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Tema 6 Cultura Organizacional

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Prévia do material em texto

Gestão de Pessoas 
 
 
Cultura Organizacional 
 
 
Profa. Me. Maria Tereza Ferrabule Ribeiro 
 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 2 
 
 
Seja bem-vindo! 
Assista ao vídeo a seguir antes de iniciar seus estudos e veja quais 
temas serão estudados nesta aula. 
 
Introdução 
Nesta aula faremos uma revisão dos principais assuntos abordados na 
disciplina a partir do estudo de caso da empresa Chocolates Garoto, sob a 
visão da Cultura Organizacional. Veremos o quanto é importante a captação 
de pessoas que atendam à cultura da empresa e que estejam comprometidas e 
engajadas. 
Boa aula e bons estudos! 
 
Cultura Organizacional 
Antes de iniciarmos a análise da empresa Garoto, é importante entender 
o significado de Cultura Organizacional. 
Cultura Organizacional representa as normas informais e não escritas que 
orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia a dia e que 
direcionam suas ações para o alcance dos objetivos organizacionais. No fundo, é 
a cultura que define a missão e provoca o nascimento e o estabelecimento dos 
objetivos da organização. A cultura precisa ser alinhada juntamente com outros 
aspectos das decisões e ações da organização, como planejamento, organização, 
direção e controle para que se possa conhecer melhor a organização. 
(CHIAVENATO, 2002). 
A partir desse conceito de Cultura Organizacional é possível dizer que 
ela é a essência da organização. Se as pessoas souberem exatamente o que a 
empresa espera delas, com certeza facilitará o entendimento em relação ao 
modo de se comportar e entregar as atividades para o atendimento dos 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 3 
 
A avaliação de desempenho individual não deve ser confundida com a 
pesquisa de clima organizacional. A avaliação de desempenho terá como objetivo 
subsidiar os gestores e o departamento de Recursos Humanos para capacitar e 
desenvolver as pessoas, bem como auxiliará no planejamento da carreira. Já a 
pesquisa de clima, além de verificar como está o clima interno, complementará a 
avaliação individual, porque se terá uma avaliação das áreas e do todo da 
organização. 
Quando analisado o individual e depois o grupal, a visão será muito mais 
ampla, e com certeza serão mais assertivas as ações que deverão ser 
implementadas pela organização para propiciar um ambiente saudável e bom 
para se trabalhar, bem como essa satisfação contribuirá para que as empresas 
atinjam os seus objetivos estratégicos. 
objetivos. Parece muito fácil, porém, na prática observa-se o quanto é difícil as 
pessoas entenderem esse padrão de comportamento. E isso se torna mais 
difícil ainda se a organização não tiver muito clara a missão, a visão e os seus 
valores. 
Essa compreensão da Cultura Organizacional intermedeia e relaciona 
todas as relações internas, são os sustentáculos para o sucesso da 
organização. Por isso, também se faz importante a aplicação das pesquisas de 
clima organizacional, justamente para verificar se de fato as pessoas estão 
compreendendo o que a empresa espera delas, e vice-versa. 
É muito importante entender se as pessoas estão felizes no local em que 
trabalham. 
Pela prática, o ideal é que a pesquisa de clima organizacional seja 
realizado a cada dois anos, para que haja tempo para realizar os devidos 
planos de ações pelos gestores quando identificado que alguma dimensão 
avaliada resultou em índices abaixo do esperado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 4 
 
Chiavenato (2002), em seus estudos sobre Cultura Organizacional, 
informa que “cada organização aprendeu a lidar com seu ambiente”. Essa 
constatação é de extrema relevância, pois não adianta copiar os chamados 
“modismos”, as organizações devem compreender o seu ambiente interno, 
porque não é possível falar em Cultura Organizacional se a empresa não sabe 
o que quer. Chiavenato acrescenta que “toda cultura existe em três diferentes 
níves de apresentação: artefatos, valores compartilhados e pressuposições 
básicas”, as quais são apresentadas a seguir. 
 
Assista ao vídeo a seguir para conhecer mais sobre a importância da 
Cultura Organizacional. 
 
Pesquisa de Clima Organizacional 
Existe no mercado uma infinidade de pesquisas de Clima 
Organizacional, por isso o primeiro passo é escolher a que melhor se adapta 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 5 
 
para a organização. A empresa, se quiser, pode elaborar e aplicar a sua 
própria pesquisa, mas infelizmente em grande parte das organizações os 
colaboradores se sentem intimidados quando a pesquisa é elaborada e 
executada pela própria empresa. O legado trabalhista brasileiro não inspira 
confiança nas pessoas em relação ao empresário, ainda há um caminho longo 
a ser percorrido para que essa confiança se estabeleça. 
Lembre-se: o objetivo da pesquisa é diagnosticar as oportunidades de 
melhorias no ambiente interno da empresa. 
Para Gil (2012), é importante que as “empresas desenvolvam 
sistematicamente pesquisas sobre o clima organizacional” buscando: 
1. Identificar e mensurar as atitudes dos empregados com os programas, 
políticas e possibilidades práticas da empresa. De posse desses dados, a 
empresa poderá avaliar os efeitos das decisões anteriores e promover 
mudanças onde for conveniente; 
2. Desenvolver a compreensão das gerências acerca dos pontos de vista dos 
empregados para melhorar as relações de trabalho com seus subordinados; 
3. Identificar as tendências de opiniões e atitudes dos empregados. 
Comparando-se os resultados de levantamento sucessivos, torna-se 
possível antecipar tendências que poderão influir no comportamento dos 
empregados. Dessa forma, a pesquisa de clima organizacional poderá 
constituir um verdadeiro “sistema de alerta preventivo”; 
4. Subsidiar estudos acerca de eficiência organizacional. Os dados obtidos 
podem ser utilizados para uma melhor compreensão acerca dos fatores 
que intervêm na satisfação e na moral do empregado; 
5. Demonstrar o interesse da empresa nas opiniões dos empregados para 
melhorar a qualidade de vida no trabalho. 
 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 6 
 
Saiba mais sobre a Chocolates Garotos acessando o site da empresa. 
<www.garoto.com.br/> 
Quando esses fatores de retorno da pesquisa de clima organizacional 
são verificados, percebe-se a sua importância na efetivação das práticas que 
são realizadas pelo departamento de Recursos Humanos, liderança, 
infraestrutura, assim como as questões de satisfação e padrões de ética da 
organização que vêm a corroborar com os níveis apresentados por Chiavenato 
(2002). 
No vídeo a seguir você entenderá mais sobre a pesquisa de clima 
organizacional. Confira! 
 
Escolha da Empresa Chocolates Garoto 
A escolha da empresa Garoto justifica-se pela identificação de cases 
sobre a implantação de dois importantes projetos de estratégia organizacional 
que mudaram significativamente a cultura dessa empresa, além da venda da 
empresa para a multinacional Nestlé, que também trouxe mudanças culturais. 
 
Histórico da Chocolates Garoto 
 
 
 
 
 
 
 
Missão da Garoto: “Proporcionar satisfação e prazer aos consumidores, 
produzindo e comercializando com excelência alimentos de chocolates e 
similares”. 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 7 
 
O nome “Garoto” surgiu porque as primeiras balas eram vendidas por 
meninos, em tabuleiros, nos pontos de bonde de Vila Velha. 
Em 16 de agosto de 1929, o alemão Henrique Meyfreund iniciou as 
atividades da empresa fabricando balas no Espírito Santo. Apósum ano, as 
balas passaram a ser comercializadas por pequenos estabelecimentos nesse 
estado, e também iniciando em outros estados. 
 
 
 
Em 1934, o fundador recebeu uma herança de seus pais que 
possibilitou a ampliação e diversificação do negócio, pois a intenção era 
trabalhar no ramo de chocolate, o que implicava comprar equipamentos para 
esse ramo alimentício. Verifica-se que a missão da Garoto estava afinada em 
relação a satisfazer o gosto do público consumidor da época, e o cacau, que é 
a matéria-prima principal, estava geograficamente próximo, ou seja, no sul da 
Bahia e norte do Espírito Santo. 
Nessa mesma época, percebendo a necessidade de ampliação do 
negócio, o empresário alterou a denominação social e regime fiscal para H. 
Meuerfreund & Cia, criando um fundo de aquisição de 50% do capital por 
parentes, sendo que o fundador permaneceu à frente dos negócios. 
Mesmo com as dificuldades logísticas da época, a empresa continuou a 
expandir por todo o estado capixaba. 
No ano de 1938, novos sócios incorpararam ao negócio adquirindo parte 
do capital dos parentes: o Sr. Gunther Zening e esposa, que trouxeram uma 
nova visão empresarial. Em 1947, devido à organização das vendas de forma 
sistemática para outros estados, o capital da empresa cresceu, possibilitando a 
compra de maquinários ingleses. 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 8 
 
Nesse período, a administração era moderna, sistêmica e com visão de 
futuro. A alta direção tinha como estratégia a atualização contínua dos 
equipamentos. 
Em 1960, a empresa passou por adaptações estruturais e de gestão. 
Novamente surgiu a visão de que era necessário sair de uma administração 
familiar para uma profissional, para que a empresa pudesse atingir os 
mercados de outros estados brasileiros. 
Em 1962, a empresa alterou o nome e o modelo societário passando a 
ser denominada Chocolates Garoto S.A. Nesse mesmo ano a empresa perde o 
sócio Gunther Zening em um acidente aéreo quando voltava de uma viagem de 
negócios. 
A Garoto é uma empresa de vanguarda e que sempre esteve com o foco 
no negócio impulsionando-a a se transformar em uma das maiores empresas 
no ramo de chocolate no Brasil. Um dos projetos ambiciosos ocorreu no ano de 
1972 com a exportação de produtos semiacabados, como a manteiga e a torta 
de cacau para os Estados Unidos e para países da América do Sul. 
No ano de 1973, morre o fundador e então presidente Henrique, e no 
seu lugar assume o seu filho Helmut. Desde a década de 1960 tanto Helmut 
como Ferdinand, o outro filho, já trabalhavam com o pai, ou seja, já estavam 
sendo preparados para a futura sucessão. 
Em 1976, Helmut ampliou os negócios e passou a exportar para os 
Estados Unidos, Canadá, Japão, Europa e Oriente Médio, sendo que o 
comércio exterior representava 25% das vendas. No ano de 1982, a Garoto 
estava presente em todos os continentes, sendo a última conquista de mercado 
a Austrália. 
É importante salientar que enquanto a década de 1980 passava por 
severas recessões, a Garoto mantinha-se líder de mercado nacional e 
conquistando o mercado internacional. 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 9 
 
É na década de 1990 que a empresa teve o seu primeiro prejuízo, o que 
levou a administração a repensar o seu negócio, deixando de lado a produção 
de balas e concentrando-se no chocolate. 
Em 1995, a marca Garoto era a mais conhecida na Argentina e a mais 
vendida no Uruguai, o que levou a abrir duas subsidiárias: a Garoto Argentina 
S.A. em Buenos Aires e a Garoto América Inc. em Chicago, com recursos 
próprios de logística, marketing e vendas. 
Nesse mesmo ano foi necessária uma alteração na administração da 
empresa, devido à incompatibilidade dos sócios. O presidente executivo, que 
atuava no cargo por 25 anos, passou a presidência do Conselho Administrativo 
e as funções executivas para o sobrinho de Helmut Paulo Meyerfreund. 
Em 2001, a Garoto possuía duas fábricas instaladas no Espirito Santo, 
com capacidade de 115 mil toneladas, com 2.900 funcionários, com receita 
operacional bruta de R$466,255 milhões, e apresentou prejuízo de R$6,039 
milhões em 1999. 
Em 2002, a empresa foi comprada pela suéca Nestlé, e nesse ano a 
Garoto detinha 22% do mercado brasileiro de chocolates. 
Saiba mais sobre a importância de planejamento sucessório nas 
empresas assistindo ao vídeo a seguir. 
 
Case da Garoto – Projeto de Internacionalização 
Analisaremos a empresa Garoto, em relação às pessoas e ao que estas 
influenciaram na internacionalização da empresa, a partir dos estudos de 
Takeuchi (2001). 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 10 
 
Takeuchi (2001) nos apresenta que, para atender ao comério 
internacional, eram necessário profissionais preparados, porém, foi identificada 
a falta de pessoal apto para atuar, de treinamento e a conscientização de 
pessoas-chaves. 
A Garoto diagnosticou que nesse projeto de expansão em outros países 
o impacto atingiria todas as pessoas da empresa. Havia uma zona de conforto, 
já que eram líderes no mercado nacional, porém, no mercado além dessas 
fronteiras haviam concorrentes capacitados e um público com alto grau de 
exigência e culturas diferentes. 
Assim, houve a necessidade de intensificar os treinamentos para 
atender a esse novo mercado. A Garoto sempre procurou manter capacitado os 
seus profissionais, porém, quando sofreu prejuízos no período de 1999 a 2000 
os treinamentos foram reduzidos, situação esta muito comum nas empresas 
brasileiras. 
Essas exigências internacionais impulsionaram o Recursos Humanos a 
buscar profissionais com perfis diferenciados como conhecimento de línguas, 
cultura geral e conhecimento do comércio exterior. O Departamento Jurídico, 
por exemplo, teve que ser capacitado para que pudesse entender e elaborar 
contratos internacionais. Às secretárias, por sua vez, era exigido que falassem 
inglês. 
A gestão passou a ser o modelo participativo e todas as áreas tiveram 
que se adaptar a esses novos objetivos estratégicos. Apesar de todo esse 
acompanhamento, o gerente de Comércio Exterior fez o seguinte comentário: 
O ideal seria ter um projeto de internacionalização, que treinasse e 
conscientizasse todo o pessoal, montasse um alicerce, para então se lançar no 
mercado externo. Certamente nenhuma empresa brasileira fez isso. Na realidade 
a empresa primeiramente desenvolve os mercados, posteriormente, sua estrutura 
e seu pessoal tentam acompanhar o processo. Alguns funcionários caminham na 
mesma velocidade, outros não, outros batem de frente, outros lutam contra. Um 
dos principais problemas é a acomodação dos profissionais. Eles pensam para 
que fabricar para Estados Unidos se podemos vender para o mercado interno? 
Não tem visão de que o mercado interno está saturado. 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 11 
 
A partir desse depoimento, pode-se dizer que a falta de planejamento e 
a visão de futuro impactou sobremaneira na organização, o processo de 
internacionalização poderia ser mais ágil e fácil se tivesse sido planejado, e as 
pessoas preparadas para que estivessem comprometidas com o projeto. 
Assim, sem dúvida a Garoto teve mais dificuldade em dar conta desse projeto, 
pois esbarrou em seus profissionais internos em relação ao atendimento aos 
requisitos do mercado internacional. 
Takeuchi (2001) enfatiza que a a área de Recursos Humanos é vital no 
processo, sendo fundamental que invista no processo para disseminar e 
desenvolver a conscientização na empresa. Conclui-se, portanto, que para o 
sucesso de um projeto nas empresas é necessário que o primeiro passo seja 
fazer com que as pessoasestejam comprometidas, entendendo o que se 
espera delas, fazendo o planejamento antes da implantação, e que exista um 
setor de Recursos Humanos atento ao clima da organização. 
 
Case da Garoto – Implantação do Sistema SAP/R3 
Em outubro de 2011, no VIII Simpósio de Excelência em Gestão de 
Tecnologia, as pesquisadoras Jesus e Araujo apresentaram o case da Garoto 
sobre “O impacto do comprometimento na importação de sistemas de 
informação: o caso garoto-SAP”, considerado um dos mais complexos 
sistemas de ERP do mercado. 
 
 
 
 
Pelo histórico da empresa Garoto, é perceptível que trata-se de uma 
empresa que investe em expansão e processos tecnológicos, basta verificar 
que no período de 1995 a 1999 o investimento foi na ordem de R$75 milhões. 
Enterprise Resource Planning (ERP) ou Sistemas Integrados de Gestão 
Empresarial (SIGE), no Brasil, são sistemas de informação que integram todos os 
dados e processos de uma organização em um único sistema. 
(Fonte: <www.dicionarioinformal.com.br/significado/erp/1713/>) 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 12 
 
No ano de 1995, foi elaborado um estudo de um novo sistema de ERP, 
o SAP/R3, que foi considerado como a saída para a integralização dos 
processos da empresa. 
Mas é necessário ressaltar que esse projeto poderia ter sido implantado 
de forma mais tranquila se houvesse sistêmica e proatividade por parte do 
setor de Recursos Humanos e gestores, pois verificou-se que os funcionários 
interpretaram que essa nova ferramenta reduziria os custos e, 
consequentemente, gerariam demissões. 
Esse sentimento de perda do emprego levou a rejeitar inicialmente o 
projeto. Ao final do projeto essas demissões esperadas não ocorreram e os 
pedidos de demissões foram ocasionados voluntariamente por aqueles que 
não se adaptaram a essa nova realidade. 
Outra situação diagnosticada que gerou impactos negativos durante a 
implantação foi a falta de comprometimento da alta gerência. Foi a equipe de 
implantação quem manteve o projeto em andamento, de acordo com os 
depoimentos da Coordenação e Supervisão: 
Um dos fatores que mais ajudou para que esse projeto se tornasse referência, foi 
a dedicação e o comprometimento da equipe de projeto e o bom relacionamento 
entre níveis médios e gerenciais. 
A gente mudou de presidente duas ou três vezes durante o projeto, o sponsor 
[patrocinador] do projeto mudou três vezes. Então, faltou apoio, faltou aquela 
pessoa para carregar a ideia. Apesar de os dois gerentes de projeto tentarem abrir 
as portas, tentarem agrupar essas pessoas, trazerem para perto do projeto, não 
conseguiam. A preocupação com a briga política era mais visível no nível 
gerencial. Eles estavam envolvidos nessa disputa porque um gerente trabalhava 
direto com um determinado membro da família e o outro trabalhava com outro. O 
SAP à parte. E o projeto sendo tocado pela equipe que estava no projeto e a 
equipe funcional que eles escolheram. Felizmente foi uma excelente equipe, foram 
pessoas que conheciam os processos da Garoto. E isso ajudou muito, porque a 
briga estava lá em cima, do nível gerencial pra cima. A fábrica sendo tocada pelo 
nível de supervisão e pelos supervisores da área e o projeto sendo tocado pelas 
pessoas, pelos funcionários e pelo time de tecnologia. 
Pode-se dizer que se não fosse os profissionais de média gerência, 
supervisores e coordenadores o projeto não teria chegado ao seu final com 
êxito, e isso demonstra a importância dos líderes comprometidos e engajados. 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 13 
 
A percepção é que a alta gerência, apesar dos conflitos, contava com 
profissionais verdadeiramente líderes e que deram conta do projeto. 
Muitas vezes é dito que se a alta gerência não estiver comprometida o 
restante não ocorre. Considerando esse case é possível dizer que isso é 
possível, desde que os demais profissionais estejam realmente comprometidos 
com os objetivos da empresa, que esses profissionais realmente “vistam a 
camisa”. 
Quer ver mais sobre a importância de comprometimento e engajamento? 
Acompanhe no vídeo a seguir. 
 
A Venda para a Nestlé 
Nos estudos dos dois casos apresentados, é perceptível verificar que um 
dos grandes problemas da Garoto era o relacionamento dos sócios, o que, de 
certa forma, impulsionou a venda da empresa brasileira para a multinacional 
Nestlé. 
Leia a seguir a reportagem da Gazeta on-line sobre a venda: 
A Chocolates Garoto foi vendida pela família Meyerfreund para a Nestlé Brasil no 
início de 2002, por cerca de R$560 milhões. Considerada patrimônio do Espírito 
Santo, a Garoto acabou nas mãos da multinacional suíça depois de uma acirrada 
disputa pelo seu controle dentro da própria família. Depois de fechar no vermelho, 
o principal acionista, Helmut, e os filhos decidiram pela venda.[...] 
Reação. Depois de apresentar resultado negativo em 2001 e em 2002, a fábrica 
de Vila Velha voltou a crescer e começou a ter desempenho melhor. Passou de 
um faturamento de R$500 milhões, em 2004, para R$1,5 no ano passado, quando 
chegou a uma produção de 102,4 milhões de toneladas. 
A empresa Chocolates Garoto, em 16 de agosto de 2009, completou 80 
anos, e apresentou faturamento três vezes maior do que em 2002, quando foi 
vendida, e com 1.000 funcionários a mais. A empresa passou de 2,5 mil para 
3,5 mil empregados. 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 14 
 
Esse saldo positivo revela que a nova administração conseguiu fazer 
com que os empregados aceitassem a nova linha comando e a nova cultura 
empresarial. 
 
Síntese 
Assista ao vídeo a seguir para relembrar as questões abordadas neste 
estudo de caso. 
 
 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 15 
 
 
1. Considerando que você é um empresário, ou seja, o dono do negócio, qual 
ação você implantaria para que a sua equipe se torne mais produtiva e 
rentável? 
a. É necessário deixar que as equipes procurem por si só a automotivação, 
pois assim entenderiam o negócio da empresa. 
b. Treinar e capacitar somente a alta direção, já que as ações estratégicas 
são definidas neste nível hierárquico. 
c. Fazer com que os líderes sejam os facilitadores, para que as equipes de 
trabalho sintam-se motivadas, seguras e confiantes, para que alcancem 
os resultados esperados. 
d. Treinar e capacitar somente a média gerência, já que nesse nível é que 
compete a operacionalização dos objetivos. 
 
2. Considerando ainda a sua empresa: se você quer entender se os seus 
funcionários estão felizes no ambiente trabalho, que tipo de ferramenta você 
implantaria? 
a. Avaliação por desempenho. 
b. Avaliação por competência. 
c. Avaliação por pares. 
d. Avaliação do clima organizacional. 
 
 
 
Gestão de Pessoas | Cultura Organizacional 16 
 
Referências 
CHIAVENATO, I. Gerenciando pessoas. Como transformar gerentes em 
gestores de Pessoas. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. 
CHOCOLATES Garoto – Histórico. Disponível em: 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Chocolates_Garoto>. Acesso em: 14 jul. 2013. 
GIL, A. C. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. 1. ed. São 
Paulo: Atlas, 2012. 
JESUS, R. G.; ARAUJO, P. M. C. O impacto do comprometimento na 
importação de sistemas de informação: o caso Garoto-SAP. Disponível em: 
<www.aedb.br/seget/artigos11/38614511.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2013. 
TAKEUCHI, A. R. S. P. Estratégias de internacionalização de indústria de 
alimentos. O caso da chocolates Garoto. Dissertação (Mestrado em 
Administração). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2001. 
Disponível em: <http://cepead.face.ufmg.br/btd/files/2/a2t1.pdf>. Acesso em: 12 
jul. 2013. 
VIEIRA,S. Uma a cada quinze dias. No Brasil foi a Garoto. No mundo, a 
gigante Nestlé compra duas empresas por mês. Veja on-line, 6 mar. 2002. 
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/060302/p_100.html>. Acesso em 14 jul. 
2013. 
ZANDONADI, D. Vendas da Garoto triplicam sete anos após negócio com a 
Nestlé. Gazeta do Povo, 15 ago. 2009. Disponível em: 
<http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/08/120747-vendas+da+garoto+ 
triplicam+sete+anos+apos+negocio+com+a+nestle.html. Acesso em: 14 jul. 
2013.

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