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Aula 8 suinos

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Aula 8 – Clinica De Aves e Suínos
Doenças Metabólicas dos suínos
 Não há agentes etiológicos (vírus, bactérias, fungos, ...) envolvidos porque são doenças metabólicas.
Hipoglicemia Neonatal
Problema ocorre no setor de maternidade das granjas de suínos nos primeiros dias de vida dos leitões. Problema grande principalmente nas indústrias porque os suínos industrias por serem melhorados geneticamente ficam mais suscetíveis tanto da anemia ferropriva quanto da hipoglicemia neonatal. 
Gliconeogênese no leitão é deficiente até os 7 dias de idade – ingestão de leite para ter uma ótima regulação da glicemia dos leitões. Mas nem sempre ele mama uma quantidade eficiente de leite para adquirir regulação glicêmica. 
Concentração sanguínea de glicose: 100mg/ 100mL de sangue
Sinais de hipoglicemia: a partir de 50mg/ 100mL de sangue. Sinais clínicos nesse quadro: Ficam prostrados, frios (aspectos de amontoamento e o corpo da mãe, mas há riscos de esmagamento da reprodutora), tendem a ficar com a pele avermelhada e depois cianótica. Nessa fase o animal ainda tem coordenação motora, mas se cair a glicemia para 30mg/100 ml de sangue, então esses animais começam a disparar quadro de manifestação neurológica, ficam deitados em decúbito lateral, entram em coma e morrem. Nesses casos em que estão abaixo de 30mg/100ml de sangue não adianta dar suplementação de glicose intraperitoneal no 1º e 3º dias. 
Peso dos leitões ao nascer: Nascem com menos de 700 gramas, outros entre 700g e 1,200 gramas (nesses animais fará a prevenção para hipoglicemia neonatal fazendo uma suplementação de glicose intraperitoneal) e maiores com peso acima de 1,200 gramas. Os que nascem com menos de 700 gramas, eles serão sacrificados. 
Injeções de soro glicosado intraperitoneal (5 a 10 mL de solução 10%)
Se ocorre dos nascimentos apenas um ou outro leitão apresentar a hipoglicemia, o problema não está na mãe e sim nos leitões mais leves (e o correto é suplementar com glicose no 1º e 3º dia e colocar eles nos tetos – peitorais, abdominais e inguinais para mamar), mas se o problema for generalizado com praticamente toda a leitegada daquela reprodutora, então provavelmente o problema é com ela. As glândulas mamarias peitorais devem ser encaminhados os leitões maiores porque nesses tetos que tem maior abundância de leite e teor de gordura. Os leitões brigam pelo teto, porque onde eles começam a mamar, continuam, não fazem compartilhamento de tetos se não ocorrer intervenção humana.
Há síndrome das porcas chamada de MMA – Metrite, mastite e agalaxia que causa todas essas manifestações. Se elas possuem essa síndrome a falta de leite será generalizada e provavelmente entrara os leitões no quadro de hipoglicemia neonatal, então o certo é colocar os leitões para mamar em outras porcas, porem essas porcas adotivas devem ter parido no máximo há 3 dias senão não aceitam os leitões e devem ter tetos suficientes para manejar os leitões. Além disso elas sentem o cheiro e sabem quais são e não delas, então para “enganar” devem fechar os leitões no escamoteador (estrutura exclusiva para leitões, uma caixa que coloca eles dentro e faz a regulagem de temperatura de 31º a 33º C que é necessário para os leitões e Fêmeas precisam de temperatura de 16ºC). No escamoteador coloca os leitões adotivos e os da porca nova, e os novos irmãos começam a brigar com os adotivos, mas com isso os cheiros se misturam e a fêmea acha que é tudo dela. 
 No exame de necrose, na região de pelve renal encontra uma coleção de uratos devido não ingestão correta de leite. 
A glicose deve ser intraperitoneal porque ainda não comem a ração antes dos 10 dias de vida e a hipoglicemia neonatal é bem antes desses dias. 
Anemia Ferropriva
Os suínos criados em industrias são mais suscetíveis do que aqueles criados de forma extensiva, porque eles são melhorados geneticamente, os suínos criados de forma extensiva têm contato com a terra bem vermelha que é rica em ferro (eles roçam a pele e comem). Todos os suínos industriais sem exceção devem ser suplementados com ferro no 1 e 3º dias. 
Fe – hemoglobina
Exigência metabólica e dietética diária 7 a 16mg/kg
Leite da porca = 1mg/kg. Pouca quantidade recomendada para os leitões. 
Administrar 200mg de ferro dextrano (IM ou SC e essa é a mais comum na tábua do pescoço, mas tem o risco de formar necrose, é um risco pequeno) em leitões de 1 a 3 dias, e o ideal é fazer no 3° dia e não estressar o animal nos dois primeiros dias. Nas primeiras 6 horas de vida deve priorizar o leitão a beber o colostro para que a mãe passe os anticorpos de forma passiva. No 3 dia se for os animais que pesam entre 700 gramas e 1,200 gramas deve fazer a segunda dose de suplementação da glicose via intraperitoneal, juntamente com a dose de ferro dextrano, corpo do rabo e serragem dos dentes. 
Os pesquisadores já pensaram em fazer a administração do ferro de uma forma menos invasiva como por exemplo: Pincelar o sulfato ferrosos nos tetos das porcas (mas não faz na suinocultura padrão porque não terá mão de obra suficiente, porque são muitos animais e deve fazer mais de uma vez ao dia, e além disso não terá como saber a quantidade correta de ferro absorvido pelo leitão), pode suplementar a porca com ferro ainda na fase de gestação ( mas o problema foi quando atingia a quantidade ideal de ferro para ser administrado para as gestantes, porque o ferro por ser forte deixava a ração menos palatabilizante), colocar a terra vermelha rica em ferro ( mas os problemas seriam a infecção do ambiente, além de que como eles não estão acostumados, olhariam a terra e não terão reação), e administração do sulfato ferrosos em pasta para colocar na língua ( mas só consegue fazer em granjas pequenas), há produtores que fazem a administração de ferro dextrano 100 ml do 3 dia e os outros 100 ml no 10º dia ( mas é ruim porque encarece devido a mãos de obra) porem alguns deram errados e outros deram certo. 
 Animais começam a ter problemas com a anemia a partir do 3º dia de vida. 
Manifestação clínica: Animais ficam com a pele com branca porcelana, cansaço, taquicardia, taquipneia, mucosas pálidas. Podem levar a óbito em casos graves e isso significa que o ferro não foi administrado ou não foi dado de formas corretas. Há alguns casos que levam a problemas porque de forma individual, tem animais que necessitam de mais ferro, mas se realizar aumento de ferro para todos, o problema de formação de necrose vai aumentar nesses animais inoculados. 
Micotoxicoses
Para evitar esse problema de micotoxicose, deve ser feita a avaliação/inspeção dos grãos para ver a qualidade que chegam para a alimentação dos animais. Os grãos que causa mais problema são os milhos. O milho não pode ter presença de fungos e deve ser inteiro, porém não pode afirmar que milhos com essa estrutura estão livres de micotoxinas, porque as mesmas não são visíveis a olho nu. Milho bem ruim com aspecto úmido e presença de fungos, também não tem certeza se está ou não contaminado com as micotoxinas. Fungos ardidos significa que tem fungos. 
Fatores que levam ao crescimento de fungos: ambiente abafado com deficiência de ventilação, associação de alta temperatura e de alta umidade. 
Aflatoxicose
Uma mesma micotoxina pode ser produzida por fungos diferentes como o caso das aflatoxicoses. 
Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus
Sinais: Morte súbita, desidratação, deformidade do lote e lesões hepáticas (mais comum de observar desde que tenha exposição prolongada a micotoxina). No exame necroscópico nota a presença de hemorragia de mucosas intestinais, alterações no fígado como áreas multifocais avermelhadas, hepatomegalia, fígado friável e pálido (exposição crônica), lobulações bem delimitadas com hemorragia central. 
Zearalenona
É um ácido com propriedades estrogênicas
Produzida por várias subespécies do fungo do gênero Fusarium
Sinais: prolapso de vagina, infertilidade, anormalidades no ciclo estral (podem estender ou encurtar o ciclo estral), edema vulvar persistente – parece uma couveflor vermelho intenso (pode pegar no setor de maternidade – 2 meses de idade). Apresentação do primeiro cio entre 5,5 meses a 7 meses de idade. Perigo de vermelhidão da vulva devido ao canibalismo devido a atração dos suínos (aves também) pela cor vermelha.

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