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FACULDADE DE DIREITO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM – FDCI
ALUNA: BRENDA COELHO DOS SANTOS – 9º PERÍODO
PROFESSOR: TICIANO PERIM
PROCESSO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE
Data: 16 de fevereiro de 2017.
1º BIMESTRE
PROCESSO DO TRABALHO
BIBLIOGRAFIA:
Manual ou Curso de Direito Processual do Trabalho. Autores Recomendados:
Prof. Manoel Teixeira Filho
Prof. Amaury Mascaro Nascimento
Prof. Sérgio Pinto Martins
Prof. Carlos Henrique Bezerra Leite
Prof. Mauro Schiavo
Prof. Renato Saraiva
TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO
- PREMISSAS CONCEITUAIS:
a) Conceito de Lide: Quando falamos de lide, falamos de conflito. Lide é um conceito pré- processual. Carnelutti desenvolve esse conceito de lide. No processo do trabalho, temos uma noção sistêmica pq ele é dividido em dois grandes grupos, são o que chamamos de dissídios, e esses dissídios são divididos nesses dois grupos: Dissídio Individual e Dissídio Coletivo do trabalho. O que é dissídio? Nada mais é do que sinônimo de lide. 
- Contextualizando: Lide é um conflito de interesse qualificado por uma pretensão¹ resistida² (discutida) e insatisfeita.
Pretensão¹: É a exigência de subordinação do direito alheio ao interesse próprio. É quando eu exijo que esse interesse seja subordinado ao meu próprio interesse. Aonde está essa pretensão no processo? Quem está no polo ativo. Essa exigência então é exteriorizada por meio de alguém, ou seja, que detém a pretensão é o autor, que no direito do trabalho recebe um nome especifico que é o reclamante. 
Como essa pretensão é exteriorizada? Dar-se por meio de uma petição inicial, que no processo do trabalho recebe um nome especifico, que é a RT - Reclamação Trabalhista. Onde topograficamente fica a pretensão na petição inicial? No pedido. Geralmente o reclamante é o empregado. A letra ‘e’ maiúscula (E) representa a força opressora, no caso, o empregador e a letra ‘e’ minúscula (e) representa o empregado.
Resistência²: É feita pelo réu que, no processo trabalhista é chamado de reclamado, e normalmente é a empresa. Como ela apresenta sua resistência? Como ela resiste a pretensão? Através da defesa. Quais delas? Primeiro pela contestação, depois exceção, depois reconvenção, temos mais defesas como a impugnação ao valor da causa entre outras defesas.
Nos domínios do processo do trabalho, na parte final da CLT não existe a expressão contestação, ela não menciona contestação nem reconvenção, a única expressão que ela menciona são as exceções. A defesa no processo do trabalho deveria ser oral, no momento da audiência e em 20 minutos, pq a CLT determina isso. Só que a praxe forense permite que o advogado apresente a defesa escrita, corporificada pela contestação. 
Não pode ter portarias internas que regule a CLT, normas procedimentais, é da União, então não pode obrigar que a defesa seja apresentada por meio do processo judicial eletrônico. Então a dificuldade com a informática não pode ser um óbice para a defesa, pq se não o judiciário fere o direito do acesso a justiça. Mas vc pode fazer a defesa oral, que é até mais interessante.
b) Conceito de Processo e Ação: Ação é o direito e o processo é a relação jurídica instrumental que se faz entre o Estado e as partes. Ação é o direito de vc ir ao judiciário e provocá-lo a sair da inércia. Processo é uma relação jurídica triangular (onde todos os sujeitos desta relação se inter-relacionam), o judiciário lhe diz o direito para resolução da lide.
c) Finalidade do processo de trabalho: Para que serve o processo do trabalho? O doutrinador Coqueijo Costa fala desse escopo dizendo que enquanto o direito como matéria busca a humanização, o processo do trabalho tem a finalidade de distribuir justiça, ou seja, busca-se uma justiça social, que é a função mais transcendental do Estado. 
Quando falamos disso, que é a égide do processo do trabalho, este não é feito com a mesma base do processo civil, pois o direito do trabalho objetiva distribuir justiça. De que forma? Ora, o empregado é a parte hipossuficiente nessa relação jurídica e o empregador é considerado a parte opressora, então o direito do trabalho é protetivo para beneficiar o empregado nessa relação, para dar-lhe igualdade, pq eles são desiguais. Precisamos de uma igualdade formal, por isso o direito do trabalho é protetivo, e tudo gira em torno da proteção ao empregado, pq a finalidade é distribuir justiça, distribuir dinheiro. Tirar de quem tem muito (empresas) para dar para quem tem pouco (empregados), é uma forma de equalização pq parte de uma relação de hipossuficiente.
d) Formas de Resolução de Conflitos: Temos três formas de resoluções de conflito: Auto-Defesa¹ tb chamado de Auto-Tutela, Auto-Composição² e a Hetero-Composição³, esta última se distingue em três modalidades (jurisdição, arbitragem e mediação).
AUTO-TUTELA OU AUTO-DEFESA¹: É um ato de defesa pessoal, não existe um terceiro, é utilizada por meio da força, não existe um terceiro intermediando. Como regra geral, ela é vedada pq ninguém pode fazer justiça com as próprias mãos. Excepcionalmente, o ordenamento jurídico permite isso. Quando é permitido? Os desforços necessários para conter o esbulho possessório, no código civil por exemplo; a legítima defesa no direito penal; no processo do trabalho temos o exercício regular do direito de greve, esta tb é uma forma de auto-tutela, de auto-defesa no processo do trabalho. A greve é permitida nos limites da lei de greve. Outra questão da greve que cai na OAB é a figura do Locaut, que é a greve do empregador. Isso é vedado pela lei de greve, quando o empregador fecha as portas. Outros exemplos de auto-defesa: O poder disciplinar do empregador, de aplicar advertências, de determinar as condições do trabalho e etc, a auto-tutela dos sindicatos, dentre outros.
AUTOCOMPOSIÇÃO²: Aqui não há o uso da força. As próprias partes vão se unir e vão compor o conflito, renunciando direitos para chegar a um acordo. Na auto-composição não existe terceiro, via de regra, e as partes irão acolher as propostas. O limite da autocomposição será o princípio da irrenunciabilidade do direito trabalhista, não pode renunciar as férias, o décimo terceiro... Esses direitos são irrenunciáveis. Na prática é renunciável sim, mas na teoria não. Exemplos de autocomposição: Acordos coletivos, convenções coletivas.
Diferença de acordo para convenção: O acordo é feito entre o sindicato e a empresa; A convença é feita entre os sindicatos. Outro exemplo é o da conciliação, chamado de acordos. A homologação de rescisão de trabalho prestado pelo sindicato não é autodefesa, nem auto composição, nem mesmo hetero-composição, é apenas um ajuste de contas pela demissão formalizada.
Obs: Homologação de rescisão de contrato feita pelo sindicato é apenas certificação de valores devidos, não é nenhuma forma de resolução de conflitos.
Existem dois tipos de Conciliação: A que pode acontecer dentro de um processo que é a conciliação intra-processual, que é o acordo feito dentro da justiça do trabalho e o juiz do trabalho é treinado tecnicamente para usar sua persuasão para induzir as partes a realizarem acordo. O acordo é muito estimulado na justiça do trabalho por causa da sua celeridade. 
A conciliação pode ser tb extraprocessual, ocorrem fora do processo. Esta última é chamada de Comissão de Conciliação Prévia - CCP, prevista nos artigos 625 ‘A’ a 625 ‘H’ da CLT. A conciliação pode ser intra ou extraprocessual, esta última é feita fora do processo e só é possível na CCP. Não pode ocorrer conciliação entre o empregador e empregado diretamente por exemplo, pq eles têm que passar pela CCP. A conciliação intra-processual tb é conhecida como conciliação judicial. A extraprocessual só é possível nas comissões de conciliações previas, que é fora do processo. 
Não podemos esquecer na hora da PROVA, que conciliação intra-processual sempre vai ser uma forma de hetero-composição na modalidade jusrisdição, essa é a regra geral, pq ela está sendo feita na justiça e tem um juiz homologando. 
Mas existe divergência, pois Bezerra leite traz uma diferençafalando que depende da tratativa do acordo, ou seja, se não teve a participação material/real do magistrado, apesar de ser dentro do processo, será considerada uma auto-composição, pq o juiz não persuadiu as partes no processo, mas se houve a participação do juiz efetivamente, vai ser uma hetero-composição, (essa é uma tese minoritária).
Data: 23 de fevereiro de 2016.
Conciliação extraprocessual e as CCP’S (Continuação):
As comissões de conciliações prévias (CCP), tem sua localização topográfica no código trabalho no artigo 625 A – H. O que são as CCP? Foram criadas a partir de 2000, quando foram introduzidas na CLT. Qual era a proposta das CCP’s? Tentar resolver os conflitos individuais trabalhistas. Não precisa ir na Justiça do Trabalho, vamos resolver o problema de forma rápida. Essa é a proposta, para se evitasse ir para a justiça do trabalho, pq foi uma forma de desafogar a justiça especializada e dar atenção às causas mais complexas e relevantes. 
A CCP é feita por representantes da empresa e do sindicato, em qualquer grupo de empresa pode ter a CCP, ela é formada de mesma quantidade de trabalhadores e mesma quantidade de representantes dos empregados e a proposta é tentar resolver os dissídios trabalhistas. Se vc tem uma CCP vc não poderia ir direto a justiça do trabalho, vc teria que passar primeiro por ela.
Se na localidade onde vc presta o serviço tiver as CCP’s vc deve passar por ela para depois vc entrar na Justiça do Trabalho, se não lograr êxito. Isso era obrigatório. As partes tinham que obrigatoriamente passar pela CCP, e não logrando êxito nessa conciliação iria para a justiça.
Temos dois posicionamentos: Do TST com relação ao caput do artigo 625 D, que diz que toda reclamação trabalhista deveria ser remetida a CCP se tivesse naquele local. O TST entendia que se vc não propusesse a sua reclamação trabalhista, o processo seria extinto, pq faltaria então uma condição da ação ou mesmo faltaria um pressuposto processual que seria a submissão previa a CCP. Por outro lado, o STF determinou interpretação conforme a CF para o artigo 625, dizendo que não é obrigado a submissão prévia a CCP e que isso fere o artigo 5º, XXXV que é o princípio da inafastabilidade da prestação da tutela jurisdicional tb conhecido como princípio do acesso à justiça.
Como o Supremo tomou essa decisão em sede de controle de constitucionalidade, e conforme a CF, a interpretação que prevalece e que só pode prevalecer é a do STF. Então o termo “será” que diz que é obrigatório, deve ser lido como ‘poderá’, ou seja, como uma faculdade, ou seja, é facultativo a passagem pela comissão de conciliação. O professor se filia a tese do TST.
ANÁLISE DOGMÁTICA DOS ARTIGO 625 DA CLT:
Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho.  
Parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
A- O parágrafo único nos informa que a CCP pode ser constituída por várias empresas ou por vários sindicatos.
Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas:   (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio, secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional; (incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes títulares; (incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. (incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
§ 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
§ 2º O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
B - Essa alínea fala da constituição das CCP’s. Paridade significa igualdade de pares. Só haverá uma reeleição. Umas das hipóteses de estabilidade é a CPP.
Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
C- Se vc quer advogar nas CCP’s vc vai dar uma consultoria para eles, por isso será lido o artigo 625 por inteiro e depois deverá ser lida a convenção ou acordo coletivo daquela categoria que é feita a CCP, pq se tiver alguma norma específica que vc não saiba estará ali dentro.
Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será (poderá) submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
§ 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a termo por qualquer dos membros da Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada pelo membro aos interessados. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
§ 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador declaração da tentativa conciliatória frustada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da Comissão, que devera ser juntada à eventual reclamação trabalhista. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
§ 3º Em caso de motivo relevante que impossibilite a observância do procedimento previsto no caput deste artigo, será a circunstância declarada na petição da ação intentada perante a Justiça do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
§ 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de empresa e Comissão sindical, o interessado optará por uma delas submeter a sua demanda, sendo competente aquela que primeiro conhecer do pedido. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
D- Não é só de natureza salarial, mas é tudo que decorre da natureza de trabalho. Lembrando que se submeter previamente às CCP’s, é uma faculdade e não mais uma obrigatoriedade conforme entendimento do STF. 
§1º: Até o § 4º dizem respeito à normas procedimentais, como vai ser o procedimento da CCP’s. A demanda pode ser feita oralmente ou por escrito quando for feita oralmente ela será reduzida a termo por qualquer um dos membros da comissão.
§2º: Grifar a declaração de tentativa frutada. Deve conter a descrição do objeto que no caso concreto não conseguiram se conciliar.
§3º: Qual é o procedimento previsto no caput? A submissão a CCP. Se isso não for possível por motivo relevante, será essa a circunstância declarada na petição intentada na justiça do trabalho, sob pena da inicial ser extinta.
§4º: Será competente a CPP que primeiro conhecer do pedido.
Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo empregador ou seu proposto e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia às partes. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
E- Se a conciliação for aceita, será feito um termo assinado pelo empregado, pelo empregador ou seu preposto. Um detalhe importante é que somente o empregador pode ser substituído por preposto, já o empregado tem que ir pessoalmente e não pode ser substituído por ninguém, pq o crédito trabalhista é dele.
§ único: Falada natureza do termo de conciliação que é título executivo extrajudicial. Não cumpriu o acordo é só executar na justiça do trabalho.
Eficácia Liberatória Geral: Sob todo objeto que vc está conciliando, ele vai liberar o empregado e o empregador das obrigações. Tudo o que foi conciliado ali, não poderá ser rediscutido na Justiça do Trabalho. A não ser que comprove dolo, fraude. 
A exceção está nas parcelas manifestas ressalvadas: Se as partes estão conciliando sobre férias, décimo terceiro, adicional de insalubridade e elas conseguiram resolver/conciliar dois desses assuntos, mas um não conseguiu, tem que ressalvar expressamente que sobre o 13º, por exemplo, os interessados não conseguiram conciliar. Se não a ideia é de que liberou tudo, de todas as obrigações.
Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado.  (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será fornecida, no último dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2º do art. 625-D. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
F- Se propormos a demanda, a CCP tem 10 dias para realizar a sessão de tentativa de conciliação. É um prazo pequeno
§ único: A declaração é a de tentativa frustrada. Como vc tem? Quando não se logra êxito ou quando passa o prazo de 10 dias, com o transcurso do prazo
Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F.  (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
G- O prazo prescricional para ir à justiça estará suspenso, ou seja, vc não vai perder os dois anos que vc tem para ajuizar a reclamação trabalhista. Vc não vai perder 10 dias de dois anos, então não fere o acesso à justiça. 
Art. 625-H. Aplicam-se aos Núcleos Intersindicais de Conciliação Trabalhista em funcionamento ou que vierem a ser criados, no que couber, as disposições previstas neste Título, desde que observados os princípios da paridade e da negociação coletiva na sua constituição. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
HETEROCOMPOSIÇÃO³:
Dentro das formas de resolução de conflito temos vimos na aula passa a Auto-Defesa¹ tb chamado de Auto-Tutela, Auto-Composição² e hoje veremos, por fim, a Hetero-Composição³:
A Hetero-Composição é a última forma de resolução de conflitos. Ela é subdividida em três espécies: Mediação, Arbitragem e Jurisdição.
Essa forma de resolução de conflitos é caracterizada por um terceiro. Esse terceiro é um terceiro supra partes, que hora vai auxiliar e hora vai impor a sua decisão. Quando esse terceiro supra partes (acima das partes) auxilia, estamos diante da mediação; Quando esse terceiro supra partes impõe a sua decisão sobre as partes, estaremos diante da arbitragem ou da jurisdição.
Mediação: O mediador na verdade vai fazer o quê? O instituto da mediação diferente do processo civil, no processo do trabalho é apenas para dissídios coletivos, não é para dissídios individuais. A figura do mediador geralmente vai ser escolhida pelo Ministério do Trabalho e do Emprego, este faz uma grande mediação. Temos uma pessoa no meio de uma mesa redonda, de um lado o sindicato dos trabalhadores e de outro o sindicato das empresas quem vai intermediar isso é o Ministério do Trabalho e do Emprego. Ele indica alguém para mediação. As partes fazem suas proposições, autor e réu propõe, e o mediador após ouvi-los, formula sua proposta e apresenta às partes que não são obrigadas a aceitar, elas podem recusá-las ou aceita-las integralmente ou parcialmente.
Arbitragem: O arbitro geralmente é especialista na área. A lei de arbitragem diz que os fundamentos de um laudo e sentença arbitral não precisam ter fundamento jurídico, pode ter bom senso para fundamentar. A decisão do árbitro impõe a vontade sobre as partes. É possível arbitragem em dissídio individual? A doutrina sinaliza para um lamento: Ela queria que realmente fosse possível arbitragem nos dissídios individuais, mas a regra é que não é admitido. Mas pq? Pq os dissídios individuais trabalhistas são patrimoniais, mas são direitos patrimoniais do trabalhador que ele não pode dispor. E a lei de arbitragem diz que só pode ser submetido ao direito arbitral os direitos disponíveis. Só pode estar sujeito à lei de arbitragem os direitos patrimoniais disponíveis. E os créditos trabalhistas são indisponíveis. Podem sim para dissídios coletivos.
Jurisdição: Falaremos no próximo semestre.
Data: 24 de fevereiro de 2017.
PRINCÍPIOS DO PROCESSO TRABALHO
Nos dão uma visão panorâmica de toda processualística do processo do trabalho.
PRINCIPIO DISPOSITIVO: Também chamado de princípio da demanda ou inércia. Esse princípio apregoa que a jurisdição é inerte e atua mediante provocação. Isso se aplica no processo civil, e na justiça trabalhista tb. Entretanto, há algumas exceções nos domínios do processo do trabalho afetas ao princípio do dispositivo. A primeira está prevista no artigo 856, artigo 878 e artigo 39 da CLT. Estes dispositivos trazem as exceções. 
1ª exceção: O primeiro artigo vislumbra a hipótese de, no caso de suspensão do trabalho, o presidente do TRT pode instaurar um dissídio coletivo de ofício se o presidente do TRT souber que no estado do ES está tendo suspensão do trabalho ele pode instaurar um dissídio coletivo para tentar resolver essa questão. Ele não precisa ser provocado pelo Ministério Público do Trabalho. Pode ser instaurado ex ofício pelo juiz, então é uma exceção ao princípio. Quem suspende o trabalho? O ‘E’ (ezão) que é o empregador que suspende o trabalho. Ora, se é o empregador que suspende o trabalho, isso constitui lokout que é vedado por lei. Lockout é greve avessa.
Questões para OAB e provas do SESP: As bancas tem admitido excepcionalmente que em caso de greve, o dissídio coletivo pode ser instaurado de ofício. Mas se na OAB vier escrito de acordo com a CLT, não pode. Lembrando que o empregado paralisa, o empregador suspende.
2ª Exceção: O artigo 878 da CLT: É a questão da execução trabalhista. Vimos que o processo civil não é mais independente, tem o processo de conhecimento, sentença e depois temos que executar a sentença, temos o cumprimento de sentença. Só que no processo do trabalho ainda prevalece a autonomia do processo de conhecimento e do processo de execução. Entretanto, a execução trabalhista pode ser iniciada ex oficio pelo juiz. Essa é outra possibilidade, outra exceção. Pq funciona como exceção para aqueles que entendem que a execução trabalhista é autônoma, para quem não entende assim não funciona.
3ª Exceção: Outro exemplo é o previsto no artigo 39 da CLT que fala da hipótese do Ministério do Trabalho estar julgando administrativamente um auto de infração que versa sobre a existência ou não de relação de emprego. Se versar sobre inexistência de relação de emprego, ele fala que o órgão deve sobrestar o feito ou seja, paralisar o julgamento do auto de infração e remeter diretamente a justiça do trabalho para que esta declare se existe ou não uma relação de emprego e depois dar prosseguimento. É uma exceção pq esses órgãos não possuem personalidade jurídica, então é uma mesma pessoa. Estaria atuando sem provocação. Para o professor é uma tese muito abstrata, e por isso tem provocação sim. Mas a doutrina coloca como exceção ao princípio da inércia.
PRINCÍPIO INQUISITIVO OU INQUISITÓRIO:
Esse princípio tb existe no processo civil, mas agora mais ‘ousado’. Esse princípio dá ao juiz a possibilidade de conduzir o processo e tomar decisões para a rápida resolução do processo. De impulsionar o processo e determinar quaisquer diligências para a resolução da lide. Isso torna o juiz do trabalho um super juiz, pq ele pode fazer o que quiser. O artigo 765 da CLT diz que:
 Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processoe velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.
O juiz do trabalho possui uma ampla liberdade. Isso faz com q o juiz do trabalho se sintam realmente deuses absolutos. Ele tem ampla liberdade para tomar as medidas que ele achar cabível. Ele tem ampla liberdade para dirigir o processo, como ele dirige o processo? Podendo determinar quaisquer diligências. Por isso eles são discricionários e arbitrários muitas vezes. O que é diligência? É qualquer ação que ele quiser fazer dentro do processo. Diligência é um termo genérico que abarca qualquer ideia.
Outro exemplo nesse sentido é ao artigo 852- D da CLT:
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.  
  
Traz a mesma ideia, é relacionado ao procedimento sumaríssimo. A parte final do artigo diz: Bem como podendo dar especial valoração a regras de experiência. O que é regra de experiência? Significa que o juiz pode julgar de acordo com o entendimento dele. Por isso que esses artigos geram um tanto quanto arbitrariedade. 
PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS:
Como já vimos no artigo 765 e 852 – D, a concentração dos atos processuais objetiva que a tutela jurisdicional seja prestada com celeridade. A celeridade é um princípio que está disperso em todos esses princípios que estamos estudando. Mas o princípio da concentração visa trazer a tutela jurisdicional mais célere por isso ele concentra atos processuais, o processo não é uma reiteração de atos processuais? Então, nesse caso especifico a concentração dos atos processuais vão se manifestar nisso. Vamos pegar um número ‘x’ de atos e vamos concentrar eles em um único evento. Esse evento nós chamamos de audiência. 
As audiências do processo de trabalho, portanto são exemplos clássicos do princípio da concentração. Alguns atos concentrados dentro da audiência: Leitura da reclamação trabalhista, primeira proposta de conciliação, apresentação da defesa pelo reclamado, instrução probatória, protesto nos autos, decisões incidentais no curso da audiência pelo juiz do trabalho de plano, razões finais, apresentação de segunda proposta para conciliação e ainda prolação de sentença. São vários atos processuais condensados em único momento. Com relação a isso temos que observar que existem duas grandes audiências no processo do trabalho: 
A primeira é do procedimento comum ordinário – Artigo 849 da CLT;
A segunda é a do procedimento sumaríssimo – Artigo 852-A. 
Aqui vale constar que no procedimento comum ordinário, a regra geral é que de acordo com o que diz no artigo, o processo comum ordinário é para causas acima de 40 salários. No sumaríssimo é acima de 2 e até 40 salários mínimos. Mas no procedimento comum ordinário diz que a audiência será contínua, e ao final diz que pode ser fracionada se houver motivo de força maior. O que é força maior? Na prática é quando o juiz quer acabar com a audiência. Força maior abarca várias hipóteses. 
No procedimento comum ordinário que é o mais longo da justiça do trabalho, a lei diz que audiência é continua, então vamos concentrar todos os atos numa única audiência, se não for possível vamos fragmentá-la, é um exemplo de concentração dos atos, mas no final, excepcionalmente ela pode ser fragmentada. Audiência contínua é pq ela tem continuação, entretanto ela pode ser fracionada em caso de força maior, na praxe fraciona como? Em três audiências: 
A primeira é a audiência que chamamos de CONCILIAÇÃO;
A segunda audiência será a AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO;
A última é AUDIÊNCIA DE JULGAMENTO.
Na audiência de conciliação vai ser feita a proposta de conciliação, na de instrução vc tb faz proposta de conciliação e na de julgamento tb. Pq a conciliação é bem vinda a qualquer momento no processo do trabalho.
A audiência 2 e 3 são chamadas de audiência em prosseguimento, hoje essa é a regra. 
No procedimento sumaríssimo, a lei diz expressamente que a audiência será ÚNICA. Todos os atos processuais devem ocorrer na audiência. Não são todos os processuais do processo.
Os dois exemplos, são exemplos de concentração dos atos processuais, mais evidente é do procedimento sumaríssimo com previsão expressa.
PRINCÍPIO DA ORALIDADE:
Esse princípio, diz que é possível praticar atos processuais de forma oral. Exemplos: reclamação trabalhista, pode ser feita oralmente, assim como a apresentação da defesa, a contestação não precisa ser escrita, ela tb pode ser oral feita em vinte minutos. A formulação da primeira e da segunda proposta de conciliação feita pelo juiz no procedimento comum ordinário, tb pode ser feita de forma oral. As razões finais tb podem ser feitas oralmente. E também o artigo 795 que é o protesto nos autos. O que é isso? O artigo diz o seguinte:
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.
Isso significa que quando a nulidade surge no processo, na audiência vc tem que falar “Excelência quero protestar e consignar isso em ata.” Se não fizer isso, preclui a matéria e vc não poderá arguir isso depois. Assim que se argui nulidade.
Artigos dos exemplos: 846, 847, 848, 850 e 795 da CLT.
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ:
Esse princípio não é uma foto 3x4 do juiz. Ele corrobora a ideia de que o juiz que colhe a prova é o mesmo que deve sentenciar. Existem exceções da processualística civil: Em caso de férias, de substituição de juiz e outras hipóteses do CPC e CPP. O princípio, portanto, sistematiza essa ideia: O juiz que colhe a prova é o juiz que profere a sentença/decisão. 
Até 2012, tinha a vigência da súmula 136, mas foi cancelada pelo TST que fala que não se aplica o princípio da identidade física do juiz no processo do trabalho, pq até o ano de 99 ainda não tinha vara do trabalho, pq existiam as chamadas Juntas de Conciliação e Julgamento que eram compostas por três membros: o primeiro era um juiz do trabalho, depois tínhamos os juízes classistas pq eles representavam classes do empregador e do empregado. Esse grupo compunha a Junta de Conciliação e Julgamento. 
Geralmente quem colhia as provas eram os juízes dispersados (classistas), mas sempre quem tinha que sentenciar era o juiz do trabalho. Por isso o princípio de hoje não era aplicado na justiça do trabalho. Entretanto, sobreveio a Ec 24/89 que suprimiu a representação classista, acabando com esse juízo coletivo no primeiro grau de jurisdição. A maioria desses juízes classistas eram leigos e despreparados. 
Com esse fim foi criado as varas do direito do trabalho em 99. Por isso que até àquela época esse princípio não se aplicava nos domínios do processo do trabalho. Só que o TST só cancelou isso em 2012. Então a súmula 136 foi cancelada, e por isso esse princípio passou a ser aplicado, apesar da súmula 222 do STF falar que não se aplica às Juntas de Conciliação e Julgamento esse princípio. Como essas juntas não existem mais, essa súmula está obsoleta e não prospera. O entendimento dominante é que atualmente o princípio da identidade física do juiz aplica-se a nos domínios do processo trabalho.
PRINCIPIO DA IMEDIAÇÃO OU IMEDIATIDADE:
Esse princípio dá ao juiz a possibilidade de ter o contato direto com as partes, com as provas, perícias e até mesmo com a própria coisa litigiosa, tudo isso para formar seu convencimento e esclarecer a lide. Esse princípio é essencial. É o contato imediato e direto do juiz com as partes, com as provas para resolver a lide. Ex: Reinquirição de testemunhas (art. 820 da CLT) se o juiz não tiver satisfeito com o testemunho da primeira testemunha ele poderá requerer novamente. Se ele quiser suspender a audiência para fazer a inspeção judicial na empresa ele pode fazer. Tudoisso para formar seu convencimento.
Próxima aula: Principio da irrecorribilidade.
Data: 02 de março de 2017.
PRINCIPIO DA IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS:
Ele é típico está na parte recursal, e ele tem caído muito nas provas da magistratura do trabalho. Inicialmente ele pode vir com esse nome ou princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias. O mais correto é este último termo, pq é mais técnico.
Esse princípio nos informa que uma decisão interlocutória na justiça do trabalho é irrecorrível. Naquele momento vc não pode recorrer imediatamente. No processo civil cabe agravo de uma decisão interlocutória. Mas no processo do trabalho isso não existe, não pode agravar como existe na processualística civil, isso não é possível. O agravo de instrumento no processo do trabalho existe para uma única decisão especifica e vamos estuda-la posteriormente. E temos tb o agravo de petição que ocorre no bojo da petição trabalhista que tb estudaremos depois. 
Mas esse princípio nos diz que decisões interlocutórias momentaneamente são irrecorríveis. Se vier uma decisão interlocutória o que vc faz? “Senta e chora”.
Os atos dos magistrados continuam sendo os mesmos: Despachos, decisões interlocutórias e sentenças. O que é uma decisão interlocutória? É qualquer decisão que resolve questões incidentais no curso do processo. É a decisão do juiz que resolve questão incidental no curso do processo, ela não é uma decisão terminativa pq não tem força de sentença, mas ocorre ao longo de uma relação processual. 
Para vc manifestar sua irresignação vc faz o chamado protesto nos autos, vc pede para constar na ata da audiência a sua indignação. Isso caso o juiz profira uma decisão interlocutória que por exemplo, indefira uma oitiva de testemunhas. Aí vc pede para o escrivão reduzir isso a termo, o que é chamado de protesto nos autos, é só pedir para consignar isso a termo (em ata) pq o Senhor Juiz indeferiu a juntada de um documento, ou pq indeferiu o requerimento para uma perícia. 
Vc pode agravar dessas decisões? Não, pq as questões incidentais no curso do processo são resolvidas diretamente pelo juízo da causa, cabendo sua apreciação apenas quando vier a prolação da sentença, quando vc interpõe recurso ordinário no prazo de 8 dias para o TRT. Não existe apelação no processo do trabalho. Nas razões do R.O (recurso ordinário) é que vc suscita as decisões interlocutórias, o protesto consignado em ata e os prejuízos que vc teve. Isso ocorre em recurso da decisão definitiva. Então as questões incidentais são resolvidas de plano pelo juízo, cabendo apreciação somente em razão da decisão de piso, quando se interpõe recurso ordinário. 
Para reformar a decisão interlocutória, naquele momento vc não pode, mas se vc protestar, quando sobrevier a sentença vc vai trazer as questões incidentais protestadas no recurso ordinário em razão da sentença definitiva. Isso está no artigo 893, §1º da CLT:
§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva. 
Entretanto, existem três exceções à esse princípio, onde pode-se recorrer imediatamente. Súmula 214 do TST:
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
1ª Exceção: Pode recorrer imediatamente quando a decisão for contrária à Súmula ou OJ (Orientação Jurisprudencial) do Tribunal Superior do Trabalho. Grifar TST na súmula. Com o novo CPC, com incidente de demandas repetitivas, com a força dos precedentes, essa súmula provavelmente será reformulada, pq e se a decisão interlocutória for contrária à súmula do STF ou do STJ? Não vai caber recurso imediato nesse caso? Com o novo CPC parece que as súmulas do Supremo e do STJ deverão ser observadas quando forjarem precedentes e jurisprudências dominantes desses tribunais. Porém de acordo com a súmula em análise, somente súmulas ou OJ do TST se forem contrariadas, a decisão será passível de recurso.
O TST pode formular Súmulas ou OJ’s. O que significa OJ? São as chamadas Orientações Jurisprudências, as SDI formam OJ que é o entendimento fracionado do TST, não é um entendimento absoluto. Mas já é um posicionamento quase dominante. As OJ funcionam como mini súmulas. 
Então quando a decisão for contrária a Súmula ou OJ do TST, cabe recurso imediato desta decisão interlocutória.
2ª Exceção: Quando essa decisão interlocutória for suscetível de impugnação pelo mesmo TRT: É o caso de se observar os Regimentos Internos dos Tribunais Regionais do Trabalho. Como vc opera isso? Se vc milita no ES, conheça o regimento interno do TRT do ES, pq assim vc saberá se cabe recurso específico dos Tribunais, chamados de agravos regimentais, isso pq ele não está previsto na CLT, mas sim no regimento interno de cada TRT. Por isso tb é chamado de agravo de regimento interno.
3ª Exceção: É a mais importante, (ler a alínea C da Súmula 214). Para entender vamos dar dois exemplos:
1º Exemplo: Vamos imaginar que estamos no ES e estamos no nosso TRT, que é da 17ª região, o advogado propôs a reclamação trabalhista de seu cliente e ajuizou na vara daqui de Cachoeiro. Entretanto, vc como advogado “comeu mosca”, pq deveria ter ajuizado a reclamação na vara de trabalho de Vitória, e aí a parte adversa (reclamada) ao apresentar sua defesa, propôs a exceção de incompetência territorial, e o juiz reconheceu que realmente era incompetente para julgar aquela causa, por isso remeteu o processo para a vara do trabalho de Vitória. A decisão que o juiz proferiu reconhecendo sua incompetência, é uma decisão interlocutória. Pergunta-se: Contra essa decisão cabe recurso? Não, pode até protestar, mas não vai dar certo. Então não cabe recurso da decisão interlocutória que acolhe a incompetência territorial, quando os autos são remetidos para o mesmo Tribunal Regional (mesmo estado).
2º Exemplo: Vamos imaginar agora, que estamos falando do Tribunal Regional do RJ e vc propôs a ação na vara do trabalho de Cachoeiro, entretanto o foro competente é em Campos dos Goitacazes, vc deveria ter proposto a ação lá. A reclamada ao apresentar defesa em audiência, apresenta a exceção de incompetência, o juiz se julga incompetente para processar e julgar a demanda e remete os autos do processo para a vara do trabalho do RJ. Isso é uma decisão interlocutória, porém ela é terminativa de feito, conforme o artigo 799, §2º da CLT. A situação é a mesma, a questão é que o juiz agora remeteu os autos para outro estado. Vc saiu da jurisdição regional de um estado (que no exemplo é o ES) e está remetendo para a jurisdição de outro TRT, por isso a doutrina e a jurisprudência entende que isso termina o feito na jurisdição desse TRT, por isso somente contra essa decisão específica, cabe recurso imediato, que é na hipótese de decisão terminativa de feito.
Dessa decisão interlocutória terminativa de feito caberá recurso ordinário. Mas para onde? Quem analisa? Vai ser o 17º TRT do ES.
PRINCIPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA:
Quando se fala desses dois princípios a primeira dúvida é:	Qual decorre de qual? O contraditório decorre da ampla defesa ou o inverso? Qual a real distinção entre eles? Hoje vige a ideia do contraditório substancial que é diferente do contraditório normal. 
O CONTRADITÓRIO é feito de um binômio, ou seja, possui dois pressupostos: ciência/conhecimento e manifestação. Hoje o conceito de processo é muito mais sintético.De acordo com o neo-constitucionalismo, processo é o procedimento em contraditório. O que faz o juiz determinar a citação das partes, determinar a intimação das partes para a prática de qualquer ato é o contraditório, é para que elas tomem ciência dos atos. No caso da justiça do trabalho são as notificações. 
As partes depois que tomarem conhecimento de um ato processual, elas irão se MANIFESTAR, seja concordando com o ato, discordando em parte ou discordando totalmente. Da sua manifestação surge o que chamamos AMPLA DEFESA que é utilizar todos os meios de prova admitidas em direito para utilizar em sua defesa/manifestação. São todos os meios jurídicos admitidos, que se não confunde com o princípio da plenitude do direito de defesa. Este só vige no tribunal do júri, e vc pode utilizar várias teses, inclusive argumentos de direito e tb que não sejam jurídicos, como a emoção, a retórica, persuasão, com a finalidade de produzir uma absolvição.
Princípio do Contraditório Substancial: Não é só dar conhecimento e manifestação, mas sim a real possibilidade de as partes influenciarem o magistrado na construção de uma decisão para que eles não sejam pegos de surpresa. É quando as partes se manifestam para que todos não sejam pegos de surpresa, quando reclamante e reclamado influenciem diretamente na prolação da decisão judicial. Temos a vigência desse princípio na justiça do trabalho, mas com algumas limitações.
PRINCIPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ:
O juiz deve ser imparcial, natural. Para garantir isso temos as apresentações das exceções que não são mais feitas em peças distintas, agora elas são feitas no próprio corpo da contestação de acordo com o NCPC. No processo do trabalho veremos como será. Temos as exceções de impedimentos e de suspeição que são as exceções primordiais que ganham tônica dentro da processualística do trabalho.
PRINCIPIO DA CONCILIAÇÃO:
Esse princípio é muito importante no processo do trabalho. Quando falamos desse princípio temos que entender que estamos falando de uma conciliação que vai se dar no bojo do processo. Que ocorre notadamente intra-processo, dentro da relação jurídica processual. 
A conciliação no processo do trabalho sempre será bem-vinda, pq ela é possível em qualquer momento, em qualquer fase do processo. Juiz proferiu a sentença, pode vir conciliação depois? Pode. Eu estou interpondo recurso da sentença, poderá vir acordo nesse período? Sim. Estou executando, pode sobrevir acordo? Sim. Ou seja, ela pode acontecer em qualquer tempo e fase do processo. Então a conciliação é bem-vinda a qualquer tempo e a qualquer momento. 
Essa conciliação sempre deve observar o princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, o que impõe certos limites. Esse acordo/termo é irrecorrível. Contra o acordo não cabe recurso para as partes que os celebraram. Se reclamante e reclamado fizeram acordo na justiça do trabalho eles não poderão recorrer. Não cabe a interposição de nenhum recurso, se quisermos impugná-lo podemos apenas por meio do corte rescisório (ação rescisória). O termo de acordo é irrecorrível, mas não é impugnável, pode impugnar por meio de uma ação rescisória que não se confunde com recurso, é ação autônoma que se volta para desconstituir a coisa julgada.
Podemos impugnar no prazo decadencial de dois anos, que é o prazo para a propositura da ação rescisória, caso de dolo, coação, os vícios do negócio jurídico. Se eu coloquei no acordo que 50% do montante será pago à vista, na data tal, e os outros 50% serão parcelados em tantas vezes no dia tal, se a parte devedora não pagar a segunda parcela, vc pode executar diretamente na justiça do trabalho, pq o acordo constitui título executivo judicial. Nesse caso específico, ele é termo irrecorrível só pode ser impugnado pelas partes em caso da ação rescisória SALVO com relação as parcelas previdenciárias que lhe são devidas do INSS. Essa é a única exceção. Pq? Pq na vc vai até a Justiça do Trabalho para reivindicar verbas de natureza salarial, por isso quando se faz acordo vc vai ter que discriminar a natureza das parcelas. Temos que falar o que é de natureza salarial e que é de natureza indenizatória, isso pq o INSS irá recair apenas sobre a parcela de natureza salarial. 
O INSS é notificado desses acordos? Dever ser notificado sim, mas se chega ao conhecimento dele é outro caso. Se tiverem conhecimento, eles poderão recorrer mediante Recurso Ordinário, mas apenas para pleitear as parcelas que lhe são devidas. Se as parcelas estão no valor de 100 mil reais por exemplo, sendo que 10 mil reais são de natureza salarial e 90 mil de natureza indenizatória. Pq do seu salário uma parte vai para o INSS, e como o acordo tem natureza salarial temos que distinguir. O INSS pode falar que a base de cálculo está errada, e impugnar a base de cálculo, que é o elemento quantificador do fato gerador. O INSS vai discutir a base de cálculo desse acordo e pedir o remanejo. Se não distinguir, o INSS vai recair sobre o valor total, no caso os 100 mil reais, desse caso hipotético.
Como citamos anteriormente, a conciliação é bem-vinda em qualquer fase, entretanto, no procedimento comum ordinário e sumaríssimo a lei fixa momentos obrigatórios e o juiz tem que propor se o juiz não propor a audiência poderá ter nulidade. 
No procedimento comum ordinário, primeiro deve ser feita a proposta quando for iniciada a audiência. O segundo momento, será após as razões finais, antes da sentença. Se não for feito é passível de nulidade. É a primeira coisa que o juiz tem que falar quando as partes sentam: “Tem acordo?” 
No procedimento sumaríssimo não há fixação específica para ocorrer a conciliação, mas a lei diz que iniciada a audiência o juiz esclarecerá as vantagens da conciliação que poderá ser proposta a qualquer momento.
Artigos que estudamos hoje: artigo 831, §único, art. 764, §1º e §3º, artigos 846 e 850, artigo 852 e Súmula 259 do TST.
Próxima aula: Jus Postuladi
Data: 03 de março de 2016.
PRINCIPIO DO JUS POSTULANDI
A ideia precípua seria a possibilidade de vc postular em juízo sem advogado. Como equalizamos isso? A consolidação das leis do trabalho é de 43 e ela consagra, praxes anteriores a esse ano. Naquela época a Justiça do Trabalho era de sede administrativa, nasceu do poder executivo, não era integrada ao poder judiciário, então a ideia de advogado nos procedimentos administrativos não era vista. Como a ideia é mais de sindicato, essa ideia foi trazida para a Justiça do Trabalho. 
Para se organizar, a Justiça do Trabalho requer um custo muito alto, em razão disso vc tinha pouco postos da Justiça do Trabalho espalhados pelo território nacional. Existiam uma série de questões de pequena natureza que o valor da causa não ultrapassava de 1 à 2 salários mínimos e os advogados não se importavam com essas causas. Por isso, foi determinada a criação do artigo 791 que dá as partes o direito de reclamar e acompanhar a causa na Justiça do Trabalho até o fim. 
Entretanto, hoje a Justiça do Trabalho se reveste de um tecnicismo e complexidade enorme, por isso o advogado é essencial à justiça do trabalho. É por isso que o pleito principal da Ordem dos Advogados (OAB) hoje é que esse artigo seja revogado ou que o TST limite mais ainda esse artigo (791 da CLT) para que os advogados acompanhem até o fim a lide na Justiça do Trabalho. A tese da OAB é pleitear a inconstitucionalidade do artigo 791 em razão do artigo 133 da CF.
 Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
        § 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
        § 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado.
        § 3o  A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimentoverbal do advogado interessado, com anuência da parte representada.            
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Imagina o empregado na Justiça do Trabalho que chega sozinho sem advogado e faz uma reclamação oral e no dia da audiência está ele, sozinho, e o empregador do outro lado com três, quatro advogados. Se o empregado que está sem advogado quiser recorrer, ele vai saber o prazo? Ele não vai saber de nada, pq é leigo, além de ser hipossuficiente, então essa faculdade do Jus Postulandi é uma temerosidade, é valido sim para casos extremamente simples.
Pegadinha do demônio: Quem tem esse direito de estar desacompanhado de advogado? Esse direito é tanto para o empregador quanto para o empregado.
Observação no artigo 791 da CLT: Riscar partes e colocar empregador e empregado, pq parte pode ser a União, empresas públicas, fundações públicas e estas não poderão estar sem advogados. Por isso riscar o termo partes, pq não são todas as partes que podem estar sem advogado, apenas empregador e empregado. Não está falando do trabalhador e do empregador, pq está falando das relações de emprego e não das relações de trabalho.
Até onde os empregados e o empregadores podem postular pessoalmente na Justiça do Trabalho? Qual é o real limite do Jus Postulandi? A Justiça do Trabalho é hierarquizada em TST, TRT e as Varas do Trabalho, acima do TST temos o STF e STJ. Vc pode propor sua ação na vara do trabalho sem advogado, mas para eu interpor um recurso ordinário para o TRT eu posso estar sem advogado ou não? Lembrando, que os recursos são prolongamentos do exercício do direito de ação, então teoricamente eles poderiam ir até o TRT sem advogado sim. Mas se de lá coubesse um recurso especial para o STJ só conseguiria interpor se ele tivesse munido de advogado nos autos, da mesma forma para o Supremo. 
Entretanto, o TST editou a súmula 425 que estabelece limites. Esses limites estão cristalizados na jurisprudência do TST, esses limites, além de serem restritas à relação de emprego, a súmula 425 determina que recursos e ações da competência do TST devem ser julgados com advogado, então o jus postulandi não alcançam recursos e ações do TST, então recurso ordinário e agravos podem ser propostos pessoalmente sem advogados, então vc pode ir até a segunda instância, sem a presença do causídico (advogado). 
Agora, independente da instância que vc estiver, se vc está propondo sua ação trabalhista na vara de trabalho e estivermos falando de ação de natureza cautelar, de se impetrar mandado de segurança, de ação rescisória elas tb deverão ser subscritas por advogado constituído nos autos.
Súmula nº 425 do TST
JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
É restrito à relação de emprego. Alguns autores entendem que depois da emenda constitucional de 45, que ampliou a competência material da Justiça do Trabalho é admissível que haja relação de trabalho distinta da relação de emprego que possa estar sem advogado. Mas isso é uma tese minoritária. Então não é garantida às partes, mas sim ao empregado e ao empregador, por ser uma relação de emprego.
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL:
Ninguém pode ser privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal, que observa a regulamentação de normas procedimentais. É desse princípio que nasce todo o arcabouço da processualística moderna.
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO:
Tb conhecido como reexame necessário, ou recurso ex oficio. Algumas causas que estão sujeitas a fazenda pública, temos o recurso ex ofício. Exemplo: Se a Fazenda Pública for condenada acima de 60 salários mínimos antes de se pagar isso é feito o reexame necessário, ou seja, esses autos sobem para o TJ, e é feito um reexame da sentença condenatória. Algumas causas da Fazenda Pública estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição automaticamente. Isso se aplica tb ao processo do trabalho quando a Fazenda Pública está sendo condenada? Sim. Tanto que temos uma Súmula que é a súmula 303 do TST que diz sobre isso. 
Ocorre, porém, que em razão do NCPC essa súmula foi alterada ano passado, dia 26 de agosto de 2016, para se adequar ao novo CPC. Pq o reexame necessário que era disciplinado a partir do artigo 475 e seguintes do CPC de 73 é agora reestruturado a luz da jurisprudência e do novo CPC de forma que vai subsistir o duplo de jurisdição, entretanto algumas causas não estão sujeitas a esse reexame necessário. Exemplo: Todas as condenações acima de 60 salários mínimos teriam reexame necessário, as causas abaixo desse valor não teriam reexame necessário. Reexame necessário é o recurso ex ofício analisado pelo juízo ad quem, no caso pelo TST ou TRT automaticamente. Só que hoje a súmula foi reformulada, vejamos:
Súmula nº 303 do TST
FAZENDA PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016
I - Em dissídio individual, está sujeita ao reexame necessário, mesmo na vigência da Constituição Federal de 1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a: 
a) 1.000 (mil) salários mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; 
b) 500 (quinhentos) salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; 
c) 100 (cem) salários mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
II – Também não se sujeita ao duplo grau de jurisdição a decisão fundada em: 
a) súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
d) entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
III - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nas hipóteses dos incisos anteriores. (ex-OJ nº 71 da SBDI-1 - inserida em 03.06.1996) 
IV - Em mandado de segurança, somente cabe reexame necessário se, na relação processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria administrativa. (ex-OJs nºs 72 e 73 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 25.11.1996 e 03.06.1996).
 	Faremos uma análise pormenorizada dessa Súmula. O reexame existe sim na Justiça do Trabalho. Vai ter alguma exceção? Sim, que são as previstas nesta Súmula. 
1ª Exceção (Inciso I, alínea ‘a’): Não estará sujeito a reexame necessário a decisão contrária a Fazenda Pública, que não ultrapasse a condenação (ou seja, abaixo ou até) 1.000 salários mínimos, mas não para toda a Fazenda Pública, mas sim para a União junto as autarquias e fundações públicas que tenham natureza de direito público. Então, não vão estar sujeitos a reexame as decisões que forem abaixo/até mil salários mínimos, o que ultrapassar mil salários mínimos terão reexame.
2ª Exceção (Inciso I, alínea ‘b’): Não haverá reexame necessário se a condenação contra a Fazenda Pública for até 500 salários mínimos para o estado, DistritoFederal, autarquias, fundações públicas e as capitais dos estados que são os municípios.
3ª Exceção (Inciso I, alínea ‘c’): Não estará sujeito a reexame a condenação da Faxenda Pública que não ultrapasse o valor correspondente a 100 salários mínimos para os municípios e para todas as outras autarquias e fundações públicas instituídas e mantidas pelo direito público. Essa é a inovação quantitativa. Todas as decisões que forem superiores a esses valores estão sujeitos ao reexame necessário que é o duplo grau de jurisdição, antigamente era apenas acima de 60 salários mínimos o critérios para ter reexame. Esses valores estão de acordo com o NCPC.
4ª Exceção (Inciso II, alínea ‘a’): Nesse âmbito, saímos critérios de valores e passamos a falar agora de regra processual mesmo. Permanece o texto da antiga súmula: Não estará sujeito ao duplo grau de jurisdição decisões que contrariem Súmulas e Orientações Jurisprudenciais do TST (Tribunal Superior do Trabalho). Não está escrito decisão do pleno do TST ou da turma do TST, mas sim súmula e OJ do TST. O que é sumula? É o conjunto de decisões reiteradas de um tribunal cristalizadas num verbete. É sumula do TST e é OJ do TST.
5ª Exceção (Inciso II, alínea ‘b’): Estamos falando de acórdão. O acordão aqui está relacionado em recursos repetitivos, outra inovação do CPC. É em qualquer recurso? Não, é somente com relação aos acórdãos e recursos repetitivos.
Nessas duas últimas exceções (4ª e 5ª) se a condenação for contra a Fazenda Pública e a condenação for de dois mil salários mínimos (alínea ‘a’) estará sujeito ao reexame necessário ou não? Se a decisão for em consonância com Súmula ou OJ ou em consonância com acórdão em recursos repetitivos do STF ou TST, mesmo sendo acima de mil salários mínimos, não vai estar sujeito a reexame, pq no caso eu considero o critério processual e não quantitativo.
Essas duas últimas exceções não dependem de valor. Se a condenação for superior a 115 salários mínimos, mas for em consonância com Súmula ou OJ, ou acordão e recursos repetitivos, não precisa do reexame. Então independe do valor.
6ª Exceção (Inciso II, alínea ‘c’): Incidente de resolução de demandas repetitivas e assunção de competência. É um incidente, se as demandas dos Tribunais estão repetitivas, cria-se um incidente para uniformizar internamente a jurisprudência do Tribunal e trazer homogeneidade. Assunção de competência é o tribunal dizendo q aquele caso deve ser julgado por ele. 
7ª Exceção (Inciso II, alínea ‘d’): Orientação vinculante do próprio órgão público, pode estar consolidado num parecer administrativo interno. Isso incide muito no INSS. Quando o órgão público já entende dessa forma e vc esta litigando contra ele e ele foi condenado, não precisa de reexame se já existe uma orientação vinculante daquele órgão.
8ª Exceção (Inciso III): A ação rescisória está sujeita ao reexame. Temos 5 recursos que cabem dentro da ação rescisória. Esta está sujeita ao duplo grau de jurisdição, só não vai estar se a ação rescisória se enquadrar dentro dessas 7 exceções acima.
9ª Exceção (Inciso IV): No Mandado de Segurança é possível reexame necessário? Como regra geral não, entretanto se tiver decisão contrária ao ente público, sim, caberá reexame. Cabe então quando a condenação estiver voltada para o ente público/fazenda pública.
PRINCIPIO DA BOA FÉ E DA LEALDADE PROCESSUAL:
Estão relacionadas de acordo com o Novo CPC, com princípio do contraditório substancial e o princípio da cooperação das partes, de forma que não haja surpresa na decisão jurisdicional.
PRINCIPIO DA EVENTUALIDADE:
Em todo evento processual, deve-se apresentar, tanto na reclamação quanto na defesa, tudo o que vc tem que pedir vc tem que pedir naquele momento que vc for apresentar a petição inicial, assim tb ocorre com a defesa.
PRINCIPIO DA PRECLUSÃO:
Preclusão é a perda da faculdade de praticar um ato processual, seja pelo decurso do tempo (preclusão temporal, exemplo perda do prazo recursal), seja por já tê-lo praticado validamente (preclusão consumativa) ou pela incompatibilidade do ato praticado com o ato que se quer praticar (preclusão lógica. Exemplo: O reclamante que teve a sentença julgada procedente e o reclamado anui pedindo a liquidação da sentença, nesse momento ele tb resolve interpor recurso ordinário. Apesar dele estar dentro do prazo, ele não pode, pq já pediu liquidação da sentença, sendo, portanto, dois atos incompatíveis).
PRINCÍPIO DA PEREMPÇÃO PROVISÓRIA:
Não é o mesmo do processo civil. Se vier na prova da OAB assim: Se aplica o princípio da perempção no processo do trabalho. A afirmativa será falsa, pq se aplica a perempção provisória. Se o autor quando ele deixa de prosseguir com o processo sem justificativa, em razão disso o processo é extinto 3 vezes, por culpa exclusivamente dele, por não fazer os atos diligenciais essenciais para a continuidade daquela ação processual. Fez isso uma vez, extinguiu o processo, fez isso a segunda vez, extinguiu o processo, fez isso a terceira vez no processo civil ocorre a perempção da ação, ou seja, ele nunca mais poderá propor essa ação novamente na justiça comum. O processo civil dá três chances. Ele vai poder alegar isso, se ele for réu na ação, ele vai poder suscitar essa matéria de defesa, mas como ataque, como ação ele nunca mais poderá fazer. 
Na justiça do trabalho, existe a falsa perempção ou chamado tb de perempção provisória que está gizada no artigo 731 e 732 da CLT. Ela é provisória, pq enquanto na justiça comum ele nunca mais pode propor a ação, por outro lado, na justiça do trabalho ele só não poderá propor aquela mesma ação seis meses depois, depois que passar os seis meses ele pode. Quando isso ocorre? Em duas hipóteses: A primeira é quando ele dá duas vezes causa ao arquivamento da reclamação trabalhista pq ele não compareceu às audiências. Exemplo: O autor ajuíza a reclamação trabalhista, o reclamante não comparece na audiência sem justificar. Nada acontece, é declarado o arquivamento dela, ou seja, o processo foi julgado sem resolução do mérito. Na pratica, o advogado pede o desentranhamento dos documentos e no dia seguinte ele pode propor a mesma ação. Se o reclamante no dia seguinte, propõe a mesma reclamação, e marcada a segunda audiência, ele falta pela segunda vez sem justificação alguma, nesse momento ocorre a perempção provisória, ele não pode voltar na Justiça do Trabalho para reclamar pelo prazo de seis meses pleiteando a mesma coisa. 
Quando a reclamação trabalhista for verbal ela terá que ser reduzida termo, no papel, nesse momento é dado um prazo de 5 dias para o empregado reclamante ir na Justiça do Trabalho juntar os documentos. Se ele não comparecer nesse prazo ocorre a perempção temporal ou provisória, ele ficará impedindo por 6 meses para ajuizar essa ação.
PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA OU ESPEFICICADA:
Se tem dez pedidos vc deve contestar os dez, se vc não contestar um deles, presume-se que vc está aquiescendo/concordando.
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO/PROTETIVO:
Empregado e empregador processualmente são desiguais, então é dado tratamento desigual aos desiguais para se chegar a uma igualdade. Se o empregador na condição de reclamado, falta, ocorre a presunção ficta, de que todos os fatos alegados pelo empregado são verdadeiros. O empregado, por sua vez, se faltar, nada acontece, isso é para dar condições de igualdade pq o empregado é tido como hipossuficiente. 
Outro exemplo: O empregado ajuíza a ação onde ele trabalha pq é mais fácil dele colher provas. Se ele tiver que recorrer não precisa de pagar as custas do recurso. Existem uma série benesses e medidas que a própria lei concede ao empregado pela sua condição de hipossuficiente.
PRINCIPIO DA FINALIDADE SOCIAL:
No princípio acima, a desigualdade é criada pela própria lei, já aqui, faz com que o juiz se aproxime do hipossuficiente (empregado) para se alcançar a Justiça social. Ele permanece parcial.
Data: 09 de março de 2016.
AUTONOMIA DO PROCESSO DO TRABALHO
A ideia inicial que temos de autonomia significaque ela é independente que ela tem regras e direitos e normas próprias. Tem um corpo normativo e principiológico próprio. 
O processo do trabalho é autônomo? Temos a Teoria Monista tb conhecida como teoria unitária ou teoria pura. A teoria monista ela tem uma característica instrumental, em que o processo é considerado instrumento. Por isso o processo do trabalho não é autônomo ao processo civil, mas sim um desdobramento da processualística civil. Não existe um corpo e normas específicas, nem princípios que justifiquem a autonomia do processo do trabalho frente ao processo civil. Os monistas mais radicais entendem que se quer existe diferença entre processo trabalho e processo civil. Essa é a teoria minoritária.
A segunda corrente é a Corrente Dualista: Existe uma distinção substancial sim e que o processo do trabalho é sim autônomo em relação ao processo civil, pq tem um grupo de princípios e normas próprias que não se confundem com o processo civil. Esse entendimento é o contrário da teoria monista. A ideia é de que eles têm natureza distinta, pq tutelam de forma distinta, tanto que o processo civil só pode ser aplicado de forma subsidiariamente ao processo do trabalho como está previsto no artigo 769 e artigo 889.
Essa é a tese dominante. Tem inclusive órgão com sua autônima, a justiça do trabalho por exemplo tem a vara do trabalho, TST. É uma justiça especializada, tem órgãos distintos.
O artigo 769 – vale para o processo de conhecimento (fase cognitiva) e o artigo 889 é para a fase executiva.
No artigo 769 só pode aplicar o processo comum no processo do trabalho quando a CLT for omissa, e quando for observar no processo civil não for incompatível com as normas e princípios que regem o processo do trabalho. Passa por esses dois filtros.
No artigo 889 se o processo no executivo houver lacunas, vc não pode ir primeiro no processo civil, mas sim na lei de execução fiscal, que é mais célere. Se ela permanece omissa, aí sim num segundo momento vc recorre ao CPC na parte executiva desde que não seja incompatível com o processo do trab.
Na fase executiva segue o artigo 889, se no processo de execução tiver uma lacuna consulta-se primeiro na lei de execução fiscal. Se ainda assim houver lacuna, aí vc vai no processo civil e faz o filtro da compatibilidade.
No artigo 760 vc vai direto no processo civil, desde que haja lacunas e desde que seja compatível. Esse artigo é um dos mais importante da CLT em termos de processo. É o artigo mais repetido nos livros. Esse artigo foi denominado pela doutrina como cláusula de barreira ou clausula de contenção.
O nosso código morto, anterior ao atual, antes dele vigia um código que era cópia do código do ordenamento português que era o código civil de 1939. O novo CPC é de 2015; A CLT é de 43.
A omissão é fácil achar
O segundo requisito é a compatibilidade. Esses são dois requisitos cumulativos. Esses eram os critérios. Ocorre que o CPC de 73 recebeu algumas reformas e uma delas foi a criação da antecipação de tutela.
- Pesquisar fundamento de jurisprudência:
De acordo com o TRT do ES, se a multa de 10% se aplica ou não. Se não achar no TRT do ES, procurar nos TRT’S de outros estados. E pesquisar teses favoráveis e desfavoráveis.
	
Data: 10 de março de 2017.
	O artigo 289 da CLT e o artigo 15 do novo CPC: É importante destacar que os artigos 768 e 889 falam de subsidiariedade. A aplicação será subsidiária. O novo CPC fala de uma aplicação suplementar no processo do trabalho. A ideia inicial é de que só podemos aplicar o CPC, nos domínios do processo do trabalho, quando houver lacunas, ou seja, ausência de norma, e que o que vc busca seja compatível. Isso é ideia de subsidiariedade. O novo CPC coloca suplementarmente. O CPC além de ser aplicado subsidiariamente será tb suplementarmente.
	Temos as lacunas ontológicas e axiológicas. A aplicação suplementar nada mais é do que quando existir lacunas ontológicas e axiológicas. Se existir uma norma melhor no CPC e outra norma na CLT que seja normativamente omissa e for flagrantemente defasada ontologicamente e injusta, por isso o juízo de axiologia, vc vai desprezar a norma da CLT e vai aplicá-la suplementarmente no processo do trabalho desde que ela seja compatível com os princípios da processualística do trabalho.
	Pesquisa: Aplicação específica da multa do artigo 475 J do antigo CPC, correspondente ao artigo 523, §1º do novo CPC. Aplicabilidade ou não aplicabilidade nos domínios do processo do trabalho:
ARGUMENTOS RELACIONADOS A APLICABILIDADE DA MULTA DE 10% DOS TRT’S:
- Entendem que o artigo 475 J é compatível:
- O artigo 880 diz que existe uma lacuna dentro da execução trabalhista e que essa lacuna permite a multa. Que não existe incompatibilidade de prazo. Pq na execução trabalhista, a pessoa vai ser citada para que em 48 horas pague ou nomeie bens à penhora. Já no antigo 475 J diz que o prazo para o pagamento era de 15 dias. Existia uma incompatibilidade de prazo. Essa OJ, baseada na súmula diz que existe um lapso entre esse 48 horas e 15 dias e por isso seria aplicado. Isso é posicionamento é minoritário. 
- Outro posicionamento para a aplicabilidade da multa, é pq atende aos princípios da celeridade e efetividade. 
- Súmula 13 diz que a aplicação subsidiária da multa atende a garantia constitucional da razoável duração do processo, tendo pleno cabimento no processo do trabalho. Argumento de natureza constitucional.
- O que vale é a súmula do TRT ou a decisão do TST. Essa questão ainda está longe de ser pacificada. Esses são os fundamentos para a aplicabilidade da multa.
	O Artigo 880 da CLT diz:
Art. 880.  Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou,quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora.            
	A incompatibilidade é o atual artigo 523 que dá o prazo de 15 dias, mas eles equalizaram esses prazos.
	Importante também destacar os Enunciados 66 e 71. O primeiro trata das lacunas ontológicas e axiológicas: Existindo lacuna ontológica ou axiológica podemos aplicar subsidiariamente a norma melhor do processo civil, aplicação do princípio da celeridade, princípio da efetividade, aplicação do princípio do não retrocesso social, princípio da instrumentalidade.
66. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DE NORMAS DO PROCESSO COMUM AO PROCESSO TRABALHISTA. OMISSÕES ONTOLÓGICA E AXIOLÓGICA. ADMISSIBILIDADE.
Diante do atual estágio de desenvolvimento do processo comum e da necessidade de se conferir aplicabilidade à garantia constitucional da duração razoável do processo, os artigos 769 e 889 da CLT comportam interpretação conforme a Constituição Federal, permitindo a aplicação de normas processuais mais adequadas à efetivação do direito. Aplicação dos princípios da instrumentalidade, efetividade e não-retrocesso social.
	Trata também do princípio do não retrocesso social. 
	Enunciado 71 fala especificamente da aplicação do artigo 475 – J:
71. ARTIGO 475-J DO CPC. APLICAÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO. A aplicação subsidiária do artigo 475-J do CPC atende às garantias constitucionais da razoável duração do processo, efetividade e celeridade, tendo, portanto, pleno cabimento na execução trabalhista.
	Olhando esses enunciados parecia que é a tese dominante, porém a tese dominante é da não aplicabilidade da multa.
	O TST se manifesta contrário politicamente, pq ele tem que guardar a economia da política do trabalho.
ARGUMENTOS PARA A NÃO APLICABILIDADE DA MULTA (TESE DOMINANTE):
- O primeiro argumento está ferindo o artigo 5º da CF, que trata do princípio do devido processo legal;
- Inexiste omissão na CLT à cerca do prazo de cumprimento de sentença, pq tem os artigos que tratam o tema.
- Implica contrariedade aos princípios da legalidade, e princípio do devido processo legal no artigo5º, inciso II e LIV da CF.
- Qual são os quesitos para vc aplicar o processo comum ao processo do trabalho? Primeiro não é a incompatibilidade, primeiro se faz o juízo de lacuna. Não há omissão, apesar de teoricamente ser incompatível pq tem norma expressa.
- Essa omissão tem que ser primeiramente verificada na lei de execução fiscal e depois no código de processo civil.
 - Súmula 13 diz que: 
			 SÚMULA Nº 13
PROCESSO DO TRABALHO. ART. 475-J DO CPC. INAPLICABILIDADE.
É inaplicável ao processo do trabalho a multa prevista no art. 475-J do CPC, porque a matéria nele tratada possui disciplina própria na CLT.
- Não se aplica pq contraria os dispositivos ao artigo 769 e o 889.
- Outro fundamento importante para não aplicabilidade é pq enfraquece a autonomia do processo do trabalho.
Observando o que já falamos no artigo 15 do novo CPC que diz que devemos aplicar além de subsidiariamente supletivamente, pergunta-se: qual a ideia do termo suplementar? Para tentar garantir a autonomia, supletiva é a existência de lacuna ontológica e axiológica, em que vc pode desprezar as normas da CLT, quando as normas do CPC forem melhores, só que fazendo isso vc processualiza civilmente o processo do trabalho e o perigo é justamente acreditar que eu não preciso do processo do trabalho, mas sim do processo civil, e por isso acaba deixando de lado o processo do trabalho. Compromete a autonomia do processo do trabalho. Temer, por exemplo, diz que a justiça do trabalho não é necessária. O artigo 15 do novo CPC diz:
Art. 15.  Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
Não se sabe por segurança o que é aplicação supletiva. Mas há quem diga que se a norma da CLT é pior do que a norma do processo civil, vc pode aplicar esta no processo do trabalho. Cada doutrinador diz que supletiva é uma coisa. O que o TST fez? Para tentar equalizar o artigo 15 do CPC e o artigo 769 e 889, o TST editou a instrução normativa 39. E aí o órgão do TST regulamentou como se aplica o processo civil ao processo do trabalho:
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 39/2016. Dispõe sobre as normas do Código de Processo Civil de 2015 aplicáveis e inaplicáveis ao Processo do Trabalho, de forma não exaustiva.
Art. 1° Aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e supletivamente, ao Processo do Trabalho, em caso de omissão e desde que haja compatibilidade com as normas e princípios do Direito Processual do Trabalho, na forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do art. 15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015.
	
Supletivo pode ser o que? Desconsiderar norma que já existe no CPC, pois os critérios ainda para se aplicar supletivamente o processo civil para o processo do trabalho continua sendo lacuna/omissão e compatibilidade. Esses dois requisitos continuam.
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Introdução:
	Estudaremos agora como a justiça do trabalho se organiza, como ela se estrutura. A ideia da organização pressupõe uma sistematização e uma organização. Temos uma emenda constitucional (artigo 92) que incluiu definitivamente a justiça do trabalho como um órgão do poder judiciário. Alterou o artigo 92 da CF.
	Questão 1: O tribunal regional da Bahia tem sua capital no soteropolitano e é um ente da justiça do trabalho. Essa afirmativa é verdadeira ou falsa? Pq? É falsa, pq não é ente, é órgão, é o que diz o artigo 11 da CF. São órgãos! Qual é a diferença entre órgãos e ente? É a personalidade jurídica. Ente ou entidade são pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado e os órgãos são despersonalizados. Qual é a pessoa jurídica? É a união. Não é o TST, poder executivo legislativo e judiciário, não tem personalidade jurídica. 
	Questão 2: São órgão da justiça do trabalho:
STF, TRT, TST, VT
TST, TRT e VT
TST, TRT e CNJ
TST, TRT e Juízes do Trabalho
	Temos duas respostas certas, quais seja, letra B e letra D. Justiça do trabalho não é STF, este apenas analisa em grau de recurso constitucionalidade das decisões do TST. O CNJ integra o poder judiciário, não é órgão interno é órgão administrativo do judiciário. E os juízes são pessoas, eles estão nas varas, estas são órgãos. A CF deveria ter colocado Vara do Trabalho e não juízes do trabalho. Se na questão vir no enunciado conforme a CF, temos que marcar a letra D. Se perguntar conforme a CLT, devemos marcar a letra B, que é a forma mais correta.
Data: 16 de março de 2017.
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Tribunal Superior do Trabalho – TST – Artigo 111 ‘A’ da CF:
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - Juízes do Trabalho.  
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:           
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;      
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.  
a) COMPOSIÇÃO DO TST: São 27 ministros. Desses vinte e sete, um quinto vai ser representantes da ordem do Brasil e do Ministério Público do Trabalho (MPT) com mais de 10 anos de profissão. Os demais vão ser juízes do TRT de carreira. 
Pegadinha do Demônio: A ideia inicial é observar o quinto constitucional. Nesse caso diz que os demais juízes serão dos TRT’s da magistratura de carreira. TRT tb terá o quinto constitucional da mesma forma, os que estão no TRT podem subir no TST? Não, só os de carreira. Esses demais é um quinto de advogado ou de membro do Ministério Público do Trabalho, os demais são magistrados do TRT, mas de carreira, ou seja, não pelo quinto dos TRT’s. O quinto é a quinta parte, então a quinta parte de 27 é 5,4. 
Qual é o critério de arredondamento? O STF decidiu que se for números fracionários, não importa quantos números forem depois da vírgula, vai arredondar sempre para cima. A CF falou expressamente do quinto, e o que sobrar serão os da magistratura de carreira. Por essa lógica arredonda-se para cima. Sempre que sobrevier número fracionário para o quinto constitucional arredonda-se para cima para homenagear o quinto, então arredonda-se para seis, seis deles serão da Ordem dos Advogados e seis para o Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de carreira. Ambos nomeados pelo Presidente da República, após aprovação por maioria absoluta do Senado Federal. A maioria não é relativa, mas sim absoluta, que é o primeiro número inteiro superior a metade (não é 50 mais um). Maioria absoluta é o primeiro número inteiro superior a todo o senado da república e não dos presentes.
b) IDADE: Mais de 35 menos de 65 anos;
c) COMPETÊNCIA: teremos duas: A originária e a recursal:
 Exemplo da Competência Originária: Julgar dissídio coletivo que ultrapasse limite jurisdicional de um tribunal. No TRT do ES, se tiver um dissídio coletivo dentro dos limites do estado do ES quem julga é o TRT do ES. No TRT do Rio se houver um dissídio coletivo que esteja no Rio, mas ultrapasse o estado do Rio e venha para o ES, teremos a competência originária no TST do ES. Quem julgará é o TST.
Exemplo da Competência Recursal: TST funcionando como corte. Exemplo: Ele julgando recurso, que é o recurso de revista, que é parecido com o recurso especial do TJ e extraordinário do Supremo.
Artigo 690 da CLT e artigo 708 da CLT.
Art. 690 - O Tribunal Superior do Trabalho, com sede na Capital da República e jurisdição em todo o território nacional, é a instância suprema da Justiça do Trabalho.  
d) FUNCIONAMENTO DO TST: Tem seu funcionamento dividido em órgãos, o funcionamento

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