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Carcinogênese

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Resumão – Mod. I
 
- câncer: é conseqüência de alterações moleculares que conferem à célula modificações em seu comportamento e resultam em alterações na fisiologia celular. 
A transformação de uma celular normal em uma celular cancerosa requer a ocorrência de múltiplas alterações em seu material genético. Dessa forma, altera-se a regulação normal e as células passam a se dividir de forma autônoma, a crescer desordenadamente e a acumular células alteradas que formarão o tumor. Conseqüentemente, alterações nas propriedades adesivas dessas células fazem com que adquiram a habilidade de invadir tecidos adjacentes, bem como de formar metástases. 
Ciclo Celular: O ciclo celular é basicamente o período de vida de uma célula. Pode ser definido como um conjunto de processos moleculares que levam uma célula eucariótica a crescer, duplicar seu material genético e se dividir. O ciclo termina quando a célula se divide e deixa de existir, gerando duas células filhas. O feito mais importante desse ciclo é fazer com quem todo o material genético da célula-mãe seja duplicado sem erros e, em seguida, igualmente dividido entre as células-filhas. 
O ciclo celular pode ser dividido basicamente em duas partes: a interfase e a fase M (mitose). 
É na interfase que ocorre toda a preparação da célula para a divisão, incluindo-se a duplicação do DNA. Ela pode ser subdividida em três fases: G1, S e G2 e cada uma delas é muito bem regulada por enzimas denominadas quinases. A mitose consiste da divisão propriamente dita, que por sua vez também pode ser subdividida em prófase, metáfase, anáfase e telófase. 
Para que o ciclo seja iniciado, uma seqüência ordenada de eventos necessita ocorrer, determinando o processo de divisão: 
Ligação de um fator de crescimento a um receptor específico na membrana plasmática; 
Ativação deste receptor, que ativa proteína transdutoras de sinais presentes no citoplasma.
Transmissão do sinal, por estas proteínas transdutoras, até o núcleo; 
Ativação de proteínas regulatórias nucleares;
Iniciação e progressão do ciclo celular.
Podemos considerar que as células normalmente permanecem em um estado quiescente (também chamado de fase G0) até receberem estímulos externos, como a ligação de um determinado fator de crescimento ao seu respectivo receptor na membrana celular, e assim seja iniciado o ciclo (fase G1). 
A progressão ordenada das células através das diversas fases do ciclo celular é controlada pelas ciclinas e pelas quinases ciclina-dependentes (CDKs) e seus inibidores. 
As CDKs conduzem ao ciclo celular por meio da fosforilação de proteínas alvo criticas para a progressão das células para a próxima fase do ciclo celular. As CDKs se exprimem constitutivamente durante o ciclo celular numa forma inativa. São ativadas pela fosforilação depois de se ligarem à família de proteínas chamadas de ciclinas. 
As ciclinas são sintetizadas durante fases especificas do ciclo celular, e sua função é ativar as CDKs. No termino dessa tarefa, os níveis de ciclina caem rapidamente. Mais de 15 ciclinas foram identificadas, as ciclinas D, E A e B aparecem seqüencialmente durante o ciclo celular e se ligam a uma ou mais CDKs. 
Interfase – fase que prepara a célula para a divisão em duas células-filhas. Leva em torno de 16 a 24 horas para se processar, mais a velocidade depende do tipo de célula. 
Fase G1: essa fase corresponde ao intervalo no qual a células responde a estímulos extracelulares (fatores de crescimento) que no final, determinarão se a célula replicará seu DNA e se dividirá ou, alternativamente sairá do ciclo celular e entrará em estado quiescente (G0) ou apoptose. Essas respostas são monitoradas por controladores internos do ciclo. 
Nessa fase o ponto de restrição que determina o início da replicação do DNA é controlado por duas famílias de enzimas quinases dependentes de ciclinas D e ciclinas E. 
Durante a fase G1, inicialmente as quinases CDK4 e CDK6 encontram-se em suas formas inativas até que, em resposta a estímulos extracelulares, são ativadas através da ligação à ciclina D que atua como sensor de fatores de crescimento. 
Após serem ativadas formam um complexo que tem papel fundamental no ciclo celular devido à fosforilação da proteína Rb. A fosforilação da Rb é um controle para ligar e desligar o ciclo celular. Inicialmente a proteína Rb esta na forma ativa, ligada ao fator E2F impedindo a replicação celular. Quando fosforilada pelo complexo torna-se inativa e libera o fator E2F liberando a inibição da atividade E2F, dessa maneira, E2F induz a transcrição das ciclinas A e E, importantes para a entrada da célula na fase S. 
Fase S: é nessa fase que ocorre a duplicação do DNA, sendo por isso denominada fase de síntese (S). O controle do ciclo nessa fase é muito importante uma vez q se houver erro na replicação do DNA, estes serão repassados às células-filhas. Ao final desta etapa, a célula contará com seu DNA todo duplicado e passará então para a fase seguinte, G2.
Fase G2: o período G2 é o intervalo entre o final da síntese e o início da mitose propriamente dita da célula em questão, sendo por essa razão denominada fase pré-mitótica. 
O período G2 representa um tempo adicional para o crescimento celular, de maneira que a célula possa assegurar uma completa replicação do DNA antes da mitose. Neste período ocorre uma discreta síntese de RNA e proteínas essenciais para o inicio da mitose. É considerado o segundo período de crescimento.
Mitose (fase M)- fim da interfase a célula pode se dividir. Damos o nome de mitose a esse processo, onde ocorre a divisão do núcleo, seguida da divisão do citoplasma. Entretanto, na verdade, mitose é um termo que se refere apenas à divisão do núcleo da célula, ao passo que a divisão celular propriamente dita, a divisão citoplasmática, é chamada citocinese.
- É dividida em quatro fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase.
Prófase: este é o período mais longo da mitose. É marcada pela condensação das cromátides duplicadas, ou cromátides-irmãs. Concomitante a esse processo, os centrossomos começam a produção dos fusos mitóticos e o envelope nuclear começa a se fragmentar.
Metáfase: nesta fase, os cromossomos estão alinhados no centro da célula, formando a placa equatorial. Além disso, há a ligação das fibras do fuso mitótico com os cinetócoros – região específica dos centrômeros dos cromossomos.
Anáfase: nesta fase, ocorre a separação das cromátides-irmãs, além de serem tracionadas para os polos opostos da célula.
Telófase: última etapa da divisão mitótica, caracterizada pelo agrupamento e descompactação dos cromossomos (genoma) em extremidades opostas, recomposição da carioteca e nucléolo, finalizando o processo com a citocinese (individualização do citoplasma em duas células-filhas).
Citocinese: é a divisão do citoplasma e da célula toda. O citoplasma se divide por um processo conhecido como Clivagem do citoplasma (processo começa durante a anáfase). A membrana mais ou menos no meio da célula, perpendicular ao eixo do fuso e entre os núcleos-filhos, é puxada para dentro formando o sulco de clivagem, o qual vai gradualmente aprofundando-se até encontrar restos estreitados do fuso mitótico entre os dois núcleos. Esta ponte estreita, ou corpo mediano, pode persistir por algum tempo antes de estreitar-se e finalmente quebrar em cada extremidade deixando duas células-filhas separadas.
Inibidores do Ciclo Celular: A atividade dos complexos ciclina-CDK é estreitamente regulada por inibidores chamados de inibidores de CDK, atuam inativando as funções dos controladores positivos, o que leva a célula à parada no ciclo celular e a apoptose (morte programada). Existem duas classes principais de inibidores chamados de CDK: as famílias de Cip/Kip e de INK4/ARF. Estes inibidores funcionam como supressores do tumor e estão frequentemente alterados nos tumores. A família Cip/Kip tem três componentes, p21, p27 e p57, que se ligam aos complexos formados entre as ciclinas e CDKs e os inativam. A ativação transcripcional da p21 está sob controle dep53. O principal papel da p53 no ciclo celular é o acompanhamento, desencadeando os pontos de verificação que levam a reduzir ou suspender a progressão do ciclo celular de células lesadas ou causar apoptose. . Logo, o gene p53 é considerado um “guardião do genoma” por impedir a transformação neoplásica através de três mecanismos: 1) interrompendo o ciclo celular em células com DNA alterado, 2) reparando o DNA e 3) disparando a morte celular programada (apoptose) nas células cujo reparo do DNA não foi possível. O locus humano INK4a/ARF codifica duas proteínas p16INK4a E p14ARF, que bloqueia o ciclo celular e agem como supressores do tumor.
- gene supressor de tumor é um gene que reduz a probabilidade de uma célula num organismo multicelular se tornar um tumor. Uma mutação ou deleção de tal gene irá aumentar a probabilidade de formação de um tumor.
Os genes supressores tumorais codificam proteínas que possuem importante papel na regulação do ciclo celular e apoptose, inibindo a formação de tumores. As mutações chamadas de “perda de função” ocorridas nesses genes contribuem para o desenvolvimento de tumores através da inativação de sua função inibitória.
Ponto de Verificação do Ciclo Celular (checkpoint): Durante o ciclo celular a célula passa por um serie de eventos sequenciais, onde um passo tem de ser completado antes que o próximo seja iniciado. O ciclo celular apresenta seus próprios controles internos, chamados de pontos de verificação, que garantem a transição de uma fase à outra sem que haja erros. Caso ocorra erro no ponto de checagem, ou seja, uma vez danificado o DNA, há três processos que podem ocorrer na célula:a morte celular pelo erro em si ou pela ativação da apoptose; o reconhecimento e reparo do dano; ou, mais raramente, a transmissão do dano para as células descendentes por falhas nos outros mecanismos. Mesmo que isto ocorra, pode não haver consequências importantes para a célula; no entanto, em alguns casos, danos ao DNA provocam uma alteração celular morfológica e funcional chamada displasia.
- displasia: é uma desorganização celular onde há alterações no tamanho, na forma, na organização e n° de mitoses aumentado.
Ultrapassa o limite de adaptação ocasionando lesões que podem ser reversíveis ou irreversíveis.
Existem dois principais pontos de verificação, uma na transição G1/S e outra em G2/M. A fase S é o ponto limite no ciclo celular, e antes de uma proliferação celular, o ponto de verificação em G1/S avalia a presença de lesão de DNA. Se houver lesão, o equipamento de reparo do DNA e os mecanismos que param o ciclo celular entram em ação. A demora na progressão do ciclo celular fornece tempo necessário para o reparo do DNA; se a lesão não for reparável, as vias apoptóticas são ativadas para destruir a celular. Assim, o ponto de verificação G1/S impede a replicação de células com defeitos no DNA, que se perpetuariam como mutações ou rupturas de cromossomos. O DNA lesado depois da replicação ainda pode ser reparado desde que as cromátides não tenham se separado. O ponto de controle G2/M monitoriza o termino da replicação do DNA e verifica se é seguro para a célula iniciar a mitose e separar as cromátides irmãs. No ponto de verificação G1/S, a parada celular é principalmente mediada através da p53, que induz o inibidor de ciclo celular p21. A parada do ciclo celular pelo ponto de verificação G2/M envolve mecanismos tanto dependentes da p53 como independentes. 
Ciclo celular e Câncer:A origem das células cancerosas está associada a anomalias na regulação do ciclo celular e à perda de controle da mitose. Alterações do funcionamento de genes controladores do ciclo celular, em decorrência de mutações, são relacionadas ao surgimento de um câncer. Duas classes de genes, os proto-oncogenes e os genes supressores de tumor são os mais diretamente relacionados à regulação do ciclo celular. Os proto-oncogenes são responsáveis pela produção de proteínas que atuam na estimulação do ciclo celular, enquanto os genes supressores de tumor são responsáveis pela produção de proteínas que atuam inibindo o ciclo celular. O equilíbrio na atuação desses dois grupos de genes resulta no perfeito funcionamento do ciclo celular. 
Mutações nos proto-oncogenes os transformam em oncogenes(genes causadores de câncer). Os proto-oncogenes podem ser ativados por meio de mutações que alteram a estrutura das proteínas por ele codificadas. 
As que afetam os genes supressores de tumor perturbam o sistema inibidor e o ciclo celular fica desregulado, promovendo a ocorrência desordenada de divisões celulares e o surgimento de células cancerosas. 
Outra ocorrência envolvendo alterações do ciclo celular é relativa aosTelômeros.Em células humanas normais, a cada ciclo celular os telômeros são progressivamente encurtados, as extremidades dos cromossomos ficam cada vez mais curtas, até atingir um limite mínimo de tamanho incompatível com a vida da célula, paralisando-se as divisões celulares e sinalizando o fim da vida da célula. 
Em células cancerosas esse limite é transposto graças à atividade de uma enzima, a telomerase, que atua na reposição constante dos telômeros, mantendo-os sempre com o tamanho original, permitindo assim, que as células se dividam continuamente e se tornem praticamente “imortais”.
Neoplasias significa novo crescimento. São novos crescimentos anormais do tecido que se desenvolve mais rápido que os tecidos normais adjacentes, de uma maneira descoordenada e persistente. Eles podem ser benignos ou malignos, sendo o termo “câncer” utilizado para os crescimentos malignos.Diz-se que um tumor é benigno quando suas características micro e macroscópicas são consideradas relativamente inocentes, significando que ele permanece localizado, não consegue se disseminar para outros sítios e geralmente pode ser removido por cirurgia local. O termo maligno, quando aplicado a um neoplasma, significa que a lesão pode invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar para sítios distantes (metastizar), levando a morte. 
- Características Benignas e Malignas. O termo diferenciação refere-se à extensão com que as células do parênquima neoplásico lembram as células parenquimatosas normais correspondentes, tanto morfológica quanto funcionalmente; a falta de diferenciação é denominada anaplasia. Em geral os tumores benignos são bem diferenciados.
Metástase: é uma cascata de passos sequenciais que envolvem múltiplas interações entre hospedeiro e tumor. Esse processo complexo exige que a célula atinja a circulação sanguínea ou linfática e, em um leito vascular ou linfático distante, extravase ativamente, atingindo um órgão secundário e prolifere como colônia secundária. Sua distribuição varia muito, dependendo do tipo histológico e da localização anatômica do tumor primário. Com poucas exceções todos os canceres podem metastatizar. 
Quanto mais agressivo, de crescimento mais rápido e maior o tumor primário, maior é a probabilidade de que vai metastatizar.
As vias de disseminação:
- Implante direto nas cavidades corporais ou nas superfícies:
- Disseminação linfática:
- Disseminação hematogênica:
ESTADIAMENTO (SISTEMA TNM)
O sistema TNM é a classificação mais usada para os tumores malignos. Este critério foi estabelecido pela UICC (União Internacional Contra o Câncer) para determinar a extensão do crescimento e disseminação das neoplasias malignas. 
 O sistema TNM está baseado em três componentes: 
T- tamanho do tumor primário, 
N- nódulo regional comprometido, 
M- metástase. 
A classificação no sistema TNM tem como objetivos: 
a) Ajudar no planejamento do tratamento; 
b) Dar alguma indicação no prognóstico; 
c) Ajudar na avaliação dos resultados do tratamento; 
d) Facilitar a troca de informações entre os centros de tratamento. 
A associação dos três fatores T, N e M permite classificar os tumores em 5 estádios clínicos (0, I, II, III e IV). 
HPV – Papilomavírus Humano:são vírus de DNA não-envelopados, que baseado na sequencia de DNA,são classificados em mais de 100tipos. Alguns HPVs causam papilomas (verrugas), tumores benignos, outros estão associados a verrugas que podem evoluir para malignidade. É transmitido pelo contato sexual que afeta a área genital tanto de homens como de mulheres, ou pela pele. Na maior parte das vezes a infecção pelo HPV não apresenta sintomas.
O HPV infecta principalmente o epitélio da pele e das mucosas. Cada subtipo de vírus tem tropismo por uma área do corpo e esses são divididos em alto e baixo risco para o desenvolvimento do câncer, conforme o seu potencial oncogênico.
O genoma viral pode ser dividido em três regiões: a região “early” (precoce) contendo os genes E1, E2, E4, E5, E6 e E7 que são necessários à replicação viral e com propriedades de transformação oncogênica; região “late” (tardia) contendo os genes L1 e L2 que possuem códigos para a formação de proteínas do capsídeo viral; a região regulatória (LCR) que contém a origem da replicação e o controle dos elementos para transcrição e replicação. O DNA viral dentro da célula do hospedeiro pode assumir duas formas: a epissomal e a integrada. Na forma epissomal, o DNA viral permanece circular no núcleo da célula do hospedeiro, não estando integrado ao DNA da mesma. Essa forma é encontrada nas verrugas genitais e lesões de menor gravidade.Após a integração dos HPVs de alto risco no genoma celular, esses passam a codificar as oncoproteínas E6 e E7 que promovem o processo maligno. A célula hospedeira possui os genes supressores de tumores RB e TP53. As oncoproteínas ligam-se e inativa a p53, proteína supressora tumoral da célula hospedeira, e inativa a proteína supressora tumoral pRB. 
Os HPVs dos tipos 6 e 11 são considerados de baixo risco porque estão envolvidos em lesões benignas.A associação mais conhecida e comum entre HPV e câncer ocorre com o câncer do colo uterino.Existem 15 subtipos considerados de alto risco para o câncer do colo de útero, porém, pelo menos 70% deles são causados pelo HPV-16 e HPV-18.
Câncer de Colo do Útero 
O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, demora muitos anos para se desenvolver. As alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente no exame preventivo, conhecido também como Papanicolaou. A principal alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores malignos.
Epidemiologia:É o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.Atualmente 44% dos casos são de lesão precursora do câncer, chamada in situ. O ápice da incidência do carcinoma in situ ocorre entre os 25 e 40 anos. 
Fatores de Risco: Os principais fatores que aumentam o risco para o câncer do colo uterino são:
Início precoce da atividade sexual;
Múltiplos parceiros sexuais;
Tabagismo;
Má higiene íntima;
Falta de realização de exames preventivos
Multiparidade (vários partos);
Uso de anticoncepcional oral;
Presença de outras infecções transmitidas por via sexual.
Quadro Clínico:É uma doença de desenvolvimento lento que pode cursar sem sintomas em fase inicial e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados.
Prevenção:A prevenção primária do câncer do colo do útero pode ser realizada através do uso de preservativos durante a relação sexual. A prática do sexo seguro é uma das formas de evitar o contágio pelo HPV. Realizar exame preventivo anualmente (Papanicolau).Ir ao ginecologista logo que apareça qualquer sintoma como um corrimento fora do habitual. Evitar o uso prolongando de pílulas anticoncepcionais orais. 
- Segundo dados do INCA, o câncer do colo do útero quando é detectado precocemente e quando é devidamente tratado tem quase 100% de chances de cura.
Diagnóstico:O exame de Papanicolau é o exame mais indicado para detectar precocemente o câncer do colo do útero e, caso haja alguma alteração neste, recomenda-se realizar um outro exame ginecológico chamado colposcopia com biopsia, a fim de confirmar o diagnóstico da doença.
Colposcopia
Neste procedimento o médico visualiza o colo do útero com a ajuda de um colposcópio. O colposcópio é um instrumento, que tem lentes de aumento, permitindo a observação da superfície do colo do útero de perto e claramente.Se uma área anormal é detectada no colo do útero será realizada a biópsia, que consiste na remoção de uma pequena amostra de tecido da área de aparência anormal. A biópsia é a única maneira de se saber com certeza se uma área anormal é um pré-câncer, um câncer, ou nada significativo.
Tratamento:Entre os tratamentos mais comuns para o câncer do colo do útero estão a cirurgia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade e desejo de ter filhos.
Papanicolaou:é um exame ginecológico que tem como objetivo examinar as células do colo do útero para identificar quaisquer alterações ou anormalidades celulares. É executado como parte de um exame rotina, usando uma escova para coletar células do colo do útero, que são então enviados para um laboratório para testes. 
O exame citopatológico deve ser realizado uma vez por ano, em mulheres de 25 a 60 anos; Apos dois exames anuais consecutivos negativos, a cada 3 anos. Recomenda que o rastreamento se inicie apos três anos do inicio da atividade sexual, ou em idade maior ou igual a 21 anos. Esta recomendação se apoia no fato de as lesões induzidas por HPV, e precursoras do câncer de colo, aparecerem em torno de três a cinco anos apos a exposição. 
 - Resultados: 
No inicio era classificada pela OMS como displasia leve, moderada e acentuada. Posteriormente adotou-se o termo Neoplasia Intra-Epitelial (NIC), graduadas em 3 níveis: I, II, III. 
NIC I: displasia leve - presença de células atípicas em ate 1/3 do epitélio;
NIC II: displasia moderada - presença de células atípicas em 1/3 a 2/3 do epitélio;
NIC III: displasia acentuada e carcinoma in situ - presença de células atípicas em mais de 2/3 do epitélio.Observamos uma grande alteração da arquitetura das três camadas do epitélio;
Atualmente propôs agrupar os termos displasia ou NIC em apenas 2 termos: lesão intra epitelial de baixo grau (L-SIL) e lesão intra epitelial de alto grau (H-SIL). A L-SIL engloba a presença de alterações citológicas compatíveis com HPV e NIC I e a H-SIL NIC II, NIC III e carcinoma in situ. 
Tumores Sólidos e Não-Sólidos Devido as diferentes células existentes e componentes do corpo humano os tumores podem ser classificados como “não sólidos” ou “sólidos”. Os tumores não sólidos incluem leucemias e linfomas, compostos por células neoplásicas cujos precursores são normalmente móveis, provenientes das células sanguíneas, ou seja, não tem um lugar especifico para sua proliferação, não respeitam, portanto barreiras anatômicas.Quanto aos tumores sólidos, tanto benignos quanto malignos, apresentam dois componentes básicos: células neoplásicas clonais que constituem um parênquima e estroma reativo, feito de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e quantidade variável de macrófagos e linfócitos.
Hematopoiese 
A hematopoiese  é o processo de renovação celular do sangue por meio de processos mitóticos, pois estas células possuem vida muito curta. Esse processo ocorre nos órgão hematopoéticos.
 
Leucemia – a leucemia representa um grupo de neoplasias malignas não-sólidas, derivadas das células hematopoiéticas. Esta doença inicia sempre na medula-óssea, local onde as células sanguíneas são produzidas, e posteriormente invadem o sangue periférico, podendo atingir vários órgãos do paciente afetado. De acordo com a célula de origem, as leucemias podem ser classificadas em mielóide ou linfocítica. Lembrando que as células mielóides irão dar origem aos eritrócitos (hemácias), monócitos, neutrófilos, eosinófilos,basófilos e plaquetas, e as células linfóides aos linfócitos. Com o comportamento clínico da doença as leucemias podem ser classificadas em aguda (a qual geralmente piora rápido), e crônica(a qual geralmente piora devagar).
Leucemia aguda - Na leucemia aguda as células de leucemia não conseguem fazer nenhum trabalho das células brancas normais. Leucemia aguda geralmente piora rapidamente.
Leucemia crônica - No começo da doença as células de leucemia ainda podem realizar algumas das funções das células brancas normais. As pessoas com leucemia crônica podem não sentir nenhum sintoma no começo. Os médicos muitas vezes descobrem a leucemia crônica durante um check-up de rotina, antes de haver qualquer sintoma. A leucemia crônica vai piorando devagar. À medida que o número de células de leucemia no sangue cresce, as pessoas começam a ter sintomas, como nódulos linfáticos inchados ou infecções. Quando os sintomas aparecem, eles geralmente são leves no começo e pioram gradualmente.
 Desta forma temos quatro tipos principais de leucemias: 
Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) 
Leucemia Mielocítica Aguda (LMA) 
Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) 
Leucemia Mielocítica Crônica (LMC) 
OBS: Não existe metástase em leucemia. O que pode ocorrer é infiltração de células em determinados lugares (sistema nervoso central, testículos e nódulos linfáticos) dando sintomas nesses locais. Mas o câncer não se "espalha" como no de mama, pulmão ou próstata, por exemplo.
- Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) 
Epidemiologia:a LLA representa cerca de 80% dos casos de leucemias em crianças, numa incidência em indivíduos entre 0 a 14 anos. A faia etária de maior frequência está entre 3 e 4 anos. 
Fatores de Risco:os principais fatores que aumentam o risco para desenvolver LLA são:
Fatores hereditários.
Fatores ambientais (radiações, viroses, agentes químicos).
Fatores imunológicos. 
Patogenia:acumulo de blastos inibindo a hematopoiese normal. Os blastos não se desenvolvem normalmente em células brancas do sangue. As células anormais então ocupam espaço na medula normalmente dedicado a células saudáveis, e dificultam a criação de novas células. Este processo pode levar a uma redução nos glóbulos vermelhos e no desenvolvimento de anemia, bem como uma redução de células brancas do sangue que leva a um sistema imunológico mais fraco.
Quadro Clínico:as características clínicas dos pacientes com LLA com a queda na produção de glóbulos vermelhos (hemoglobina) são febre, anemia, fadiga, anorexia, sangramento, dor óssea. 
Diagnóstico: 
Hemograma
Mielograma - exame que avalia a forma e quantifica as células que dão origem aos glóbulos brancos, hemácias e plaquetas. O exame é realizado com uma pequena Xvquantidade de “sangue” colhida do interior do osso, a qual é colocada em lâminas que serão avaliadas ao microscópio.
Biopsia da medula óssea - permite uma visão mais ampla da medula, possibilitando observar a distribuição das células hematopoiéticas dentro da medula óssea, a quantidade de células e a presença de células anormais.
Tratamento:O primeiro objetivo do tratamento é alcançar o controle da doença: remissão.A maioria dos pacientes recebe inicialmente a administração de quimioterapia intensiva para se atingir remissão. 
Terapia de indução: é a fase inicial do tratamento. O objetivo é destruir o maior número de células doentes (blastos) e com isso recuperar a medula óssea para a produção de células normais.
Terapia pós-remissão: após a remissão, os pacientes são submetidos a ciclos de quimioterapia denominados consolidação e, posteriormente, a manutenção, sendo que o tratamento tem duração aproximada de dois anos.
Transplante de medula óssea 
classificação morfológica FAB: reconhece 3 tipos de LLA
- L1: células regulares, homogêneas;
- L2: células mais heterogêneas;
- L3: células de citoplasma basófilo, vacuolado, correspondendo à morfologia do Linfoma de Burkitt;
- Leucemia Mielocítica Aguda (LMA)
Epidemiologia:A leucemia mieloide aguda (LMA) é um dos tipos de leucemia mais comuns entre adultos. Maior incidência em indivíduos com mais de 65 anos.
Fatores de Risco: 
Exposição ao Benzeno.
Radiação Ionizante. 
Exposição à quimioterapia utilizada no tratamento de outros canceres.
Distúrbios genéticos.
Patogenia:Na hematopoiese normal, o mieloblasto é um precursor dos glóbulos brancos imaturos.No entanto, na LMA, um único mieloblasto acumula modificações genéticas que "congelam" as células em seu estado imaturo, impedindo assim a diferenciação celular de células normais. 
Quadro Clínico:o quadro clínico da LMA está diretamente relacionado à disfunção da hematopoiese normal, assim, palidez cutâneo-mucosa, fraqueza (anemia), sangramento fácil, mancha roxa pelo corpo devido à baixa de plaquetas.
Diagnóstico:
Hemograma
Mielograma 
Biopsia da medula óssea 
Tratamento:O tratamento consiste essencialmente na quimioterapia, e está dividido em duas fases: indução e pós-remissão (ou consolidação terapêutica). O objetivo da fase de indução é conseguir uma remissão completa, reduzindo a quantidade de células leucêmicas a um nível indetectável. Já o objetivo da fase de consolidação é eliminar qualquer resíduo da doença que não tenha sido detectado com a finalidade de se obter a cura. O tratamento é mais complicado que da LLA, devido a isto, o transplante de medula óssea é uma boa alternativa para o tratamento de LMA. 
Classificação morfológica FAB:os 8 subtipos desta classificação FAB para LMA são:
M0 Leucemia mieloblástica aguda indiferenciada
M1 Leucemia mieloblástica aguda sem maturação
M2 Leucemia mieloblástica aguda com maturação
M3 Leucemia promielocítica aguda ou promielocítica
M4 Leucemia mielomonocítica aguda
M5 Leucemia monoblástica aguda (5a) ou Leucemia monocítica aguda (5b)
M6 Leucemia eritróide aguda ou Eritroleucemia
M7 Leucemia megacarioblástica aguda
- Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) 
Epidemiologia:LLC é a forma mais comum de leucemia em adultos. A maioria das pessoas com LLC estão acima de 50 anos de idade, aumentando a incidência à medida que avança a idade. Raramente ocorre antes dos 40 anos, sendo uma doença que não é descrita em crianças ou adolescentes.
Patogenia:A leucemia linfóide crônica resulta de uma lesão adquirida (não hereditária) no DNA de uma única célula, um linfócito, na medula óssea. A doença não está presente ao nascimento. Ainda não sabem o que produz essa lesão no DNA de pacientes com LLC.Nas leucemias crônicas não há o impedimento da formação de células normais na medula óssea, por isso, células leucêmicas (com DNA danificado e de crescimento lento) e normais convivem ao mesmo tempo, o que explica a evolução mais lenta da leucemia linfóide crônica.
Quadro Clínico:Os sintomas da Leucemia Linfóide Crônica desenvolvem-se gradualmente. Pacientes apresentam mais cansaço e falta de ar durante as atividades físicas. Pode haver perda de peso e presença de infecções recorrentes na pele, na urina, nos pulmões e em outros locais.
Diagnóstico:Muitos pacientes com LLC fazem o diagnóstico após um check-up de rotina, quando, durante o exame físico, é encontrado um nódulo linfático ou um baço aumentado, ou quando um teste sanguíneo de rotina mostra um número de linfócitos mais alto que o normal. A partir do exame físico, o médico solicita alguns exames de laboratório para ter certeza do diagnóstico da LLC.
Hemograma.
Mielograma.
Biopsia da medula óssea, e gânglio linfático.
Tratamento:Quando um paciente portador de leucemia linfocítica crônica necessita de tratamento, cabe ao médico, baseado nas suas condições clínicas e na análise da literatura, escolher o tratamento inicial e as abordagens subsequentes. O tratamento da LLC é focado no controle da doença e seus sintomas ao invés da cura. LLC é tratada pela quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, ou transplante de medula óssea.Muitas pessoas com LLC levam uma vida normal e ativa por muitos anos e em alguns casos por décadas. Por causa da evolução lenta, no estágio prematuro geralmente a doença não é tratada desdeque a intervenção nestes casos não tragam uma sobrevida maior e nem melhorem a qualidade de vida. Ao invés disto, o monitoramento da condição da doença é feita para detectar qualquer mudança no padrão da doença.
- Leucemia Mielocítica Crônica (LMC)
Epidemiologia:LMC ocorre em todas as faixas etárias, mas é mais comum em pessoas de meia idade. Acomete principalmente homens com mais de 45 anos.
Patogenia:A leucemia mielóide crônica (LMC) é uma doença adquirida (não hereditária) envolvendo o DNA na medula óssea, portanto não está presente no momento do nascimento. É um tipo de doença caracterizada por uma aberração citogenética ocasionada por uma translocação entre o cromossomo 9 e 22. Essa translocação resulta em um cromossomo 22 mais encurtado, chamado de cromossomo Filadélfia (cromossomo Ph1). Ainda não compreendem o que produz essa alteração no DNA de pacientes com esse tipo de leucemia.Essa alteração no DNA proporciona uma vantagem às células malignas em termos de crescimento e sobrevivência, isto é, devido à mudança no DNA, as células doentes passam a ter maior sobrevida que os glóbulos brancos normais, que leva a um acúmulo no sangue. Diferente da leucemia mielóide aguda, a leucemia mielóide crônica permite o desenvolvimento de outras células normais na medula óssea, sendo essa distinção importante da leucemia mielóide aguda, pois explica a progressão menos severa da doença.
Quadro Clínico:Às vezes, ela é assintomática. Alguns portadores de LMC não apresentam qualquer sinal ou sintoma, e só descobrem sua existência ao receberem o resultado de um exame de sangue, feito por outra razão qualquer. Em outros casos, os sintomas e sinais geralmente têm início insidioso e incluem fraqueza, anemia, esplenomegalia progressiva e leucocitose.
Diagnóstico:
Hemograma 
O diagnóstico definitivo da LMC é realizado através da identificação do cromossoma Philadélfia. Esta é a marca característica da LMC. Esta identificação pode ser feita pelo exame de PCR, que é um exame realizado no sangue, ou pela citogenética que é realizado na medula óssea, colhida através da punção.
Tratamento:Alguns doentes podem ser curados com transplante de medula, mas isto é uma opção somente para cerca de 15% dos casos e, mesmo nestes, não está indicada para todos. O tratamento consiste em medicação oral que inibe a enzima defeituosa desta doença, que tem resultados muito bons em eliminar as células leucêmicas e prolongar a sobrevivência dos doentes.
Próstata – a próstata faz parte do sistema reprodutor masculino, sendo a maior glândula acessória do sistema genital masculino. A função da próstata é produzir fluido que protege e nutre os espermatozoides no sêmen. Essa secreção é armazenada e expulsa durante a ejaculação. 
No adulto, o parênquima prostático pode ser dividido em quatro zonas ou regiões biológica e anatomicamente distintas. As zonas periféricas, central e transicional e a região do estroma fibromuscular anterior. Os tipos de lesão proliferativa são diferentes em cada região.Somente três processos patológicos afetam a glândula prostática: inflamação, aumento nodular benigno e tumores.
Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) - é um transtorno extremamente comum em homens com mais de 50 anos. É caracterizado por hiperplasia do estroma prostático e células epiteliais, resultando na formação de nódulos grandes, relativamente nítidos, na região periuretral da próstata. Quando suficientemente grande, os nódulos comprimem e estreitam o canal uretral, causando obstrução parcial ou, às vezes, praticamente completa da uretra. 
Câncer de Próstata- Ocorre quando as células do epitélio glandular da próstata sofrem mutações e começam a se multiplicar sem controle. Estas células podem se espalhar (metástase) a partir da próstata em direção a outras partes do corpo, especialmente ossos e linfonodos.A origem do CP é desconhecida, entretanto, presume-se que alguns fatores possam influenciar o seu desenvolvimento. 
Epidemiologia: é tipicamente uma doença de homens acima de 50 anos, é mais comum em homens negros. 
Fatores de Risco:não se sabe as causas exatas do câncer de próstata, mas homens com fatores de risco são mais susceptíveis do que outros para desenvolver o câncer de próstata. 
Idade – a idade é o principal fator de risco para o câncer de próstata.
Hereditariedade – (historia familiar).
Raça – negros são mais propensos. 
Dieta – alta ingestão de gordura animal. 
Sedentarismo. 
Quadro Clínico:Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Diagnóstico:O câncer de próstata pode ser diagnosticado por meio de exame físico (toque retal) e laboratorial (dosagem do PSA). Caso sejam constatados aumento da glândula ou PSA alterado, deve ser realizada uma biópsia para averiguar a presença de um tumor e se ele é maligno. Se for, o paciente precisa ser submetido a outros exames laboratoriais para se determinar seu tamanho e a presença ou não de metástases.
- PSA é uma substancia (glicoproteína) produzida pelas células epiteliais da próstata, que circula na corrente sanguínea. É perfeitamente normal encontrar PSA no sangue, com a idade também aumenta a taxa de PSA no sangue.
O teste de antígeno prostático (PSA) mede essa quantidade, e se estiver muito elevada ajudará o médico a determinar as causas desse aumento. 
Tratamento:O câncer de próstata é tratado por cirurgia, radioterapia e manipulações hormonais. Mais de 90% dos pacientes que recebe estas terapias podem esperar viver por mais de 15 anos. Atualmente, o tratamento mais comum para câncer de próstata clinicamente localizado é a prostatectomia radical. O prognóstico após a cirurgia é baseado no estágio patológico, estado das margens e grau Gleason.
Prevenção:Já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.
Estadiamento:os tumores da próstata apresentam diferentes graus de agressividade, para informar sobre a provável taxa de crescimento do tumor e sua tendência à disseminação, além de ajudar na determinação do melhor tratamento para o paciente é utilizada a graduação histológica do Sistema de Gleason. 
O Sistema de Gleason tem o proposito de classificar o câncer de próstata comparando as células prostáticas normais com as células do câncer. Quanto mais diferentes das células normais forem as células do câncer, mais agressivo será o tumor e mais rápida será sua disseminação. A escala de graduação do câncer de próstata varia de grau 1 a 5. 
Para se obter o escore total da classificação de Gleason, que varia de 2 a 10, o patologista gradua de 1 a 5 as duas áreas mais frequentes do tumor e soma os resultados. Quanto mais baixo o escore de Gleason, melhor será o prognostico do paciente. Escore entre 2 e 4 significa que o câncer provavelmente terá um crescimento lento. Escore intermediários, entre 5 e 7, podem significar um câncer de crescimento lento ou rápido e este crescimento vai depender de uma serie de outros fatores. Escore do final da escala, entre 8 e 10, significa um câncer de crescimento muito rápido (câncer com risco elevado).
Pele - a pele é um dos maiores órgãos, atingindo 16% do peso do corporal. Ela recobre a superfície do corpo e apresenta-se constituída por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, a derme. Abaixo em continuidade com a dermeencontra-se a hipoderme, que não faz parte da pele apenas lhe serve de união com os órgãos subjacentes.
Funções da Pele:A pele desempenha múltiplas funções:
Excretora - A função excretora é representada pelas secreções sebácea e sudorípara, que têm como objetivo excretar toxinas e resíduos metabólicos.
Protetora - A pele opõe-se á penetração de substancias. Um pigmento que é produzido e acumulado na epiderme, amelanina, tem função protetora contra os raios ultravioletas. 
Relação - Terminações nervosas receptoras permite-nos captar as condições do nosso ambiente imediato. Os receptores sensoriais da pele transmitem ao sistema nervoso central.
Termorreguladora - Mecanismos que permitem manter a temperatura corporal constante.
Metabólica–Fabricação de vitamina D, impedimento de passagem de compostos, principalmente a agua (barreira impermeável).
Camadas da Pele
Epiderme– As células mais abundantes nesse epitélio são: os queratinócitos. A epiderme apresenta ainda três tipos de células: os melanócitos, as células de Langerhans e as de Merkel. A epiderme se compõe de cinco camadas, do exterior para o interior: 
Camada córnea: Camada superficial.
Camada lúcida: 
Camada granulosa: camada que impede a passagem de compostos, principalmente de água (barreira impermeável).
Camada espinhosa: 
Camada basal: Separa a epiderme da derme. É responsável pela constante renovação do epitélio, com intensa atividade mitótica, por isto, esta camada também é conhecida como camada germinativa;
- A epiderme dá origem aos anexos cutâneos: unhas, pelos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. 
Queratinócitos - São células de origem abundantes na epiderme e apresentam a função de produção de queratina. Os queratinócitos são formados na camada mais profunda da epiderme (camada basal), e sofrem contínua atividade mitótica. Quando formadas, estas células são empurradas sucessivamente para camadas mais superficiais devido à produção de novas células. 
Melanócitos - O melanócito é uma célula especializada na produção de melanina, um pigmento de coloração marrom-escura. Estas células encontram-se na junção da derme com a epiderme ou entre os queratinócitos da camada basal da epiderme. Existem várias tipos de melanina e esta é produzida em quantidade diferente em cada segmento corporal, bem como em pessoas diferentes de acordo com seu fototipo.
Células de Langerhans – as células de Langerhans, muito ramificadas, localizam-se em toda a epiderme entre os queratinócitos, porem são mais frequentes na camada espinhosa. As células são capazes de captar antígenos, processá-lo e apresenta-los aos linfócitos T. Em consequência, elas têm um papel importante nas reações imunitárias cutâneas. 
Células de Merkel – essas células se localizam na parte profunda da epiderme, apoiadas na membrana basal e presas aos queratinócitos. As células de Merkel são mecanorreceptores que conduzem impulsos para o sistema nervoso central.
Derme - É responsável pela resistência e elasticidade da pele.Éconstituída por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e terminações nervosas. Ela é subdividida em duas camadas, do exterior para o interior: 
- camada papilar está em contato com a epiderme; 
- camada reticular
Hipoderme - A hipoderme, já não faz parte da pele. A chamada camada subcutânea é constituída por um tecido conjuntivo frouxo ou adiposo que protege contra o frio e faz a conexão entre a derme e a fáscia muscular. 
Câncer de Pele- Câncer da pele é o crescimento anormal e descontrolado das células da pele. Didaticamente é possível dividir o câncer de pele em 2 grupos: melanoma e câncer de pele não melanoma (CPNM). O CPNM engloba diversos tipos de câncer, os dois mais comuns são o carcinoma basocelular  e carcinoma espinocelular. Além de mais perigoso, os melanomas são os tumores com maior probabilidade de ocasionar metástase. O câncer de pele corresponde a nada menos que 25% de todos os tumores malignos registrados no brasil. O carcinoma basonuclear é responsável por 70% dos diagnósticos, o carcinoma epidermoide por 25%, e o melanoma por 5%.
Câncer de Pele Melanoma –É uma neoplasia do melanócitos epidérmico cuja função é proteger o núcleo da célula de qualquer lesão pelo excesso de luz UV.
Epidemiologia:sua incidência é pequena se comparada com os outros canceres de pele. Apesar de uma incidência menor que a dos outros cânceres de pele é o que causa maior número de óbitos, sendo que 75% das mortes causadas por câncer de pele se devem ao melanoma. Tem predominância em adultos brancos. O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom, se detectado nos estádios iniciais. Nos últimos anos, houve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor.
Fatores de Risco:entre os principais fatores podemos destacar:
Pele clara e sensível ao sol, que se queima com facilidade;
Cabelos loiros ou ruivos, olhos azuis ou verdes;
Existência de muitas pintas espalhadas pelo corpo;
Pintas com formatos incomuns ou irregulares, geralmente em tamanho maior;
Histórico de exposição excessiva ao sol ou utilização de bronzeamento artificial;
Existência de casos de melanoma na família;
Ocorrência prévia de melanoma e ter 50 anos ou mais;
Fisiopatologia:o locus principal associado a predisposição familiar de melanoma esta cromossomo 9p21, e este codifica a p16 (inibidor 2 da quinase dependente de ciclina, ou CDNK2). A perda de função p16 leva a fosforilação irrestrita do Rb, liberando E2F, e crescimento celular descontrolado. 
Quadro Clínico:Lesões tornam-se maiores, mais escuras e desenvolvem gradualmente um contorno irregular; tornam-se mais espessas e elevam-se gradualmente acima da superfície cutânea para tornarem-se palpáveis. Há presença de prurido, ardência ou dor na lesão. 
Prevenção:As medidas mais importantes na prevenção do melanoma são reduzir a exposição excessiva ao sol, especialmente o do meio-dia, e evitar queimaduras solares. Aconselha-se o uso de filtro solar com fator de proteção 15 ou mais, e de um vestuário protetor.
Diagnóstico:As lesões provocadas pelo melanoma podem ser encontradas em qualquer localidade da pele. Para realizar diagnostico é necessário biopsia da lesão, com excisão completa, incluindo uma margem de pele normal para analisar de forma histológica se houve invasão da camada mais interna da pele (derme).
Diagnóstico Precoce - Quando há surgimento de nevos pigmentares (tumor benigno dos melanócitos) deve haver um acompanhamento caso ocorra alguma alteração, pois podem indicar uma provável modificação para melanoma. Assim, devem-se observar alguns sinais que podem demonstrar essa mudança, ficar atento ABCDE do melanoma.
Assimetria; B- Bordas Irregulares; C- Coloração Variável; D – Diâmetro (maior 6mm); E – Evolução; 
Tratamento:a cirurgia é o tratamento mais indicado. A quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio do câncer. Quando há metástase (o câncer já se espalhou para outros órgãos), o melanoma é incurável na maioria dos casos.
Câncer de Pele Não Melanoma- São tumores cutâneos localizados fora dos melanócitos.Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado precocemente. Entre os tumores de pele, o tipo não-melanoma é o de maior incidência e mais baixa mortalidade. É dividido em carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. 
Carcinoma Basocelular 
Epidemiologia:são tumores comuns de crescimento lento que metastatizam raramente. Ocorrem em pessoas de pele clara por volta dos 30 a 40 anos, em locais de exposição crônica ao sol. 
Fatores de Risco: 
Ter pele muito clara.
Ter tido muitos episódios de queimadura solar ao longo da vida.
Ter mais de 50 anos (o dano ao DNA surge na juventude, mas o câncer só aparece décadas depois).
Alta exposição solar ao longo de todo o ano.
Ter familiares próximos com história de câncer de pele.
Fisiopatologia:Mutações no p53 ocorrem em 40 a 60% dos carcinomas de células basais, e em 60% deste existe assinatura UV.
Quadro Clínico:o nariz é o localmais comum. Carcinoma basocelular apresenta-se como um pequeno nódulo ou uma pápula (uma lesão com relevo, tipo uma bolinha meio achatada), da cor da pele, meio brilhosa ou perolada, frequentemente com um ou mais diminutos vasos sanguíneos visíveis. Estas lesões se ferem com facilidade, podendo formar pequenas úlceras, e sangrar.
Prevenção:Devido ao carcinoma basocelular ser frequentemente causado pela radiação solar, proteção solar adequada deve ser feita. Proteção solar em crianças é muito importante.
Diagnóstico:O diagnostico do carcinoma basocelular é frequentemente sugerido de apenas inspeção, e confirmação histológica. Como técnicas são aceitáveis a realização de uma raspado ou uma biopsia. 
Tratamento:
Excisão cirúrgica simples;
Curetagem;
Terapia fotodinâmica;
Carcinoma Espinocelular 
Epidemiologia:é o segundo tumor mais comum, decorrente da exposição solar em pessoas idosas. É mais comum em homens. 
Fatores de Risco:Existem diversos fatores de risco para o carcinoma espinocelular, tanto genéticos quanto ambientais. As pessoas com este tipo de câncer em geral apresentam uma associação de fatores de risco. São fatores de risco:
 Pele clara
Sexo masculino
Exposição a radiação ultravioleta
Úlceras crônicas e cicatrizes
Tabagismo
Fisiopatologia:mutações no gene que codifica a proteína p53 e no oncogene ras. 
Quadro Clínico:A maioria dos locais frequentes inclui cabeça e pescoço, antebraços e dorso da mão. Clinicamente, o carcinoma ocorre sob a forma de uma pápula discreta, eritematosa com uma base endurecida. A lesão pode crescer com o passar do tempo e vir a ulcerar, apresenta coceira, dor ou sangramento. O carcinoma epidermoide, não tratado, pode causar uma significativa destruição local. Contudo, ao contrario do que ocorre com o carcinoma basocelular, o carcinoma epidermoide implica um risco de 0.5% a 5% de apresentar metástases. 
Prevenção:Existem várias formas de prevenir tal situação, mas uma das mais importantes de todas é a constante proteção solar que deve ser feita diariamente para prevenir o surgimento do tumor junto às áreas da pele mais expostas de forma contínua ao sol.
Diagnóstico: O diagnostico do carcinoma epidermoide é frequentemente sugerido de apenas inspeção, e confirmação histológica. Como técnicas, são aceitáveis a realização de uma raspado ou uma biopsia.
Tratamento:Uma variedade de opções terapêuticas pode ser realizada dependendo da localização do tumor, tamanho, características microscópicas, estado de saúde do paciente, entre outros fatores. A retirada cirúrgica é o tratamento mais comum. 
Câncer Gástrico– o câncer gástrico se apresenta, predominantemente, sob a forma de três tipos histológicos: o adenocarcinoma, responsável por 95% dos tumores gástricos, o linfoma, diagnosticado em cerca de 3% dos casos, e o leiomiossarcoma, iniciado em tecidos que dão origem aos músculos e aos ossos.
ADENOCARCINOMA DO ESTÔMAGO – os adenocarcinomas gástricos podem ser divididos em dois tipos:
Intestinal –células neoplásicas coesas que formam estruturas tubulares semelhantes a glândulas. As lesões do tipo intestinal com frequência são ulcerativas. 
Difuso - não há coesão celular e as células individuais infiltram e espessam a parede gástrica sem formar uma massa bem definida.Apresentam adesão intercelular deficiente, principalmente como consequência da perda da expressão de E Caderina.
Epidemiologia:no Brasil eles representam a terceira neoplasia mais comum em homens. Entre as mulheres constituem-se a quinta mais comum. A incidência da neoplasia de estômago varia com a idade, sendo rara em indivíduos com menos de 45 anos e mais comum entre os 60 e 80 anos de idade. Na china e no Japão, independentemente do sexo, ainda é a neoplasia mais comum. 
Fatores de Risco:os fatores de risco para o desenvolvimento do adenocarcinoma gástrico podem ser divididos entre ambientais e genéticos, assim como condições precursoras. 
Ambientai – infecção por Helicobacter pylori, dietéticas (excesso de sal, alimentos conservados, deficiência de vitamina A e C, falta de refrigeração)
Genética – história de câncer gástrico na família, grupo sanguíneo tipo A. 
Condições Predisponentes – gastrite crônica, anemia perniciosa, metaplasia intestinal, pólipos adenomatosos gástricos, displasia epitelial gástrica.
Fisiopatologia:mutações em K-ras parecem ser eventos iniciais no câncer gástrico do tipo intestinal. Aproximadamente dos tumores deste tipo apresentam mutações nos genes supressores de tumores, como Tp53, Tp73, APC. A super expressão da ciclina E está associada à progressão da displasia. 
Quadro Clínico:nos estágios iniciais pode ser assintomático ou provocar apenas sintomas inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico precoce. Os sintomas tardios incluem inchaço, disfagia, dor epigástrica ou saciedade precoce, sangramento, que pode resultar em anemia produzindo sintomas de fraqueza, fadiga e mal estar, assim como consequências cardiovasculares e cerebrais de maior gravidade.
Prevenção:Para prevenir o câncer de estômago é fundamental seguir dieta balanceada, composta de vegetais crus, frutas cítricas e alimentos ricos em fibras, desde a infância.
Diagnóstico:O exame radiológico de duplo contrasteajuda a detectar pequenas lesões ao melhorar a visualização de detalhes da mucosa.
Sangue oculto nas fezes;
Endoscopia; 
Tratamento:A remoção total do tumor com ressecção dos linfonodos adjacentes é a única chance de cura.O Adenocarcinoma gástrico é um tumor relativamente radio resistente, portanto, o principal papel da radioterapia nesses pacientes tem sido aliviar a dor.
LINFOMA DO ESTOMAGO 
Epidemiologia:o linfoma gástrico representa cerca de 3% de todos os tumores malignos dos estomago e sua incidência está aumentando.Os pacientes com linfomas gástricos são geralmente mais jovens do que os pacientes com adenocarcinoma, mas ainda há predominância do sexo masculino. 
- Quase todos os linfomas gástricos são linfomas de células B do tecido linfoide associado à mucosa (linfomas MALT). Os linfomas gástricos estão predominante associados à gastrite crônica e infecção pelo H.pylori. 
Tratamento:o linfoma gástrico primário responde muito melhor ao tratamento do que o Adenocarcinoma gástrico. Por isso, o diagnostico correto é essencial. A erradicação do H.pylori com antibióticos faz regredirem aproximadamente 75% dos linfomas MALT gástricos, devendo ser considerada antes de proceder à cirurgia, radioterapia ou quimioterapia.
OUTROS TUMORES MALIGNOS DO ESTÔMAGO
 O leiomiossarcoma que constitui cerca de 1% de todos os tumores gástricos, geralmente ocorre como uma massa intramural com ulceração central. Os sintomas podem incluir sangramento acompanhado por uma massa palpável. São indolentes(não causa dor), a ressecção cirúrgica resulta em taxas de sobrevida em 5 anos de 50%. Pode ocorrer metástase para linfonodos e para o fígado. Outros sarcomas gástricos incluem lipossarcomas, fibrossarcomas, miossarcomas e sarcomas neurogênicos.
Síndrome Paraneoplásica– A síndrome paraneoplásica consiste em um conjunto de sinais e sintomas, que precedem ou que ocorrem simultaneamente com a presença de uma neoplasia no organismo, não estando relacionada à metástase.
Epidemiologia:Estas síndromes podem ser o primeiro sinal de uma neoplasia e podem acometer até 15% dos pacientes com câncer.Ate dois terços das síndromes paraneoplásicas surgem antes do diagnostico de uma neoplasia associada. O reconhecimento destas associações pode levar o diagnostico precoce e o melhor tratamento.Esta síndrome pode dividir-se em quatro categorias principais, que são:Endócrina;Neurológica;Mucocutânea;Hematológica.
Marcadores Tumorais- Os marcadores tumorais são macromoléculas presentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos. Tais substâncias funcionam como indicadores da presença de câncer, e podem ser produzidas diretamente pelo tumor ou pelo organismo, em resposta à presença do tumor. Os marcadores tumorais são utilizados para: 
Rastreamento do Câncer 
Diagnóstico do Câncer 
Monitorar o Tratamentodo Câncer 
Tumores do Intestino Grosso 
Os adenocarcinomas são a grande maioria dos canceres colorretais e representam 70% de todas as malignidades que surgem no trato gastrointestinal. Curiosamente, o intestino delgado é um local onde raramente surgem tumores benignos ou malignos, apesar da sua grande extensão e do seu enorme número de células mucosas em divisão. 
O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos.. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestinogrosso. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos.Os pólipos colorretais são projeções do epitélio para a luz do intestino grosso. Os pólipos são classificados como neoplásicos ou não neoplásicos, e se tornam clinicamente relevantes quando causam sangramento retal ou obstrução intestinal parcial. Os pólipos são altamente prevalentes na população geral, e especial com o aumento da idade, a partir da quinta década de vida.
PÓLIPOS NÃO NEOPLÁSICOS: Entre os não-neoplásicos, formados em decorrência de proliferação tecidual anormal, arquitetura alterada ou inflamação da mucosa, encontram-se os pólipos hiperplásicos, harmatomatosos e inflamatórios
PÓLIPOS NEOPLÁSICOS OU ADENOMATOSOS: Os pólipos que se originam de proliferação epitelial displásica, variando de leve (baixo grau) a intensa (alto grau) são denominados pólipos adenomatosos ou adenomas. São classificados histologicamente em: 
- Tubulares - São os mais comuns correspondendo cerca de 46% dos casos e estão em qualquer local do colorretal.
- Vilosos - São os de maiores riscos de malignização, tem preferencia no reto. São mais raros.
 - Tubulovilosos - Estão em qualquer local do segmento colorretal.
Fisiopatologia: a camada de células epiteliais que reveste a superfície do intestino grosso normal passa por uma renovação a cada 3-8 dias. As células-tronco indiferenciadas dão origem a células que migram no sentido da luz intestinal conforme se diferenciam. Essas células são subsequentemente removidas por apoptose. O desenvolvimento do pólipo adenomatoso esta associado a um acúmulo de lesões genéticas que causam um desequilíbrio entre proliferação de células epiteliais e morte celular. Assim, as células se acumulam na superfície da luz, na qual permanecem indiferenciadas e continuam a se submeter à divisão celular, levando por fim ao desenvolvimento de uma massa de tecido adenomatoso.
Quadro Clínico:geralmente são assintomáticos. 
Diagnóstico:endoscopia ou radiografia com bário. Sendo a colonoscopia o método mais exato para diagnóstico. Essa técnica permite uma biópsia imediata e a retirada da maioria dos pólipos. Sendo hoje usada para rastreamento de pólipos em maiores de 50 anos.
Tratamento:É a remoção ou a destruição da lesão durante a endoscopia pelo eletrocautério. Quando não der para retirar assim, faz a remoção cirúrgica. Se for encontrada uma lesão maligna na biópsia deve determinar o grau histológico, invasão vascular e linfática e proximidade da margem de ressecção.
Adenocarcinoma Colorretal 
Epidemiologia:o pico de incidência do adenocarcinoma colorretal está entre 60 e 79 anos de idade. Historia familiar aumenta a incidência. 
Fatores de Risco:entre os principais fatores de risco dos tumores colorretais estão os hábitos de vida inadequados, como: 
* dieta baseada em consumo excessivo de carne vermelha; 
* rica em gorduras e pobre em fontes de fibras (frutas e verduras); 
* falta de exercícios físicos regulares (sedentarismo); 
* tabagismo;
* consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
Apesar da maioria dos casos de câncer colorretal estar associada aos hábitos de vida, sabe-se que alguns tumores têm como causa fatores hereditários, ou seja, um risco que pode ser transmitido de geração em geração.A ocorrência de vários casos de câncer na família e de pólipos intestinais (pequenos tumores benignos do intestino grosso), principalmente, antes dos 50 anos de idade, indicam uma possível causa hereditária para a doença. 
Fisiopatologia:atualmente acredita-se que existem duas vias diferentes para o desenvolvimento do câncer de cólon, ambas envolvendo vários estágios de múltiplas mutações.
A primeira via, chamada via APC/β-catenina, caracteriza-se pelo acumulo de mutações em uma serie de oncogenes e genes supressores de tumor. 
Perda do gene da Adenomatose Poliposa do Cólon (APC): a função normal da APC é promover à adesão celular e regular a proliferação celular, a ausência dessa função leva a redução da adesão entre as células eaumento da proliferação celular. 
Mutação no K-RAS: 
Perda do p53: 
Ativação da Telomerase: 
A segunda via, chamada de via de Instabilidade Microssatéliteapresentam como principal característica genética uma perda de função dos genes responsáveis peloreparo do DNA. Oacúmulo de mutações genéticas no DNA irá desencadear oprocesso de carcinogênese. 
Quadro Clínico:o câncer colorretal em seu estágio inicial não produz sintomas, e quando há algum sinal, se desenvolvem de modo insidioso durante meses ou anos. Alguns dos sintomas são: mudança do hábito intestinal como diarreia ou prisão de ventre, gases, dor na região do abdome; sangramento.A perda de sangue pelas fezes é muito comum, causando anemia e fraqueza.Os sinais variam de acordo com o local do tumor. 
Prevenção:Uma dieta rica de vegetais e laticínios e pobre em gordura (principalmente a saturada), além de fazer atividade física regular previnem o câncer colorretal. Deve-se evitar o consumo exagerado de carne vermelha.
Diagnóstico:O diagnóstico da doença é feito através de biópsia endoscópica com estudo histopatológico da lesão. Ele começa sempre com uma boa consulta médica e um exame físico detalhado. A suspeita do câncer de intestino requer a confirmação de sua presença através da realização de uma colonoscopia com biópsia.
Tratamento:O tratamento do câncer colorretal é multidisciplinar, ou seja, envolve cirurgia, quimioterapia e, nos tumores do reto, também a radioterapia.A cirurgia é necessária em praticamente todos os casos e pode ser a única forma de tratamento, nas fases muito iniciais, porém, nem sempre é a primeira forma de tratamento. A sequência correta é baseada na localização do tumor e no estadiamento. Em muitos casos de tumores do reto, pode ser necessária à realização de uma colostomia, isso significa a exteriorização (“colocar para fora”) do intestino na parede abdominal para saída de fezes.
Câncer de Pulmão– o câncer pulmonar origina-se do epitélio respiratório, sendo divido em dois grupos histológicos principais: câncer pulmonar de células não pequenas, e o câncer pulmonar de células pequenas. O CPCNP é responsável por aproximadamente 85% de todos os canceres de pulmonares. Os subtipos de CPCNP incluem adenocarcinoma (40%), o carcinoma de células escamosas (30%) e o carcinoma de células grandes (15%). CPCP é responsável por 15% de todos os canceres pulmonares. 
Epidemiologia:é o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% por ano na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco. É raro com idade inferior a 40 anos
Fatores de Risco:
- Fumo e tabaco: 87% dos canceres de pulmão ocorrem em fumantes ativos.
 - Poluentes industriais: estes poluentes que se apresentam no formato de partículas em suspensão no ar atmosférico, sao responsáveis pela deposição de sedimentos nos pulmões. 
- Gás Radônio: é um gás radioativo invisível, sem odor ou gosto, emitido naturalmente pelo solo e rochas. Pessoa que trabalham em minas, portanto, estão mais expostas.
 - Asbesto: fibras minerais usadas por algumas industrias. A exposição aumentada a asbestos aumenta em 60 a 100 vezes a chance de câncer de pulmão, isto porque partículas deste materialficam alojadas no pulmão. 
- Predisposição familiar 
- Doenças pulmonares crônicas: DPOC, Tuberculose e etc. 
- Câncer de Pulmão prévio
Fisiopatologia: 
Adenocarcinoma: É um tumor epitelial maligno com diferenciação glandular ou produção de mucina pelas células tumorais. Ocorrem mutações primárias no gene K-RAS, assim como mutações e inativações no p53, Rb e p16. Apresenta crescimento lento quando comparado com os demais carcinomas escamosos e tende a metastizar. 
Carcinoma de Células Escamosas: Ocorre mais em homens e esta relacionada intimamente com o tabagismo. Histologicamente caracteriza-se pela presença de queratinização e pontes intercelulares. Estes carcinomas demonstram uma maior frequência de mutação no p53 em relação a todos os outros tumores de pulmão, possuem ausência na expressão da proteína do gene supressor de tumor Rb e os inibidores de CDK mostram-se inativos.
Carcinoma de células grandes: Tumor epitelial maligno indiferenciado. As células tipicamente apresentam grandes núcleos e uma quantidade moderada de citoplasma. Os carcinomas de grandes células provavelmente representam carcinomas de células escamosas e Adenocarcinomas que são tão indiferenciados, que não podem mais ser reconhecidos pela microscopia optica.
Carcinoma de pequenas células: É um tumor altamente maligno. As células epiteliais são pequenas e com citoplasma escasso, bordas mal definidas, cromatina nuclear finamente granular e nucléolos ausentes. As células são arredondadas ou fusiformes e a moldagem nuclear é proeminente. Contagem mitótica é alta e as células crescem em grupos que não possuem organização glandular ou escamosa. Nestes tumores genes supressores de tumor p53 e Rb geralmente encontram-se mutados e o gene antiapoptóticos BCL2 demonstra-se presente em 90% dos tumores.
Quadro Clínico:os sintomas mais comuns do câncer de pulmão são a tosse persistente, dor no peito, e o sangramento pelas vias respiratórias. Infecções pulmonares de repetição como a Pneumonia de repetição pode, também, se a manifestação inicial da doença. 
Diagnóstico:a maneira mais fácil de diagnosticar o câncer de pulmão é através de raio-X do tórax complementando por tomografia computadorizada. A endoscopia respiratória deve ser realizada para avaliar a arvore brônquica, e eventualmente permitir a biopsia. Uma vez obtida à confirmação da doença, é feito o estadiamento, que avalia o estagio de evolução. 
Estadiamento: 
a) Estadiamento do tumor de não pequenas células: é realizado pelo sistema TNM. 
b) Estadiamento do tumor de pequenas células: é subdivido em duas categorias:
I. Doença Limitada: tumor limitado a um hemitórax, podendo incluir linfonodos mediastinais e supra claviculares ipsilaterais, derrame pleural e obstrução da VCS. II. Doença Extensa: o tumor estende-se além do hemitórax, inclui derrame pericárdico.
Prevenção:Uma vez que o consumo de derivados do tabaco está na origem de 90% dos casos, independentemente do tipo, não fumar é o primeiro cuidado para prevenir a doença. A ação permite a redução do número de casos (incidência) e de mortalidade.Manter alto consumo de frutas e verduras é recomendado. Deve-se evitar, ainda, a exposição a certos agentes químicos (como o arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila, gás de mostarda e éter de clorometil), encontrados principalmente no ambiente ocupacional.
Tratamento:o tratamento do câncer de uma forma geral pode ser feito com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. Nos casos de câncer de pulmão podemos utilizar uma, duas ou as três modalidades de tratamento. 
Câncer de células não-pequenas - A cirurgia, quando possível, é o tratamento de escolha por permitir melhores resultados, porém em cerca de 90 % dos casos não é possível cirurgia na ocasião do diagnóstico ou pela grande extensão da doença. Há também a possibilidade que o tumor esteja próximo àestrutura nobres (como o coração) ou porque o paciente não suportaria uma perda de parte do pulmão.
 Câncer de Pequenas Células - O tratamento quimioterápico é o tratamento de escolha para esse tipo de tumor podendo ser seguida da radioterapia ou não. Normalmente não se indica tratamento cirúrgico para o carcinoma e pequenas células.  
Cirurgia - As cirurgias para tratamento de câncer de pulmão podem ser: 
 Segmentectomia: Quando se retira uma parte pequena do pulmão, reservada para pacientes com tumores pequenos e que não suportam cirurgias maiores por apresentarem idade ou condições clínicas e/ou respiratórias limitadas.
 Lobectomia: quando retira uma parte inteira, ou um lobo, do pulmão.
 Pneumectomia: A retirada de um pulmão inteiro, o que para a maioria das pessoas não é possível, pois acarretaria uma qualidade de vida ruim.
 Quimioterapia: Assim como em outros tipos de câncer, o tratamento quimioterápico do câncer de pulmão pode tanto visar destruir as células cancerígenas, como reduzir o crescimento do tumor ou amenizar os sintomas da doença.
Conheça melhor sobre a quimioterapia e seus efeitos colaterais, clicando aqui.
 Radioterapia: O tratamento radioterápico utiliza radiação para destruir células cancerígenas. A radioterapia pode ser utilizada antes ou após a cirurgia. Como outros tipos de radioterapia, o tratamento pode trazer uma série de efeitos colaterais (como a pneumonite actínica, no caso do câncer de pulmão).
Cuidados Paliativos- Segundo a Organização Mundial de Saúde, Cuidados Paliativos é a assistência integral oferecida para pacientes e familiares quando diante de uma doença grave que ameace a continuidade da vida. O objetivo dos Cuidados Paliativos é oferecer o tratamento eficaz para os sintomas de desconforto que podem acompanhar o paciente, sejam eles causados pela doença ou pelo tratamento. São indicados para pacientes sem possibilidades de tratamento com cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia, especialmente naqueles com doenças avançadas em estágios terminais, os cuidados paliativos tornam-se essenciais.
Os princípios dos Cuidados Paliativos são:
· Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes. 
· Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente, em seu próprio ambiente.
· Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível até sua morte.
· Usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao luto.

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