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ECOSSISTEMA BUCAL

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Microbiologia Oral
ECOSSISTEMA BUCAL
As superfícies dos nossos organismos são habitadas por microrganismos (MOS), mesmo quando em estado de saúde. Esses MOS são influenciados por dois fatores:
 	Abióticos: constituídos pelo habitat. Representados pelas estruturas anatômicas, incluindo mucosas de revestimento, dentes, temperatura, umidade, potencial de oxirredução (Eh) e pH. 
 	Bióticos: constituído pelos MOS que vivem no habitat
POUCAS REGIÕES DO ORGANISMO NÃO APRESENTAM MOS – LARINGE, CÉREBRO E ORGÃOS INTERNOS.
Normalmente a microbiota se apresenta como um fato benéfico para o hospedeiro, mas em algumas situações pode acarretar efeitos prejudiciais.
Somente se estabelece MOS se possuir a capacidade de aderência às superfícies da cavidade bucal ou que, de alguma outra maneira, fique retido. Os mecanismos de retenção podem ser divididos em duas categorias:
	a) Adesiva – mecanismos que possibilitam que as bactérias tornam-se aderidas à superfície dos tecidos bucais. Ex: glicocálice, fímbrias, pilis, adesinas e camada de hidratação.
	b) Não Adesiva – mecanismos por retenção mecânica nas fossas, fissuras de dentes, lesões de cáries, sulco gengival, bolsa periodontal ou através de partículas alimentares como veículos.
 Os MOs podem ser classificados de acordo com sua atividade funcional em:
	a) Acidogênicos: Mos que elaboram ácidos a partir dos carboidratos. Ex: Lactobacilos e alguns estreptococos. Estão normalmente associados com a cárie.
 b) Acidúricos: Mos que sobrevivem em pH ácidos (toleram menos que 5,5) Ex: Lactobacilos, alguns estreptococos e leveduras.
c) Proteolíticos: Mos que utilizam proteínas para seu metabolismo. Ex: Prevotella melaninogenica, normalmente associados com DP.
De acordo com o potencial patogênico:
	a) Mos podem proliferar em áreas restritas e causar dano confinado ao local da infecção. Ex: cárie;
	b) Mos pode disseminar a infecção aos tecidos vizinhos. Ex: DP avançada (GUN);
 	c) Mos podem causar lesões a distância por bacteremia ou por produtos lançados à circulação linfática ou sanguínea. Ex: Endocardite bacteriana.
REGULAÇÃO E CONTROLE DA MICROBIOTA BUCAL
Os agentes responsáveis pela regulação podem ser divididos em fatores relacionados com o hospedeiro ( Endógenos e exógenos) e fatores relacionados com a microbiota.
Fatores ENDÓGENOS relacionados com o hospedeiro:
	a) Presença ou não de dente										1. Desdentados: predomina microbiota aeróbia
		2. Quando os dentes irrompem, numerosas áreas aparecem, principalmente as superfícies Inter proximais, o sulco gengival e as fissuras do esmalte – onde ocorrem variados graus de anaerobiose, favorecendo o crescimento de anaeróbios e das espiroquetas – lactobacilos e estreptococos;
 		3. Mos anaeróbios se instalam quando uma prótese total é colocada, devido à presença de regiões com baixa oxigenação na base interna da prótese.
 	b) Alterações nos dentes e mucosas
	Processo de cáries, aprofundamento do sulco gengival e em casos de inflamação – aumento do número de mos anaeróbios.
c) Descamação epitelial
	Células descamadas carregam os mos aderidos à sua superfície, em maior ou menor numero. OBS: Dentes não descamam.
d) Fluido gengival
	É um exsudato originário do plasma que atravessa o epitélio juncional e alcança o sulco gengival; 
Apresenta efeito de limpeza, pois remove bactérias não aderidas e partículas diminutas do sulco gengival para a cavidade bucal;
Contém vário fatores antimicrobianos, como imunoglobulinas (IgA, IgG, IgM), componentes do sistema complemento e leucócitos;
Em indivíduos saudáveis apresenta-se em quantidades menores, mas aumenta significativamente na presença de inflamação induzida pelo acúmulo de biofilme dentário.
e) Saliva
 	Composta principalmente por: potássio, cloreto de sódio, bicarbonato, cálcio, magnésio, fosfato, ureia, proteínas, amônia, ácido úrico, lisozima, glicose, IgA, amilase e colesterol; É enriquecida com células descamadas, restos de alimentos, leucócitos, componentes antibacterianos, anticorpos, microrganismos e seus produtos.
		1.Regula microbiota oral supragengival
		2.Presença de íons 
		3.Efeito tampão (pH) 
		4.Presença de anticorpos específicos e não específicos (lisozima, lactoferrina)
		5.Fonte primária de nutrientes para os Mos.
Fatores EXÓGENOS relacionados com o hospedeiro
	a) Dieta
 	O tipo de alimento afeta qualitativa e quantitativamente a microbiota bucal.
 	b) Fatores mecânicos 
	Boa higiene oral. Se houver um descuido, os restos alimentares começam a se depositar nas superfícies dentárias e mucosas levando a uma alta proliferação de MOS anaeróbios e proteolíticos, provocando um desequilíbrio na microbiota.
c) Fatores Químicos
	Uso de substâncias químicas como antibióticos, enzimas, antissépticos e fluoretos, entre outros, interferem na microbiota bucal.
Fatores relacionados com a microbiota
	a) Comensalismo: Uma espécie beneficiada, enquanto a outra não é afetada. 
b) Protocooperação: Benefício mutuo 
c) Mutualismo e simbiose: Relação benéfica bilateral obrigatória, onde os parceiros não conseguem viver isoladamente.
d) Sinergimo: Diversos mOs produzem juntos uma reação que não podem produzir isoladamente
e) Antiobiose ou amensalismo: Relação de antagonismo
f) Competição: Predominância da espécie melhor preparada biologicamente para aquele habitat
BIOFILME DENTÁRIO 
Classificação da Microbiota:
Residente/ Indígena – a que adquirimos logo quando nascemos. Quando alterada, prontamente se recompõe;
Suplementar – a que adquirimos no decorrer da vida. Podem aumentar, caso ocorra alterações no meio ambiente;
Transitória – são originários do meio ambiente e não se estabelecem de modo permanente na superfície do organismo. Não são considerados patógenos, mas se a microbiota residente alterar, podem proliferar e induzir doenças. 
Biofilme – Placa dentária > profilaxia
Calculo – tártaro – biofilme mineralizado > raspagem 
Os primeiros MOS habitarem a cavidade bucal após o nascimento: Neisseria, S. mitis e S. sanguis
Teorias:
Teoria da placa inespecífica: qualquer bactéria que se junta na cavidade oral, desenvolve um biofilme patogênico;
Teoria da placa específica: só causam doenças se as bactérias do biofilme forem patogênicas; 
Teoria da placa ecológica: combina elementos de ambas. A que melhor explica a etiologia microbiana de cárie e doença periodontal;
Teoria da placa exógena: a doença pode acontecer por microrganismos extracelulares.
Janela de infectividade: O termo se refere a um período em que há um aumento significativo do número de mOs, por conta do surgimento de novos habitats.
1º janela – início da erupção dentária até os 25 meses (6 meses até 2 anos)
	2º janela – erupção do primeiro molar permanente 
BIOFILME
O que é? Depósito microbiano constituído por bactérias envolvidas por uma matriz de polímeros extracelulares de origem bacteriana e produtos do sulco gengival e saliva.
Quais funções? Proporciona proteção contra os mecanismos de defesa do hospedeiro e proteção ante substâncias potencialmente tóxicas (ex: antibióticos).
Onde se encontra: O biofilme está localizado em superfícies sólidas como os dentes ou outras estruturas bucais como próteses, aparelhos ortodônticos, restaurações, superfície de implante ou calculo salivar (tártaro) 
Como é formado? A formação do biofilme é dividida em fases e se organizam sucessivamente: fixação – colonização – crescimento 
	1º Formação da película adquirida: que é uma biopelícula formada após a erupção dentária e é caracterizada como uma fina camada acelular que forma a base para a adesão dos microrganismos ; onde adere ao esmalte (podendo penetrar) e superfícies sólidas da boca; aparecem 15 minutos após a escovação;. Tem como função: adesão dos mOs através de adesinas, proteção do esmalte contra ácidos de origem bacteriana, relativa resistência à ação de abrasivo, reservatórios de íons protetores (flúor), influência na aderência de mOs bucais.
	2º Formação da comunidade pioneira: Caracteriza-se pela colonização primária (as bactérias dacavidade oral são atraídas para o dente e vão se ligar a película por meios de receptores específicos); 2h após a escovação: Neisseria e Estreptococos; A placa vai aumentando e se estruturando, onde o mos vão produzindo matriz extracelular (PEC) e novos compostos salivares vão também sendo depositados;
3º Formação da comunidade intermediaria: Tem um crescimento rápido; após 24h a microbiota torna-se mais complexa; cocos anaeróbios Gram - ; Actomyces anaeróbios estritos e facultativos; Após 3 dias – bastonetes anaeróbios gram – e fusiformes
4º formação da comunidade clímax: Crescimento do biofilme no sentido apical e com aumento da sua espessura; mOs anaeróbios, bastonetes Gram – e espiroquetas.
Quorum Sensig: Habilidade das bactérias e microcolônias comunicarem-se entre si.
Biossegurança 
Condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar e reduzir ou eliminar os riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana.
Rotas de contaminação
1) Paciente – Equipe odontológica: Contato direto e indireto (instrumentais, superfícies, mãos aerossóis)
2) Equipe – Paciente: mãos e fluídos respiratórios (RARO)
3) Paciente – Paciente: Via equipe – mãos contaminadas; via instrumentos e equipamentos 
Controle de infecção
	a) Barreiras Físicas: EPIs (Gorro, mascara, luva, óculos de proteção)
	b) Barreiras Imunológicas: vacinas
Classificação dos instrumentos 
Instrumentos críticos: De corte ou ponta que penetram nos tecidos sub-epiteliais; Ex: fórceps, descolador, limas endodônticas; obrigatoriamente devem ser esterilizados.
Instrumentos semicríticos: Entram em contato com a mucosa ou pele íntegra; Ex: moldeiras, espelhos, instrumentais para restaurações; podem ser desinfetados, mas quando possíveis esterilizados.
Instrumentos não críticos: Entram em contato apenas com a pele íntegra ou não entram em contato com o paciente; Ex: arco de Young, mufla; devem ser desinfetados.
Procedimentos
	a) Semicríticos – Saliva
	b) Críticos – Sangue 
Acidente com perfuro-cortantes: 
Medida a tomar: Iniciar a quimioprofilaxia, idealmente dentro das duas primeiras horas após o acidente, durante 4 semanas, podendo ser interrompida quando houver indicação. Além de fazer a coleta do material e um seguimento clinico do acidentado, bem como a análise do paciente. 
Conceitos
Esterilização – técnica utilizada para zerar o número de mOs. Ex: autoclave
Desinfecção – técnica que visa diminuir o número de mOS. Ex: Glutaraldeído, álcool 70%
Antissepsia – técnica de controle de mOs feita no paciente, local ou organismo que já foi infectado. Ex: Clodexidina 
 Assepsia – técnica utilizada para impedir a entrada de mOs patógenos nos organismos e prevenir infecções. Ex: assepsia das mãos.
PRÁTICAS 
Streptococcus MUTANS
	É uma espécie de bactéria Gram positiva com morfologia de cocos, pertencente ao gênero Streptococcus. É considerada acidúrico, Acidogênicos e possui o polissacarídeo extracelular, glucano, que favorece a sua aderência. 
Prática 01 – bochecho com fucsina 
	Comprovou-se a existência de biofilme dentário na cavidade oral, principalmente nas áreas retentivas, onde a higienização é de difícil acesso, e na língua, mesmo, havendo boa higienização bucal.

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