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EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA LICENCIATURA EM QUÍMICA CALCULO I Salvador 2009 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 ELABORAÇÃO Érica Nogueira Macêdo DIAGRAMAÇÃO Nilton Rezende Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP). Catalogação na Fonte BIBLIOTECA DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA – UNEB MACÊDO, Érica Nogueira. M141 Calculo I – Licenciatura em química. / Érica Nogueira Macêdo. Salvador: UNEB/ EAD, 2009. (Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação). 94p. 1.Educação a distância. 2. Calculo 3. Química I. Título II. Curso em licenciatura em química III. Universidade Aberta do Brasil IV. UNEB /NEAD CDD: 515.15 EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luis Inácio Lula da Silva MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Carlos Eduardo Bielschowsky DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Hélio Chaves Filho SISTEMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL DIRETOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DA CAPES Celso Costa COORD. GERAL DE ARTICULAÇÃO ACADÊMICA DA CAPES Nara Maria Pimentel GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA GOVERNADOR Jaques Wagner VICE-GOVERNADOR Edmundo Pereira Santos SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO Osvaldo Barreto Filho UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB REITOR Lourisvaldo Valentim da Silva VICE-REITORA Amélia Tereza Maraux PRÓ-REITORA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO Mônica Moreira Torres COORDENADOR UAB/UNEB Silvar Ferreira Ribeiro COORDENADOR UAB/UNEB ADJUNTO Jader Cristiano Magalhães de Albuquerque DIRETOR DO DEDC – I Antônio Amorim NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD COORDENADOR Arnaud Soares de Lima Junior VICE-COORDENADOR Silvar Ferreira Ribeiro COORDENADOR ADMINISTRATIVO Jader Cristiano Magalhães de Albuquerque COORDENADORA PEDAGÓGICA Sônia Maria da Conceição Pinto COORDENADORA DE MATERIAL DIDÁTICO Kathia Marise Borges Sales COORDENADOR DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO Marcus Túlio Freitas Pinheiro COORDENAÇÃO DE ARTICULAÇÃO ACADÊMICA Emanuel do Rosário Santos Nonato COORDENADOR DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA Marta Valeria Santana de Andrade EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Prezado estudante, Este módulo é parte do material didático que dá suporte as suas atividades de auto-estudo e auto-formação no curso de Licenciatura em Química na modalidade à distância. Cada componente curricular dispõe de um material impresso correspondente, especialmente preparado para este curso, por docentes - pesquisadores, selecionados por sua inserção e produção na área de conteúdo específica. Além deste módulo, você também dispõe de material em mídia e do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Procure conhecer e explorar o máximo possível todo o material disponibilizado para o seu curso. É importante ter consciência que este é um material básico, especialmente preparado para lhe oferecer uma visão essencial ao estudo do conteúdo de cada componente curricular. Portanto, ele não tem o objetivo de ser o único material para pesquisa e estudo. Pelo contrário, durante o decorrer do texto, o próprio módulo sugerirá outras leituras, apontando onde você pode encontrar fontes para aprofundar, verticalizar ou trazer outros olhares sobre a temática abordada. Observe que, no decorrer deste módulo, os autores abrem caixas de diálogo para que você construa como interlocutor ativo, a sua leitura do texto. Elas aparecem com os ícones e objetivos listados a seguir: Você sabia? – convida-o a conhecer outros aspectos daquele tema/conteúdo. São curiosidades ou infor- mações relevantes que podem ser associadas à discussão proposta; Saiba mais – apresenta notas ou aprofundamento da argumentação em desenvolvimento no texto, tra- zendo conceitos, fatos, biografias, enfim, elementos que o auxiliem a compreender melhor o conteúdo abordado; Indicação de leituras – neste campo, você encontrará sugestão de livros, sites, vídeos. A partir deles, você poderá aprofundar seu estudo, conhecer melhor determinadas perspectivas teóricas ou outros olhares e interpretações sobre aquele tema; Sugestões de atividades – consistem em indicações de atividades para você realizar autonomamente em seu processo de auto-estudo. Estas atividades podem (ou não) vir a ser aproveitadas pelo professor- formador como instrumentos de avaliação, mas o objetivo primeiro delas é provocá-lo, desafiá-lo em seu processo de auto-aprendizagem. Então caro estudante, encare este material como um parceiro de estudo, dialogue com ele, procure as leituras que ele indica, desenvolva as atividades sugeridas e, junto com seus colegas, busque o apoio dos tutores e a orienta- ção do professor formador. Seja autor da sua aprendizagem. Bom estudo! Coordenação de Material Didático Núcleo de Educação a Distância - NEAD ?? VOCÊ SABIA? ??? ??? SAIBA MAIS INDICAÇÃO DE LEITURA SUGESTÃO DE ATIVIDADE EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA APRESENTAÇÃO DO MóDULO Caros Estudantes! O cálculo foi desenvolvido a partir de dois ramos importantes da Matemática: a Álgebra e a Geometria. Esse se dedica ao estudo de taxas de variação das grandezas e a acumulação de quantidades. Assim, tem sido utilizado em várias áreas das ciências exatas, como por exemplo, na Física. Desenvolvido por Isaac Newton(1643-1727) e Gottfried Leibniz(1646-1716), em trabalhos independentes, o Cálculo abriu novas oportunidades na física-matemática de resolver problemas muito antigos que até então não haviam sido solucionados. Houve uma divergência sobre qual dos dois matemáticos teria realmente inventado o Cálculo. Esta controvérsia se deu, pois Leibniz publicou primeiro os seus resultados, despertando assim em Newton a desconfiança de que ele teria roubado seus escritos não publicados. Hoje Leibniz é considerado inventor do Cál- culo junto com Newton, pois Leibniz iniciou seus estudos através do Cálculo Integral e Newton através do Cálculo Diferencial. Foi também Leibniz quem deu o nome Cálculo à nova disciplina criada, nome este utilizado até os dias de hoje; Newton inicialmente a chamara de “A ciência dos fluxos”. Posteriormente o Cálculo foi abordado de uma forma muito mais rigorosa por matemáticos como Cauchy, Riemann e Weierstrass. Neste sentido, este módulo apresenta a vocês um estudo sobre o Cálculo Diferencial, destacando seus princi- pais elementos e teorias. Assim, apresentamos inicialmente o conceito de limites. Estes descrevem o valor de uma função em certo ponto em termos dos valores de pontos próximos. Deste ponto de vista, o Cálculo é uma coleção de técnicas para a manipulação de certos limites, que podem ser empregados em fundações rigorosas e, por este motivo, são a abordagem padrão para o cálculo. Em seguida apresentamos o conceito da derivada que nos leva ao estudo do Cálculo Diferencial. O conceito da derivada nos permite, através do processo da “diferenciação”, en- contrar uma nova função a partir de uma função original dada. Este processo surgiu do problema da tangente, ou seja, encontrar retas tangentes a determinadas curvas em certos pontos. Assim surgem as diversas aplicações do Cálculo Diferencial: determinações de retas tangentes, estudo de variação de funções, cálculos de taxas de variação como aceleração e velocidade, otimização de espaços e formas. O estudante de Cálculo deve ter certo conhecimento em algumas áreas da matemática, como funções, geome- tria e trigonometria, pois são a base de todo seu estudo. Logo, é necessária uma revisão em conceitos estudados anteriormente. Assim, este materialdará subsídios para que vocês aprofundem seus estudos sobre Cálculo Diferencial e, tenho certeza, que conseguirão grandes sucessos. Espero que se dediquem ao estudo deste componente curricular, com empenho e disciplina, buscando autonomia e organizando seu tempo para que consigam superar todos os desafios que esta nova modalidade de ensino lhe proporcionará. Bons estudos!!!! Érica N. Macêdo EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA SUMÁRIO 1. Limites e continuidade 13 1.1 Noção intuitiva 13 1.2 Limites laterais 19 1.3 Propriedades dos limites 22 1.4 Continuidade 25 1.5 Cálculo de limites 28 1.5.1 Fatoração de expressões 29 1.5.2 Racionalização de expressões 31 1.6 Limites no infinito 33 1.7 Limites infinitos 36 1.8 Limites fundamentais 39 1.8.1 Limite trigonométrico fundamental 40 1.8.2 Limite exponencial fundamental 41 2. Derivada 45 2.1 A reta tangente 45 2.2 A derivada de uma função 48 2.3 Continuidade de funções deriváveis 49 2.4 Derivadas laterais 50 2.5 Regras de derivação 51 2.6 Derivada da função composta (Regra da cadeia) 54 2.7 Derivada da função inversa 56 2.8 Derivada das funções elementares 57 2.8.1 Funções Trigonométricas 57 2.8.2 Função exponencial 60 2.8.3 Função logarítmica 61 2.8.4 Funções trigonométricas inversas 62 2.9 Derivadas sucessivas 62 3. Aplicações da Derivada 66 3.1 O diferencial 66 3.2 Velocidade e aceleração 67 3.2.1 Velocidade 67 3.2.2 Aceleração 69 3.3 Taxa de Variação 69 3.4 Regras de L´Hospital 71 3.5 Máximos e mínimos 75 3.6 Funções crescentes e decrescentes 78 3.7 Critérios para determinar os extremos de uma função 80 3.8 Problemas de otimização 83 4. Análise do comportamento de funções 86 4.1 Concavidade e inflexão 86 4.2 Assíntotas 89 4.3 Construção de gráficos 96 REFERÊNCIAS 96 QUÍMICA EA D 013013UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 5 Estamos iniciando mais uma disciplina neste curso de Licenciatura em Química: O Cálculo Diferencial. Aqui estudaremos sobre o comportamento de funções em situações bem definidas. Para iniciar nosso estudo, apresentaremos conceitos intuitivos, que visam melhorar nossa compreensão. Em seguida, serão fornecidos conceitos formais, para que possamos dar um caráter científico para este estudo. Tenho certeza de que a palavra “limite” lhe representa algo. Em nossa vida cotidiana é comum encontrarmos coisas que façam referências a limites, como por exemplo: • O limite de velocidade nesta via é de 80Km/h. • Você ultrapassou todos os limites! • Não aguento mais comer: cheguei ao meu limite! Observe que nas frases descritas acima, a noção de limite refere-se a uma barreira, uma fronteira em que, às vezes, não podemos ultrapassar. Aqui estudaremos esta noção levando em consideração aspectos matemáticos. Para isto, observemos então algumas sequências numéricas. a) 1 - 1,9 - 1,99 - 1,999 - 1,9999 - 1,99999 - ... b) ½, 2/3 , ¾ , 4/5 , 5/6 , 7/8 , 8/9, ... c) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9,... Veja que nas sequências acima temos uma quantidade de termos que nos permite saber quais são os próximos elementos desta sequência, devido a uma regularidade na lista dos elementos e, através desta regularidade, 014 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 015UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 6 podemos “prever” quais seriam os números que estariam em posições bem elevadas desta sequência, ou de quem estes números se aproximam. Veja que na sequência (a), à medida que temos mais elementos, estes se aproximam muito do número 2, embora nenhum dos números desta sequência seja exatamente igual a 2; na sequência (b), temos frações que se aproximam cada vez mais de 1, embora novamente nenhuma fração desta sequência seja igual a 1, pois nunca teremos numerador e denominador iguais; na sequência (c) vemos que os número crescem indefinidamente, não se pode dizer que estes números vão se aproximar de um determinado valor, pois crescem indefinidamente à medida que se tem posições mais elevadas; neste último caso, dizemos que esta sequência tende para o infinito (). Assim, podemos perceber uma noção intuitiva de limite para estas sequências. Dizemos que em (a) o limite da sequência é 2; em (b) o limite da sequência é1 e em (c) não temos um valor limite, pois os números crescem indefinidamente. VOCÊ SABIA? Muitos matemáticos afirmavam que o “infinito real” é algo que não existe, havendo apenas um “infinito potencial”, ou seja, a possibilidade de se fazer com que certas quantidades sejam tão grandes quanto desejarmos. Em 1831, Gauss escreveu: “O infinito é apenas uma figura de linguagem: uma forma abreviada para a afirmação de que existem limites dos quais certas relações podem se aproximar tanto quanto nós desejarmos, desde que permitamos que outras magnitudes cresçam sem qualquer restrição”. O símbolo foi proposto em 1655 por Wallis. 014 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 015UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 7 Agora que já vimos uma noção de limites de sequências, expandiremos este conceito para o caso das funções reais. Inicialmente observaremos o comportamento de uma dada função em alguns pontos do seu domínio. Seja . Como vocês podem perceber, esta é uma função polinomial de primeiro grau, cujo domínio é . Vejamos a imagem de alguns elementos deste domínio: Veja que nos valores apresentados, quanto mais nos aproximamos de 2 em , os valores de se aproximam de 4. Observe também que neste caso, a imagem se aproxima de 4 cada vez mais que o domínio se aproxima de 2, independentemente se os valores são maiores ou menores que 2. Veja o gráfico desta função. −2 2 4 −2 2 4 x y 016 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 017UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA8 Podemos dizer então que, quando aproximamos o valor de de 2, o valor da função se aproxima de 4, mesmo que o valor de não seja necessariamente igual a 2;assim, quando “ tende a 2”, o valor de “ tende a 4”. Intuitivamente podemos dizer também que o limite da função , quando tende a 2 é 4. Veja que não queremos saber o que acontece com a função no ponto específico , mas sim nos pontos muito próximos de 2. Definição: Escrevemos e dizemos “ o limite de , quando tende a , é igual a L” se pudermos tomar os valores de arbitrariamente próximos de L, tomando suficientemente próximo de (por ambos os lados de ) mas não igual a . Assim, no caso acima, podemos escrever: Esta é uma definição de limite menos formal. Veja agora a definição de maneira mais formal, tal qual é estudada em Cálculo e Análise Matemática: Definição: Seja definida num intervalo aberto I, contendo , exceto possivelmente, no próprio . Dizemos que o limite de quando aproxima- se de é L e escrevemos se, para todo >0, existe um >0, tal que sempre que . x y L a f 016 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 017UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 9 Vejamos mais alguns exemplos de limites de funções. Exemplo: Exemplo: Espero que você já tenha compreendido a noção de limites quando temos funções. Acredito que percebeu como é mais fácil verificar o limite de uma função num determinado ponto, se conhecemos o seu gráfico. Para reafirmar, o quer vimos até agora, lembre-se sempre que: −1 1 1 2 x y −1 1 2 3 4 −1 1 2 3 x yNo gráfico ao lado, vemos uma função definida por duas sentenças. Note que a função não está definida no ponto . Isto não impede que calculemos , que neste caso, vê-se facilmente ser igual a 3, ou seja, VOCÊ SABIA? Você pode construir o gráfico de diversas funções usando o software Winplot. Ele é de fácil manipulação, gratuito e encontra-se disponível em math.exeter.edu/rparris/winplot.html Neste caso, temos , mas observe que . 018 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 019UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 10 • A definição de limite não exige que o ponto pertença ao domínio de . Em alguns casos de limites bem importantes, temos que o ponto não pertence ao domínio da função. • Mesmo que , a definição não faz referência ao valor de ; o limite apenas analisa o comportamento dos números do domínio que tendem a . Seguiremos então, agora, com nosso estudo sobre limites. Você percebeu que ao calcularmos o limite de uma função, encontramos um número real. Pode haver casos em que ao calcularmos o limite de uma função num determinado ponto, este limite não exista, aspecto que exploraremos um pouquinho mais tarde. Por hora, veremos que, ao calcularmos o limite de uma função num ponto, este existindo, se torna único. Proposição: Se e , então . Esta proposição nos mostra que, quando o limite existe em um ponto, ele é único. Significa dizer que num ponto, uma mesma função não pode ter dois limites distintos. Esta proposição é demonstrada usando a definição formal de limites a qual ocultaremos neste material. Você irá encontrá-la em livros de cálculo que estão a sua disposição nas bibliotecas de sua universidade. Você deve se lembrar que na apresentação da definição de limite de uma função num ponto , chamamos a atenção que avaliamos pontos próximos de , por ambos os lados de , ou seja, por valores que são maiores que , e também por valores que são menores que . Quando avaliamos o comportamento da função por estes dois lados separadamente, temos o que chamamos de limites laterais. 018 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 019UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 10 • A definição de limite não exige que o ponto pertença ao domínio de . Em alguns casos de limites bem importantes, temos que o ponto não pertence ao domínio da função. • Mesmo que , a definição não faz referência ao valor de ; o limite apenas analisa o comportamento dos números do domínio que tendem a . Seguiremos então, agora, com nosso estudo sobre limites. Você percebeu que ao calcularmos o limite de uma função, encontramos um número real. Pode haver casos em que ao calcularmos o limite de uma função num determinado ponto, este limite não exista, aspecto que exploraremos um pouquinho mais tarde. Por hora, veremos que, ao calcularmos o limite de uma função num ponto, este existindo, se torna único. Proposição: Se e , então . Esta proposição nos mostra que, quando o limite existe em um ponto, ele é único. Significa dizer que num ponto, uma mesma função não pode ter dois limites distintos. Esta proposição é demonstrada usando a definição formal de limites a qual ocultaremos neste material. Você irá encontrá-la em livros de cálculo que estão a sua disposição nas bibliotecas de sua universidade. Você deve se lembrar que na apresentação da definição de limite de uma função num ponto , chamamos a atenção que avaliamos pontos próximos de , por ambos os lados de , ou seja, por valores que são maiores que , e também por valores que são menores que . Quando avaliamos o comportamento da função por estes dois lados separadamente, temos o que chamamos de limites laterais. 11 Definição: Escrevemos e dizemos que o limite esquerdo de quando x tende a é igual a L se pudermos tornar os valores de próximos de L, tomando-se suficientemente próximo de , porém menor que . Analogamente, escrevemos e dizemos que o limite direito de quando tende a é igual a L se pudermos tornar os valores de próximos de L, tomando-se suficientemente próximo de , e maior que . Veja que nos casos anteriores, ao verificarmos o limite de uma função num determinado ponto , avaliando ambos os lados de , o que estamos fazendo é apenas calcular os limites laterais. Veja mais um exemplo. Exemplo: Exemplo: −1 1 2 3 −1 1 2 x y Veja que, quando nos aproximamos de 1 pela esquerda, ou seja, quando os valores da função se aproximam de 1; e que, quando nos aproximamos de 1 pela direita, ou seja, quando os valores da função também se aproximam de 1. Logo podemos escrever os limites: • • −2 −1 1 2 3 −1 1 2 3 4 x yQuando nos aproximamos de 2 pela esquerda, ou seja, quando os valores da função se aproximam de 4; e ao nos aproximamos de 2 pela direita, ou seja, quando os valores da função agora se aproximam de 1. Logo podemos escrever os limites: • • 020 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 021UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 12 Neste último exemplo, aconteceu algo bem interessante… Você percebeu que os limites laterais aqui não coincidiram? O que você pode concluir sobre isto? Vamos pensar um pouco? Na definição apresentada, foi chamado à atenção sobre o fato do limite de uma função num determinado ponto , ser calculado levando em consideração ambos os lados de ; que agora sabemos são os limites laterais. Assim, podemos concluir que o limite de uma dada função num ponto só existe quando os limites laterais coincidem. Caso contrário, ou seja, caso os limites laterais não coincidam, dizemos que o limite não existe. Teorema: Se é definida em um intervalo aberto contendo , exceto possivelmente no ponto , então existe e é igual a L se, e somente se, ambos os limites laterais e , existirem e forem iguais a L. Levando em consideração este teorema, podemos agora verificar se o limite de uma função existe ou não num determinado ponto. VOCÊ SABIA? Os teoremas são de grande importância no estudo da matemática. Em resumo, são afirmações que podem ser provadas, usando para isto, diversas técnicas como indução finita, redução ao absurdo entre outras. Uma das principais atividades de um matemático é demonstrar teoremas. 020 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 021UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 13 Observe mais alguns exemplos. Exemplo: • • • Concluímos dessa forma que existe e temos que . Veja também que , e que esta informação não influencia na existência do limite. Exemplo: • • • Aqui o limite não existe, pois os limites laterais não coincidem. Exemplo: • • −2 −1 1 2−1 1 2 x y −1 1 2 3−1 1 2 3 4 5 x y −1 1 2 3 4 −2 −1 1 2 x y 022 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 023UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 14 Logo podemos concluir que existe e temos que . Veja também que , e neste caso o valor da função em coincide com o valor do limite no mesmo ponto. Isto será de muita utilidade em estudos posteriores. Para calcular limite de funções em determinados pontos, basta que se observe o gráfico da mesma, porém existem algumas funções que possuem gráficos ou leis muito complicadas. Assim, precisamos estabelecer critérios de se calcular limite, sem o uso da ferramenta gráfica. Vamos então conhecer as propriedades dos limites? A seguir apresentaremos uma série de propriedades que facilitará o cálculo do limite de funções, principalmente considerando as que não são de fácil esboço gráfico. Proposição: Se , e são números reais quaisquer, então Veja que com esta proposição podemos agora calcular o limite de qualquer função de 1º grau, num determinado ponto . Exemplos: • • INDICAÇÃO DE LEITURA: A demonstração das propriedades a seguir pode ser vista em http://www.icmc.sc.usp.br/~pztaboas/nocte/node9.html 022 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 023UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 15 • • Viu como é simples calcular limites de uma função de 1º grau? Observe que esta proposição serve para todo e qualquer tipo de função de primeiro grau, mesmo as que têm termo independente nulo. E como fica a função constante? Pense um pouco: qual o valor de ? Veja que aqui podemos usar a proposição enunciada; estamos diante de um limite que pode ser escrito da forma , em que temos . Assim podemos concluir que Proposição: Se e existem, e c é um número real qualquer, então: • • • • , desde que Estas novas propriedades favorecem o cálculo de limite de diversas funções reais. Vamos ver a aplicação desta proposição em diversos exemplos? Tenho certeza de que você vai se divertir resolvendo os mais diversos limites. Exemplos: • • • 024 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 025UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 16 Com o cálculo destes últimos dois limites podemos enunciar mais uma proposição, que leva em consideração a potência de funções. Lembre-se que a potência é uma multiplicação de fatores iguais. Proposição: Se e é um inteiro positivo, então Exemplos: • • • Vejamos mais algumas proposições. Lembre-se que estas proposições facilitam o cálculo do limite de uma função num determinado ponto, sem a necessidade da sua representação gráfica, que algumas vezes pode ser bem trabalhosa. Proposição: Se e é um inteiro positivo, então: • • • • Exemplos: • • 024 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 025UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 17 Percebeu como é simples o cálculo de limite de uma função usando as proposições acima citadas? Espero que tenha compreendido bem cada uma delas e que não tenha receio de usá-las para resolver mais e mais limites. Para isto, deixaremos aqui alguns exemplos que você, com certeza, terá condição de responder. Exercícios Propostos: (a) (b) (c) Quando definimos , chamamos a atenção de que este resultado analisa o que acontece com a imagem por , dos pontos próximos de , tanto pela direita quanto pela esquerda, e que não leva em consideração o valor que assume em , e nem sequer questiona se está definida ou não em . Embora não seja necessário o comportamento de no ponto , para se calcular , podemos fazer um estudo sobre , levando em consideração este comportamento. Quando diremos, de acordo com a definição a seguir que é contínua em . Definição: Dizemos que uma função é contínua no ponto se as seguintes condições forem satisfeitas: • é definida no ponto ; • existe; • . 026 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 027UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 18 Veja a seguir, gráfico de funções que não são contínuas em a. Isto acontece devido a falta de qualquer uma das condições acima. Será que você consegue identificar nos gráficos abaixo, qual das condições não foi satisfeita? (a) (b) (c) (d) Veja que em (a) a função não está definida em ; em (b) temos que ; em (c) não existe e em (d) a função não está definida em . Tenho certeza que com estas representações gráficas, você conseguiu visualizar o que acontece quando uma das condições acima não é satisfeita. Nestes casos dizemos que a função é descontínua em . x y a x y a x y a x y a 026 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 027UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 19 E então, como será que fica o gráfico de uma função real contínua em todos os pontos do seu domínio? Vamos conhecer graficamente algumas destas funções? Veja que estas funções são contínuas, pois para qualquer ponto temos sempre . Obs.: Quando uma função é contínua em todos os pontos, dizemos apenas que é contínua. Intuitivamente, dizemos que o gráfico de uma função contínua pode ser traçado sem levantar o lápis do papel. Proposição: Se as funções e são contínuas em um ponto , então são contínuas também em : • • • • ; desde que Observe que estas propriedades são de fácil verificação; basta aplicar as propriedades operatórias vistas anteriormente. Veja como fica, por exemplo, a prova do primeiro item: Se e são contínuas em , então temos e ; logo , x y x y 028 UNIVERSIDADEDO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 029UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA20 que nos mostra a continuidade da função no ponto . Algumas funções reais elementares que nós conhecemos são contínuas para todos os números reais. São elas: funções polinomiais, exponenciais e as funções trigonométricas seno e cosseno. Exemplo: Investigue a continuidade da função no ponto Note que aqui temos uma função definida por sentenças, cujos limites laterais em são definidos por leis distintas. Temos que verificar se . Vejamos: VOCÊ SABIA? O volume de uma árvore é estimado indiretamente através do ajustamento de uma função contínua que descreva a sua forma, solucionada em função das variáveis diâmetro e altura, e eventualmente por mais uma ou duas variáveis auxiliares. SUGESTÃO DE ATIVIDADE Use as propriedades operatórias dos limites estudadas até agora e prove que se e são funções contínuas, então os demais itens também o são: • • • ; desde que 028 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 029UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 21 • • Com isto concluímos que o limite existe, pois os limites laterais coincidem. Resta verificar se coincide com o valor de ; temos então Assim, a função é contínua em , pois . Viu como é simples investigar a continuidade em um dado ponto? Continue aplicando os seus conhecimentos sobre continuidade nos exercícios a seguir. Já conhecemos diversas propriedades operatórias de limites e, com elas, podemos calcular o limite de diversos exemplos de funções em determinados pontos. Mas há alguns casos que ainda não solucionamos por completo. Para dar início a este estudo, observe bastante o limite a seguir. SUGESTÃO DE ATIVIDADE Investigue a continuidade das funções abaixo nos pontos indicados. (a) , no ponto . (b) , no ponto . 030 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 031UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 22 Veja que estamos diante do que chamamos de indeterminação. Não temos um único valor real que satisfaça à sentença 0/0. Qualquer número real, vezes zero dá zero. Então? Como resolver tal problema? Lembre-se que ao calcular o limite de uma função quando tende para , estamos avaliando o que acontece com a imagem de para pontos muito próximos de , mas não necessariamente iguais a . Sendo assim, nestes casos, podemos fazer simplificações, que representem a mesma função, e que nos dê uma solução para a indeterminação apresentada. No caso da indeterminação do tipo 0/0, temos duas formas de efetuar simplificações. São elas a fatoração dos termos, no caso de funções racionais, e a racionalização de termos, tratando-se das funções irracionais. Uma função racional, é uma função do tipo , em que e são polinômios. Quando o limite de uma função racional, num determinado ponto , recai na indeterminação do tipo 0/0, podemos efetuar a fatoração do polinômio do numerador e denominador, usando os casos clássicos, para proceder com simplificações. Agora que já sabemos o que é fatorar polinômios, vamos resolver alguns limites usando este processo. Acompanhe: VOCÊ SABIA? A fatoração de um polinômio é o processo usado para escrevê-lo como um produto de polinômios de grau menor. Veja alguns exemplos: • • • 030 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 031UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 23 • • • Bom, acredito que talvez não seja rápido relembrar todos os casos de fatoração já estudados por você durante sua vida escolar. Para melhorar um pouco este processo de cálculo de limites por fatoração, podemos usar alguns resultados válidos para polinômios que nos ajudam com esta fatoração. Como fatorar é reescrever o polinômio usando um produto de fatores, podemos então, fatorar polinômios se conhecermos por quem eles podem ser divididos. Um importante teorema nos ajudará com esta tarefa. Teorema de D’Alembert: Um polinômio f(x) é divisível por x – a quando a é raiz de f(x). Com o resultado do teorema enunciado, podemos efetuar as fatorações dos casos em que não lembramos as regras práticas. Veja por exemplo este limite: . É uma indeterminação do tipo 0/0, e precisamos fatorar o numerador, que não é um trinômio quadrado perfeito. Como -5 é raiz deste polinômio, podemos efetuar a sua divisão por (x+5). Veja: , ou seja, Logo, Viu como é simples fatorar os polinômios quando usamos a divisão de polinômios? 032 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 033UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 24 Vejamos mais alguns limites. • • • Certas vezes a indeterminação 0/0 pode estar em limites de funções irracionais. Uma função é irracional se é definida por uma expressão literal irracional. Neste caso, usaremos a racionalização dos termos; numerador ou denominador a fim de proceder as simplificações. Racionalizar um termo consiste em multiplicá-lo por outro termo irracional para que possamos transformar a expressão em uma sem radicais. Veja um limite com indeterminação do tipo 0/0, envolvendo função irracional. SAIBA MAIS: Para efetuar divisão de polinômios, podemos usar o processo de Briot- Ruffini. Veja todo o processo em: http://www.cocemsuacasa.com.br/ebook/pages/10250.htm Você Sabia? Uma expressão literal é irracional se alguma variável desta expressão possui expoente na forma de uma fração própria. 032 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 033UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 25 Observe que para racionalizar a expressão que se encontra no numerador multiplicamos numerador e denominador por . Este fator é denominado conjugado de ; os conjugados são utilizados para a racionalização dos termos. Ao multiplicarmos o numerador e denominador de uma fração por um mesmo termo, estamos encontrando uma fração equivalente à primeira, ou seja, temos outra fração que representa exatamente a mesma coisa, mas que foi escrita de maneira diferente. Exemplos: • • • Procure agora resolver mais limites com indeterminação do tipo 0/0. Exercícios: Resolva os limites a seguir. (a) (b) (c) (d) 034 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 035UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 26 Quando queremos analisar o comportamento de uma função quando os valores de crescem, ou decrescem ilimitadamente, estamos querendo estudar o limite de no infinito. Antes de citarmos os teoremas que norteiam estes cálculos, observe o gráfico de da função definida por . Definição: Seja uma função definida em todos os pontos de um intervalo aberto . Dizemos que se à medida que aumenta ilimitadamente, os valores de se aproximam de . Dizemos que se à medida que diminui ilimitadamente, os valores de se aproximam de . Sendo assim, baseado no exemplo acima, afirmamos que e que . Podemos então saber o que acontece com as funções quando os valores crescem ou decrescem ilimitadamente. Para tanto, enunciaremos o próximo teorema. Teorema: Se é um número inteiro positivo, então: (i) x y Observe que à medida que cresce indefinidamente, ou seja, que a função assume valores cada vez mais próximos de 0; de mesma maneira, quando decresce indefinidamente, ou seja, quando a função assume valores também próximos de 0. 034 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 035UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 27 (ii) Exemplos: • • Agora está na hora de pensar um pouco. O que acontece com o seguinte limite: ? Veja que ele não está escrito nos moldes do teorema enunciado. Precisaremos então de alguns artifícios matemáticos para poder efetuar o cálculo deste limite. Vejamos então a solução deste problema; Você percebeu que através de artifícios matemáticos pudemos aplicar o teorema e resolver o limite dado? Tenho certeza que sim. Mas para ficar bem claro, veja outro exemplo que envolve o limite no infinito. Agora tenho certeza de que você entendeu bem como usar o artifício do fator comum para resolver os limites no infinito. Lembre-se que, nestes casos, usamos o fator que possui o maior expoente, para poder simplificar melhor as expressões. Podemos fazer algumas operações envolvendo o infinito, e dentre estas operações, algumas são consideradas indeterminações. Veja como efetuar tais operações: • • 036 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 037UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 28 • • • (indeterminação) • • • • • (indeterminação) • (indeterminação) Agora podemos calcular mais limites no infinito. Veja só como são rápidos e fáceis de fazer: • • • (indeterminação) Neste último caso, podemos novamente usar a técnica do fator comum em evidência. Veja como solucionar esta indeterminação: Enunciaremos agora uma propriedade bastante importante para o cálculo de limites no infinito, quando trabalhamos com funções racionais. Propriedade: Se e , então . Com esta propriedade podemos calcular limites no infinito de funções racionais de maneira mais rápida e prática. Vamos ver? • • 036 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 037UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 29 • Para começar a estudar os limites infinitos, vamos investigar o comportamento da função dada pela seguinte expressão: . Veja a seguir sua representação gráfica, e alguns valores para quando temos . Note que ao analisarmos o comportamento de quando tanto pela direita quanto pela esquerda, as imagens da função crescem ilimitadamente. Neste caso dizemos que a função vai para o infinito () quando . De maneira geral podemos escrever . Da mesma maneira que feito anteriormente, vamos estabelecer normas para se determinar limites infinitos, sem a necessidade da visualização gráfica, e também sem a necessidade de se atribuir valores para ter uma visão empírica do que acontece. Teorema: Se é um inteiro positivo qualquer, então: (i) (ii) Usando o teorema acima podemos calcular os seguintes limites: x y 2 → → 038 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 039UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 30 • • • • Que tal você utilizar o software Winplot para visualizar o gráfico das funções aqui apresentadas? Tenho certeza que você entenderá melhor estes limites. Veja que com estes exemplos, apenas as funções que tem expoente par no denominador possuem limite, pois nesta situação os laterais coincidem. Já quando o expoente é ímpar, os limites laterais não coincidem. Perceba também que este limite nos leva a uma operação do tipo , em que é um número real não nulo. Esta operação é impossível de ser feita, pois não há número real que vezes zero dê . Nos casos em que há esta impossibilidade de resposta, usaremos os limites infinitos; mas às vezes não conseguimos arrumar a expressão de maneira fácil, para aplicar o teorema citado. Assim, para resolver este tipo de limite, estudaremos o sinal da função e avaliaremos a vizinhança (á direita e à esquerda) do ponto em questão. Exemplo: Calcular . Veja que este limite nos leva a seguinte operação: . Estamos diante então, de um limite do tipo . Vamos estudar o sinal da função. Veja que é uma função quociente. Podemos então estudar o sinal de cada um dos seus membros e em seguida proceder com a divisão de sinais. f: 2x g: x-1 f/g - + + + + + - - - 0 1 10 Note que ao estudar o sinal da função , na vizinhança de 1, temos sinal negativo à esquerda e sinal positivo à direita. Com isto concluímos que , e daí temos que não existe. Veja abaixo o seu gráfico completo. 038 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 039UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 31 Exemplo: Determinar Note que estamos diante de uma impossibilidade de contas; temos . Vamos então estudar o sinal da função. Iniciaremos agora um estudo mais específico sobre indeterminações. É um estudo que envolverá limites específicos, denominados limites −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 −9 −6 −3 3 6 9 x y Analisando o quadro de sinais, percebemos que . Portanto o limite existe e é Veja abaixo o gráfico completo da função. y 5 f g f/g -5 -5 -5 5 5 5 - - + + + + + + + 040 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 041UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 32 fundamentais. São indeterminações do tipo e , envolvendo funções trigonométricas e exponenciais. Os limites fundamentais desempenham um papel importante no Cálculo. São utilizados para resolver indeterminações, as quais manipulações aritméticas não são suficientes para sua solução. Antes de enunciar tais limites, vamos conhecer uma proposição que nos ajuda com a demonstração prova de um deles. Proposição (Teorema do confronto): Se para todo em um intervalo aberto contendo a, exceto possivelmente em , e se então, . Esta proposição nos mostra que ao confrontarmos uma função, com duas outras, que na vizinhança de um determinado , possuam o mesmo limite , então a função confrontada também terá limite , quando . Veja um exemplo. Exemplo: Determinar . Da trigonometria sabemos que ; podemos multiplicar todos os termos desta inequação por teremos , ou seja, . Aplicando o limite em todos os termos teremos: 040 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 041UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 33 Assim, . Para iniciar, considere o ciclo trigonométrico abaixo. Tomaremos como medida em radianos do arco AOM, com contido no intervalo Em trigonometria, sabemos que . Dividindo esta expressão por e lembrando que , teremos ; calculando o inverso desta desigualdade, teremos Aplicando o limite em todos os termos da desigualdade temos que , ; e como , chegamos a . Finalmente, através do teorema do confronto temos o seguinte resultado: Este é o limite trigonométrico fundamental. Podemos agora usar este resultado para resolver diversos limites, com indeterminações e que envolvam funções trigonométricas. Exemplos: • 0 M' A M T 042 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 043UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 34 • • Este limite trigonométrico resolve muitos problemas não é? Espero que tenha percebido quantas identidades trigonométricas foram usadas aqui. Não se esqueça de revisar sobre as funções trigonométricas. Considere a função definida em , e avalie o que acontece quando Para isto veja a tabela de valores abaixo. SAIBA MAIS: As funções trigonométricas desempenham um papel importante no estudo do cálculo diferencial e integral. É importante que você tenha conhecimento sobre suas propriedades, além de saber como elas se relacionam entre si. Para rever quais são as principais identidades trigonométricas visite http://www.eqm.unisul.br/download/trig/index.html . 042 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 043UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 35 Observe que à medida que aumentamos o valor de , as imagens da função se aproximam cada vez mais de um número que está entre 2 e 3. Esse número é irracional e foi chamado de número , em homenagem ao matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783). Temos então o segundo limite fundamental: Veja o gráfico desta função: Usando o resultado do segundo limite fundamental, podemos resolver outros limites interessantes. O limite também resulta em , e pode x y e 044 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 045UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 36 ser encontrado através de uma mudança de variável no segundo limite fundamental. Vamos ver como isto ocorreu? Em , podemos usar a seguinte igualdade ; sendo assim, teremos e quando , teremos Assim . As mudanças de variáveis são muito úteis na solução deste tipo de limite. Vejamos alguns casos. Tente verificar qual a substituição que foi usada. • • • Proposição: Esta proposição nos mostra o terceiro limite fundamental. É útil também nos cálculos de limite. Em particular, se temos , o limite fica da seguinte forma: . Veja como aplicar este limite fundamental em alguns exemplos: VOCÊ SABIA? O número foi encontrado a partir de uma série numérica. Uma série numérica é uma soma infinita de termos. No caso, temos a seguinte igualdade: 044 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 045UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 37 • • Neste capítulo, estudamos sobre os limites e suas indeterminações. Agora avançaremos mais no estudo do Cálculo. Conheceremos um limite especial, chamado derivada, e suas propriedades e aplicações. Vamos continuar nesta viagem? 046 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD2009 047UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 38 Iniciaremos agora um estudo relacionado a um limite mais específico. Definiremos situações e estudaremos propriedades que desencadearão em aplicações relacionadas com diversas áreas do conhecimento: matemática, física, química, etc. Conheça agora uma aplicação de limite num contexto geométrico: a reta tangente. As ideias que serão apresentadas aqui foram inicialmente usadas no século XVIII por Newton e Leibniz. Consideraremos uma curva dada por , definida num intervalo , e por dois pontos distintos P e Q desta curva, traçaremos uma reta secante s. A reta s , que passa por P e Q é secante à curva, e considerando o triângulo PQM, na figura acima, a inclinação da reta s é dada por: x y M P Q 046 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 047UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 39 Se mantivermos o ponto P fixo e deslocarmos o ponto Q, sobre a curva, em direção a P, a inclinação da reta secante variará. À medida que Q vai se aproximando de P, a inclinação da secante varia cada vez menos, tendendo a um valor limite constante. Este limite é chamado de inclinação da reta tangente à curva no ponto P. Definição: Dada uma curva , seja um ponto sobre ela. A inclinação da reta tangente à curva no ponto é dada por : Quando o limite existe. Fazendo podemos reescrever o limite na forma Conhecendo a inclinação da reta tangente à curva no ponto P, podemos encontrar a equação da reta tangente à curva em P. Equação da reta tangente: Se a função é contínua em , então a reta tangente à curva em é: x y P Q 048 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 049UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 40 (i) A reta que passa pelo ponto P tendo a inclinação se este limite existe. Neste caso, temos a equação (ii) A reta se for infinito. Exemplo: Encontre a inclinação da reta tangente à curva no ponto Se , então, ; e Veja que a inclinação m é dada por: Podemos encontrar então a equação da reta tangente a esta curva no ponto dado. Temos que . −2 −1 1 2 3 4 −2 2 4 6 8 x y 048 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 049UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 41 Definição: A derivada de uma função no ponto , denotada por , é definida pelo limite , quando este limite existe. Lembre-se que vimos anteriormente que este limite nos dá a inclinação da reta tangente à curva no ponto P de abcissa . Definição: A derivada de uma função , é a função denotada por , tal que seu valor em qualquer é dada por , quando este limite existe. Quando existe a derivada em todos os pontos do domínio da função , dizemos apenas que é uma função derivável. Veja alguns exemplos de função derivada. Exemplos: Encontre a função derivada em cada um dois casos a seguir. (a) VOCÊ SABIA? O problema de como se determinar uma reta tangente foi uma a questão matemática dominante no início do século XVII, e é difícil estimar quanto os cientistas da época desejavam saber a resposta. Em ótica, a tangente determinava o ângulo no qual o raio de luz penetraria numa lente curva. Em mecânica, a tangente determinava a direção do movimento de um corpo em qualquer ponto ao longo de seu percurso. Em geometria, as retas tangentes a duas curvas num ponto de intersecção determinam o ângulo em que as curvas se cortam. René Descartes chegou a dizer que o problema de achar a tangente a uma curva era “o problema mais útil e mais geral não somente que eu conheço, mas também que eu desejo saber”. 050 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 051UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 42 (b) Espero que tenha compreendido como calcular a função derivada de uma função dada. Os exemplos apresentados foram calculados usando a definição de derivada. Posteriormente serão apresentadas ferramentas que facilitam o cálculo desta derivada. Por agora, vejamos alguns aspectos importantes decorrente das definições aqui estudadas. De acordo com o que se foi estudado, podemos afirmar que a existência do limite de uma função num determinado ponto , não depende de a função estar definida em nem tampouco da função ser contínua em . A continuidade de uma função em um determinado , também não garante a 050 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 051UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 43 existência de . Mas, por outro lado, se existe , podemos garantir que a função é contínua em Veja o teorema a seguir. Teorema: Toda função derivável num ponto é contínua nesse ponto. Como a derivada é um limite, é necessário se verificar as condições necessárias para a existência de tal limite. A noção de derivadas laterais é bem pertinente na medida em que definimos limites laterais para o estudo dos limites. Definição: Se a função está definida em , então a derivada à direita de em , denotada por é definida por: Caso este limite exista. Definição: Se a função está definida em , então a derivada à esquerda de em , denotada por é definida por: SUGESTÃO DE LEITURA Você pode ver a demonstração deste teorema em livros de Cálculo que estão disponíveis na biblioteca de sua universidade. Como sugestão indico o livro: FLEMING, D. M. Cálculo A. 6ª edição. São Paulo: Prentice Hall, 2006. 052 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 053UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 44 Caso este limite exista. Uma função é derivável em , quando as derivadas à direita e à esquerda existem e são iguais. Conheceremos agora várias regras de derivação. Estas regras nos permitem determinar as derivadas das funções sem o uso da definição. Tenho certeza que está ansioso para aplicar tais regras, e por consequência, ver os seus cálculos facilitados. Proposição (Derivada da constante): Se é uma constantee para todo , então Prova: Seja . Então, Viu como foi simples? Usamos a definição para a demonstração e agora já sabemos que a derivada da função constante é igual a zero. Podemos usar este resultado, e não há necessidade de usar a definição quando quisermos derivar a função constante. Vejamos outras propriedades que continuarão ajudando no cálculo das derivadas. Proposição (Regra da potência): Se é um número inteiro e positivo e , então . SUGESTÃO DE ATIVIDADE: Tente demonstrar a proposição acima usando a definição de derivada. Você precisará da expressão conhecida como binômio de Newton. Bom trabalho. 052 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 053UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 45 Esta regra da potência é realmente muito útil. Veja alguns exemplos e note como fica simples calcular as derivadas. Exemplos • Se , então . • Se , então . • Se , então . Obs.: Esta proposição é verdadeira se é um número real qualquer. Assim, estendemos mais ainda a aplicabilidade desta proposição. Exemplos • Se , então • Se , então Proposição: Se e duas funções deriváveis, e c uma constante. Então são deriváveis e, além disto: (i) (ii) (iii) (iv) , desde Tenho certeza de que agora, com estas regras, o processo de derivar funções ficará muito mais prático. Poderemos então, derivar as mais diversas funções. Veja só. Exemplos: Encontre a função derivada das funções reais abaixo: a. 054 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 055UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 46 b. c. d. Você percebeu quantas operações fomos capazes de fazer? Estas propriedades operatórias da derivação são muito úteis e facilitam o cálculo das derivadas de diversas funções. Posteriormente, estudaremos as derivadas das 054 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 055UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 47 funções elementares, como as funções trigonométricas, exponenciais, logarítmicas entre outras. Para finalizar as regras de derivação, conheça uma das ferramentas mais importantes no cálculo de derivadas: a derivação de funções compostas, também conhecida como regra da cadeia. Considere duas funções deriváveis e , em que e . Para todo tal que está no domínio de , podemos escrever , isto é, podemos considerar a função composta . Veja como se construir algumas funções compostas. Exemplos: • Sejam e ; temos então • Sejam e ; temos então Para encontrar a derivada de tais funções compostas, utilizaremos a regra que se chama regra da cadeia. Ela nos dá a derivada da função em termos das derivadas de e . Proposição (Regra da cadeia): Se e e as derivadas e existem, então a função composta tem derivada e é igual a: Para encontrar a derivada de uma função composta, através da regra da cadeia, basta conhecer as derivadas das funções que formam a composição. Vamos então ver como aplicar tal proposição? 056 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 057UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 48 Exemplos: Encontre a função derivada das seguintes funções compostas. a. Veja que esta função é a composição de com . Assim, pela regra da cadeia temos a seguinte derivada: Percebeu que aqui é mais prático aplicar a regra da cadeia? Se fossemos desenvolver a potência , encontraríamos o mesmo resultado, porém teríamos muitos mais cálculos a fazer e a possibilidade de cometer erros de conta seria bem maior. b. Aqui temos a composição de e de . Logo, pela regra da cadeia, sua derivada é: Espero que tenha compreendido bem esta última proposição estudada. Trabalharemos muito com funções compostas, e por isto, a regra da cadeia é uma ferramenta muito importante. Estude bastante, para que não haja dúvidas de como proceder com os cálculos. Para isto, deixaremos aqui algumas atividades propostas, com o objetivo de lhe oferecer mais material para estudo. 056 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 057UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 49 A função inversa de uma função , é uma função , de tal forma que o domínio de é a imagem de e a imagem de é o domínio de . Nem todas as funções possuem função inversa. Quando uma função possui inversa, podemos determinar sua derivada através do teorema a seguir. Teorema: Seja uma função definida em um intervalo aberto . Suponhamos que admita uma função inversa contínua. Se existe e é diferente de zero para qualquer , então é derivável e vale: Exemplos: SUGESTÃO DE ATIVIDADE Encontre a função derivada das funções abaixo. (use as regras de derivação convenientes). a. b. c. d. e. 058 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 059UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 50 • Seja . A sua inversa é dada por . Podemos ver que as derivadas, e são inversas uma da outra. • Seja . Sua inversa é . Como e é maior que zero para todo , temos, . Agora que já conhecemos diversas regras de derivação, podemos começar a conhecer as derivadas das funções elementares, tais como as trigonométricas, exponenciais, logarítmicas, etc. Para tanto, será necessário que você tenha conhecimento de algumas características destas funções. Na medida do possível, estaremos lhe relembrando algumas destas características. • Se , então . Veja que INDICAÇÃO DE SITE A base do cálculo diferencial e integral é o estudo das funções. Algumas funções são consideradas elementares. Para rever tais funções visite: http://www.ceset.unicamp.br/~marlih/00000/Fun%20es%20Elementares.ppt 058 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 059UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 51 • Se , então . Veja que • Se , então . Veja que ; podemos então usar a derivada do quociente de duas funções, já que conhecemos a derivada da função seno e da função cosseno. Acompanhe: 060 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 061UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 52 • Se , então . Temos que ; usaremos também, portanto, a regra da derivada do quociente de duas funções. Veja que: • Se , então Neste caso temos ; aqui usaremos a regra da cadeia, para poder encontrar a derivada da função secante. Observe: • Se , então Neste caso temos ; aqui também usaremos a regra da cadeia, para poder encontrar a derivada da função cossecante. Observe novamente: Nossa! Encontramos todas as derivadas das funções trigonométricas! Veja que usamos a definição apenas para as funções seno e cosseno. Todas as demais funções trigonométricas se escrevem em função de seno e cosseno, 060 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 061UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 53 e assim foi possível utilizar as regras de derivação já citadas anteriormente. Veja agora a derivada de algumas funções que envolvem funções trigonométricas. Exemplos: Calcular a derivada das funções abaixo. • Temos • Temos • Temos • Se , então , onde e . Note que . 062 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 063UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 54 Caso Particular: Se , então Exemplos: Encontrar a derivada das funções abaixo: • Temos . • Temos • Se , então , onde e . Aqui, precisamos relembrar que a função logarítmica é a função inversa da função exponencial. Assim, podemos encontrar a sua derivada usando a derivada da função inversa. Vejamos como fica esta derivada! Temos: e, portanto, pela definição de logaritmo. Usando a derivada da função inversa temos: Caso particular: Se então . Exemplos: Encontrar a derivada das funções abaixo: • Temos: • 062 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 063UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 55 Temos: . As funções trigonométricas inversas desempenham um papel importante no cálculo diferencial e integral. Aqui apresentaremos suas derivadas, através da derivada da função inversa. • Se , então . Veja que se , então Logo, Desta mesma maneira, podemos ter todas as derivadas das demais funções trigonométricas inversas. Veja a seguir: SAIBA MAIS As funções trigonométricas inversas são muito utilizadas na geometria, nas transformações de coordenadas, etc. Como toda função inversa, estas foram obtidas através das funções trigonométricas, onde houve a inversão do domínio e imagem. Para conhecer melhor as funções trigonométricas inversas visite: http://www.estig.ipbeja.pt/~cmmmp/matIGE/teoricas/Licao8.pdf 064 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 QU ÍM IC A EAD 2009 065UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 56 • Se , então . • Se , então . Exemplos: Encontre a derivada das funções abaixo: • Temos • Temos Enfim, conhecemos as derivadas de diversas funções reais. Agora chegou a sua vez de praticar, e calcular a derivada de muitas funções reais, usando as derivadas já conhecidas e as regras de derivação estudadas. Consulte seu tutor e peça sugestões de atividades. Se é uma função derivável, a sua derivada é também uma função, definida no mesmo intervalo que . Podemos portanto pensar na derivada da função . Definição: Seja uma função derivável. Se também for derivável, então sua derivada é chamada derivada segunda de e é representada por . Exemplos: • Se , então 064 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD 2009 EAD 2009 QU ÍM IC A 065UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 57 • Se , então Se é uma função derivável, sua derivada, representada por , é chamada derivada terceira de . A derivada de ordem ou -ésima derivada de , representada por , é obtida derivando-se a derivada de ordem de . Exemplo: • Se então Bom, chegamos ao fim de mais uma etapa do nosso estudo. Neste capítulo estudamos sobre um limite