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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA 
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE 
JEFFERSON SALES DE MOURA 
 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE: 
PARTICIPAÇÃO, RECONHECIMENTO E VALORIZAÇÃO DE SABERES 
 
RESUMO 
O presente texto, busca por conceber uma sistematização dos princípios 
fundamentais da Educação Popular inserida no contexto da saúde, ao qual 
optou-se por problematizar algumas questões no que diz respeito a construção 
de um sistema público de saúde satisfatório, destacando sua relação com as 
principais ideias da Educação Popular. No delineamento de pensamentos, fica 
exposto um enfoque em contribuições provenientes do emprego de 
metodologias participativas e da valorização e reconhecimento dos saberes 
populares. Abordando também ideais de Paulo Freire, uma vez que estes são 
tidos como referência na Educação Popular. 
 
PALAVRAS CHAVES: Princípios Educação População, Educação Popular em 
Saúde, Participação Popular. 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
A Educação Popular em Saúde vem se consolidando como um mecanismo 
capaz de orientar reflexões e práticas no contexto da saúde, através do 
reconhecimento e da valorização saberes, estabelecendo uma perspectiva que 
extrapola o conhecimento técnico-cientifico. Nesse sentido a busca pelo diálogo 
é vista como elemento fundamental na ampliação e compreensão da uma 
concepção de mundo, reconhecendo desta forma, os valores, histórias e 
trajetórias dos sujeitos, de forma a consolidar ideias baseadas na construção 
coletiva. No contexto da saúde, uma ampliação de conceito é alvo de discursão 
há algum tempo, o que reforça a necessidade de incorporação de muitos dos 
princípios fundamentais da educação popular, incluindo algumas ideias 
pregados por Paulo Freire. 
No campo da saúde, apesar de existirem algumas iniciativas que pregam o 
respeito e a valorização participativa do sujeito como forma a promover sua 
autonomia na perspectiva de se alcançar um bem-estar relativizado, estes ainda 
são tidos como insuficientes ao considerarmos os princípios fundamentais da 
Educação Popular. Se observados os métodos pedagógicos empregados na 
formação da maioria dos profissionais de saúde, nota-se com facilidade a 
utilização de terminologias pautadas na instrução do sujeito que necessita de 
cuidados em saúde. A tentativa de “guiar” o sujeito, no sentido de encaixa-lo nas 
normativas do campo da saúde contrapõe a ideia de autonomia e 
reconhecimento de saberes, a qual está fundamentada a educação popular. 
Uma abordagem do chamado princípio da dialogicidade, que seria o diálogo 
posto em prática, tende a manifestar a expressividade da adoção de uma 
pedagogia crítico-reflexiva dentro de pensamentos coletivos. Uma vez que esta 
apresenta-se como instrumento como capaz de subsidiar discursões sobre a 
intermediação de conhecimentos populares, que muitas vezes são expressos 
em experiências e vivências. 
Superficialmente a ideia de abordar concepções freirenas como instrumento 
capaz de subsidiar discussões no campo da saúde pode parecer estranha, uma 
vez que este é um autor com muitas ideologias voltadas a educação. Porém, se 
analisarmos com um pouco de profundidade os pensamentos de Paulo Freire 
em uma abordagem de saúde, nos deparamos com a possibilidade de refletir 
através da crítica e com a necessidade de reconstrução de conceitos não 
consolidados, através de discursões instigadas na promoção do diálogo entre o 
conhecimento técnico-cientifico e o saber popular. 
O modelo tradicional de educação é tido por muitos autores como um modelo 
verticalizado e hierarquizado, ao qual o educador assume o papel de transmissor 
de informações enquanto o educando é tido como depositário, no sentido de 
acumular as informações que lhe foram transmitidas. Nesta perspectiva a 
submissão a este tipo de método reforça um conceito de educação atrelada a 
ideia de supremacia, que muitas vezes coloca o educando como indivíduo com 
inferiorizado diante seu desconhecimento em relação ao saber acadêmico-
científico. Porém muitas vezes cabe ao indivíduo se submeter uma vez que ainda 
hoje, para muitas pessoas, esse modelo é tido como o único meio de obtenção 
do saber. 
A valorização e o reconhecimento do “saber popular” na educação popular 
podem ser estabelecidos como peças fundamentais do quebra cabeça, tendo 
em vista que o conhecimento popular consolidado principalmente por meio do 
diálogo, ganha enfoque no âmbito do pensar coletivo. Sendo que o diálogo entre 
os sujeitos é visto como um meio de educação quase que incapaz de direciona-
los para alienações, tendo em vista o ambiente de discursão, onde estão 
inseridos seres pensantes com ideias distintos, fomentando também o ambiente 
discursivo. 
Muitos autores apontam o diálogo como peça fundamental, quando tratamos de 
educação popular em saúde, para isso designam alguns mecanismos que 
favoreçam o estabelecimento deste. Destes então, podemos citar a necessidade 
de motivações políticas e existenciais, a afetividade e o interesse pela 
coletividade, que emergem principalmente como instrumentos agregadores do 
convívio. Nesse contexto, o ato de conviver coletivamente encara como pré-
requisito um envolvimento social atrelado a um forte estabelecimento de vínculo, 
que dá ao indivíduo a capacidade de perceber aflições coletivas, o que possibilita 
a elaboração de políticas públicas mais condizentes com a realidade de cada 
sociedade. Desta forma, mais uma vez fica reforçada a necessidade de 
promoção da Educação Popular, como um instrumento capaz de transformar a 
saúde pública, de maneira que esta consiga atender as expectativas do cidadão 
enquanto contribuinte e usuário do sistema público de saúde. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A partir das ideias apresentadas, é possível notar o quão contributiva se mostra 
a proposta de Educação Popular no contexto da saúde, uma vez que esta abre 
um campo de diálogo entre o cidadão (enquanto usuário do sistema público de 
saúde) e os representantes deste serviço (seja enquanto profissionais ou 
enquanto poder público). Uma vez que esta consegue traduzir concepções que 
agregam saber popular ao conhecimento técnico científico, ao mesmo tempo de 
que promove ideais voltados a produções epistemológicas baseada na 
participatividade e coletividade, ao qual fica evidente a necessidade da 
valorização dos saberes, sem despreza-los. Surgindo neste contexto, como 
elemento essencial, a necessidade de construção de um sistema de saúde 
público eficiente e de qualidade, baseado principalmente nos interesses sociais. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
OLIVEIRA, Maria Waldenez. Educação popular e saúde. Revista de Educação 
Popular, v. 6, n. 1, 2007. Disponível em: < 
http://www.seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/19898 >. Acesso 05 
de julho de 2018. 
DAVID, Helena Maria Scherlowski Leal. Educação Popular e Saúde. Revista 
de APS, v. 14, n. 4, 2012. Disponível em: < 
https://aps.ufjf.emnuvens.com.br/aps/article/view/1829>. Acesso 05 de julho de 
2018. 
ALVIM, Neide Aparecida Titonelli; DE ASSUNÇÃO FERREIRA, Márcia. 
Perspectiva problematizadora da educação popular em saúde e a 
enfermagem. Texto & Contexto Enfermagem, v. 16, n. 2, p. 315-319, 2007. 
Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
07072007000200015&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso 06 de julho de 
2018. 
PAGANI, Rosani et al. Educação popular em saúde. 2016. Disponível em: <>. 
Acesso 06 de julho de 2018. 
MONTEIRO, Estela Maria Leite Meirelles. Educação popular em saúde. 2016. 
Disponível em: < 
https://ares.unasus.gov.br/acervo/bitstream/handle/ARES/3328/6educ_pop_sau
de_2016.pdf?sequence=1>. Acesso 06 de julhode 2018.