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Orgexp II - Sintese do AcetilSalicilico


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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituto de Química
Síntese do Ácido Acetil Salicílico
Orgânica Experimental 2
Bruna Brígido
Vinícius Tarouquella
Introdução:
O ácido acetilsalicílico é um fármaco do grupo dos anti-inflamatórios não-esteroides, utilizado como anti-inflamatório, antipirético, analgésico. Aspirina, em alguns países, é o nome comercial deste composto.
No século V a.C., Hipócrates, considerado o pai da medicina científica, escreveu que o pó ácido da casca do salgueiro – que contém Salicilatos – aliviava dores e diminuía a febre. Em 1763, o reverendo Edmund Stone de Oxford relatou as propriedades antipiréticas da casca do Salgueiro e a descreveu de forma científica.
Salix
 Alba
Em 1828, o químico Raffaele Piria e o farmacêutico Henri Leroux isolaram o princípio ativo da casca, a salicina (ou ácido salicílico), nome derivado do nome latino do salgueiro, Salix Alba, e o isolaram na sua forma cristalina. Em 1897, o laboratório farmacêutico alemão Bayer, conjugou quimicamente o ácido salicílico com acetato, criando o ácido acetilsalicílico (a Aspirina). O ácido acetilsalicílico foi o primeiro fármaco a ser sintetizado na história da farmácia, e não recolhido na sua forma final da natureza.
Em 1897, o laboratório farmacêutico alemão Bayer, conjugou quimicamente o ácido salicílico com acetato, criando o ácido acetilsalicílico, Aspirina. O ácido acetilsalicílico foi o primeiro fármaco a ser sintetizado na história da farmácia e não recolhido na sua forma final da natureza. Sendo o primeiro fármaco vendido em tabletes.
Em 1971, John Vane, do Royal College of Surgeons, demonstrou pela primeira vez o mecanismo de ação do ácido acetilsalicílico. Ele recebeu o Prêmio Nobel da Medicina e Fisiologia pela sua descoberta em 1982.
Propriedades do Acido Acetil Salicílico 
Fórmula Química : C9H8O4
Massa molar: 180,14 g /mol 
Densidade:1,39 g/cm3
Ponto de fusão: 135 °C
Ponto de ebulição :140 °C
Farmacologia Biodisponibilidade : Rápida e Completa
Via(s) de administração: Via oral e Via Retal
Meia-vida biológica 300–650 mg / DOSE: 3.1–3.2 h 1 g dose: 5 h 2 g dose: 9 h
Ligação plasmática99,5% 
Mecanismo de ação
O ácido acetilsalicílico é, como todos os AINEs, um inibidor inespecífico da enzima ciclooxigenase (COX). A prostaglandina H2 sintaxe, também conhecida como cicloxigenase (COX), é uma glicoproteína dimérica integral da membrana, encontrada predominantemente no retículo endoplasmático. Nas células dos mamíferos existe em pelo menos duas isoformas: COX-1 e COX-2 e acredita-se existir a COX-3.
A COX-1 e a COX-2 são duas proteínas estruturalmente distintas, apresentando uma homologia de 60% na sequência de aminoácidos do seu DNA complementar.
COX-1: constitutiva ,funções fisiológicas, presente em quase todos os tecidos.
COX-2: induzida localmente por citocinas produzidas por leucócitos em resposta a danos ou invasões microbiana. Apresentam papel importante na geração de inflamações .
COX-3: presente no Sistema Nervoso Central 
Esta enzima é responsável pela formação de importantes mediadores biológicos chamados prostanóides. A inibição farmacológica da COX pode causar alívio aos sintomas da inflamação e da dor.
O principal efeito do ácido acetilsalicílico constitui o mecanismo de inibição da enzina COX-2.
 
 Estrutura da COX-2 inativada pelo ácido acetilsalicílico
Usos clínicos
O ácido acetilsalicílico não deve ser usada em crianças ,menores de 18, devido ao pequeno risco de síndrome de Reye, uma doença muitas vezes fatal com danos cerebrais. No adulto raramente provoca danos permanentes.
Enquanto protótipo dos AINE o ácido acetilsalicílico tem três aplicações básicas:
A principal indicação do ácido acetilsalicílico é o combate as dores, incluindo enxaquecas ,dores de cabeça. O paracetamol é mais eficaz enquanto analgésico.
É um eficaz anti-inflamatório. No entanto os seus efeitos adversos a longo prazo levaram à sua substituição pelo ibuprofeno (outro AINE) para controle da inflamação crônica.
É um antipirético, diminui a febre.
A reação para obtenção do ácido acetilsalicílico a partir o ácido salicílico encontrado na casca do salgueiro é a seguinte:
 
Síntese do 
acetilsalicílico
 
Mecanismo da síntese do 
acetilsalicilico
Ao adicionar-se o ácido salicílico e o anidrido acético e agitá-los intensamente, ocorreu à formação de uma mistura homogênea, mas a reação entre os reagentes não ocorreu espontaneamente. Durante o experimento sentiu-se um cheiro de vinagre, proveniente da evaporação do ácido acético. 
Para que a reação ocorresse, adicionou-se o ácido sulfúrico , um ácido forte, que atua como catalisador da reação. Após adicionar-se o ácido sulfúrico, percebeu-se também um aumento de temperatura no fundo do frasco, caracterizando assim, uma reação exotérmica.
Objetivo:
Síntese do Ácido Acetil Salicílico a partir da reação do Ácido Salicílico com o anidrido acético.
Parte Experimental:
	Prepara-se para a reação aparelhagem de refluxo com condensador “de bolas” e balão de fundo redondo de juntas esmerilhadas 24/40 mm sobre banho de óleo. Adicionam-se ao balão 5 g de ácido salicílico e 10 mL de anidrido acético. Após homogeneização da mistura, acidifica-se o meio com adição lenta de 8 gotas de H2SO4 concentrado.
Sistema de refluxo
	Após a mistura, acopla-se o condensador ao balão e a mistura é aquecida em banho de óleo até cerca de 40°C sob agitação constante com auxílio de agitador magnético por cerca de 20 minutos. Durante o procedimento há a precipitação de um sólido branco.
Sólido formado
	Após o tempo estipulado para a reação, uma pequena amostra do sólido é retirada para o teste de identificação do ácido salicílico com cloreto de ferro III. Em caso de teste positivo (indicando presença de ácido salicílico), o procedimento deve ser repetido. A coloração roxa é indicativo de positivo, e uma coloração castanha, de negativo para o ácido salicílico. Com resultado negativo do teste, adiciona-se água gelada ao balão e o sólido obtido é então filtrado e lavado em funil de Büchner.
Teste de identificação
	Uma amostra do sólido também é retirada para a realização da cromatografia em camada delgada para análise qualitativa do resultado da reação. Revela-se a placa em câmara de UV.
Resultados e Discussão:
Os fenóis não podem ser satisfatoriamente acetilados em solução aquosa, por este motivo utilizamos o ácido sulfurico como catalisador, pois ele diminui a energia de ativação e aumenta a velocidade de reação, sendo uma reação exotérmica, com aumento de temperatura. O ácido salicílico com acetilação produz principalmente ácido acetilsalicílico ou aspirina.
	O teste de identificação realizado com FeCl3 apresentou resultado negativo (com a coloração castanha), indicando que não havia necessidade de repetir o procedimento, porém ao se realizar a cromatografia em camada delgada, observou-se o aparecimento de duas manchas com Rf’s distintos, indicando que a reação não ocorreu com consumo de 100% do ácido salicílico.
	Uma possível explicação para o resultado falso negativo do teste de identificação com cloreto de ferro III é a de que o produto que se obtém precipita instantaneamente em um momento e que durante a retirada da amostra para a realização de tais testes, estas foram retiradas de pontos diferentes de dentro do balão, indicando a não-homogeneidade do produto obtido, tendo áreas em que a conversão não foi completa.
 
Conclusão:
	Como a reação não ocorreu com consumo de todo o ácido salicílico e o produto está impuro, a melhor opção seria a recristalização do ácido acetilsalicílico formado visando sua purificação.
	
Referências bibliográficas:
Baccan et al. Química Analítica Quantitativa Elementar. 2 ed. São Paulo : Edgar Blücher;Campinas : Universidade Estadual de Campinas, 1979
Skoog, West, Holler, Crouch Fundamentos de Química Analítica. 8 ed. Por Blanco y Correa et.al – México: Thomson. 2005.
Rocha Filho, R.; Bocchi, N.; Ribeiro da Silva,R.; Machado,P.F.L. Experimentos de Química Experimental Geral. 2011.UFSCar. Departamento de Química. Pag(s). 127 à 131.