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Introdução: As aminas, que possuem um par de elétrons livres, são bases de Lewis e reagem com ácido nitroso para formar sais de diazônio, reação esta conhecida como diazotação. O ácido nitroso é instável e deve ser preparado em in situ (isso é, na hora da utilização), utilizando-se para isto nitrito de sódio (NaNO2) e um ácido forte diluído. As aminas aromáticas formam sais de diazônio relativamente estáveis quando comparados aos sais de aminas alifáticas, devido a alta densidade eletrônica do anel aromático, que diminui a instabilidade provocada pela carga positiva no nitrogênio; os sais de diazônio de aminas aromáticas não se decompõem quando a temperatura da reação é mantida em condições especiais (abaixo de 5 ºC). Os sais de diazônio, por sua vez, podem reagir e formar substâncias denominadas azocorantes, azocompostos que apresentam características colorantes. Assim, a síntese dos azocorantes apresenta o mesmo processo da síntese de azocompostos, sendo diferenciados pelo tipo de amina utilizada em sua síntese. Azocompostos com grupos doadores de elétrons apresentam coloração mais intensa devido a transferência de densidade eletrônica pelo mesmo, o que produz uma banda de absorção de alta intensidade. Compostos que não possuem grupos doadores são apenas fracamente coloridos, pois a absorção de raios no espectro visível é atribuída à transição de baixa intensidade * do grupo azo. Para produzir máxima intensidade, normalmente alocam-se todos os grupos doadores de elétrons em A e todos os aceptores em B. A síntese de azocompostos ocorre pela reação, em condições apropriadas, de compostos aromáticos com sais de diazônio, em que estes atuam como eletrófilos na reação de substituição eletrofílica aromática (SEA); a reação segue o mecanismo geral de uma SEA. Objetivo: Sintetizar o cloreto de p-nitrobenzeno diazônio, e na sequência, sintetizar o vermelho de monolite. Procedimento experimental: Síntese de cloreto de p-nitrobenzeno diazônio: (usado na síntese do corante)* Em becher 25 mL, Colocar: 0,35g de p-nitroanilina 1 mL de á gua 1 mL HCl conc. Aquecer p/ dissolver (se necess á rio) Resfriar Adicionar 2g gelo picado Quando T= 0 - 5 ° C, Adicionar lentamente c/ agita ç ã o: Solu ç ã o gelada (0,17g NaNO 2 em 1 mL á gua) Repouso: 5 min. Verificar final da diazota ç ã o com papel de amido iodetado . ( * ) Deve aparecer a colora çã o azul escura . 1 * ( imergir tira de papel de filtro em suspens ã o de amido em á gua quente com cristal de KI) Filtrar, mantendo-a gelada. (Evitar decomposi ç ã o do sal de diaz ô nio formado: cloreto de p-nitrobenzeno diaz ô nio ) Síntese do vermelho de monolite: [1-(p-nitrofenilazo)-2-naftol] Em becher 25 mL: Dissolver 0,36g 2- naftol em 10 mL etanol. Resfriar a 0 – 5 ° C Adicionar a solu ç ã o (lentamente) sobre a solu ç ã o de sal de diaz ô nio preparada. T < 5 ° C Agitar por 5 min. Filtrar Lavar com á gua Secar ao ar Determinar ctes f í sicas *Observação: O papel amido iodetado foi preparado pelas monitoras. Resultados e Discussão: Para a realização da síntese do vermelho de monolite foi utilizada a p-nitroanilina para formação do sal de diazônio, que posteriormente deu origem ao corante. As reações que ocorreram foram diazotação e SEA, mostradas a seguir: Reações da síntese do vermelho de monolite A formação do sal de diazônio (o p-nitrobenzeno diazônio) ocorreu na presença dessa amina (base de Lewis), ácido clorídrico concentrado (ácido forte), e nitrito de sódio. É importante lembrar que a reação foi realizada a baixas temperaturas (0-5ºC), pois em temperaturas altas ocorre a decomposição do sal de diazônio. O eletrófilo envolvido na reação de diazotação foi o NO+, formado da seguinte maneira: NaNO2 + HCl HONO +NaCl (a) HONO + H+ H2O + N+=O Mecanismo da formação do NO+ e do sal de diazônio O eletrófilo então reage com o grupamento amino da p-nitroanilina, e em seguida ocorre perda de água (figura 3). O fim da diazotação é acompanhado utilizando-se um papel de filtro com solução de amido iodetado. Durante essa reação, todo o HNO2 formado é consumindo, havendo excesso do mesmo apenas após o término da reação, devido a reversibilidade da reação (a); esse excesso é acusado pelo aparecimento de uma coloração escura no papel de filtro, resultado da oxidação do iodo pelo ácido nitroso. Formado o sal de diazônio, que tem o poder reagir com compostos aromáticos com alta densidade eletrônica, a formação do azocorante segue o mecanismo geral de uma SEA (substituição eletrofílica aromática). Para esta etapa, foi utilizado como aromático o 2-naftol (figura 2), cujo grupo –OH (ativante) aumenta a densidade eletrônica do anel. Novamente, o procedimento foi realizado em baixas temperaturas, para evitar decomposição do sal. Nas reações de acoplamento, é importante o controle do pH. Quando o íon hidróxido está presente, o íon diazônio ArN2+ encontra-se em equilíbrio com um composto não ionizado, o diazo-hidróxido ou ácido diazóico (Ar-N=N-OH) e com sais diazoatos (Ar-N=N-O-Na+) derivados: Formação de ácido diazóico e do respectivo diazoato sódico, que não fazem reação de acoplamento. Assim, para o eletrófílo, a reação é favorecida por meio ácido, que foi aproveitado da reação de formação do ácido nitroso (presença de HCl). Foi obtido então, um composto (azocorante) de coloração vermelha bem forte, como esperado. O nome usual do corante obtido é vermelho de monolite, ou formalmente, 1-p-nitrofenilazo-2-naftol. Conclusão: Através do procedimento utilizado, pudemos comprovar a ocorrência das reações de formação de sais de diazônio e, a partir destes, obter azocorantes, compostos muito utilizados sob diversas formas em nosso dia-dia. Observamos a formação do vermelho de monolite através de sua coloração característica, apesar se não ter sido possível calcular o rendimento do processo, tampouco obter os dados físicos do produto. Referências: Consulta: Site da Fundação Oswaldo Cruz. Disponível em: http://www.oswaldocruz.br/download/fichas/%C3%81cido%20clor%C3%ADdrico2003.pdf (acesso em 20/10/2011) Consulta Site da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Disponível em:http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=4%20-%20NITROANILINA (acesso em 21/10/2011); Consulta: Heubach Color. Disponível em: <http://www.heubachcolor.de/fileadmin/documents/downloads/Flyer/Monolite%20Red> (acesso em 21/10/2011); Soares B. G., Souza N. A., Pires D. X. Química Orgânica: Teoria e Técnicas de Preparação, Purificação e Identificação de Compostos Orgânicos, Editora Guanabara S. A. (1988) Consulta: Departamento de Química da Universidade de Coimbra. Disponível em:<http://www.qui.uc.pt/pgpessoais/abiliosobral/Manual-Lab-IIb-Quimica-Organica.pdf> (Acesso em 19/10/2011) Consulta: Revista eletrônica do Departamento de Química, UFSC. Disponível em:<http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/dye/corantes.html> (acesso em 19/10/2011) Síntese do vermelho de monolite DISCIPLINA: Química Orgânica XII Experimental ALUNO: Claudio Alves de Souza Junior PROF: Anna Claudia
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