Buscar

Semana de Arte Moderna de 1922, Modernismo 1ª e 2ª Geração Modernista

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
Literatura Brasileira 
Aula 5
Profa. MSc. Gisele Thiel Della Cruz
Organização da Aula
 Compreender o que foi e a 
importância da Semana de Arte 
Moderna de 1922
 Primeira fase modernista –
autores, obras, manifestos e 
revistas
 Segunda fase modernista – a 
lírica e o romance de 30
Contextualização
Contexto Nacional
 A crise das oligarquias
 A crise da República
 A virada do século e a I Guerra 
Mundial (1914-1918)
 As vanguardas europeias:
• Futurismo, Expressionismo,
Cubismo, Dadaísmo, 
Surrealismo
Semana de Arte Moderna
 Os efeitos da Guerra
 A negação do passado e da 
tradição – marcados por antigas 
ideologias
 Fevereiro de 1922
 O conceito de arte no século XX, 
portanto, está bastante 
condicionado à ideia de pesquisa 
formal, de arte como 
transformação, de alteração da 
linguagem para alterar a 
realidade
2
• Manuel Bandeira conhece o 
poeta surrealista francês Paul 
Éluard
• Ronald de Carvalho participa da 
fundação da revista Orfeu
(1915) em Portugal,
• Oswald de Andrade – Europa –
“Manifesto Futurista” (1909)
• Anita Malfatti, 1910, estuda 
pintura expressionista na 
Alemanha.
• Exposição realizada por Malfatti 
em São Paulo no ano de 1917 
• Monteiro Lobato redigiu para O 
Estado de S. Paulo um artigo 
intitulado “A propósito da 
exposição Malfatti”, mais 
conhecido como “Paranoia ou 
mistificação?”
 A Semana de Arte Moderna
(1922) é considerada o marco
inicial do Modernismo brasileiro
 O evento contou com a
apresentação de conferências,
leitura de poemas, dança e
música
 O Grupo dos Cinco, integrado
pelas pintoras Tarsila do Amaral
e Anita Malfatti e pelos escritores
Mário de Andrade, Oswald de
Andrade e Menotti Del Picchia
Duas Mulheres, de Di Cavalcanti
A boba, de Anita Malfatti
3
Conceitualização
A Primeira Fase Modernista
 Revista Klaxon (1922) –
digestão das influências 
europeias, combinada com o 
desejo revolucionário que levou 
à exposição no Municipal
 Em 1924, é lançado o principal 
manifesto dessa fase, o 
“Manifesto da Poesia Pau-Brasil”
 A revista Klaxon: lançada para 
dar continuidade ao processo de 
divulgação das ideias modernistas
 Lançamento de quatro 
movimentos culturais: 
o Pau-brasil, o 
Verde-amarelismo,
a Antropofagia e a 
Anta
 No caso do manifesto de Oswald, 
o que há é um reconhecimento da 
situação anterior de nosso sistema 
literário como importação do 
discurso europeu, que olha o 
Brasil a partir de uma ótica do 
exótico e do selvagem. O objetivo 
dessa nova literatura, portanto, 
seria o de “descolonizar” o Brasil
 A tendência seria reelaborada em 
1928, no famoso “Manifesto 
Antropófago” 
 Entretanto, seria posta em relevo 
uma ideia altamente simbólica: 
a de canibalismo com relação à 
cultura estrangeira
 A inspiração desse movimento é o
quadro de Tarsila do Amaral –
Raul Bopp o nomeou de Abaporu
(O comedor de gente)
O Abaporu, Tarsila 
do Amaral
Antropofagia, Tarsila do 
Amaral
4
 Na poesia, procurou-se fixar uma 
nova linguagem literária, inspirada 
na fala do povo, no linguajar 
cotidiano 
 Simultaneamente, objetivou 
sintetizar a poesia, reduzir ao 
máximo o seu texto para atingir o 
essencial; por isso 
denominou-se parte dessa 
produção de poema-pílula ou 
poema-minuto
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados
A Segunda Fase 
Modernista – Lírica
 O que se convencionou chamar 
de segunda geração do 
modernismo não é a organização 
de um grupo sucessor do 
primeiro, seja no aspecto 
cronológico, seja no sentido de 
negar os pressupostos de seus 
antecessores
 Alguma Poesia (1930), de 
Drummond, é contemporâneo 
de Libertinagem, de Bandeira
 Escritores:
• Carlos Drummond de Andrade 
Jorge de Lima, Cecília Meireles, 
Murilo Mendes e Vinicius de 
Moraes 
 A poesia vai assumindo uma 
produção anárquica – ainda sob 
influência da geração heroica
 Depois, o arrefecimento do 
poema-piada de Oswald de 
Andrade
5
 O tempo exigiu seriedade poética 
de Drummond – modernismo 
crente na inspiração poética, na 
ironia alegre: 
• Alguma Poesia, A Rosa do Povo 
e Claro Enigma
 O quadro de autores desse 
período, conforme afirmara 
João Cabral, caracteriza-se por 
desenvolver projetos pessoais, 
diferente do grupo da primeira 
fase, cujos projetos eram 
coletivos 
 Vinicius de Moraes – segundo o 
prefácio à sua Antologia poética
(1954) – terá uma fase católica 
e uma fase de “aproximação do 
mundo material”
 Murilo Mendes unirá forças entre 
seu catolicismo e a influência 
sofrida por ele pelo surrealismo 
francês, que culminará na 
obsessão cada vez maior por 
metáforas apocalípticas
 Cecília Meireles trilhará o 
caminho do entendimento da 
morte por meio da filosofia 
oriental, processo que seria 
projetado sobre a compreensão 
da História em Romanceiro da 
Inconfidência (1953)
 Jorge de Lima, talvez o poeta de 
mais “fases” 
• Formas fixas 
• Primeiramente fase católica, 
posteriormente, Poemas Negros
(1947)
• Experiência extrema em
Invenção de Orfeu (1952), 
poema épico sem par em nossa 
literatura modernista
6
A Segunda Fase 
Modernista – Prosa
 A Bagaceira, romance de José 
Américo de Almeida – início 
convencionado do romance de 
1930
 Publicado em 1928, mesmo ano 
de Macunaíma
 Graciliano Ramos, José Lins do 
Rego, Jorge Amado, Rachel de 
Queiroz e Érico Veríssimo 
 Interpretações do Brasil –
diálogo com a sociologia
• Cena regional ou realidades à 
margem do urbano
• Mudanças políticas no Brasil
• Sistema de base agrária
• Quebra da Bolsa de Nova 
Iorque – 1929
• Oligarquia cafeeira em crise
• Movimento operário
 As principais características dos 
romances desse momento 
seriam: 
• o fato de se tratar de 
produções de cunho 
realista-naturalista (ou seja, 
que demonstram desapego à 
fantasia e se orientam para a 
realidade como esta 
normalmente parece)
• construídas normalmente de 
forma linear (cronológica) 
• filtradas pelo “código culto 
urbano”, ou seja, pela 
linguagem dos centros 
culturais, em oposição à fala 
dos grupos sociais que são 
representados
• com relação à questão 
temática, haveria uma 
exacerbação do papel das 
estruturas histórico-sociais 
• a questão rural está em voga 
nas raízes dos protagonistas
7
 José Lins do Rego, prolífico 
escritor paraibano, escreveu uma 
série de cinco romances do 
chamado ciclo da cana-de-açúcar 
• Fogo Morto – caráter mais 
abertamente político, engajado 
em uma interpretação sociológica 
dos acontecimentos 
 O romance é dividido em três 
partes que focalizam três 
personagens cujos destinos se 
entrecruzam e tematiza a tensão, 
tanto psicológica quanto social, 
dos grupos reunidos em torno da 
economia primitiva de produção 
de cana:
• o artesão José Amaro 
(envolvido, a partir de sua 
revolta quanto à condição 
de agregado, com o cangaço) 
• “seu” Lula (senhor de engenho 
incapaz de sustentar uma ordem 
social obsoleta) 
• Vitorino Carneiro 
da Cunha (figura quixotesca, em 
parte cômica, em parte trágica, 
que sustenta ideais liberais)
Aplicação Prática
Mario de Andrade –
Macunaíma
“No fundo do mato-virgem nasceu 
Macunaíma, herói de nossa gente. 
Era preto retinto e filho do medo da 
noite. Houve um momento em que silêncio 
foi tão grande escutando 
o murmurejo do Uraricoera, 
que a índiatapanhumas
pariu uma criança feia. (...)
(...) Essa criança é que chamaram de 
Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De 
primeiro passou mais de seis anos não 
falando. Se o incitavam a falar exclamava:
— Ai! que preguiça!...”
8
Graciliano Ramos
 Sua obra é composta de títulos 
que cobrem faces bem diversas 
presentes na realidade 
brasileira: o romance urbano de 
força existencialista em 
Angústia (1936), (...)
(...) o ensaísmo autobiográfico 
sobre a experiência da prisão em 
Memórias do Cárcere (1953) e a 
interdição linguística do 
sertanejo retirante em Vidas 
Secas (1938). Mas foi com São 
Bernardo (1934) que conquistou 
o título de autor da “súmula do 
romance de 30” (Dacanal, 1986, 
p. 19)
Carlos Drummond
 Seu primeiro livro, Alguma 
Poesia, explora o humor do 
modernismo de primeira hora
 A angústia diante da atividade de 
composição do poema, 
compreendendo a ineficiência da 
linguagem diante do mundo, é a 
maior inquietação da atividade 
poética de Drummond
 Candido (1970, p. 68) sinaliza 
essa transformação a partir de 
dois livros, Sentimento do Mundo
(1940) e José (1942), cujos 
títulos apontam para as duas 
esferas em torno das quais se 
organiza a tensão de sua obra: 
o mundo (os problemas sociais) e
o ser (os problemas individuais)
 A Rosa do Povo (1945) – a 
disputa entre o poeta e as 
palavras se constituirá como um 
questionamento da validade da 
poesia diante dos acontecimentos
 Claro enigma – arrefece o tom 
revolucionário, e entra em cena 
uma profunda desilusão com a 
transformação da realidade.
Poema de Sete Faces – Alguma Poesia
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
9
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, 
pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada. 
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode,
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo. 
(Andrade, 2009, p. 9-10)
Consideração do Poema – A Rosa do Povo
[…]
As palavras não nascem amarradas,
elas saltam, se beijam, se dissolvem,
no céu livre por vezes um desenho,
são puras, largas, autênticas, indevassáveis.
[…]
Já agora te sigo a toda parte,
e te desejo e te perco, estou completo,
me destino, me faço tão sublime,
tão natural e cheio de segredos,
tão firme, tão fiel… Tal uma lâmina,
o povo, meu poema, te atravessa.
(Andrade, 2009, p. 139-141)
 São Bernardo
• Foco narrativo
 1a pessoa 
 Presença do monólogo interior 
(Narrador-personagem)
• Tempo
 A ação do romance se 
desenrola no final da década 
de 20 e início da década de 30
• Espaço
 Predominantemente rural:
fazenda S. Bernardo,
localizada no município de
Viçosa, Alagoas.
• Temas:
1. transformação do homem em 
objeto, em coisa
2. o ciúme e a ambição
3. o egoísmo e a solidão existencial
4. a luta pela sobrevivência;
5. opressão x submissão do homem
6. o sentimento de propriedade, 
7. de "posse"
10
"No começo das nossas desavenças todas as 
noites aqui me sentava, arengando com 
Madalena. Tínhamos desperdiçado tantas 
palavras! 
— Para que serve a gente discutir, explicar-se? 
Para quê? Para que, realmente? O que 
eu dizia era simples, direto 
e procurava debalde em minha 
mulher concisão e clareza. (...) 
Usar aquele vocabulário, vasto, cheio de 
ciladas, não me seria possível. E se ela 
tentava a minha linguagem resumida, matuta, 
as expressões mais inofensivas e concretas 
eram para mim semelhantes a cobras: faziam 
voltas, picavam e tinham 
significação venenosa."
Síntese
 Pontos-chave:
• as mudanças históricas do final 
da República Velha. 
• a Revolução de 30
• a II Guerra Mundial
• A Semana de Arte Moderna –
marco do Modernismo
• A fase heroica – a construção 
crítica da identidade nacional e 
o rompimento com antigos 
estilos
• A lírica e a prosa dos anos 30

Continue navegando

Outros materiais