Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS COLÉGIO TÉCNICO SETOR DE ANÁLISES CLÍNICAS CURSO DE IMUNOLOGIA MÉTODO VDRL PARA DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DA SÍFILIS ALICE DE FREITAS CRISTINA SANTOS ESTHER FROIS ISABELA CONCEIÇÃO BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS, BRASIL AGOSTO, 2014 OBJETIVOS Pesquisar anticorpos não treponêmicos em soro para diagnóstico de sífilis, através do método qualitativo e titular soros positivos através do método semiquantitativo. METODOLOGIA Materiais utilizados Amostras de soros positivos (com titulações de 1:2, 1:64 e 1:128), suspensão antigênica, pipetas automáticas, ponteiras de 200 ul, tubos tipo Khan, placas de Kline, placa de microtitulação com fundo “U” e microscópio óptico. Teste Qualitativo Primeiramente, uma parte do soro positivo com titulação 2 foi separada para ser diluída 1:8. Para isso, pipetouse 10 ul da amostra e 70 ul de soro fisiológico (cloreto de sódio a 85º) em um tubo Khan, que então foi homogeneizado. Em seguida, pipetouse 50 ul do soro diluído em uma escavação da placa de Kline, e 50 ul do soro bruto em outra. Pipetouse então 20 ul da suspensão antigênica previamente agitada em cada escavação, e, a placa foi posteriormente agitada durante 5 minutos. Após a agitação, a placa foi levada ao microscópio, para ser analisada no aumento de 100x. Teste Semiquantitativo Primeiramente, os soros positivos com titulações 64 e 128 foram diluídos. Para isso, adicionouse 60 ul de soro fisiológico (cloreto de sódio a 85º) em duas fileiras de poços da placa de microtitulação. Em seguida, adicionouse 60 ul de cada soro no primeiro poço de cada fileira, e, prosseguiuse pipetando 60 ul do primeiro poço no segundo, e assim sucessivamente, até que ambos os soros estivessem diluídos em 1:2, 1:4, 1:8, 1:16, 1:32, 1:64, 1:128 e 1:256. Então, foram pipetados 50 ul de cada diluição dos soros nas escavações da placa de Kline, e, em seguida, foram adicionados 20 ul da suspensão antigênica previamente homogeneizada em cada escavação. As placas foram agitadas durante 5 minutos e então analisadas no microscópio no aumento de 100x. A titulações, ou, o inverso da maior diluição de cada soro que apresentou reatividade, foram anotadas e comparadas com as etiquetas dos tubos. RESULTADOS Teste qualitativo ● Após a colocar a placa de Kline no microscópio observouse se havia floculação no soro puro e diluído 1/8. ● No soro puro observouse que havia a presença de pequenos flocos no soro apresentado no campo. ● No soro diluído de 1/8 não foi observada floculação. Teste semiquantitativo ● A nova placa de Kline foi levada ao microscópio e observouse a floculação. ● Nos soros puros, foi observada a presença de grandes flocos que cobriam o campo quase que completamente. ● Na diluição de 1/2 em soro os soros foi possível visualizar a presença de grandes flocos que ocupavam o campo quase que totalmente. ● Na diluição de 1/4 a floculação diminuiu mas ainda se manteve alta. ● Na diluição de 1/8 ainda se observava flocos no campo entretanto, pareciam mais diluídos e melhor distribuídos no campo. ● Na diluição de 1/16 foi possível ver a floculação através dos flocos isolados e de grumos presentes no campo. ● Na diluição de 1/32 os flocos ainda eram observados mas mais espalhados que antes e um pouco mais finos. O soro de menor titulação apresentava flocos mais finos que o de maior titulação de forma que, se não fosse bem observado, poderia haver uma titulação incorreta. ● Na diluição de 1/64 o soro de título 64 apresentava flocos muito finos que se assemelhavam ao negativo mas pequenos grumos possibilitavam o resultado positivo. O soro de titulação apresentava focos mais grossos, mas não haviam grandes grumos no campo. ● Na diluição de 1/128 no soro de titulação 64 não haviam mais grumos ou flocos, o resultado se tornou negativo. No soro de titulação 128 foi observado pequenos grumos e flocos bem finos semelhantes aos observados na diluição de 1/64 do soro de titulação 1/64. ● Na diluição de 1/256 o resultado de ambas as amostras foi negativo não se observou flocos ou grumos nos campos. DISCUSSÃO No teste sorológico não treponêmico da Sífilis, o método qualitativo visa pesquisar a presença dos anticorpos inespecíficos na amostra, pela adição da suspensão antigênica no soro diluído e não diluído. A presença de grumos de aglutinação entre os antígenos e os anticorpos do paciente é considerado resultado positivo, pois indica que o paciente já esteve ou está em um quadro de infecção da sífilis. Depois, recorrese à diluição do soro para confirmação do resultado pelo método semiquantitativo. A diluição do soro neste primeiro método é necessário em quadros mais graves da Sífilis, já que o excesso de anticorpos pode provocar reações fortes, e portanto, podem afetar a reação de precipitação (efeito de prózona). Então, a diluição padronizada nos laboratórios pode minimizar as falhas nos resultados. Já quando o indivíduo é encontrado na janela imunológica (ou seja, no início da infecção, quando ainda não produziu os anticorpos), a quantidade mínima de anticorpos presentes na amostra pode dificultar a detecção dos anticorpos, e indicar um resultado falsonegativo para a sífilis. Em vista do resultado positivo ou negativo no método qualitativo, realizase posteriormente o teste semiquantitativo para confirmação do resultado. No teste semiquantitativo, a diluição dos soros permite saber uma quantidade estimada de anticorpos contra a cardiolipina. A diluição é feita para saber até que título a reação é vista, ou seja, até qual concentração de soro do paciente possui anticorpos, ou reaginas, para se ligarem às cardiolopinas. A importância do teste semiquantitativo dáse pela possibilidade de saber em que fase de infecção da sífilis o paciente se encontra e se o tratamento surtiu efeito, ou seja, ao longo do tempo o paciente diminui as reaginas, pois estas somente se apresentam quando o corpo está em contato com o Treponema pallidum . Outro fator importante é o bom custobenefício do teste, ele é fácil, barato e possui bom resultado, por também apresentar alta sensibilidade. Por isso, é a escolha inicial de muitos médicos. O teste somente qualitativo não é o indicado para ser feito no VDRL pois este pode apresentar reações cruzadas, por ser um teste nãotreponêmico. Até o título 8, ou seja, até a diluição de 1/8 podese considerar um resultado duvidoso, pois pode ser que a pessoa não esteja infectada mas o soro apresente floculação. Nesses casos é recomendado que o teste seja refeito ou que se faça o teste de FTABS, dependendo do quadroe histórico clinico do paciente. O soro utilizado na aula do teste semiquantitativo, possuía resultado positivo de titulação 64 e 128, logo é positivo e não intermediário. Ao contrário do soro utilizado no teste qualitativo, que apresentava titulação 1/2, que é considerado intermediário. Em relação às interpretações de resultado, o positivo é observado em períodos após a sífilis latente e antes da cura espontânea, se esta ocorrer. Já o intermediário pode ocorrer se a sífilis estiver na fase inicial ou devido à reação cruzada, por isso é recomendado que se refaça o teste. Por último, o resultado negativo é observado no período de janela imunológica, que consiste no período que o indivíduo se encontra infectado mas o sistema imune não reagiu ao treponema, ou devido à reação cruzada. CONCLUSÃO O VDRL é um teste importante na triagem do paciente com suspeita de sífilis, devido ao bom custobenefício. Na aula aqui descrita foram realizados os testes qualitativos e semiquantitativos, na qual foi observada a diferença entre a floculação positiva e negativa e como a se faz a diluição do soro do paciente para realizar a titulação do mesmo. Por isso, compreendese que a sífilis é uma doença com grande importancia médica e social, que deve ser diagnosticada, o tratamento é necessário e avaliar a efetividade do mesmo é fundamental para o paciente, ressaltando o VDRL como um teste muito útil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REIS, Jenner K. Diagnóstico sorológico da Sífilis: Método VDRL. 14 e 21 de ago. de 2014. 2 f. Notas de aula. Material impresso.
Compartilhar