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17a aula A AUDIÊNCIA TRABALHISTA

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CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Prof. MARCÍLIO FLORÊNCIO MOTA
profmarciliomota@hotmail.com
Tema da aula: A AUDIÊNCIA TRABALHISTA
1. Referências legais: arts. 765, 813 a 817 e 843 a 852 da CLT.
2. A importância da audiência no processo do trabalho:
O procedimento tem como uma de suas características a oralidade que, talvez, inclusive, seja a mais importante das características do procedimento processual contemporâneo. A oralidade não significa o desprezo pela documentação dos atos processuais, mas características relevantes do procedimento. Essas características são: a concentração dos atos processuais na audiência, a mediação, a identidade física do juiz e a irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias. O processo do trabalho é, pois, o processo que mais se aproxima da pratica do principio da oralidade. Na audiência trabalhista é concentrada a maioria esmagadora dos atos processuais da fase de cognição, daí a importância de estudarmos a audiência.
3. O lugar, o tempo e a duração da audiência:
O lugar das audiências é o lugar de funcionamento do órgão da Justiça, a sede do tribunal ou local de funcionamento da Vara. A regra do art. 813 da CLT prevê o local da audiência, mas ressalva a possibilidade de que possa realizar-se em outro lugar, em caráter excepcional e por justificação do interesse público.
No que respeita aos dias e horários de ocorrência das audiências, a regra do art. 813 prevê que sejam nos dias úteis entre as 08h e 18h. Assim, o juiz do trabalho é o “dono” de sua pauta e pode marcar as audiências em quaisquer dias e horários, observadas a regra em consideração. Destaque-se, nesse ponto, que o juiz não pode marcar audiência para depois das 18h, mas a audiência que começar antes das 18h pode continuar depois dessa hora.
Por fim, as audiências não devem ter duração superior a cinco horas seguidas, a menos que haja questão urgente que deva ser instruída. Na pratica é muito difícil que ocorra a necessidade de que uma audiência demore mais de cinco horas ou que haja questão urgente que deva ser instruída por tanto tempo.
4. A convocação para a audiência:
4.1. A distribuição: O reclamante é convocado para a audiência quando faz a distribuição da petição inicial, ou seja, ao distribuir a RT, o reclamante sai da Justiça sabendo qual o dia e horário em que ocorrerá a audiência de seu processo;
4.2. A citação: O reclamante fica cientificado da audiência quando recebe a notificação ou citação para conhecer o processo contra ele instaurado. A defesa do reclamado é na audiência e ele fica sabendo o dia e a hora da audiência quando recebe a citação.
4.3. A audiência em continuação: Se o juiz adiar a audiência, as partes devem ser intimadas da data de sua ocorrência. A intimação pode ser imediata, se as partes estiverem presentes no ato de adiamento, ou mediante uma das formas possíveis: publicação da intimação no jornal diário eletrônico, por correio, por mandado etc.
5. O comparecimento das partes à audiência e dos advogados:
As partes devem comparecer á audiência independentemente de seus advogados, exceto nas causas que não versem sobre relação de emprego, quando o comparecimento do advogado é necessário. As conseqüências da ausência das partes são diversas conforme seja a posição que ocupe no processo e tendo em vista o momento da falta.
Na audiência inicial o reclamante que não comparece à audiência vê a sua RT ser arquivada (extinta sem resolução de mérito). Se o reclamado não comparecer a audiência inaugural, será considerado revel e pode incidir em confissão – art. 844 da CLT c/c o art. 320 do CPC.
Na audiência marcada para depoimento pessoal, a ausência das partes significa a incidência na confissão para aquele que a ela faltar, desde que tenha sido intimado especificamente para a audiência e com a previsão de depoimento pessoal sob a pena de confissão – Súmula 74 do c. TST.
Essas conseqüências ocorrerão independentemente da natureza da causa, ou seja, independentemente de versarem ou não sobre relação de emprego.
Nas causas que versem sobre relação que não seja de emprego, o advogado deve comparecer a audiência e o não comparecimento pode acarretar a dispensa da prova daquele que foi abandonado pelo advogado, conforme a regra do § 2º do art. 453 do CPC (§ 2º do art. 358 do Projeto de CPC).
6. O atraso das partes e do juiz:
Não há previsão legal para tolerância de atraso das partes à audiência. Nesse sentido a OJ n. 245:
OJ-SDI1-245 REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA (inserida em 20.06.2001). Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audiência.
 O atraso, então é considerado não comparecimento e faz a parte incidir nas conseqüências da falta. A falta, porém, não obstante a regra do art. 815 da CLT, só é considerada quando o processo é apregoado.
O juiz, por sua vez, pode se atrasar por 15 minutos, conforme o Parágrafo único do art. 815 da CLT, desde que na hora marcada para a audiência não esteja presente ou não venha a iniciá-la injustificadamente. Assim, se o juiz estiver realizando uma audiência poderá se atrasar na condução dela e a parte não poderá invocar o atraso para ausentar-se do local da realização.
7. A condução da audiência: O juiz conduz as audiências e nelas exerce poderes para regular desempenho de seu trabalho.
7.1. Poder de direção: O poder de direção está previsto no art. 765 da CLT e consiste na previsão de que o juiz tenha ampla liberdade na condução da audiência, para o seu adiamento, sua interrupção, para determinar o que haverá de ser registrado no termo etc.
7.2. Poder de instrução: O poder de instrução é decorrência da aplicação do principio da livre investigação da prova. Por esse principio se reconhece que o juiz não é um mero expectador dos acontecimentos processuais, mas que atua ativamente para a busca da verdade necessária ao julgamento do conflito que lhe foi submetido. O principio está agasalhado no art. 765 da CLT.
7.3. Poder disciplinar: É o poder que se reconhece ao juiz para a manutenção da ordem nas audiências. O juiz, segundo a regra do art. 816, pode mandar retirar das audiências as pessoas que estejam se portando inconvenientemente. O poder disciplinar do juiz não se esgota, contudo, na manutenção da ordem nas audiências em relação aos assistentes. O juiz vela, também, pelo trato cordial e urbano entre os litigantes e advogados, razão pela qual pode cassar a palavra do advogado ou da parte ou mesmo mandar riscar de petições expressões injuriosas ou ofensivas de uma parte a outra etc. – arts. 445, 446 e art. 15 e seu Parágrafo único do CPC.
 
8. As fases da audiência:
8.1. A fase postulatória: Essa etapa da audiência tem inicio com a leitura da petição inicial – art. 847 da CLT -, providencia que não é da pratica forense, até o término da defesa do reclamado. Na audiência, depois da leitura da inicial, o juiz propõe a conciliação e se não for acolhida pelas partes, ele recebe a defesa do réu, que pode ser oral. Acolhida a proposta de conciliação, o juiz mandará que se lavre o respectivo termo que, assinado pelas partes e homologado pelo juiz, tem força de decisão irrecorrível – Parágrafo único do art. 831 da CLT;
8.2. A fase instrutória: É a marcada pela colheita dos depoimentos pessoais, ouvida de testemunhas e esclarecimentos do perito;
8.3. As razoes finais: As alegações finais acontecem depois da instrução, quando ela for encerrada, art. 850 da CLT. É a oportunidade que as partes têm para manifestarem sobre o conjunto probatório e jurídico para o convencimento do juiz. Cada litigante terá 10 minutos para o seu arrazoado. As razões finais podem ser apresentadas em memorial. Não convém, porém, que o juiz permita que o memorial seja entregue na secretaria da Vara, mas deve recebê-lo numa audiência. É que a parte pode suscitar questão nas razões finais que deve ser objeto de imediata providência jurisdicional, mormente para a sanação de alguma irregularidade na tramitaçãodo processo; e
8.4. O julgamento da causa: A decisão do litígio é etapa que se segue à instrução do processo e à manifestação dos litigantes em razões finais. A sentença pressupõe a renovação da proposta de acordo sem êxito – arts. 831 e 850 da CLT. O julgamento da causa ocorre, do ponto de vista formal, numa audiência, ainda que na prática todos saibam que a sentença foi elaborada no gabinete ou no escritório do juiz em sua casa. Como já destacamos, a sentença só pode ser proferida depois de nova tentativa de conciliação das partes após a adução de razões finais – art. 831 da CLT. Se não houver o registro da tentativa de conciliação depois da instrução do processo e das razoes finais, a sentença é nula.
Prof. Marcílio Florêncio Mota.

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