – IntroduçãoO que a Renata cobra !!!
Ciclo Geral
Antivirais
Saber qual vírus de qual família causa cada doença (gênero e família)
Saber qual vírus é DNA, qual é RNA, qual tem envelope e qual não tem e as implicações disso
Estrutura e Classificação dos vírus
NÃO cobra ciclos replicáveis específicos de cada família
1ªs vacinas: varíola (1ª), febre amarela, poliomielite.
Vírus são agente filtráveis, acelulares, submicroscópicos, parasitas intracelulares obrigatórios.
Existem vírus gigantes, que são vírus do tamanho de bactérias. Mas a maioria é menor que 200 nanometros.
Para classificar os vírus, são utilizados critérios como o tipo de ácido nucleico (DNA, RNA), tamanho, morfologia, tropismo, patologia, espécie, sinais clínicos, entre outros.
Taxonomia:
A família termina em viridae (ex.: Herpesviridae)
A subfamília termina em virinae (ex.: alphaherpesvirinae)
O gênero termina em vírus (ex.: simplexvirus)
A espécie é determinada pelo hospedeiro ou doença (ex.: vírus do herpes simplex)
Estrutura:
Obrigatório: genoma, capsídeo, proteínas e glicoproteínas (glicocálix)
Às vezes tem: envelope (camada lipídica), matriz, tegumento.
Genoma + Proteínas + Capsídio = Nucleocapsídeo
Genoma viral – pode ser:
DNA
Cadeia Simples
Cadeia Dupla
Circular
RNA
Cadeia Simples
Positivo ou Negativo (positivo ele atua como RNAm e já pode traduzir proteínas e negativo ele tem que “produzir” um RNAm para começar a traduzir proteínas.
Segmentado
Cadeia Dupla Segmentado
Capsídeo -> composto de capsômeros -> composto de protômeros. O capsídeo contém o genoma e o protege de fatores ambientais como pH, temperatura, sanilidade, enzimas, etc. Em casos de vírus com o genoma segmentado, há um capsídeo para cada segmento. O capsídeo pode ser icosaédrico (geralmente quando o gene codifica muitas proteínas; presente na maioria dos vírus DNA, nos RNA + e RNA de fita dupla) ou helicoidal (quando o gene produz um número mais limitado de proteínas; presente em vírus de RNA negativo e em uma família dos RNA +, os coronaviridae).
Envelope -> protege o genoma, interage com célula hospedeira. É sensível a solventes lipídicos/apolares.
Vírus Envelopados -> menos resistentes, mais infecciosos, não ativam sistema imune quando vão sair da célula hospedeira, pois não a destroem
Vírus Não-Envelopados -> mais resistentes ao ambiente, geralmente são vírus entéricos, ativam o sistema imune e, por isso, são menos resistentes no ambiente intracelular.
Glicoproteínas -> liga a receptores celulares, responsáveis pela transmissão do vírus a outras células. Infectividade.
Matriz -> sustenta o envelope, ancora proteínas
Tegumento -> Presente na família herpesviridae, é uma substância amorfa com proteínas.
A transmissão do vírus pode ser vertical (mãe para filho – transplacentária ou perinatal) ou horizontal (contato direto ou indireto e/ou vetor biológico)
As infecções causadas podem ser agudas (começo e fim rápidos e de fácil resolução), crônicas (persistentes, persistentes temporárias ou latentes). Elas também podem ser localizadas ou generalizadas
Replicação Viral – 5 etapas
Adsorção -> associação a receptores da membrana da célula. Depende do tropismo viral e das VAPS (proteínas virais de ligação)
Penetração -> pode ser principalmente por fusão (em vírus envelopados, pois a membrana gordurosa deles se liga à membrana das células) e endocitose (depende do pH e ocorre em vírus não envelopados e na família Orthomyxoviridae; ocorre a formação de vesículas e o capsídeo só se perde quando chega ao núcleo da célula, onde vai ocorrer a replicação), mas podem ocorrer outras formas, como fagocitose e pinocitose)
Expressão Gênica -> Divido em transcrição (síntese do RNAm, não ocorre em vírus RNA +, pois estes já são o próprio RNAm) e tradução (produção de proteínas).
Replicação do Genoma -> Ocorre no citoplasma, se o vírus for RNA, ou no núcleo, se for DNA. Utiliza-se a maquinaria da célula.
DNA -> O DNA precisa estar em forma de fita dupla, pois as enzimas celulares de replicação genética só funcionam em fita dupla. Então, se for fita simples, é convertido em fita dupla. Quando é fita dupla, a replicação ocorre no sentido 5’-3’.
RNA -> Em caso de retrovírus, há a transcriptase reversa que transcreve um DNA utilizando o RNA.
Morfogênese e Egresso -> Saída da célula. É feito por exocitose ou brotamento. Em caso de vírus envelopados, quando o vírus sai, ele “leva” parte da membrana celular com ele, que é usada para formar o novo envelope.
Virologia – Parte II – Vírus DNA Patogênicos
Hepadnaviridae
Hepatotrópicos
Antígeno – HBsAg (também chamado de S) está presente no envelope e na vacina. Antígeno – HbcAg (ou proteína C) está presente no capsídeo.
A fita de DNA é parcialmente dupla, sendo que o terço final ela fica simples
Primeira vacina recombinante, as doses devem ser corretas, pois o vírus pode criar resistência (cria resposta interferon)
Existem pelo menos 6 vírus; de A a G. Existe imunização para o A e B. A e E são transmitidos pelas fezes, e B C D pelo sangue.
B C D tem envelope, A e E não.
Degeneração pontilhada das células parenquimatosas, com necrose de hepatócitos, reação inflamatória lobular difusa e ruptura dos cordões hepáticos
 Numa fase avançada ocorre acúmulo de macrófagos próximo aos hepatócitos em degeneração, com aumento ou necrose dos hepatócitos pode ocorrer ruptura dos canalículos biliares ou bloqueio da excreção biliar
80% é causada por A-E. No Brasil tem principalmente A, D e F (D F principalmente)
Hepatite B -> vírus HBV (marcadores = HBsAg principalmente em casos de agudo, e HBeAg – marca replicação, quando a infecciosidade é alta. Anti-HBs indica cura)
Hepatite é a inflamação em decorrência da resposta aguda à infecção do HBV. Pode levar a náuseas, vômitos, mal-estar, febre, fadiga, perda de apetite, dores abdominais, ascite, urina escura, fezes claras, icterícia (cor amarelada na pele e conjuntivas), esplenomegalia, encefalopatia hepática, cirrose (fibrose hepática), HCC/câncer (isso pois a célula fica replicando para reparar os danos e aumenta a chance de mutação).
No Brasil, há prevalência de casos no Acre e na região central.
Anti-virais: interferon alfa -2b (a ñ ser que esteja com suspeita de cirrose)
Se interromper a terapia, o vírus aumenta a resistência.
Papillomaviridae
Grande Diversidade (para ser considerado um novo tipo de pappillomaviridae, precisa ter uma divergência de genes > que 10%)
Ocorre resolução espontânea em quem está imunizado.
São epiteliotrópicos, causando lesões proliferativas no epitélio escamoso. Se essa proliferação ocorrer nas mucosas, é causada pelo alphapapillomavirus e é altamente oncogenica. Se ocorrer na epiderme, pode ser o beta, gamma, um ou nupapillomavirus e dificilmente leva à oncogenia.
Pode ter transmissão plantar, além do contato direto, e transmissão vertical.
São sem envelope e seu DNA é de fita dupla. Hipoclorito de sódio mata o vírus.
Não há antivirais para o tratamento da infecção.
Herpesviridae
Homem único hospedeiro natural
DNA fita dupla linear, tem envelope.
Subfamília Alphaherpesvirinae contém dois gêneros importantes:
Simplexvirus – eczema, herpes ocular, acomete neonatos.
Varicellovirus – “catapora”/varicela. Pode evoluir para Herpes Zoster na reincidência, quando afeta o SN.
Subfamília Betaherpesvirinae
Cytomegalovirus – retinite
Roseolovirus – roséola infantum, exantemas.
Subfamília Gammaherpesvirinae
Rhadinovirus – Sarcoma de Kaposi
Limphocryptovirus – Mononucleose (doença do beijo)
Antivirais Antiherpéticos -> análogos de nucleosídeo (geralmente guanidina) sem hidroxila livre (geralmente os fármacos terminam com ciclovir ou cidofovir)
Adenoviridae
Não envelopados, com DNA de fita dupla.
Parvoviridae
Eritema Infeccioso (As bochechas das crianças ficam “coradas” – considerada a “quinta doença”), exantema, anemia, aborto, doenças respiratórias (síndrome gripal).
Também chamados de Bocavirus humano.
Não há antivirais nem vacinas.
NÃO causa má-formações, em fetospode causar anemia, insuficiência cardíaca e edema generalizado.
DNA fita simples, não envelopados
Virologia – Parte III – Vírus RNA Positivos Patogênicos
Flaviviridae
RNA fita simples, polaridade positiva. São envelopados.
Flavus = amarelo. Vírus da febre amarela. Acompanha icterícia. Tropismo no baço, fígado, coração e rins. A vacina é uma das mais antigas, é uma forma atenuada da YF-17D.
Também representa o gênero hepacivirus, da Hepatite. Os antivirais são inibidores de uma fosfoproteína chamada NS5A. Esse inibidor chama Ribavirina. Também são usados análogos de nucleosídeos que inibem RNA Polimerase (principalmente uma que chama N5SB)
 de nucleosídeos, que interferem na síntese de RNA viral.
O Zika Virus também participa dessa família. Um dos sintomas é a síndrome Guillain-Barré (sistema imune ataca os nervos), sintomas semelhantes aos da dengue. Pode levar à microcefalia, principalmente se a mãe contrair nos primeiros meses de gravidez. Existem vacinas de DNA e inativadas que se demonstraram eficazes em primatas e aguardam serem aceitas no Brasil. O antiviral é um inibidor da RdRp
Representa os 4 tipos de vírus da dengue. Febre, dor retroorbital, dor nas articulações. Por serem 4 sorotipos, há apenas a imunidade parcial após você adquirir um tipo. Ocorre uma vacina tetravalente, com DENV-1, 2, 3 e 4.
Togaviridae
Causam encefalite ou doença na pele e artralgia.
RNA fita simples, também envelopados.
Gênero alphavirus são transmitidos por mosquitos. Faz parte desse gênero o Chikungunya (significa “aqueles que se dobram”). Participam do ciclo selvagem pássaros, roedores e pequenos mamíferos. Do ciclo urbano, participam humanos e os mosquitos vetores são o Ae aegypti e o Ae albopictus. Não há vacinas licenciadas.
Gênero Rubivirus dá rubéola (doença de pele exantematosa – com manchas avermelhadas). A transmissão é via respiratório e só o homem participa do ciclo. Pode levar a malformações congênitas. A vacina é a tríplice viral, tomada aos 12 meses de vida.
Sintomas de infecção parem com os da dengue, podendo ser acompanhado de anorexia e vômito. O sítio de infecção desses vírus são as células do sistema nervoso, mais especificamente, Langherhans e células dendríticas.
Retroviridae
Representa infecções persistentes, imunossupressoras ou tumorais.
Há a inserção do previrus DNA
RNA fita simples positivo. Com envelope.
HTLV-1 -> Linfoma de células T, causa paraparesia espástica tropical (mielopatia lenta)
HTLV-2 -> Desordens célula CD8 e neurológicas, é uma doença neurodegenerativa.
Terapia do HTLV -> interferon-alfa, zidovudina, vitamina C, danazol.
HIV -> existe 1 e 2. E 10 subtipos (de A a K). 50% são casos de A e E. No oeste europeu predomina B. Há 35% de variação entre essas espécies.
Infecção Primária -> clínica em 70% dos casos. Febre, coceiras, faringite, linfadenopatia, mialgia, náuseas, contagem de linfócitos TCD4+ baixa.
Infecções Secundárias -> o que leva à morte são as complicações (infecções secundárias). Entre as mais comuns estão a candidíase oral, do esôfago e estômago também são comuns, hanseníase, tuberculose, linfoma de Burkit, retinite.
HIV faz transcrição reversa. RNA -> DNA viral -> DNA viral integra no da célula-> RNAm -> proteína + novo RNAm
Anti(retro)virais -> Análogos de nucleosídeo, inibidores da transcriptase reversa (RT), inibidores de proteases e integrases, inibidores da fusão do HIV à membrana (esses dois últimos são mais recentes).
Picornaviridae
Menores vírus RNA (pico = pequeno)
Não-Envelopados, RNA linear com fita simples.
Principais gêneros = enterovirus, parechovirus, hepatovirus
Hepatite A -> via fecal-oral, moluscos são importantes vetores. Febre baixa, urina escura, icterícia, perda do apetite, náuseas, vômito. Terapia baseada em vacinas (viva atenuada e inativada – em geral 3 doses) e IgA (imunoglobulina A).
Poliomelite -> Enterovirus 1, 2 e 3. Pode ser abortiva, não-paralítica ou inaparente em 99% dos casos. Vacina Salk e Sabin
Enterovirus -> principal causa de meningite. Pode levar a doença paralítica (quando associada ao poliovirus), encefalite, febre, conjuntivite, miocardite.
Hepeviridae
HEV -> entérico, transmissão fecal-oral por água contaminada com fezes, ou carne suína ou de javali. Mortalidade de 25% em gestantes
RNA simples positivo.
Gênero calicivirus – gastrenterite viral, infectividade por aerossóis de vômito. Surtos em cruzeiros, creches, hotéis, piscinas. A gastrenterite pode ser causada também por norovirus e saporovirus (associados a alimentos contaminados). Terapia baseada em vacina intranasal.
Virologia – Parte IV – Vírus RNA Negativo Patogênicos
Orthomyxoviridae
Ortho – Verdadeiro // Myxo – Muco
Vírus da Influenza (gripe). 10% da população mundial se infecta anualmente.
Três gêneros de influenza vírus = A, B e C (também tem Thogotovirus, que é um arbovírus, e Isavirus presente no salmão)
RNA segmentado negativo. Tem envelope. Categorizado em H..N... Sendo H= hemaglutinina e N= neuraminidase A neuramidase que se liga ao receptor da membrana para permitir a adsorção.
Influenza A geralmente cruza fronteiras entre espécies, criando uma nova versão de si mesma. Por exemplo, um H2N2 humano que infecta um porco pode gerar H3N2 ao se misturar com um H3N8 do pato. Isso se chama antigenic shift e é responsável principalmente pelas pandemias.
Influenza B e C tem somente o homem como hospedeiro e não fazem, portanto, o antigenic shift.
Influenza Aviária – vírus passou de aves diretamente para humanos e demonstrou um alto índice de mortalidade. Iniciou-se na China.
A vacina é feita pela expressão artificial de segmentos desejados do vírus atenuado. Geralmente é intranasal quando é atenuada, como nos EUA. No Brasil, a vacina é inativada. Antivirais = Rimantadina, amantadina, ribavirina, zanamivir, oseltamivir.
Paramyxoviridae
Evelopados, RNA negativo fita simples.
Pneumovirus = vírus respiratório sincicial humano, maior causa de TR inferior/bronquilite. Antivirais atuam contra proteína de fusão (ainda em desenvolvimento).
Morbillivirus = Sarampo. Febre, tosse, coriza, conjuntivite, exantema. É necessária uma cobertura de 95% para impedir a disseminação do vírus, por isso movimentos anti-vacina são tão prejudiciais nesse caso
Rubulavirus = Caxumba (parotite, orquite, ooforite). Vacina é a tríplice viral atenuada (SAR-CAX-RUB)
Rhabdoviridae
 Transmissão por artrópodes (exceto no caso da raiva).
Raiva afeta todos animais de sangue quente (é uma encefalite viral aguda progressiva e fatal)
RNA fita simples envelopado.
Raiva -> transmitido pela saliva de animais contaminados. Morcegos não precisam ser hematófagos para transmitirem raiva. 
Prodrômica – mudança de comportamento
Furiosa – hiper excitação, resposta exacerbada a estímulos
Paralisia progressiva, laringe, locomotor, resp.
Terapia contra raiva -> Protocolo Milwakee (precoce biopterina, amantadina, ketamina)
Hantaviridae
RNA negativo fita simples, com envelope
Hantavirose = doença emergente nas Américas, transmitida por roedores. Os vírus são da ordem Bunyavirales e do gênero Orthohantavirus.	
Não há infecções crônicas, pode ocorrer febre hemorrágica, síndrome renal e morte por choque hipovolêmico
Bunyavirales -> RNA negativo fita simples, com envelope
Peribunyavirales -> causa Oropouche, zoonose parecida com dengue que pode evoluir para meningite asséptica. É importante na região amazônica. 
Não há antivirais ou vacinas
Rotavírus
Vírus responsáveis por gastrenterite viral aguda. Tem vacinas vivas atenuadas de aplicação oral (rotarix, rotateq)
Não-envelopados, RNA fita dupla
Hepatite D 
Deltavirus , RNA fita simples negativo. Tem envelope.
Vírus satélite, só replica em hepatócitos já infectados pelo HBV (só ocorre em quem tem Hepatite B). Na co-infecção, ocorre hepatite aguda mais severa e dificilmente vai para a forma crônica. Em casos de superinfecção, ocorre quadros agudos e geralmente vai pra crônico.
 Sintomas iguais aos de hepatite clássica, porém mais severos. Aumentaem 10x a taxa de morbidade da hepatite B.
Antígeno – HDAg e o própria RNA viral. Marcadores são os anti-HDA.
Genótipo I e III mais comum no Brasil.