Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Estagiário: Aline Serra Gonçalves Nível do estágio: Estágio obrigatório Período: Oitavo período Curso: Nutrição Instituição de Ensino: Universidade do Estado do Rio de Janeiro Orientador: Virgínia Martins da Matta Plano de ação (código e título): Responsável pelo plano de ação: Renata Torrezan Período do estágio: 18/08/2012 a 09/12/2012 Período do relatório: 18/08/2012 a 09/12/2012 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Matéria prima (A) e néctares (B) 7 Figura 2 – Ficha utilizada no teste sensorial 1 9 Figura 3 – Pares de néctar de uva 9 Figura 4 - Ficha para teste sensorial 2 10 Figura 5 - Ficha para teste sensorial 4 11 Figura 6 –Análise sensorial de diferença entre amostras com sólidos solúveis variando de 14° a 11° Brix 14 Figura 7 – Nota de aceitação sensorial dos néctares com açúcar adicionado variando entre 4 a 7,5 gramas (equivalente a 11 – 13º Brix). 16 Figura 8 - Nota de aceitação sensorial dos néctares com açúcar adicionado variando entre 4 a 7,3 gramas (equivalente a 10 – 13° Brix). 16 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Formulações 40% de suco de uva (em 100g de néctar) 7 Tabela 2 - Formulações intermediárias (em 100g de néctar) 8 Tabela 3 – Néctares teste sensorial 2 10 Tabela 4 – Néctares para teste sensorial 3 10 Tabela 5 - Néctares para o teste sensorial 4 11 Tabela 6 - Néctares para teste sensorial 5 12 Tabela 7 – Néctares para teste sensorial 6 12 Tabela 8 - Características químicas dos néctares de uva formulados para os testes 1 e 2 14 Tabela 9 - Características químicas dos néctares de uva formulados para o teste 3. 15 Tabela 10 - Características químicas dos néctares de uva formulados para o teste 4. 15 Tabela 11 - Características químicas dos néctares de uva formulados para o teste 5. 15 Tabela 12 - Características químicas dos néctares de uva formulados para o teste 6 16 Tabela 13 - Análise variância ANOVA 17 Tabela 14 - Formulações 50% de suco de uva (em 100 gramas de néctar) 18 INTRODUÇÃO Suco ou sumo é a bebida não fermentada, não concentrada, ressalvados os casos a seguir especificados, e não diluída, destinada ao consumo, obtida da fruta madura e sã, ou parte do vegetal de origem, por processamento tecnológico adequado, submetida a tratamento que assegure a sua apresentação e conservação até o momento do consumo (BRASIL, 2009). De acordo com o Decreto nº 6.871, de 4 de junho de 2009, néctar é a bebida não fermentada, obtida da diluição em água potável da parte comestível do vegetal ou de seu extrato, adicionado de açúcares, destinada ao consumo direto. A Instrução Normativa n. 42, de 11 de setembro de 2013 preconiza que o néctar de uva deverá conter uma quantidade mínima de suco: 30% (m/m) de suco a partir de 11 de setembro de 2013; 40% (m/m) de suco a partir de 31 de janeiro de 2015; 50% (m/m) de suco a partir de 31 de janeiro de 2016. A indústria de bebidas busca constante inovação, visando oferecer um produto de qualidade com baixo custo, e com o aumento da prevalência de DCNT (Doenças Crônicas Não Transmissíveis), como obesidade, Diabetes Mellitus tipo 2, enfermidades cardiovasculares, dentre outras, percebe-se a necessidade de desenvolvimento de produtos saudáveis, como um néctar que atenda à Instituição Normativa n° 42 com redução de açúcar, em comparação às bebidas encontradas no mercado atualmente. Segundo Braga & Silva (2014), a porcentagem mínima de açúcar de néctares comerciais, de diversos sabores, apresentada em seus rótulos é de cerca de 12% de carboidratos, onde considera-se que a maior parte destes seja oriundo de açúcar de adição. O suco de uva é uma importante fonte de antioxidantes naturais em função do seu elevado teor de substâncias fenólicas, como as antocianinas, que são as principais responsáveis pela cor, aroma e adstringência, as quais podem sofrer degradação e transformações durante o processamento e armazenamento do produto. O suco de uva apresenta efeitos cardioprotetores, pois reduz a agregação plaquetária, aumenta a capacidade antioxidante, protege contra oxidação do LDL e mantém a função endotelial (MIELE et al., 1991; NIGDIKAR et al., 1998; WHELAN et al., 2004). Esse trabalho teve como objetivo formular e avaliar a aceitação de um néctar de fruta com 40% de suco de uva integral com redução do açúcar de adição. JUSTIFICATIVA De acordo com o Instituto Brasileiro do vinho (IBRAVIN) (2013), no Brasil, a comercialização internacional de néctar de uva vem gradativamente alcançando resultados mais expressivos a cada ano. No período de janeiro a junho de 2013, foram exportados 139,5 mil kg, o que equivale a 9,8 vezes a mais que o total comercializado no mesmo período de 2012, e um montante final de US$ 412,7 mil, que representa 12 vezes a mais em relação ao mesmo período de 2012. O suco de uva possui elevado teor de açúcares, glicose e frutose, entre 15 a 30%. (AQUARONE et al., 2001), o que pode possibilitar uma redução do açúcar de adição, mantendo a aceitação sensorial. OBJETIVO Objetivo geral O objetivo geral deste estudo foi formular um néctar de uva com redução na quantidade de açúcar de adição, que atenda à legislação quanto ao teor de suco e avaliar a sua aceitação sensorial. Objetivo específico Formular um néctar de uva com menor teor de açúcar de adição Caracterizar o néctar de uva quanto às suas características físico-químicas Avaliar o quanto é possível reduzir o açúcar adicionado, mantendo a aceitação sensorial do produto MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi realizado nos laboratórios e plantas piloto da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Este estudo está inserido no projeto de pesquisa intitulado “Investir na saúde dos jovens visando à melhoria da qualidade de vida: um estímulo para a redução do consumo de açúcar, sódio e gordura por meio da informação qualificada”, coordenado pela Dra. Renata Torrezan. Material O suco de uva, marca Campo largo, lote L5107H, fabricado em 17 de abril de 2015, foi adquirido em comércio varejista localizado no Rio de Janeiro. Os demais ingredientes utilizados foram água filtrada e açúcar refinado. (B) (A) Figura 1 – Matéria prima (A) e néctares (B) Métodos Formulação das amostras Inicialmente, foi elaborada uma formulação de néctar, sendo fixado o teor mínimo de 40 % de suco de uva, preconizado pela Instrução Normativa (Brasil, 2009). A formulação controle foi baseada nos teores de sólidos solúveis dos produtos comerciais disponíveis no mercado (14° Brix). A partir deste valor, foram formulados mais quatro produtos, visando obter néctares com 13, 12, 11 e 10 oBrix. A Tabela 1 mostra a composição das formulações para cada teor de sólidos solúveis testado. Tabela 1 - Formulações 40% de suco de uva (em 100g de néctar) Formulação Suco (g) Água (g) Açúcar (g) 10° Brix 40,0530 55,9266 4,0888 11° Brix 40,0420 55,0418 5,0118 12° Brix 40,0594 53,8608 6,2568 13° Brix 40,0984 52,7048 7,3036 14° Brix 40,0804 51,4048 8,6102 A primeira fase do desenvolvimento do projeto consistiu na avaliação sobre qual a capacidade do consumidor de perceber a diferença de açúcar entre as amostras. Em seguida, avaliou-se o efeito da diferença sobre a aceitação das amostras. Para isso, foram elaboradas formulações intermediárias (Tabela 2). Tabela 2 - Formulações intermediárias (em 100g de néctar) Formulação Suco (g) Água (g) Açúcar (g) 13° Brix - 0,2 g de açúcar 40,042 39,698 6,904 13° Brix - 0,4 g de açúcar 40,042 39,298 6,504 13° Brix - 0,6 g de açúcar 40,042 38,898 6,104 13° Brix - 0,8 g de açúcar 40,042 38,498 5,704 12° Brix - 0,2 g de açúcar 40,042 39,659 5,857 12° Brix - 0,4 g de açúcar 40,042 39,259 5,457 12° Brix - 0,6 g de açúcar 40,042 38,859 5,057 12° Brix - 0,8 g de açúcar 40,042 38,459 4,657 12° Brix - 1 g de açúcar 40,042 38,059 4,257 11° Brix + 0,6 g de açúcar 40,04253,842 6,212 11° Brix + 0,5 g de açúcar 40,042 54,042 6,012 11° Brix + 0,4 g de açúcar 40,042 54,242 5,812 11° Brix + 0,3 g de açúcar 40,042 54,442 5,612 11° Brix + 0,2 g de açúcar 40,042 54,642 5,412 11° Brix + 0,1 g de açúcar 40,042 54,842 5,212 11° Brix - 0,19 g de açúcar 40,042 55,166 4,833 11° Brix - 0,38 g de açúcar 40,042 55,533 4,633 11° Brix - 0,57 g de açúcar 40,042 55,566 4,433 11° Brix - 0,76 g de açúcar 40,042 55,766 4,266 4.2.2 Preparo das amostras Para a elaboração dos néctares, na véspera da análise sensorial, pesava-se a quantidade necessária de água, açúcar e suco de uva, sempre uniformizando o suco antes de misturá-lo aos demais ingredientes, para que as amostras ficassem homogêneas. Com um funil, os néctares eram transferidos para garrafas plásticas com capacidade de 1,5 litros e armazenados em geladeira. Foi calculado 30 mL per capita de cada amostra, considerando-se um total de 100 provadores, portanto, para cada formulação, foi necessário produzir 3 litros de néctar. Análise Sensorial As análises sensoriais foram realizadas na Embrapa Agroindústria de Alimentos com provadores não treinados. As amostras foram servidas à temperatura de refrigeração em cabines individuais sob luz branca (VILLANUEVA, PETENATE & SILVA, 2005). Os testes foram realizados de acordo com DUTCOSKY (2007), e são mostrados a seguir. Teste 1: Comparação pareada (ABNT-NBR 13088, 1994): O objetivo desta análise foi saber se uma amostra possuía um atributo (doçura) em maior intensidade que a outra. Foram oferecidos ao provador três pares de amostras numerados aleatoriamente, oferecidos cada par por vez. Em cada par, comparou-se o néctar de uva contendo 14° Brix com as demais amostras, que continham 11°, 12° e 13° Brix. A imagem mostrada na Figura 2 representa a ficha utilizada para a análise sensorial e na Figura 3 encontra-se a foto das amostras. Você está recebendo uma amostra de NÉCTAR DE UVA. Por favor, marque abaixo qual amostra é a mais doce: 615 342 Figura 2 – Ficha utilizada no teste sensorial 1 Figura 3 – Pares de néctar de uva Teste 2: Teste pareado ou ordenação de preferência: O objetivo deste tipo de avaliação foi saber qual amostra o consumidor preferia. Foram oferecidos três pares de amostras com numeração aleatória, apresentados cada par por vez, sempre com o néctar de uva 14° Brix e as demais amostras, que continham 11°, 12° e 13° Brix, conforme mostrado na Tabela 3. As respostas foram dadas em uma ficha como a mostrada na Figura 4. Tabela 3 – Néctares teste sensorial 2 14° Brix x 11° Brix 14° Brix x 12° Brix 14° Brix x 13° Brix Você está recebendo uma amostra de NÉCTAR DE UVA. Por favor, marque abaixo qual amostra você prefere: 497 138 Figura 4 - Ficha para teste sensorial 2 Teste 3: Comparação pareada (ABNT-NBR 13088, 1994): Nesta análise sensorial foram oferecidos aos provadores sete pares de amostras com numeração aleatória para que escolhessem quais preferiam. A Tabela 4 mostra as formulações. Tabela 4 – Néctares para teste sensorial 3 11° Brix x 11° Brix 11° Brix x 11°Brix + 0,1 g de açúcar 11° Brix x 11°Brix + 0,2 g de açúcar 11° Brix x 11°Brix + 0,3 g de açúcar 11° Brix x 11°Brix + 0,4 g de açúcar 11° Brix x 11°Brix + 0,5 g de açúcar 11° Brix x 11°Brix + 0,6 g de açúcar Teste 4: Aceitação com escala hedônica (Método subjetivo ou afetivo): No teste de aceitação, foi utilizada uma escala hedônica para avaliar a preferência por uma das formulações. Foram oferecidas seis amostras (Tabela 5), com numeração aleatória, que foram avaliadas quanto à preferência e doçura. A ficha encontra-se na Figura 5. Tabela 5 - Néctares para o teste sensorial 4 13° Brix 13° Brix - 0,2g de açúcar 13° Brix - 0,4g de açúcar 13° Brix - 0,6g de açúcar 13° Brix - 0,8g de açúcar 12° Brix Você está recebendo uma amostra de NÉCTAR DE UVA. Por favor, marque na escala abaixo o quanto você gostou ou desgostou da amostra utilizando a escala abaixo: Gostei muitíssimo Nem gostei nem desgostei Desgostei muitíssimo Menos doce que o ideal Mais doce que o ideal Doçura ideal Figura 5 - Ficha para teste sensorial 4 Teste 5: Aceitação com escala hedônica (Método subjetivo ou afetivo): Foi utilizado o mesmo método do teste 4. Foram oferecidas seis amostras (Tabela 6), numeradas aleatoriamente, que foram avaliadas quanto à preferência e doçura. Tabela 6 - Néctares para teste sensorial 5 11° Brix 12° Brix - 1 g de açúcar 12 °Brix - 0,8 g de açúcar 12° Brix - 0,6 g de açúcar 12° Brix- 0,4 g de açúcar 12° Brix - 0,2 g de açúcar Teste 6: Aceitação com escala hedônica (Método subjetivo ou afetivo): Novamente, foi utilizado o mesmo método aplicado nos testes 4 e 5. Foram oferecidas seis amostras (Tabela 7), numeradas aleatoriamente, que foram avaliadas quanto à preferência e doçura. Tabela 7 – Néctares para teste sensorial 6 11° Brix 11° Brix - 0,19 g de açúcar 11° Brix - 0,38 g de açúcar 11° Brix - 0,57 g de açúcar 11° Brix - 0,76 g de açúcar 10° Brix Características físico químicas Determinação de pH As medidas de pH foram realizadas por leitura direta em potenciômetro, marca Metrohm, modelo 785 DMP – Titrino de acordo com a metodologia descrita pela AOAC (2005), utilizando as soluções tampão pH 4,0 e pH 7,0, para calibração do equipamento. Após este procedimento, lavou-se o eletrodo do titulador automático com água destilada, secou-se com lenço de papel e mergulhou-se em um bécher contendo 20 mL da amostra. Realizou-se a leitura em triplicata. Acidez titulável A acidez titulável foi realizada por método titulométrico (AOAC, 2005), em titulador automático, marca Metrohm, modelo 785 DMP – Titrino. Os valores obtidos foram expressos em mg de ácido tartárico por 100 g de amostra. Em uma proveta, foi medido 50 mL de água isenta de CO2 e transferiu-se para um bécher contendo 2g de amostra. Titulou-se com solução de NaOH 0,1 M até a obtenção de uma solução azulada. Foi feita a leitura do volume do titulante (NaOH) gasto e anotou-se o valor para efetuar o cálculo da acidez. Cálculo da acidez total A (acidez%v/v ou %v/p) = (VNaOH x f NaOH x M) x 100/A Onde: VNaOH = Volume em mL de NaOH gasto f NaOH = Fator de solução de NaOH obtido na padronização com biftalato de potássio M = Molaridade da solução A = Volume de amostra em mL ou massa de amostra em g Acidez expressa na concentração do ácido predominante da amostra: H (g ácido/100g de amostra) = (acidez em % NaOH) x meg do ácido predominante (tartárico – MEG = 0,075). Sólidos solúveis O teor de sólidos solúveis foi determinado pela leitura direta em refratômetro digital de bolso, marca Atago, modelo Pal-3, de acordo com a metodologia descrita pela AOAC (2005). Calibrou-se o refratômetro através da leitura com água destilada. Após este procedimento, cobriu-se o prisma do equipamento com a amostra e realizou-se a leitura em triplicata. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os néctares de uva foram analisados quanto a suas características químicas, encontrando-se valores semelhantes aos reportados por Gurak et al. (2008), quando avaliaram diferentes amostras de néctares de uva comerciais. A Tabela 8 mostra as características químicas dos néctares utilizados nos testes 1 e 2. Na Figura 6, encontra-se o gráfico mostrando a resposta da avaliação de diferença entre as amostras com teores de sólidos solúveis variando de 14 a 11 oBrix. Tabela 8 - Características químicas dos néctares de uva formulados para os testes 1 e 2 Formulação Acidez* Sólidos Solúveis (°Brix) pH 11° Brix0,30 ± 0,0 11,0 ± 0,1 3,37 ± 0,01 12° Brix 0,30 ± 0,0 12,0 ± 0,0 3,46 ± 0,01 13° Brix 0,30 ± 0,0 13,0 ± 0,1 3,46 ± 0,01 14° Brix 0,31 ± 0,01 14,0 ± 0,1 3,37 ± 0,01 * Expresso em grama de ácido tartárico em 100g Valores médios de três repetições ± desvio padrão v v Figura 6 –Análise sensorial de diferença entre amostras de néctares de uva com teores de sólidos solúveis variando de 14° a 11° Brix Os resultados obtidos neste teste foram satisfatórios, visto que em nenhum dos pares a amostra mais doce (SST 14° Brix) foi a escolhida. Quando comparadas a amostra com maior doçura (SST 14° Brix) com aquela de doçura intermediária (SST 12° Brix), percebeu-se que esta última obteve preferência, o que poderia indicar que viesse a ser o néctar ideal, pois não houve preferência entre as amostras com SST 14° e 11° Brix. As formulações referentes às amostras utilizadas nos testes 3, 4, 5 e 6 encontram-se nas Tabelas 9, 10, 11 e 12 e nas Figuras 7 e 8 estão apresentados os resultados das análises de aceitação das formulações. Tabela 9 - Características químicas dos néctares de uva formulados para o teste 3. Formulação Acidez* Sólidos Solúveis (°Brix) pH 11° Brix 0,31 ± 0,0 11,0 ± 0,1 3,37 ± 0,01 11° Brix + 0,1 g de açúcar 0,30 ± 0,0 11,3 ± 0,1 3,45 ± 0,01 11° Brix + 0,2 g de açúcar 0,30 ± 0,0 11,4 ± 0,1 3,45 ± 0,01 11° Brix + 0,3 g de açúcar 0,30 ± 0,0 11,5 ± 0,1 3,45 ± 0,0 11° Brix + 0,4 g de açúcar 0,30 ± 0,0 11,6 ± 0,0 3,46 ± 0,0 11° Brix + 0,5 g de açúcar 0,30 ± 0,0 12,0 ± 0,0 3,47 ± 0,01 11° Brix + 0,6 g de açúcar 0,30 ± 0,01 12,1 ± 0,0 3,48 ± 0,01 * Expresso em grama de ácido tartárico em 100g Valores médios de três repetições ± desvio padrão Tabela 10 - Características químicas dos néctares de uva formulados para o teste 4. Formulação Acidez* Sólidos Solúveis (°Brix) pH 12° Brix 0,30 ± 0,0 12,0 ± 0,0 3,46 ± 0,01 13° Brix - 0,8 g de açúcar 0,30 ± 0,0 12,2 ± 0,1 3,44 ± 0,01 13° Brix - 0,6 g de açúcar 0,29 ± 0,0 12,5 ± 0,0 3,44 ± 0,01 13° Brix - 0,4 g de açúcar 0,29 ± 0,01 12,7 ± 0,1 3,43 ± 0,02 13° Brix - 0,2 g de açúcar 0,31 ± 0,0 12,8 ± 0,1 3,45 ± 0,01 13° Brix 0,30 ± 0,0 13,0 ± 0,1 3,46 ± 0,01 * Expresso em grama de ácido tartárico em 100g Valores médios de três repetições ± desvio padrão Tabela 11 - Características químicas dos néctares de uva formulados para o teste 5. Formulação Acidez* Sólidos Solúveis (°Brix) pH 11° Brix 0,31 ± 0,00 11,0 ± 0,1 3,37 ± 0,01 12° Brix - 1 g de açúcar 0,32 ± 0,01 11,3 ± 0,1 3,36 ± 0,00 12° Brix - 0,8 g de açúcar 0,32 ± 0,02 11,5 ± 0,0 3,37 ± 0,01 12° Brix - 0,6 g de açúcar 0,31 ± 0,00 11,7 ± 0,1 3,49 ± 0,01 12° Brix - 0,4 g de açúcar 0,31 ± 0,00 12,0 ± 0,1 3,47 ± 0,0 12° Brix - 0,2 g de açúcar 0,31 ± 0,01 12,2 ± 0,0 3,44 ± 0,02 * Expresso em grama de ácido tartárico em 100g Valores médios de três repetições ± desvio padrão Tabela 12 - Características químicas dos néctares de uva formulados para o teste 6 Formulação Acidez* Sólidos Solúveis (°Brix) pH 10° Brix 0,33 ± 0,00 10,0 ± 0,10 3,24 ± 0,01 11° Brix - 0,76 g de açúcar 0,32 ± 0,00 10,5 ± 0,10 3,25 ± 0,01 11° Brix - 0,57 g de açúcar 0,33 ± 0,01 10,6 ± 0,10 3,27 ± 0,01 11° Brix - 0,38 g de açúcar 0,32 ± 0,00 10,7 ± 0,00 3,28 ± 0,01 11° Brix - 0,19 g de açúcar 0,33 ± 0,00 10,8 ± 0,10 3,28 ± 0,01 11° Brix 0,33 ± 0,01 11,0 ± 0,10 3,29 ± 0,01 * Expresso em grama de ácido tartárico em 100g Valores médios de três repetições ± desvio padrão Figura 7 – Aceitação sensorial dos néctares com açúcar adicionado variando entre 5 a 7,5 gramas (equivalente a 11 – 13º Brix). Figura 8 - Aceitação sensorial dos néctares com açúcar adicionado variando entre 4 a 7,3 gramas (equivalente a 10 – 13° Brix). O resultado da análise de variância (Tabela 13) dos testes 3, 4, 5 e 6 mostraram que não houve diferença de aceitação entre as amostras formuladas com teores de sólidos solúveis variando entre 10 e 13 oBrix, ou seja, com a redução de 3,21 gramas (44,33%) de açúcar em 100 gramas de bebida ainda ocorreu aceitação. Os valores de acidez, expressos em grama de ácido tartárico por 100 g de suco, determinados no presente estudo, ficaram entre 0,29 e 0,33, enquanto que os resultados de Gurak et al. (2008), que realizaram uma avaliação de parâmetros físico-químicos em néctares comerciais de uva, foram superiores, entre 0,30 e 0,70. Quanto ao pH, as amostras variaram de 3,24 a 3,49, valores semelhantes aos dos autores citados, entre 2,60 e 3,49. Os valores de sólidos solúveis totais variaram de 10 a 14 ºBrix, sendo menores do que os resultados de néctares comerciais encontrados pelos autores, entre 11,0 e 14,5 ºBrix. Tabela 13 - Análise variância ANOVA Massa de açúcar (g) Categoria Nota Grupos 7,304 13 °Brix 6,44 B 6,904 13 °Brix - 0,2 g de açúcar 6,77 A B 6,504 13 °Brix - 0,4 g de açúcar 6,67 A B 6,104 13 °Brix - 0,6 g de açúcar 6,74 A B 5,704 13 °Brix - 0,8 g de açúcar 6,83 A B 6,257 12 °Brix 7 A 5,857 12 °Brix - 0,2 g de açúcar 6,34 A 5,457 12 °Brix - 0,4 g de açúcar 6,45 A 5,057 12 °Brix - 0,6 g de açúcar 6,42 A 4,657 12 °Brix - 0,8 g de açúcar 6,69 A 4,257 12 °Brix - 1 g de açúcar 6,28 A 5,012 11 °Brix 6,36 A 4,833 11 °Brix - 0,19 g de açúcar 5,99 A 4,633 11 °Brix - 0,38 g de açúcar 6,12 A 4,433 11 °Brix - 0,57 g de açúcar 6,18 A 4,266 11 °Brix - 0,76 g de açúcar 6,32 A 4,066 10 °Brix 5,83 A De acordo com a Instrução Normativa n 42, de 11 de Setembro de 2013, a partir de 31 de janeiro de 2016, os néctares deverão conter 50% (m/m) de suco da fruta, portanto, iniciou-se o desenvolvimento de formulações que atendessem à mudança da legislação. Na Tabela 14 estão apresentadas as formulações dos néctares com 50% de suco de uva. Tabela 14 - Formulações 50% de suco de uva (em 100 gramas de néctar) Formulação Suco (g) Água (g) Açúcar (g) 10° Brix 50,041 47,610 2,413 11° Brix 50,013 46,502 3,504 12° Brix 50,028 45,506 4,504 13° Brix 50,056 44,502 5,503 14° Brix 50,035 43,500 6,504 CONCLUSÃO O néctar de uva com redução de 44,33% de açúcar adicionado foi aceito pelos consumidores e atende à Instrução Normativa nº 42, de 11 de Setembro de 2013. Portanto, é interessante a proposta de um néctar com redução de açúcar, visto que o suco de uva, matéria prima para o néctar, possui importantes substâncias benéficas à saúde, reduzindo custo com medicamentos e tratamentos, impactando em menores gastos públicos com saúde. OPINIÕES SOBRE O INTERNATO A experiência neste internato foi enriquecedora, tanto pessoal como profissionalmente. Realizei análises, vivenciei avaliações sensoriais (o que possibilitou conhecer quase todos os funcionários da EMBRAPA), aprendi sobre diversos assuntos relacionados à tecnologia de alimentos, contribuí em trabalhos (ajudando outras internas e mestrandos), conheci pessoas divertidas e sempre dispostas a ajudar. Confesso que a viagem é longa, mas apesar disso sentirei saudades da rotina e daqueles que conheci durante esses meses. Acredito que o internato deveria ser mais valorizado pelos alunos, visto que, principalmente o estágio de Segurança e Ciências de Alimentos, é limitado ao laboratório de técnica e dietética da UERJ, além do menor tempo de duração. No internato pude conhecer novos equipamentos, lugares e pessoas, o que intensifica essa experiência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AOAC. Official Methods of Analysis. Arlington, VA, USA: Association of Official Analytical Chemist,2005. AQUARONE, E. et al. Biotecnologia industrial. São Paulo: E. Blucher, v. 4, p. 523, 2001. BRAGA, H. F.; SILVA, A. C. C. Determinação da doçura ideal em néctar de mamão adicionado de açúcar. Revista Ciência Rural, Santa Maria, v. 44, n. 4, p. 723-727, abr, 2014. BRASIL. Decreto nº 6.871, de 4 de junho de 2009. Dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 05 jun. 2009. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa nº 42, de 11 de setembro de 2013. O ministro de Estado da agricultura, pecuária e abastecimento no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, tendo em vista o disposto no Decreto nº 6.871, de 4 de junho de 2009, no Decreto nº 1.355, de 30 de dezembro de 1994, e o que consta do Processo nº 21000.001251/2013-12. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 12 set. 2013. DUTCOSKY, SILVIA DEBONI. Análise sensorial de alimentos. 2 ed. Curitiba, PR : Champagnat, 2007. 239p. GURAK, P. D. et al. Avaliação de parâmetros físico-químicos de sucos de uva integral, néctares de uva e néctares de uva light. Revista de Ciências Exatas, Seropédica, RJ, EDUR, v. 27, n. 1-2, p. 1-15, 2008. IBRAVIN. Avaliação Setorial 2013, IBRAVIN - Instituto Brasileiro do Vinho, 17, 2013. Disponível em: < http://www.ibravin.org.br/downloads/1380742265.pdf> Acesso em 08 de Dezembro de 2015 MIELE, A. et al. Free amino acids in Brazilian grape juices. Rivista di Viticoltura e di Enologia, Conegliano, v. 43, n. 4, p. 15-21, 1990. ____.NBR13088: Teste de comparação pareada em análise sensorial. Rio de Janeiro, 1994 NIGDIKAR, S.V. et al. Consumption of red wine polyphenols reduces the susceptibility of low density lipoproteins to oxidation in vivo. The American Journal of Clinical Nutrition. 1998;68:258-65. 7. VILLANUEVA, N. D. M.; PETENATE, A. J.; DA SILVA, M. A. A. P. Performance of the hybrid hedonic scale as compared to the traditional hedonic, self-adjusting and ranking scales. Food Quality and Preference, v. 16, n. 8, p. 691-703, 2005. WHELAN, A.P. et al. Effects of white and red wine on endothelial function in subjects with coronary artery disease. Intern Med J. 2004;34:224-8. Assinatura do estagiário: Assinatura do orientador: Assinatura do Chefe de P&D: Assinatura do responsável pelo PA:
Compartilhar