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i i i i i i i i Semana DERIVADAS DE FUNC¸O˜ES VETORIAIS. APLICAC¸O˜ES AO MOVIMENTO 14 � Tendo em vista que os to´picos da Aula 34 e da Aula 35 do caderno dida´tico de Ca´lculo II se encontram suficien- temente claros, limitaremos as notas de aula desta e da pro´xima semana apenas para mostrar exercı´cios resolvi- dos sobre esses assuntos, contudo, como alguns exercı´cios sa˜o aplicac¸o˜es das func¸o˜es vetoriais ao movimento ao longo de uma curva, estamos fornecendo nestas notas um pequeno resumo sobre este u´ltimo assunto. APLICAC¸O˜ES DAS FUNC¸O˜ES VETORIAIS AO MO- VIMENTO AO LONGO DE UMA CURVA Admitiremos que o movimento de uma partı´cula no espac¸o bidimensional ou tridimensional e´ descrito por uma func¸a˜o veto- rial α(t). A func¸a˜o α(t) e´ chamada func¸a˜o posic¸a˜o ou trajeto´ria da partı´cula. Quando t varia num intervalo de tempo, a partı´cula se move ao longo de sua trajeto´ria, a direc¸a˜o do movimento e a sua rapidez variam de instante a instante. Conceitos fı´sicos tais como vetor velocidade, velocidade escalar e vetor acelerac¸a˜o podem ser definidos em termos das derivadas da func¸a˜o posic¸a˜o. Definic¸a˜o 14.1 Considere o movimento de uma partı´cula no espac¸o bidimen- sional ou tridimensional descrito pela func¸a˜o posic¸a˜o α(t). Enta˜o o vetor velocidade, o vetor acelerac¸a˜o e a velocidade escalar ou rapidez da partı´cula no instante t sa˜o dados por: Vetor velocidade ~v(t) = α ′(t) Vetor acelerac¸a˜o ~a(t) =~v ′(t) = α ′′(t) Velocidade escalar ou rapidez ‖~v(t)‖= ‖α ′(t)‖ i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento Como mostrados na tabela seguinte, a func¸a˜o posic¸a˜o, o ve- tor velocidade, o vetor acelerac¸a˜o e a rapidez podem tambe´m ser expressos em termos das func¸o˜es componentes: Tabela Espac¸o 2-D Espac¸o 3-D Func¸a˜o Posic¸a˜o α(t) = x(t)~i+ y(t)~j α(t) = x(t)~i+ y(t)~j+ z(t)~k Vetor Velocidade ~v(t) = α ′(t) = x′(t)~i+ y′(t)~j ~v(t) = α ′(t) = x′(t)~i+ y′(t)~j+ z′(t)~k Vetor Acelerac¸a˜o ~a(t) = ~v ′(t) = α ′′(t) = x′′(t)~i + y′′(t)~j ~a(t) =~v ′(t) =α ′′(t) = x′′(t)~i+y′′(t)~j+ z′′(t)~k Velocidade Escalar ‖~v(t)‖= √ (x′(t))2 +(y′(t))2 ‖~v(t)‖= √ (x′(t))2 +(y′(t))2 +(z′(t))2 EXERCI´CIOS RESOLVIDOS SOBRE DERIVADAS DE FUNC¸O˜ES VETORIAIS E PASSO A PASSO DOS EXER- CI´CIOS PROPOSTOS NO CADERNO DIDA´TICO Exercı´cio 14.1 Calcule as derivadas das seguintes func¸o˜es vetoriais: a. α(t) = (t cost, t sen t) b. β (t) = (e−t cos t,e−t sen t,e−t) c. γ(t) = (2cost,4t,2sent) Soluc¸a˜o: a. α ′(t) = ((t cos t)′,(t sen t)′) = (−t sen t + cos t, t cos t + sent) b. β ′(t) = ((e−t cos t)′,(e−t sen t)′,(e−t)′) = (−e−t sen t− e−t cos t,e−t cos t− e−t sen t,−e−t) =−e−t(sen t + cos t,−cos t + sent,1) c. γ ′(t) = ((2cos t)′,(4t)′,(2sen t)′) = (−2sen t,4,2cos t) = 2(−sen t,2,cos t) 208 C E D E R J i i i i i i i i SE M A N A 14 2 M ´ O D U LO 2 Exercı´cio 14.2 Determine o(s) ponto(s) onde a derivada da curva γ(t) = (t lnt2−2t,2t3−9t2 +12t) e´ igual ao vetor nulo. (Aula 34 do caderno dida´tico, exercı´cio proposto no2-c) Soluc¸a˜o: Primeiro calculamos a func¸a˜o derivada de γ γ ′(t) = ((t lnt2−2t)′,(2t3−9t2 +12t)′) γ ′(t) = ( t 2t t2 + lnt2−2,6t2−18t +12 ) = (ln t2,6(t2−3t +2)) Para que γ ′(t) seja igual ao vetor nulo, as func¸o˜es coordenadas de γ ′(t) devem ser, simultaneamente, iguais a zero. Isso nos da´ um sistema de equac¸o˜es: { ln t2 = 0 6(t2−3t +2) = 0 . Este sistema na˜o e´ difı´cil de ser resolvido, pois lnt2 = 0 e 6(t2 − 3t + 2) = 0 se, e somente se, t = 1. Isto e´, γ(1) = (0−2,2−9+12) = (−2,5) e´ o u´nico ponto onde a derivada da curva dada e´ o vetor nulo. Exercı´cio 14.3 Considere a circunfereˆncia parametrizada por α(t) = (−1+2cos t,2+2sent), 0≤ t ≤ 2pi . a. Determine a equac¸a˜o da reta tangente a` circunfereˆncia para t = pi 3 . b. Determine a equac¸a˜o da reta tangente a` circunfereˆncia no ponto ( −1+√2,2+√2 ) . Soluc¸a˜o: a. Uma parametrizac¸a˜o da reta tangente a` curva no ponto α (pi 3 ) e´ dada por r(λ ) = α (pi 3 ) +λα ′ (pi 3 ) , λ ∈ R C E D E R J 209 i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento Primeiro calculamos a func¸a˜o derivada de α α ′(t) = ((−1+2cos t)′,(2+2sen t)′) = (−2sen t,2cos t) Agora vamos calcular os vetores α (pi 3 ) e α ′ (pi 3 ) α (pi 3 ) = ( −1+2cos pi3 ,2+2sen pi 3 ) = ( −1+21 2 ,2+2 √ 3 2 ) = (0,2+ √ 3) α ′ (pi 3 ) = ( −2sen pi 3 ,2cos pi 3 ) = ( −2 √ 3 2 ,2 ( 1 2 )) =(−√3,1). Uma equac¸a˜o parame´trica da reta tangente correspondente a es- ses vetores, fica r(λ ) = (0,2+ √ 3)+λ (−√3,1), λ ∈ R, ou seja, r(λ ) = (−√3λ ,2+√3+λ ), λ ∈R. b. Uma parametrizac¸a˜o da reta tangente a` curva no ponto α(a), a ∈ [0,2pi], e´ dada por r(λ ) = α(a)+λα ′(a), λ ∈R. Como α(a) = (−1+√2,2+√2), temos que α(a) = (−1+2cosa,2+2sen a) = (−1+ √ 2,2+ √ 2) enta˜o { −1+2cosa =−1+√2 2+2sen a = 2+ √ 2 logo cos a = √ 2 2 sen a = √ 2 2 , isto e´ verdade se a = pi 4 . Observe que α ′(t) = (−2sen t,2cos t). Assim, α ′ (pi 4 ) = ( −2sen pi 4 ,2cos pi 4 ) = ( −2 √ 2 2 ,2 √ 2 2 ) =(− √ 2, √ 2). Logo, a reta tangente a` curva e´ dada por r(λ )=α (pi 4 ) +λα ′ (pi 4 ) , λ ∈ R. Isto e´, r(λ ) = (−1+√2,2+√2)+λ (−√2,√2) = (−1+√2−λ√2,2+√2+λ√2), λ ∈R. 210 C E D E R J i i i i i i i i SE M A N A 14 2 M ´ O D U LO 2 Exercı´cio 14.4 Determine o(s) ponto(s) onde a curva β (t) = (cospit,senpit) e´ tangente a` reta r(λ ) = (2+λ ,λ −1). (Aula 34 do caderno dida´tico, exercı´cio proposto no3-b) Soluc¸a˜o: Observe que r(λ ) = (2+ λ ,λ − 1) = (2,−1) + (λ ,λ ) = (2,−1)+λ (1,1). Para que a reta tangente a` curva β (t) seja paralela a` reta (2+λ ,λ−1), e´ preciso que a derivada de β (t) em algum ponto t0, 0 ≤ t0 ≤ 2 seja um mu´ltiplo na˜o nulo do vetor direc¸a˜o (1,1) da reta r. Isto e´, basta que exista um nu´mero real k, tal que β ′(t0) = k(1,1). Como β ′(t) = (−pi senpit,pi cospit). Isso significa que queremos resolver o sistema { −pi sen pit = k pi cospit = k . Podemos fazer isso eliminando k, e temos cos pit =−senpit (14.1) Para resolver a equac¸a˜o transcendental 14.1, e por razo˜es dida´ticas, vamos trabalhar por etapas: Comec¸amos esboc¸ando na Figura 14.1 o gra´fico de: y = cos t que e´ uma func¸a˜o perio´dica com perı´odo 2pi . y=cos t - Figura 14.1 O gra´fico de y = cospit mostrado na Figura 14.2 e´ uma func¸a˜o perio´dica com perı´odo 2. Note-se que ele e´ obtido da func¸a˜o y = cos t por compressa˜o horizontal por um fator de pi . y= cos p t Figura 14.2 C E D E R J 211 i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento Analogamente, esboc¸amos na Figura 14.3 o gra´fico de: y = sen t que e´ uma func¸a˜o perio´dica com perı´odo 2pi . y= sen t - Figura 14.3 O gra´fico de y = senpit mostrado na Figura 14.4 e´ uma func¸a˜o perio´dica com perı´odo 2. Note-se que ele e´ obtido da func¸a˜o y = sen t por compressa˜o horizontal por um fator de pi . y= sen ( ) p t Figura 14.4 O gra´fico de: y = −senpit e´ obtido da func¸a˜o y = sen pit por re- flexa˜o em torno do eixo t como mostrado na Figura 14.5. y= -sen ( )pt Figura 14.5 Na Figura 14.6 esboc¸amos sobrepostos os gra´ficos de ditas func¸o˜es, descobrindo assim os pontos onde eles coincidem. 212 C E D E R J i i i i i ii i SE M A N A 14 2 M ´ O D U LO 2 y= cos p t - - y= -sen ( )pt Figura 14.6 Observe no intervalo [0,2] que as func¸o˜es y= cospit e y=−senpit se interceptam em t = 3 4 e 7 4 . Pela periodicidade das func¸o˜es podemos obter os outros pontos de R onde isto acontece. Ale´m disso, as func¸o˜es sa˜o perio´dicas com perı´odo 2, enta˜o as soluc¸o˜es gerais do sistema sera˜o: t = 3 4 +2k = 1 4 (8k+3) k ∈ Z ou t = 7 4 +2k = 1 4 (8k+7) k ∈ Z Portanto, os pontos onde a curva β (t) = (cospit,sen pit) e´ tangente a` reta r(λ ) = (2+λ ,λ −1) sa˜o: β ( 1 4 (8k+3) ) = ( cos (pi 4 (8k+3) ) ,sen (pi 4 (8k+3) )) = ( cos ( 2kpi + 3pi 4 ) ,sen ( 2kpi + 3pi 4 )) = ( − √ 2 2 , √ 2 2 ) e β ( 1 4 (8k+7) ) = ( cos (pi 4 (8k+7) ) ,sen (pi 4 (8k+7) )) = ( cos ( 2kpi + 7pi 4 ) ,sen ( 2kpi + 7pi 4 )) = (√ 2 2 ,− √ 2 2 ) . Exercı´cio 14.5 Determine a equac¸a˜o parame´trica de uma reta l que e´ tangente a` curva α(t) = ( t, 1 t−1 ) , t < 1, e passa na origem. Encontre tambe´m a equac¸a˜o cartesiana da reta l. C E D E R J 213 i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento Soluc¸a˜o: Note-se que α ′(t) = ( 1,− 1 (t−1)2 ) , t < 1. Se a reta l e´ tangente a` curva no ponto α(a), uma parametrizac¸a˜o para l sera´ γ(λ ) = α(a) + λα ′(a), onde α(a) = ( a, 1 a−1 ) e α ′(a) = ( 1,− 1 (a−1)2 ) , onde a < 1. Isto e´, γ(λ ) = ( a, 1 a−1 ) + λ ( 1,− 1 (a−1)2 ) . Como a reta l passa na origem temos que (0,0) satisfaz a equac¸a˜o da reta l, enta˜o existe um λ0 ∈ R tal que (0,0)= ( a, 1 a−1 ) +λ0 ( 1,− 1 (a−1)2 ) ⇒ a+λ0 = 0 1 a−1 −λ0 1 (a−1)2 = 0 ⇒ a =−λ0 1 a−1︸ ︷︷ ︸ 6=0 ( 1−λ0 1 (a−1) ) = 0 ⇒ a =−λ0 1 = λ0 (a−1) ⇒ { 1 = −a (a−1) ⇒ a = 1 2 . Portanto, uma parametrizac¸a˜o de l sera´ γ(λ ) = α ( 1 2 ) + λα ′ ( 1 2 ) = ( 1 2 ,−2 ) + λ (1,−4) = ( 1 2 +λ ,−2−4λ ) , λ ∈ R. Para achar a equac¸a˜o cartesiana da reta l, lembre-se que γ(λ ) = (x(λ ),y(λ )) = α ( 1 2 ) + λα ′ ( 1 2 ) podemos encontrar a equac¸a˜o cartesiana para a reta l eliminando o paraˆmetro λ . Assim,{ x = 1 2 +λ y =−2−4λ , λ ∈ R⇒ x− 1 2 = y+2 −4 ⇒ x =− y 4 ⇒ 4x+ y = 0. Exercı´cio 14.6 Determine a equac¸a˜o da reta tangente a` curva do R3, σ(t) = (t,1− t2,1) no ponto (0,1,1). Soluc¸a˜o: A reta tangente a` curva no ponto σ(a) e´ dada pela seguinte parametrizac¸a˜o: r(λ ) = σ(a)+λσ ′(a), λ ∈ R. Como σ(a) = (0,1,1) e por outro lado σ(a) = (a,1−a2,1), igua- lando vetores, temos que a = 0 1−a2 = 1 1 = 1 , logo a = 0. Observe que σ ′(t) = (1,−2t,0). Assim, σ ′(0) = (1,0,0). Logo, a reta tangente a` curva e´ dada por r(λ ) = σ(0)+ λσ ′(0), λ ∈ R. Isto e´, r(λ ) = (0,1,1)+λ (1,0,0) = (λ ,1,1), λ ∈ R. 214 C E D E R J i i i i i i i i SE M A N A 14 2 M ´ O D U LO 2 Exercı´cio 14.7 Encontre a equac¸a˜o da reta tangente a` curva do R3 α(t) = (1 − 2t, t2, 2e2(t−1)) que e´ paralela a` reta r(s) = ( −1 2 − s, 1 2 + s, 1+2s ) . Soluc¸a˜o: A reta tangente a` curva no ponto α(a) e´ dada pela parame- trizac¸a˜o γ(λ ) = α(a)+λα ′(a), λ ∈ R Como a reta tangente e´ paralela a` reta r(s)= ( −1 2 − s, 1 2 + s,1+2s ) =( −1 2 , 1 2 ,1 ) + s(−1,1,2), temos que os vetores direc¸a˜o α ′(a) e (−1,1,2) sa˜o paralelos. Note que α ′(t)= (−2,2t,4e2(t−1)), logo α ′(a)= (−2,2a,4e2(a−1)). Assim, do paralelismo dos vetores α ′(a) e (−1,1,2), temos que (−2,2a,4e2(a−1)) = k(−1,1,2), para algum k ∈ R. Logo, −2 =−k 2a = k 4e2(a−1) = 2k de onde vem que k = 2, a = 1. Assim, temos que γ(λ ) = α(1) + λα ′(1), λ ∈ R. Portanto, γ(λ ) = (−1,1,2)+λ (−2,2,4) = (−1−2λ ,1+2λ ,2+4λ ), λ ∈R. Exercı´cio 14.8 Uma partı´cula move-se ao longo de uma he´lice circular no espac¸o, de modo que seu vetor posic¸a˜o no instante t e´ dado por ~r(t) = (4cospit)~i+(4senpit)~j+ t~k. Encontre: a. Os vetores velocidade e acelerac¸a˜o b. O mo´dulo da velocidade tambe´m chamado de velocidade escalar ou rapidez da partı´cula no instante t c. A velocidade, a acelerac¸a˜o, e o mo´dulo da velocidade no instante em que t = 16 Soluc¸a˜o: a. O vetor velocidade e´ ~v(t) =~r ′(t) = (4cos pit)′~i+(4senpit)′~j+1~k = (−4pi senpit)~i+ (4pi cospit)~j+1~k. C E D E R J 215 i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento O vetor acelerac¸a˜o e´ ~a(t) =~v ′(t) =~r ′′(t) = (−4pi sen pit)′~i+(4pi cospit)′ ~j+0~k = (−4pi2 cospit)~i+(−4pi2 senpit)~j b. A velocidade escalar no instante t e´ ‖~v(t)‖= √ (−4pi sen pit)2 +(4pi cospit)2 +(1)2 = √ 16pi2(sen2pit + cos2pit)+1 = √ 16pi2 +1 Observe que, neste caso, o valor e´ constante em qualquer ins- tante t. c. Os vetores velocidade e acelerac¸a˜o, e o mo´dulo da velocidade no instante em que t = 16: ~v ( 1 6 ) =~r ′ ( 1 6 ) = ( −4pi sen pi6 ) ~i+ ( 4pi cos pi6 ) ~j+1~k = ( −4pi 1 2 ) ~i+ ( 4pi √ 3 2 ) ~j+1~k = (−2pi)~i+(2pi√3)~j+1~k ~a ( 1 6 ) =~v ′ ( 1 6 ) =~r ′′ ( 1 6 ) = ( −4pi2 cos pi6 ) ~i+ ( −4pi2 sen pi6 ) ~j = ( −4pi2 √ 3 2 ) ~i+ ( −4pi2 1 2 ) ~j = (−2pi2√3)~i+(−2pi2)~j Da parte b, ou calculando diretamente, fica claro que∥∥∥∥~v ( 1 6 )∥∥∥∥=√16pi2 +1. Exercı´cio 14.9 Calcule as func¸o˜es derivadas das seguintes func¸o˜es vetoriais: a. α(t) = (t2+2, t2−3t) b. β (t) = (t cos2t,6sen3t) c. γ(t) = (senht,cosht, t2) (Aula 34 do caderno dida´tico, exercı´cio proposto no1: a, b e c, respectivamente) 216 C E D E R J i i i i i i i i SE M A N A 14 2 M ´ O D U LO 2 Soluc¸a˜o: a. α ′(t) = ((t2 +2)′,(t3−3t)′) = (2t,3t2−3) b. β ′(t)= ((t cos2t)′,(6sen 3t)′)= (t(−2sen 2t)+cos2t,18cos 3t) = (−2t sen2t + cos2t,18cos 3t) c. γ ′(t) = ((senh t)′,(cosh t)′,(t2)′) = (cosh t,senh t,2t) Exercı´cio 14.10 Determine o(s) ponto(s) onde a derivada das curvas dadas e´ igual ao vetor nulo. a. α(t) = (2t3+3t2−12t, t3−3t) b. β (t) = (3cos t + cos3t,3sen3t − sen3t), isto e´, β (t) = (3cos t + cos3t,2sen3t) (Aula 34 do caderno dida´tico, exercı´cio proposto no2: a e b, res- pectivamente) Soluc¸a˜o: a. Primeiro calculamos a func¸a˜o derivada de α α ′(t) = ((2t3 +3t2−12t)′,(t3−3t)′) = (6t2 +6t−12,3t2−3) Para que α ′(t) seja igual ao vetor nulo, as func¸o˜es coordenadas de α ′(t) devem ser, simultaneamente, iguais a zero. Isso nos da´ um sistema de equac¸o˜es:{ 6t2 +6t−12 = 0 3t2−3 = 0 ou { t2 + t−2 = 0 t2−1 = 0 Este sistema na˜o e´ difı´cil de ser resolvido, pois t2 + t−2 = 0 e t2− 1 = 0 se, e somente se, t = 1. Isto e´, α(1) = (2+ 3− 12, 1− 3) = (−7,−2) e´ o u´nico ponto onde a derivada da curva dada e´ o vetor nulo. b. Primeiro calculamos a func¸a˜o derivada de β β ′(t)= ((3cos t+cos3t)′,(2sen 3t)′)= (−3sen t−3sen3t,6cos 3t) Para que β ′(t) seja igual ao vetor nulo, as func¸o˜es coordenadas de β ′(t) devem ser, simultaneamente, iguais a zero. Isso nos da´ C E D E R J 217 i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento um sistema de equac¸o˜es:{ −3sen t−3sen3t = 0 6cos3t = 0 ou { −sen t− sen3t = 0 cos3t = 0 ou{ −sen(t) = sen3t (I) cos3t = 0 (II) (14.2) Para resolver a equac¸a˜o transcendental I, e por razo˜es dida´ticas, vamos trabalhar poretapas: comec¸amos esboc¸ando na Figura 14.7 o gra´fico de: y = sen t. y= tsen Figura 14.7 O gra´fico de: y = −sen t e´ obtido da func¸a˜o y = sen t por re- flexa˜o em torno do eixo t como mostrado na Figura 14.8. y= t-sen Figura 14.8 O gra´fico de y = sen3t mostrado na Figura 14.9 e´ uma func¸a˜o perio´dica com perı´odo 2pi3 e e´ obtido da func¸a˜o y = sen t por compressa˜o horizontal por um fator de 3. y= tsen 3 Figura 14.9 218 C E D E R J i i i i i i i i SE M A N A 14 2 M ´ O D U LO 2 Na Figura 14.10 esboc¸amos sobrepostos os gra´ficos de ditas func¸o˜es, descobrindo assim os pontos onde eles coincidem. y= tsen 3 y= t-sen Figura 14.10 Observe no intervalo [0,2pi] que as func¸o˜es y = sen3t e y = −sen t se interceptam em t = 0, pi 2 ,pi, 3pi 2 e 2pi . Pela pe- riodicidade das func¸o˜es podemos obter os outros pontos de R onde isto acontece. Por outro lado, a equac¸a˜o II tambe´m deve ser satisfeita. Va- mos trabalhar tambe´m em etapas: na Figura 14.11 esboc¸amos o gra´fico da func¸a˜o y = cos t. y= tcos Figura 14.11 Na Figura 14.12 mostramos o gra´fico da func¸a˜o y = cos3t no intervalo [0,2pi], que e´ obtido por compressa˜o horizontal por um fator de 3 da func¸a˜o y = cos t. Observe que a func¸a˜o y = cos3t e´ perio´dica com perı´odo 2pi3 . y= tcos 3 t Figura 14.12 C E D E R J 219 i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento Por outro lado, lembre-se que cos3t = 0 ⇔ 3t = pi 2 + kpi = pi 2 (2k+1) k ∈ Z ⇔ t = pi6 (2k+1) k ∈ Z. Assim, os pontos da forma t = pi6 (2k+1), k ∈ Z, sa˜o os pontos onde o gra´fico corta o eixo t. Observe que o sistema 14.2 sera´ satisfeito para os valores de t, onde as func¸o˜es y = −sen t e y= sen3t se interceptam e ao mesmo tempo o gra´fico da func¸a˜o y = cos3t corta o eixo t. Sobrepondo os 3 gra´ficos na Figura 14.13 para ver melhor os detalhes, temos: y= tsen 3y= tcos 3 y= t-sen Figura 14.13 Observamos que isso e´ verdade somente nos pontos da forma t = pi 2 e nos pontos da forma t = 3pi 2 . Ale´m disso, as func¸o˜es sa˜o perio´dicas enta˜o as soluc¸o˜es gerais do sistema 14.2 sera˜o: t = pi 2 +2kpi = pi 2 (4k+1) k ∈ Z ou t = 3pi 2 +2kpi = pi 2 (4k+3) k ∈ Z Conclusa˜o: o sistema −sen t = sen3t e cos 3t = 0 e´ satisfeito se, e somente se, t = pi 2 (4k+1), k ∈ Z ou t = pi 2 (4k+3), k ∈ Z. Assim, para k ∈ Z, β (pi 2 (4k+1) ) = ( 3cos (pi 2 (4k+1) ) + cos ( 3pi 2 (4k+1) ) , 2sen ( 3pi 2 (4k+1) )) = (0+0,2(−1)) = (0,−2) e β (pi 2 (4k+3) ) = ( 3cos (pi 2 (4k+3) ) + cos ( 3pi 2 (4k+3) ) , 2sen ( 3pi 2 (4k+3) )) = (0+0,2(1)) = (0,2), sa˜o os pontos onde a derivada da curva dada e´ o vetor nulo. 220 C E D E R J i i i i i i i i SE M A N A 14 2 M ´ O D U LO 2 Apenas como informac¸a˜o mostramos na Figura 14.14 o trac¸o da curva dada. Observe que os pontos onde a derivada e´ nula sa˜o justamente os pontos chamados cu´spides ou no´s. x y 4 -2 2 -4 Figura 14.14 Exercı´cio 14.11 Calcule uma equac¸a˜o parame´trica da reta tangente a`s curvas nos pontos indicados. No caso das curvas planas, encontre tambe´m uma equac¸a˜o cartesiana da reta. a. α(t) = (t2,3t +1) t = 1 b. β (t) = ( 1 t , t, t2 ) t =−1 c. δ (t) = (t,cost,sent) t = pi6 d. µ(t) = (sen3t,sen2t) t = pi 2 (Aula 34 do caderno dida´tico, exercı´cio proposto no 4: a, b, c e d, respectivamente) Soluc¸a˜o: a. α(t) = (t2,3t +1) t = 1 Note que α(t) e´ uma curva plana e que α ′(t) = (2t,3t). Se a reta l e´ tangente a` curva no ponto α(a), enta˜o uma parame- trizac¸a˜o para l sera´ da forma γ(λ ) = α(a) + λα ′(a), λ ∈ R. Neste caso a = 1, logo α(1) = (1,4) e α ′(1) = (2,3). Assim, uma parametrizac¸a˜o da reta tangente a` curva α(t) em t = 1 sera´ γ(λ ) = (x(λ ),y(λ )) = (1,4)+λ (2,3) λ ∈R. C E D E R J 221 i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento Para achar a equac¸a˜o cartesiana da reta l, temos que eliminar o paraˆmetro λ . Assim,{ x = 1+2λ y = 4+3λ λ ∈R⇒ x−1 2 = y−4 3 ⇒ 3(x−1) = 2(y−4) ⇒ 3x−2y+5 = 0. b. β (t) = ( 1 t , t, t2 ) t =−1 Note que β (t) e´ uma curva no espac¸o e que β ′(t)= ( − 1 t2 ,1,2t ) . Se a reta l e´ tangente a` curva no ponto β (a), enta˜o uma parame- trizac¸a˜o para l sera´ da forma γ(λ ) = β (a) + λβ ′(a), λ ∈ R. Neste caso a = −1, logo β (−1) = (−1,−1,1) e β ′(−1) = (−1,1,−2). Assim, uma parametrizac¸a˜o da reta tan- gente a` curva β (t) em t = −1 sera´ γ(λ ) = (−1,−1,1) + λ (−1,1,−2), λ ∈ R. c. δ = (t,cos t,sen t) t = pi6 Note que δ (t) e´ uma curva no espac¸o e que δ ′(t) = (1,−sen t, cos t). Se a reta l e´ tangente a` curva no ponto δ (a), enta˜o uma pa- rametrizac¸a˜o para l sera´ γ(λ ) = δ (a)+ λδ ′(a), λ ∈ R. Neste caso a = pi 6 , logo δ (pi 6 ) = (pi 6 ,cos pi 6 ,sen pi 6 ) = ( pi 6 , √ 3 2 , 1 2 ) e δ ′ (pi 6 ) = ( 1,−sen pi6 ,cos pi 6 ) = ( 1,−1 2 , √ 3 2 ) . Assim, uma parametrizac¸a˜o da reta tangente a` curva δ (t) em t = pi6 sera´ γ(λ ) = ( pi 6 , √ 3 2 , 1 2 ) +λ ( 1,−1 2 , √ 3 2 ) λ ∈ R. d. µ(t) = (sen3t,sen 2t) t = pi 2 Note que µ(t) e´ uma curva plana e que µ ′(t)= (3cos 3t,2cos 2t). Se a reta l e´ tangente a` curva no ponto α(a), enta˜o uma parame- trizac¸a˜o para l sera´ γ(λ ) = µ(a)+λ µ ′(a), λ ∈ R. Neste caso a = pi 2 , logo µ (pi 2 ) = ( sen3pi 2 ,sen2pi 2 ) = (−1,0) e µ ′ (pi 2 ) = ( 3cos 3pi 2 ,2cos 2pi 2 ) = (0,−2). Assim, uma para- metrizac¸a˜o da reta tangente a` curva µ(t) em t = pi 2 sera´ γ(λ ) = (x(λ ),y(λ )) = (−1,0)+λ (0,−2), λ ∈ R. 222 C E D E R J i i i i i i i i SE M A N A 14 2 M ´ O D U LO 2 Para achar a equac¸a˜o cartesiana da reta l, temos que eliminar o paraˆmetro λ . Assim, { x =−1+0λ y = 0−2λ λ ∈ R⇒ x = −1 e y =−2, λ ∈R. Ou seja, x esta´ fixado em −1, pore´m y percorre o conjunto dos nu´meros reais. Isto e´, a reta tangente a` curva µ(t) no ponto t = pi 2 e´ a reta vertical x =−1. Exercı´cio 14.12 Uma partı´cula se movimenta ao longo de uma curva plana C de tal maneira que a func¸a˜o posic¸a˜o do movimento da partı´cula e´ dada por α(t) = (3cost,3sent). Encontre: a. Os vetores velocidade e acelerac¸a˜o b. O mo´dulo da velocidade tambe´m chamado de velocidade escalar ou rapidez da partı´cula no instante t c. Os vetores velocidade e acelerac¸a˜o, e o mo´dulo da veloci- dade no instante em que t = pi3 Soluc¸a˜o: Lembre que α(t) = (3cos t,3sen t) = (3cos t)~i+(3sen t)~j. a. O vetor velocidade e´ ~v(t) = α ′(t) = (3cos t)′~i + (3sen t)′~j = (−3sen t)~i+(3cos t)~j. O vetor acelerac¸a˜o e´ ~a(t) =~v ′(t) = α ′′(t) = (−3sen t)′~i+(3cos t)′~j = (−3cos t)~i+ (−3sen t)~j. b. A velocidade escalar (em qualquer instante) e´ ‖~v(t)‖ = √ (−3sen t)2 +(3cos t)2 = √ 9(sen t2 + cos t2) = 3. c. Os vetores velocidade e acelerac¸a˜o, e o mo´dulo da velocidade no instante em que t = 13: ~v (pi 3 ) = ( −3sen pi 3 ) ~i+ ( 3cos pi 3 ) ~j = ( −3 √ 3 2 ) ~i+ ( 31 2 ) ~j = ( −3 √ 3 2 ) ~i+ ( 3 2 ) ~j C E D E R J 223 i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento ~a (pi 3 ) = ( −3cos pi3 ) ~i+ ( −3sen pi3 ) ~j= ( −31 2 ) ~i+ ( −3 √ 3 2 ) ~j = ( −3 2) ~i+ ( −3 √ 3 2 ) ~j Da parte b, ou calculando diretamente, e´ claro que∥∥∥~v(pi3 )∥∥∥= 3. � Note-se que as equac¸o˜es parame´tricas do Exercı´cio 14.12 sa˜o x = 3cos t e y = 3sen t. Eliminando o paraˆmetro t, ob- temos a equac¸a˜o em coordenadas cartesianas x2 + y2 = 9. Portanto, a curva e´ uma circunfereˆncia de raio 3 centrada na origem. Como o mo´dulo do vetor velocidade e´ cons- tante ( lembre que ‖~v(t)‖ = 3), mas a sua direc¸a˜o ~v(t) = (−3sen 5)~i+(3cos t)~j e´ varia´vel quando t cresce, segue que a partı´cula se desloca ao longo da circunfereˆncia com velocidade escalar constante. Exercı´cio 14.13 Uma partı´cula move-se atrave´s do espac¸o tridimensional, de tal forma que o vetor posic¸a˜o no instante t e´ dado por~r(t) = t~i+ t2~j+ t3~k. A imagem de~r e´ a curva chamada cu´bica torcida ou cu´bica retorcida. Determine: a. Os vetores velocidade e acelerac¸a˜o b. O mo´dulo da velocidade tambe´m chamado de velocidade escalar ou rapidez da partı´cula no instante t c. A velocidade, a acelerac¸a˜o, e o mo´dulo da velocidade no instante em que t = 1 Soluc¸a˜o: a. O vetor velocidade e´ ~v(t) =~r ′(t) = 1~i+2t~j+3t2~k. O vetor acelerac¸a˜o e´ ~a(t) =~v ′(t) =~r ′′(t) = 0~i+2~j+6t~k. b. A velocidade escalar no instante t e´ ‖~v(t)‖= √ (1)2 +(2t)2 +(3t2)2 = √ 1+4t2 +9t4. 224 C E D E R J i i i i i i i i SE M A N A 14 2 M ´ O D U LO 2 c. Os vetores velocidade e acelerac¸a˜o, e o mo´dulo da velocidade no instante em que t = 1: ~v(1) =~r ′(1) = 1~i+2~j+3~k ~a(1) =~v ′(1) =~r ′′(1) = 2~j+6~k ‖~v(1)‖ =√1+4+9 = ~14. Exercı´cio 14.14 Calcule as func¸o˜es derivadas das seguintes func¸o˜es vetoriais: a. α(t) = (ln(t2+1),arctg t) b. β (t) = (et cos t,et sen t) c. γ(t) = (t, ln(sec t), ln(sec t + tgt)) d. σ(t) = ( 2t 1+ t2 , 1− t2 1+ t2 ,1 ) Soluc¸a˜o: a. α ′(t) = ((ln(t2 +1))′,(arctg t)′) = ( 2t t2 +1 , 1 1+ t2 ) = 1 1+ t2 (2t,1) b. β ′(t) = ((et cos t)′,(et sen t)′) = (et(−sen t)+ et cos t,et sen t + et cos t) c. γ ′(t) = (t ′, [ln(sec t)]′, [ln(sec t + tgt)]′) = ( 1, sec t tgt sec t , sec t tg t + sec2t sec t + tgt ) = (1, tg t,sec t) d. σ ′(t) = (( 2t 1+ t2 )′ , ( 1− t2 1+ t2 )′ ,1′ ) = ( (1+ t2)2−2t(2t) (1+ t2)2 , (1+ t2)(−2t)− (1− t2)2t (1+ t2)2 ,0 ) = 2 ( 1− t2 (1+ t2)2 , −2t (1+ t2)2 ,0 ) C E D E R J 225 i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento Exercı´cio 14.15 Determine o(s) ponto(s) onde a derivada da curva dada e´ igual ao vetor nulo. β (t) = (3cos t + cos3t,3sent− sen3t). Soluc¸a˜o: Primeiro calculamos a func¸a˜o derivada de β β ′(t) = ((3cos t + cos3t)′,(3sen t− sen3t)′) = (−3sen t−3sen3t,3cos t−3cos3t) Para que β ′(t) seja igual ao vetor nulo, as func¸o˜es coordenadas de β ′(t) devem ser, simultaneamente, iguais a zero. Isso nos da´ um sistema de equac¸o˜es:{ −3sen t−3sen3t = 0 3cos t−3cos3t = 0 ou { −sen t− sen3t = 0 cos t− cos3t = 0 ou{ −sen(t) = sen3t (I) cos t = cos3t (II) (14.3) Para resolver a equac¸a˜o transcendental I, e por razo˜es dida´ticas, vamos trabalhar por etapas: comec¸amos esboc¸ando na Figura 14.15 o gra´fico de: y = sen t que e´ uma func¸a˜o perio´dica com perı´odo 2pi . y= tsen Figura 14.15 O gra´fico de: y = −sen t e´ obtido da func¸a˜o y = sen t por reflexa˜o em torno do eixo t como mostrado na Figura 14.16. y= t-sen Figura 14.16 226 C E D E R J i i i i i i i i SE M A N A 14 2 M ´ O D U LO 2 O gra´fico de y = sen 3t mostrado na Figura 14.17 e´ obtido da func¸a˜o y = sen t por compressa˜o horizontal por um fator de 3. Ob- serve que y = sen3t e´ uma func¸a˜o perio´dica com perı´odo 2pi 3 . y= tsen 3 Figura 14.17 Na Figura 14.18 esboc¸amos sobrepostos os gra´ficos de ditas func¸o˜es, descobrindo assim os pontos onde eles coincidem. y= tsen 3 y= t-sen Figura 14.18 Observe no intervalo [0,2pi] que as func¸o˜es y = sen 3t e y = −sen t se interceptam em t = 0, pi 2 ,pi e 3pi 2 . Pela periodicidade das func¸o˜es podemos obter os outros pontos de R onde isto acontece. Por outro lado, a equac¸a˜o II (vide (14.3) da pa´gina 225) tambe´m deve ser satisfeita. Vamos trabalhar tambe´m em etapas: na Figura 14.19 esboc¸amos o gra´fico da func¸a˜o y = cos t. y= tcos Figura 14.19 C E D E R J 227 i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento Na Figura 14.20 mostramos o gra´fico da func¸a˜o y = cos3t no intervalo [0,2pi], que e´ obtido por compressa˜o horizontal por um fator de 3 da func¸a˜o y = cos t. Observe que a func¸a˜o y = cos3t e´ perio´dica com perı´odo 2pi 3 . y= tcos 3 t Figura 14.20 Na Figura 14.21 esboc¸amos sobrepostos os gra´ficos de ditas fun- c¸o˜es, descobrindo assim os pontos onde eles coincidem. y= t cos 3 y= t cos Figura 14.21 Observe no intervalo [0,2pi] que as func¸o˜es y = cos3t e y = cos t se interceptam em t = 0, pi 2 ,pi e 3pi 2 . Pela periodicidade das func¸o˜es podemos obter os outros pontos de R onde isto acontece. Observe que o sistema 14.3 sera´ satisfeito para os valores de t onde as func¸o˜es y = −sen t e y = sen 3t se interceptam e ao mesmo tempo as func¸o˜es y = cos t e y = cos3t se interceptam. Observamos que isso e´ verdade somente nos pontos da forma t = 0, pi 2 ,pi e 3pi 2 . Ale´m disso, as func¸o˜es sa˜o perio´dicas. Enta˜o as soluc¸o˜es gerais do sistema 14.3 sera˜o da forma: t = 0+ 2kpi = 2kpi k∈Z, t = pi 2 +2kpi = pi 2 (4k+1) k∈Z, t = pi+2kpi = (2k+1)pi k ∈Z ou t = 3pi 2 +2kpi = pi 2 (4k+3) k ∈ Z. Conclusa˜o: o sistema 14.3 e´ satisfeito se, e somente se, t = 2kpi k ∈ Z ou t = pi 2 (4k + 1) k ∈ Z ou t = (2k + 1)pi k ∈ Z ou t = pi 2 (4k+3) k ∈ Z. 228 C E D E R J i i i i i i i i SE M A N A 14 2 M ´ O D U LO 2 Assim, para k ∈ Z, β (2kpi) = (3cos(2kpi)+ cos3(2kpi),3sen(2kpi)− sen3(2kpi)) = (3+1,0−0) = (4,0) β (pi 2 (4k+1) ) = ( 3cos (pi 2 (4k+1) ) + cos ( 3pi 2 (4k+1) ) , 3sen (pi 2 (4k+1) ) − sen ( 3pi 2 (4k+1) )) = (0+0,3(+1)− (−1)) = (0,4) β ((2k+1)pi) = (3cos((2k+1)pi)+ cos(3(2k+1)pi),3sen((2k +1)pi)− sen(3(2k+1)pi)) = (−3(−1)−1,0−0) = (−4,0) β (pi 2 (4k+3) ) = ( 3cos (pi 2 (4k+3) ) + cos ( 3pi 2 (4k+3) ) , 3sen (pi 2 (4k+3) ) − sen ( 3pi 2 (4k+3) )) = (0+0,3(−1)−1) = (0,−4). Assim, (4,0), (0,4), (−4,0) e (0,4) sa˜o os pontos onde a derivada da curva dada e´ o vetor nulo. Apenas como informac¸a˜o mostramos na Figura 14.22 o trac¸o da curva dada. Observe que os pontos onde a derivada e´ nula sa˜o justa- mente os pontos chamados de cu´spides ou no´s. x y -4 -4 4 4 Figura 14.22 C E D E R J 229 i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento Exercı´cio 14.16 Calcule uma equac¸a˜o parame´trica da reta tangente a`s curvas nos pontos indicados. No caso das curvas planas, encontre tambe´m uma equac¸a˜o cartesiana da reta. a. β (t) = (sent,sen(t + sen t)) t = 0 b. α(t) = (2sen2t,2sent) (√ 3,1 ) c. δ (θ) = (θ , ln(secθ), ln(secθ + tgθ)) θ = pi 4 Soluc¸a˜o: a. β (t) = (sen t,sen(t + sent)) t = 0 Note que β (t) e´ uma curva plana e que β ′(t) = (cos t, (1+ cos t)cos(t + sent)). Se a reta l e´ tangente a` curva no ponto β (a), enta˜o uma parame- trizac¸a˜o para l sera´ γ(λ ) = β (a)+λβ ′(a) λ ∈ R. Neste caso a = 0, logo β (0) = (sen0,sen(0 + sen 0)) = (0,0) e β ′(0) = (cos 0,(1+ cos 0)cos(0+ sen0))= (1,2). Assim, uma parametrizac¸a˜o da reta tangente a` curva β (t) em t = 0 sera´ γ(λ ) = (x(λ ),y(λ )) = (0,0)+λ (1,2) λ ∈R. Para achar a equac¸a˜o cartesiana da reta l, temos que eliminar o paraˆmetro λ . Assim, { x = 1λ y = 2λ λ ∈ R⇒ x = y 2 de onde y = 2x que e´ a equac¸a˜o cartesiana da reta l. b. α(t) = (2sen 2t,2sen t) (√ 3,1 ) Como ( √ 3,1) e´ um ponto da curva dada, enta˜o ( √ 3,1) ∈ α(t) para algum valor de t, isto e´, ( √ 3,1) = (2sen 2t,2sen t) para algum valor de t. Para saber qual e´ o valor de t que da´ lu- gar ao ponto dado podemos resolver o sistema 2sen 2t = √ 3 e 2sen t = 1. Logo sen2t = √ 3 2 e sen t = 1 2 , portanto t = pi 6 pois sen pi6 = 1 2 e sen2 (pi 6 ) = sen (pi 3 ) = √ 3 2 . Note-se que α(t) e´ uma curva plana e que α ′(t)= (4cos 2t,2cos t). Se a reta l e´ tangente a` curva dada no ponto α(a), enta˜o uma parametrizac¸a˜o para l sera´ da forma γ(λ ) = α(a) + λα ′(a) λ ∈ R. Neste caso a = pi6 , logo α (pi 6 ) = ( √ 3,1) e α ′ (pi 6 ) = ( 4cos 2 (pi 6 ) ,2cos pi 6 ) = ( 4 ( 1 2 ) ,2 √ 3 2 ) =(2, √ 3). 230 C E D E R J i i i i i i i i SE M A N A 14 2 M ´ O D U LO 2 Assim, uma parametrizac¸a˜o da reta tangente a` curva α(t) em t = pi 6 sera´ γ(λ ) = (x(λ ),y(λ )) = ( √ 3,1)+λ (2, √ 3) λ ∈R. Para achar a equac¸a˜o cartesiana da reta l, temos que eliminar o paraˆmetro λ . Assim,{ x = √ 3+2λ y = 1+ √ 3λ λ ∈ R⇒ x−√3 2 = y−1√ 3 ⇒ √ 3(x− √ 3) = 2(y−1)⇒√3x−2y−1 = 0 e´ a equac¸a˜o cartesiana da reta. c. δ (θ) = (θ , ln(secθ), ln(sec θ + tgθ)) θ = pi 4 Note-se que δ (θ) e´ uma curva no espac¸o e que δ ′(θ) = ( 1, secθ tgθ sec θ , secθ tgθ + sec2θ secθ + tgθ ) logo δ ′ (pi 4 ) = (1,1, √ 2). Se a reta l e´ tangente a` curva no ponto δ (a), enta˜o uma parame- trizac¸a˜o para l sera´ γ(λ ) = δ (a)+λδ ′(a) λ ∈ R. Neste caso a = pi 4 , logo δ (pi 4 ) = (pi 4 , ln ( sec pi 4 ) , ln ( sec pi 4 + tg pi 4 )) =( pi 4 , 1 2 ln2, ln( √ 2+1) ) . Assim, uma parametrizac¸a˜o da reta tangente a` curva δ (t) em t = pi 4 sera´ γ(λ ) = ( pi 4 , ln2 2 , ln( √ 2+1) ) +λ (1,1, √ 2) λ ∈ R. Exercı´cio 14.17 Uma partı´cula se movimenta ao longo de uma curva plana C de tal maneira que a func¸a˜o posic¸a˜o do movimento da partı´cula e´ dada por α(t) = (et ,e−t). Encontre: a. Os vetores velocidade e acelerac¸a˜o b. O mo´dulo da velocidade tambe´m chamado de velocidade escalar ou rapidez da partı´cula no instante t c. Os vetores velocidade e acelerac¸a˜o, e o mo´dulo da veloci- dade no instante em que t = 0 Soluc¸a˜o: Lembre-se que α(t) = (et ,e−t) = et~i+ e−t~j. a. O vetor velocidade e´ ~v(t) = α ′(t) = (et)′~i+(e−t)′~j = et~i− e−t~j. C E D E R J 231 i i i i i i i i Caderno de Ca´lculo II | Derivadas de Func¸o˜es Vetoriais. Aplicac¸o˜es ao Movimento O vetor acelerac¸a˜o e´ ~a(t) =~v ′(t) = α ′′(t) = (et)′~i− (e−t)′~j = et~i+ e−t~j. b. A velocidade escalar (em qualquer instante) e´ ‖~v(t)‖= √ (et)2 +(−e−t)2 = √ e2t + e−2t . c. Os vetores velocidade e acelerac¸a˜o, e o mo´dulo da velocidade no instante em que t = 0: ~v(0) = α ′(0) = e0~i− e−0~j =~i−~j ~a(0) =~v ′(0) = α ′′(0) = e0~i+ e−0~j =~i+~j Da parte b, ou calculando diretamente, e´ claro que ‖~v(0)‖=√2. Exercı´cio 14.18 Uma partı´cula move-se atrave´s do espac¸o tridimensional, de tal forma que o vetor posic¸a˜o no instante t e´ dado por~r(t) = t lnt~i+ t~j+ e−t~k. Determine: a. Os vetores velocidade e acelerac¸a˜o b. O mo´dulo da velocidade tambe´m chamado de velocidade escalar ou rapidez da partı´cula no instante t c. A velocidade, a acelerac¸a˜o, e o mo´dulo da velocidade no instante em que t = 1 Soluc¸a˜o: a. O vetor velocidade e´ ~v(t) =~r ′(t) = ( t 1 t + lnt ) ~i+1~j−e−t~k = (1+ ln t)~i+1~j−e−t~k O vetor acelerac¸a˜o e´ ~a(t) =~v ′(t) =~r ′′(t) = ( 1 t ) ~i+0~j+ e−t~k = ( 1 t ) ~i+ e−t~k b. A velocidade escalar no instante t e´ ‖~v(t)‖= √ (1+ lnt)2 +(1)2 +(−e−t)2 = √ (1+ lnt)2 +1+ e−2t = √ 1+2lnt +(lnt)2 +1+ e−2t = √ 2+2ln t +(lnt)2 + e−2t c. Os vetores velocidade e acelerac¸a˜o, e o mo´dulo da velocidade no instante em que t = 1: ~v(1) =~r ′(1) =~i+~j− e−1~k ~a(1) =~v ′(1) =~r ′′(1) =~i+0~j+ e−1~k =~i+ e−1~k ‖~v(1)‖= √ 2+ e−2. 232 C E D E R J
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