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ANATOMIA INTERNA, CAVIDADE DE ACESSO E LOCALIZAÇÃO DOS CANAIS CAVIDADE PULPAR DOS DENTES PERMANENTES: A polpa dentária, o único tecido mole do dente, está protegida no interior das estruturas calcificadas numa cavidade denominada cavidade pulpar. Esta é limitada pela dentina coronária e pela dentina radicular, reproduzindo a morfologia externa do dente. A cavidade pulpar está dividida em duas partes: câmara pulpar e canal radicular. Geralmente situada no centro dos dentes, constituída por duas porções: câmara pulpar e o canal radicular coroa e raiz, respectivamente. O contorno da câmara e do canal radicular acompanha o contorno da superfície externa do dente. Porém, a morfologia poderá modificar-se, dependendo das agressões em que o dente vier a sofrer durante toda a vida. O tamanho da câmara e dos canais radiculares se alteram ; indivíduos jovens sensivelmente maior do que em indivíduos idosos. O estudo da anatomia pode ser feito radiograficamente. Câmara pulpar: O número de faces que compõe a câmara pulpar depende do número de canais que o dente contém e do grupo dental a que pertence. Assim, a câmara pulpar dos incisivos e caninos portadores de apenas um canal tem 5 paredes: mesial, distal, vestibular, lingual ou palatina e incisal (teto da câmara pulpar). OBS: Quanto mais posterior é o dente, mais variável é a sua anatomia. ANATOMIA INTERNA DOS DENTES: INCISIVO CENTRAL SUPERIOR: Unirradiculares; Forma de contorno triangular; Visão vestíbulo-lingual: câmara pulpar estreita na região incisal e aumenta em direção cervical até chegar ao seu máximo de diâmetro; No sentido mésio-distal: a câmara se apresenta mais ampla e podemos encontrar cornos pulpares evidentes; Canal radicular afila-se até tornar-se constricto no ápice do dente pode desviar-se para a vestibular ou lingual; Apesar do canal se apresentar único na maioria dos casos, é importante salientar que pode ocorrer variação anatômica e encontrarmos 2 canais; 22-23 mm; Acesso pela palatina; Pouca, quase nenhuma curvatura. INCISIVO LATERAL SUPERIOR: É o elemento dental que apresenta maiores variações, ex: microdontia, dens invaginatys e a fusão morfologia diferenciada; Unirradicular; Tente a apresentar curvaturas acentuadas para a distal e lingual, o exame radiográfico não exibe tais curvaturas; Forma de contorno triangular ou ovalar; Curvatura no terço apical; 22 mm; Acesso pela palatina. CANINO SUPERIOR: É o dente que apresenta maior dimensão na forma vestibulolingual; A câmara pulpar e o terço cervical da raiz são muito amplos; O canal afilia-se abruptalmente quando se aproxima do terço apical, continuando suavemente até o ápice; 27-28 mm; Conicidade grande; Forma de contorno ovalar; O forame apical geralmente situa-se no ápice da raiz, podendo localizar-se na vestibular; A raiz pode apresentar desvios para mesial ou distal; Mais logo dos dentes; 1 PRÉ-MOLAR SUPERIOR: Geralmente apresenta duas raízes bem desenvolvidas, podendo também ser vista duas raízes não totalmente separadas ou uma única raiz bem larga; Não é comum, mas pode apresentar 3 raizes; Mesmo com as variações, este dente geralmente apresenta só dois canais radiculares; Via de regra: o contorno da câmara pulpar no terço cervical tem a morfologia de um rim – devido ao achatamento mésio-distal; 1 canal (8%), 2 canais (84%), 3 canais (8%); 2 PRÉ-MOLAR SUPERIOR: Geralmente possui uma raiz e um canal radicular, que é muito largo; O forame apical frequentemente coincide com o ápice do dente; Às vezes esse dente apresenta “ilhotas de dentina” – fazendo com que tratemos como se tivesse 2 canais; 1 canal (54%), 2 canais (46%); 1 MOLAR SUPERIOR: Possui 3 raizes e 3 canais, sendo que a raiz lingual possui maior dimensão, seguida da disto-vestibular e da mésio-vestibular; Raiz mésio-vestibular é a que sofre mais variações morfológicas; Raiz lingual é a mais reta; A raiz mésio-vestibular é muito larga vestibulolingualmente e, frequentemente, possui um outro canal (secundário) que possui um diâmetro menor que os outros três canais do dente; O forame apical localiza-se no ápice, podendo variar para a vestibular ou lingual; A raiz mésio-vestibular é frequentemente curva, sendo acompanhada pelo canal não ocorre na raiz disto-vestibular; O contorno cervical tem a forma romboidal com ângulos arredondados, sendo que o ângulo mésio-vestibular é agudo, o disto-vestibular é obtuso e o lingual, reto; Comprimento 21,5mm; 100% dos dentes possuem 3 raizes; Numero de canais: 4(70%) e 3(30%); 2 MOLAR SUPERIOR: Raizes mais retas, e tendem à fusão, embora a lingual geralmente se apresente separada; A maioria dos segundos molares superiores apresentam 3 raizes e 3 canais radiculares, sendo que a raiz mesio-vestibular não é tão complexa e ela pode apresentar dois canais radícula;res, mesmo não sendo frequente; A câmara pulpar tem a forma retangular; Os forames apicais geralmente abrem-se no ápice da raiz, podendo variar para a vestibular ou lingual; Comprimento 21 mm; 3 Raizes- 100%; Numero de canais 3 (50%) e 4 (50%); 3 MOLAR SUPERIOR: Morfologia variada, de raízes menores e mais curvas, tendo a grande tendência à fusão, parecendo que são unirradiculares; A câmara pulpar é mais ampla, por causa de a sua erupção acontecer mais tardiamente; INCISIVO CENTRAL INFERIOR: Comprimento médio de 21 mm; Unirradicular; Numero de canais: 1 (73,4 %), e 2 (26,6%); Apresenta uma cavidade pulpar muito grande quando vista no sentido vestibulolingual; No sentido mésio-distal, este dente é bastante estreito, o que se deve ao grande achatamento neste sentido; O forame apical pode abrir-se no centro da raiz, para a vestibular ou lingual. INCISIVO LATERAL INFERIOR: Comparado ao incisivo central inferior, a câmara pulpar e o canal são maiores em todas as dimensões; Todas as características do incisivo central se repete neste dente; CANINO INFERIOR: Comprimento aproximado de 25 mm; Acesso por lingual; Forma de contorno ovalar; Numero de canais: 1 (88,2%) e 2 (11,8%); Aparecimento de ilhotas de dentina; Observa-se um certo grau de curvatura na porção apical, preferencialmente para a vestibular; O forame apical abre-se no ápice radicular, na mesial ou distal. 1 PRÉ-MOLAR INFERIOR: Geralmente com um canal, podendo possuir dois: 1 (66,6%), 2 (31,3%) e 3 (2,1%); Comprimento médio de 21,6 mm; O forame localiza-se no ápice radicular, desviado para vestibular ou lingual; O canal radicular é localizado abaixo da abertura de acesso, que é feita no longo eixo do dente e não perpendicularmente à face oclusal, isto devido à grande inclinação de sua face vestibular para a lingual. 2 PRÉ-MOLAR INFERIOR: Maior que o 1PMI; Diâmetro de aprox.. 22,1 mm; Numero de raízes: 1 (92%), e 2 (8%); Numero de canais: 1 (89,3%) e 2 (10,7%); Possui geralmente 1 raiz e 1 canal; O forame apical pode abrir-se no ápice da raiz, na vestibular ou na lingual; 1 MOLAR INFERIOR: Ampla câmara pulpar; Comprimento médio de 21 mm; Numero de raízes: 2 (97,5%) e 3 (2,5%); Número de canais: 2 (8%), 3(56%), e 4 (36%); A raiz mesial, por causa da presença de dois canais, possui uma anatomia interna usualmente complexa; A raiz distal geralmente possui um canal amplo, que se afunila abruptamente a poucos milímetros do ápice radicular; Quando apresentar 2 canais, eles podem estar separados total ou parcialmente por “ilhotas” de dentina; O forame apical desta raiz geralmente se abre no ápice ou é deslocado para a vestibular ou lingual; No sentido mésio-distal, a câmara possui a forma retangular, com pequena distancia oclusopulpar, tendo que se ter o cuidadoao manusea-la, pois coere o risco de lesar a furca; O canal mesial geralmente tem curvatura considerável, e o distal é mais reto e mais curto; A presença do canal cavo-inter-radicular deve ser considerada no tratamento endodôntico, uma vez que tal canal pode constituir-se em uma das vias de comunicação entre a polpa e o periodonto, podendo ocasionar problemas periodontais. 2 MOLAR INFERIOR: As raízes deste dente são mais retas e menos divergentes do que as do primeiro molar inferior; Numero de canais: 2 (16,2%), 3 (72,5%), e 4 (11,3%); Comprimento de 21,7 mm; A câmara tem forma retangular, e o canal distal é maior do que os canais mesiais, quando vistos no sentido mésio-distal; O soalho da câmara pode ter 2 aberturas, uma mesial e 1 distal, que estão centradas; A raiz mesial, no terço médio, tem forma de rim ou de 8, com canais separados ou confluentes; A raiz distal tem forma oval; 3 MOLAR INFERIOR: As cavidades são semelhantes ao do 2MI, com coroa grande, raízes menores e mais curvas, tendendo à fusão; O número de canais radiculares é bastante variável. ALTERAÇÕES NA ANATOMIA INTERNA A polpa dental, derivada do mesênquima da papila dental, tem como função principal a formação de dentina. Como a polpa e a dentina mantem entre si uma relação fisiológica e patológica nos processos inflamatórios, a reação aos estímulos provoca alterações na anatomia interna, devido as respostas à irritação. Quatro aspectos devem ser observados: a direção das raízes e dos canais radiculares; as cavidades pulpares; a topografia dos canais radiculares e as variantes topográficas dos ápices radiculares. As variações anatômicas podem ser resumidas em: dens invaginatus, fusão, geminação, microdontia, macrodontia, taurodontia, dilaceração e canal em forma de C. Fatores determinantes de tais modificações anatômicas idade, agentes irritantes à presença de calcificações e reabsorções dentárias. Com relação à idade, a formação de dentina ocorre predominantemente em determinadas áreas do dente. Ex: nos molares, a maior formação de dentina é no teto e assoalho da câmara, ocasionando em determinadas situações mudanças na morfologia interna. Em relação aos agentes irritantes, qualquer agente que atue sobre o elemento dental irá estimular a formação de dentina. - Aos analisarmos a presença das calcificações, devemos ter em mente que elas existem sob a forma de nódulos pulpares e formas lineares de agulhas irregulares. A presença de nódulos significa um sinal clinico de que a polpa está envelhecendo. Em determinadas situações, podemos detectar radiograficamente a obliteração total da cavidade pulpar, e o paciente, nesses casos, normalmente relatada história de algum tipo de traumatismo sem apresentar mínimo dano na ocasião de sua ocorrência. Devemos considerar a presença das reabsorções alterações inflamatórias que podem alterar a anatomia dental. As anormalidades são mais comuns nos incisivos laterais superiores, pré-molares inferiores e molares superiores. O dens invaginatus ocorre por erro na morofodiferenciação, resultando em uma comunicação precoce da polpa com a cavidade bucal, requerendo tratamendo endodôntico. A fusão e a geminação são anomalias do desenvolvimento dos tecidos duros do dente, as quais raramente exigem tratamento endodôntico. A fusão é definida como a união entre a dentina e/ou esmalte de dois ou mais dentes em desenvolvimento. CANAL EM FORMA DE C: O canal em forma de C pode induzir ao erro ou ao insucesso da terapêutica endodôntica desde a abertura e acesso à câmara pulpar até a localização, debridamento, instrumentação e obturação dos canais. Sua morfologia consiste na configuração em forma de fenda ou fita contínua, conectando os canais mésio-lingal, mésio vestibular e distal, em molares inferiores, principalmente o segundo molar inferior, formando um arco de 180 graus. Podemos encontrar um único canal em forma de C, desde a câmara pulpar até o terço apical, ou mesmo dois, três ou quarto canais que se interligam por um mesmo istimo.
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