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Direito Civil - André Barros

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6. Cessação da Incapacidade
É todo e qualquer fato que ponha fim à incapacidade de uma pessoa. Emancipação é uma da formas, juntamente com a cessão da causa.
6.1 Cessação da Causa
Não existe um conceito. No caso, deveremos analisar as hipóteses: maioridade e cura.
Questão de direito previdenciário: a redução da maioridade civil para os 18 anos reflete no direito à pensão previdenciária? É pacífico que a redução da maioridade civil não provocou conseqüências no direito previdenciário. O direito a pensão está garantida até aos 21 anos;
Atenção: A emancipação põe fim ao direito à pensão previdenciária;
Para LFG e Rogério Sanches a atenuante aos menores de 21 e maiores de 18 anos, é aplicada no direito penal, em que pese a redução da maioridade no direito civil, pois a atenuante leva em consideração a identidade biológica da pessoa.
6.2 Emancipação
E antecipação da capacidade civil para um menor de idade.
A emancipação do menor gera responsabilidade criminal? A emancipação do menor não gera responsabilidade criminal.
Menor que não paga pensão alimentícia pode ser detido? Sim, pois o menor pode ser preso por dívida de alimentos, pois no caso a prisão é civil (atenção: a dívida de alimentos é a única em que se admite prisão civil no ordenamento pátrio)
6.2.2.1 Emancipação Voluntária
É aquela concedida pelos pais aos filhos menores que tenham pelo menos 16 anos. A emancipação é concedida por ambos os pais (não é um ou outro, mas ambos; no caso de falecimento ou perda do poder familiar, o poder se concentra em um só). E realizada por escritura pública, não havendo necessidade de ser homologada judicialmente, entretanto necessita ser registrada.
Os pais tem responsabilidade civil pelo ato do menor emancipado? Para o STJ, se o menor foi antecipado voluntariamente, os pais continuam responsáveis. Tal posicionamento parte de uma presunção de má fé dos pais, que teriam interesse em emancipar menores problemáticos. Na demais formas de emancipação (judicial e legal) os tribunais entendem que os pais não tem responsabilidade.
6.2.2.2 Emancipação Judicial
Emancipação é aquela realizada por um juiz. De acordo com o CC/02 só existiria uma hipótese de antecipação judicial, que é aquela realizada em prol de menor tutelado (o tutor não pode emancipar o menor tutelado). E requerida pelo tutor, ambos em conjunto ou o tutelado. O MP pode auxiliar o menor. 
Neste caso, não teremos escritura pública, mas somente sentença, que assim como a escritura pública, deve ser feito o registro no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais.
Outra hipótese doutrinária, seria a emancipação judicial em razão de divergência entre os pais.
6.2.2.3 Emancipação Legal
É aquela que ocorre de forma automática quando presente uma das hipóteses do art. 5º, II a VI do CC/02 (Automática: significa que independe de escritura, sentença ou registro):
a) Casamento Válido: Existe idade mínima para casar, mas não existe idade mínima para emancipar pelo casamento (existem duas exceções à restrição da idade para casar, conforme art. 1.521 do CC/02: gravidez e livrar de cumprimento de penal). A separação e divórcio judicial entre menores, não os retorna a situação de incapazes, pois a capacidade civil uma vez adquirida, ela não é perdida.
Se o casamento for anulado ou declarado nulo, teremos efeitos ex-tunc, ou seja, os efeitos retroagem e atige a emancipação legal, retornando os menores, em regra à situação de incapazes, exceção feita ao casamento putativo (é aquele que os contraentes casam de boa fé), onde os efeitos serão preservados, continuando emancipados);
b) Exercício de Emprego Público Efetivo: Aqui não importa idade mínima, igual ao item anterior, pois não podemos considerar que 18 anos seja a idade mínima para se prestar concurso, não podendo limitar todas as esferas de poder à norma da Lei 8.112/90 da União, que exige esta idade.
A simples aprovação e nomeação não gera a emancipação, mais sim o efetivo exercício. Cargo de livre nomeação e exoneração não gera emancipação.
c) Colação de Grau em Curso Superior: Não se exige idade mínima também. A simples aprovação em vestibular ou fato de estar cursando faculdade não importa em emancipação. A definição de curso superior é administrativa, sendo que cursos técnicos e profissionalizantes devem ser considerados como não emancipativos.
d) Estabelecimento Civil ou Comercial ou pela Existência de Relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria: Para essas três hipóteses exige-se dois requisitos:
- Idade Mínima: 16 anos completos. A razão da limitação está no fato de que a emancipação advém do trabalho, que somente é admitido a partir dos 16 anos;
- Economia Própria: O menor deve se manter com economia própria. Essa é a hipótese mais comum na prática.
7. MORTE (FIM DA PESSOAL NATURAL)
Mars Omnia Soluit: A morte tudo resolve.
A partir da morte, vários efeitos civis se apresentam:
- Transmissão da herança;
- Extinção da personalidade;
- Término das relações de parentesco;
- Dissolução do vínculo matrimonial ou da união estável.
7.1 Morte Civil
Não existe em nosso ordenamento. A morte civil é a extinção da personalidade jurídica de um ser humano vivo. Era admitida no direito romano, em que as dívidas podiam transformar um ser humano em coisa. Na atualidade não vige mais essa regra.
Embora não exista morte civil em nosso ordenamento, existe um resquício dela em nosso ordenamento: Deserdação e a Exclusão por Indignidade (Caso Suzanne Richtofen, onde por assassinar os pais, foi excluída da herança por indignidade, sendo considerada, para a sucessão dos pais, pré-morta).
7.2 Morte Real
É aquela comprovada através do atestado médico de óbito.
Requisitos:
- Prova direta (cadáver);
- Atestado médico: 01 médico somente; Não havendo médico, poderá o atestado ser substituído por declaração de duas testemunhas. O atestado ou declaração dever ser levada a registro. Se for realizada doação de órgãos, será necessária a assinatura de 02 dois médicos que não façam parte da equipe de remoção.
7.3 Morte Presumida
Temos dois tipos de morte presumida atualmente, com e sem decretação de ausência. A característica comum a ambas é a falta do corpo.
Na morte presumida a prova é indireta (ausência do corpo do falecido).
Pode ser:
- Sem declaração de ausência – art. 7º do CC/02: Nesta hipótese não há procedimento de ausência, mas sim procedimento de justificação, que é mais célere (catástrofe e guerra). 
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; (Catástrofe: Exploção, Incêndios, Queda de Edifícios, Naufrágios, Acidentes Áereos, Maremotos)
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. (Não é necessário que seja militar, podendo ser civil. Ficar atento ao prazo, que é de dois anos)
- Morte Presumida: É aquela que exige um procedimento de ausência (desaparecimento). 
Devemos distiguir dois fatos: 
Quando a pessoa que desaparece de seu domicílio sem deixar mandatário (Irmã do Lutador Vítor Belfort);
E quando a pessoa desaparece de seu domicílio, mas deixa mandatário cujo mandato é problemático pelos seguintes motivos: mandatário incapaz ou morre, mandatário com poderes insuficientes, mandatário renúncia ao seus poderes.
O ausente é incapaz? Não.
1ª Fase: Curadoria dos Bens do Ausente: Nesta fase o juiz declara a ausência e nomeia um curador. Pode durar de 01 ou 03 anos. Será de 01 se o ausente não tiver deixado mandatário e será de 03 se houver sido constituído mandatário.
2ª Fase: Sucessão Provisória: Decorrido 01 ano da arrecadação dos bens do ausente (arrolamento do ativo e passivo), havendo ele deixado representante ou procurador, podem os interessados requerer a abertura da sucessão provisória.
Nessa fase o curador sai de cena e a possedos bens passa aos herdeiros, que em regra deverão prestar caução (garantia). Se o herdeiro for cônjuge, descendente ou ascendente, será dispensada a necessidade da caução, uma vez que são os entes mais próximos do ausente. O companheiro, conforme posição majoritário da doutrina, não necessitam também de prestar caução (analogia: onde existir a mesma razão, deve existir o mesmo direito).
Em regra essa fase é de 10 anos.
3º Fase: Sucessão Definitiva: Decorrido 10 anos do trânsito em julgado da sentença concessiva da abertura da sucessão provisória, ou 05 anos sem notícia do ausente octogenário, pode ser requerida a abertura da sucessão definitiva e o levantamento das cauções anteriormente prestadas. 
Importante: A hipótese excepcional com prazo de 05 anos independe das fases anteriores. O ausente deve ter completado a idade de 80 anos quando do requerimento da abertura da sucessão definitiva.
Na sucessão definitva, o juiz declara a morte presumida da pessoa e os bens são transferidos de forma definitva, sendo levantadas as garantias prestadas.
Existe uma 4ª Fase? A sucessão definitiva não é propriamente definitiva, pois se o ausente ou algum descendente ou ascendente seu, retornar em até 10 anos após a abertura da sucessão definitiva, terá direito: 
Aos bens no estado em que se encontrarem;
Aos sub-rogados (substituídos) em seu lugar;
Produto obtido com a venda dos bens.
É somente após o transcurso do prazo acima que é a sucessão é inabalável. Alguns autores a entendem como sendo uma 4ª fase.
O ausente é considerado morto quando a lei a autoriza a sucessão definitiva.
7.4 Comoriência. Morte Simultânea
Ocorre quando não podemos definir no caso de morte entre duas ou mais pessoas, herdeiras entre si, qual delas faleceu primeiro. A conseqüência jurídica é de que comorientes não herdam entre si.
No ordenamento brasileiro não é aceita a premoriência, que são critérios adotados para se resolver situação de comoriência.
DIREITOS DA PERSONALIDADE
CONCEITO
São direitos objetivos da pessoa de proteger o que lhe é próprio: a sua integridade física (corpo), moral (honra, nome) e intelectual (obra). Direitos à alimentos são considerados direito de personalidade.
São, em regra indisponíveis, mas se admite sua disponibilidade em determinadas ocasiões (direitos de imagem).
Consideram-se direitos Excludendi Alios: São aqueles que impõe um dever geral de cuidado, consistem em um não fazer em face dos demais.
O fundamento de todos os direitos da personalidade é o princípio da dignidade da pessoa humana.
2. RELAÇÃO ENTRE OS DIREITOS DA PERSONALIDADE E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS
No direito civil os direitos fundamentais são tratados como direitos patrimoniais.
Ler no material de apoio.
3. DIREITOS DA PERSONALIDADE E AS PESSOAS JURÍDICAS
As pessoas possuem personalidade jurídica, que é a aptidão para ser titular de direitos e obrigações. O posicionamento majoritário é de que tanto as pessoas naturais, como as pessoas jurídicas possuem o atributo da personalidade jurídica. 
A discussão é: Pessoas jurídicas pode deter direitos de personalidade ou somente pode ser sujeita de direitos e obrigações patrimoniais? Temos duas correntes:
1ª Corrente: Majoritária - As pessoas jurídicas também possuem direitos de personalidade e não somente direitos patrimoniais. Sendo que o fundamento é art. 52 do CC/02. Na prova devemos adotar essa corrente.
2ª Corrente: Minoritária: Não possuem direitos de personalidade, pois estes se fundamentam no princípio da dignidade da pessoa humana, aplicável somente aos seres humanos. O Enunciado 286 do CJF entende que o art. 52 refere-se somente ao seres humanos.
Dano Moral da Pessoa Jurídica
Dano moral é toda ofensa a um direito da personalidade.
1ª Corrente: Majoritária – Pessoa jurídica pode sofrer dano moral (Súmula 227 do STJ).
Para o STF a pessoa jurídica somente pode sofrer dano moral em sua honra objetiva (aquela relativa à reputação que a pessoa goza perante a sociedade).
2ª Corrente: Para esta segunda corrente, as pessoas jurídicas podem sofrer dano extra patrimonial, que é mais amplo que o dano moral, pois abrange este (relativo as pessoas naturais) e o dano institucional (relativo às empresas). Assim, esta corrente também defende, por outra linha, que a pessoa jurídica também pode sofrer dano moral.
3º Corrente: Nega a possibilidade das pessoas jurídicas sofrerem dano moral ou dano extra patrimonial, pois para esta corrente, ainda que a ofensa seja moral, se existir dano, este somente pode ser material, pois pessoa jurídica não tem honra subjetiva e seu prejuízo somente financeiro. 
Essa corrente é falha, pois se a pessoa jurídica não tiver intuito lucrativo, o dano somente poderá ser extra patrimonial. 
5. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
Os direitos da personalidade são:
5.1 Direitos Inatos
São considerados inatos porque surgem com o surgem com os seres humanos. Discute-se: para os jusnaturalistas independem do ordenamento jurídico, isto é, independente da lei, pois são direitos naturais (Mª Helena Diniz); para os positivistas, são aqueles que defendem que os direitos da personalidade somente existem diante de previsão legal (Miguel Reale). Não há corrente majoritária.
5.2 Direitos Vitalícios
São considerados por que surgem e desaparecem com os seres humanos. Após o falecimento, os direitos patrimoniais transmitem-se após a morte. 
Os direitos da personalidade não são transmitidos nem em vida e nem com a morte. Eles desaparecem com o falecimento. Eventual indenização requerida com base em dano à honra do morto é considerada autônoma, pois atinge de forma indireta a honra de seus parentes, conforme o art. 12, § único, do CC/02 É conhecido como dano moral em ricochete ou reflexo.
5.3 Direitos Absolutos
Direito Absoluto, em regra, é aquele que confere ao seu detentor um direito oponível erga onmes.
Significa também que eles poderiam não ter limites, o que não é verdade, pois eles podem sofre limitações, advindas dos direitos fundamentais ou da vontade da própria pessoa, bem como do direito de outras pessoas (Súmula 139 CJF).
Pode haver abuso de direito da personalidade, que é uma forma de ato ilícito e gera a obrigação de reparar o dano.
5.4 Direitos Ilimitados
Embora o CC/02 tenha previsto alguns direitos da personalidade (art. 11 à 21), entende-se que o rol é meramente exemplificativo (numerus apertus), e atualmente eles são criados com base na proteção da integridade do ser humano.
5.5 Extrapatrimoniais
Não são suscetíveis de valoração econômica, entretanto não impede a quantificação pecuniária em determinadas ocasiões. Ex.:
- Alimentos;
- Autorização de expressão de uso de direito da personalidade (contrato de utilização de direito de imagem);
- Indenização por dano moral.
5.6 Imprescritíveis
Seu exercício não é limitado a qualquer prazo. Não existe prescrição de direito da personalidade.
O direito da personalidade em si que é considerado imprescritível. As medidas de proteção aos direitos da personalidade também são consideradas imprescritíveis.
No entanto difere-se: direitos da personalidade, medidas de proteção e medidas de reparação (pedido de indenização por dano moral).As duas primeiras são imprescritíveis. A última, conforme posição majoritária, seria prescritível num prazo de 03 (regra geral de prescrição dos atos danosos – art. 206, § 3º, IV, CC/02).
A doutrina minoritária também consideras as ações de reparação como imprescritíveis.
A reparação de danos causados em razão de crime de tortura, está sendo considerada imprescritível pelos Tribunais.
5.7 Intransmissíveis
É inadmissível que um direito da personalidade se destaque, se separe do seu titular. Pode haver a cessão da expressão de uso do direito da personalidade (ex.: uso da imagem, que não é cessão de direito de imagem).
5.8 Indisponíveis
O dever geral de abstenção imposto pelos direitos de personalidade, segundo a corrente majoritária,aplica-se inclusive ao próprio titular do direito, sendo um exemplo a violação do direito a vida em razão de negativa de transfusão de sangue por Testemunhas de Jeová, onde o próprio titular do direito não pode abrir mão do mesmo.
5.9 Irrenunciáveis
O titular não pode renunciar aos seus direitos de personalidade, não podendo abrir mão dos mesmos durante a vida inteira.
A irrenunciabilidade decorre da indisponibilidade.
5.10 Inexpropriáveis
Eles não podem ser retirados dos seres humanos. Ex.: Não pode haver execução que recai sobre algum direito da personalidade. 
No entanto, os direitos da personalidade, apesar de não poderem ser penhorados, a quantia a ser recebida pela cessão do uso dos direitos desta, podem ser penhorados.
6. DIREITO A VIDA (DIGNA)
Decorre do art. 4ª do Pacto de São José da Costa Rica, sendo que a proteção inicia-se a partir da concepção.
Princípio do Primado do Direito a Vida: É, segundo a corrente majoritário, o maior direito da personalidade. Não é posição pacífica.
7. DIREITO À REPRODUÇÃO
O ordenamento jurídico garante o direito à reprodução e não só à vida, em todos os seus sentidos, inclusive no que tange à assistência científica para pessoas com dificuldade de reprodução.
7.1 Clonagem
O art. 6º da Lei 11.105/05 proíbe a clonagem humana.
O art. 11 proíbe a clonagem reprodutiva, que é a reprodução de um ser humano em sua integralidade, ou seja, é aquela que tem por objetivo a produção de um novo ser humano.
A clonagem não reprodutiva, que é aquela que tem por objetivo a reprodução de apenas alguns órgãos dos seres humanos, não é proibida.
7.2 Eugenia
Eugenia ou eugenética é a ciência que estuda a melhoria da reprodução humana.
Discute-se a admissão ou não da modificação dos genes de um embrião.
Pode ser:
- Eugenia Positiva: É proibida, pois visa a “melhoria” das qualidades de um ser humano (ex.: possibilidade de se mudar as características naturais de um futuro ser humano).
- Eugenia Negativa: É aquela que tem por objetivo prevenir e curar doenças e más-formações de origem genéticas. Por não procurar criar um super-humano, mas somente evitar a ocorrências de enfermidades inerentes ao ser humano, é permitida.
8. DIREITO À NÃO REPRODUÇÃO
Em regra diz respeito à esfera privada do ser humano, devendo cada um decidir se irá ou não reproduzir, não podendo o Estado obrigar nenhuma das opções adotadas.
Esterilização: A Lei 9.236/96 permite a esterilização voluntária para fins de controle do planejamento familiar. Requisitos:
- 25 anos no mínimo;
- Ter no mínimo 02 filhos vivos
- Prazo de 60 dias entre a declaração de vontade e a realização da cirurgia.
A esterilização terapêutica também é permitida para impedir o risco de vida em mulheres que o apresentem em caso de gestação. É também voluntária e optativa, não sendo necessário atender aos requisitos acima.
A esterilização eugênica opera-se para impedir a transmissão de doenças hereditárias e para prevenir a reincidência de delinqüentes portadores de desvio sexual. Segundo o posicionamento majoritário da doutrina é no sentido de que a esterilização eugênica não deve ser utilizada nem voluntariamente.
9. DIREITO AO CORPO
9.1 Doação Inter-Vivos
É limitada pela indisponibilidade do direito à saúde do doador. Em vida podem ser doados, em regra, partes destacáveis dos corpo humano, como as renováveis ou regeneráveis (leite, sangue, medula óssea, pele, óvulo, esperma, fígado) e de órgãos duplos (rins). Art. 13 do CC/02.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Na doação em vida o autor pode identificar ao beneficiário, não sendo obrigatório seguir lista de transplante.
Não se admite a doação de órgãos por seres humanos em situação de vulnerabilidade (ex.: crianças, idosos, doentes e condenados).
Pode ser remunerada? Órgãos internos não podem ser remunerados, inclusive o sangue, ou seja, não se admite negócios jurídicos relativa a órgãos humanos. Entretanto cabelo humano pode ser remunerado.
9.2 Doação Post-Mortem
Pode ser de duas formas:
Doação Altruística
É aquela que tem por finalidade o transplante de órgãos.
A Lei 9.434/97, em seu art. 4º, com redação original, com base no princípio do presumit consent, trazia a presunção da doação, onde em razão de não manifestação em contrário, toda pessoa seria um doador potencial.
A nova redação do art. 4, dada pelo art. 10.211/01, prevê que é necessária a autorização dos herdeiros, até 2ª grau de parentesco, entretanto a doutrina entende que a solução dada não é válida, pois a manifestação do doador não prevalece. Segundo o enunciado 227 do CJF, a manifestação do doador é que prevalece, em regra, autorizando ou proibindo a doação, somente no silencio do falecido é que deve ser observada a manifestação de vontade dos parentes. Essa última posição é que deve ser adotada em concurso, sendo que deriva do princípio do consenso afirmativo.
Doação Científica
É aquela em que a pessoa destina seu corpo inteiro ou partes, a pesquisas de caráter científico e a escolas de medicinas.
A Lei 8.501/92, em seu art. 2º, informo que o cadáver não reclamado em 30 dias perante as autoridades, pode ser destinado às escolas de medicina para fins de ensino e pesquisa.
10. DIREITO AO SEXO
Decorre do direito da integridade física e psíquica.
10.1 Direito à Prótese
Há julgados informando a obrigatoriedade do Estado de arcar com custos relativos a implante de prótese peniana, em razão do direito a vida digna.
10.2 Direito a Alteração do Sexo (Transexual)
Transexual é a pessoa que rejeita sua identidade genética e a própria anatomia de seu gênero, identificando-se psicologicamente com o gênero oposto.
A cirurgia de alteração de sexo é autorizada pela Resolução 1.652/02 do CFM – Conselho Federal de Medicina.
Além do direito à alteração do sexo, o transexual pode alterar seu nome (prenome) e sexo no registro de nascimento e documentos pessoais. É posição majoritária.
10.3 Direito a Determinação do Sexo (Hermafrodita)
Ocorre com relação ao hermafrodita, que é a pessoa que possui órgãos internos femininos e externos masculinos ou vice e versa. 
Neste caso não há problema psicológico, como no caso do item anterior, e sim físico.
Assim, existe o direito à determinação do sexo.
Também tem direito à alteração do nome e do sexo no registro de nascimento e dos documentos pessoais.
11. DIREITO AO TRATAMENTO MÉDICO (DIREITO À SAÚDE)
O Estado vem sendo reiteradamente condenado a pagar tratamentos médicos às pessoas que deles necessitam, mesmo em caso de tratamentos no exterior, exceto de experimentais.
11. 1 Obrigação de Não Tratamento Médico
Ninguém poder ser submetido a tratamento médico de risco contra a sua vontade. Rege-se pelo princípio do consentimento informado.
Transfusão de Sangue Testemunhas de Jeová: A princípio a recusa à transfusão de sangue deve ser respeitada pelo médico, porque em regra existe tratamento alternativo (Solução de Ringer, Destrano, etc.). O próprio Código de Ética Médica prevê essa possibilidade. Quando não existe tratamento alternativo, o posicionamento majoritário dos Tribunais é no sentido de que prevalece o direito a vida em face do direito de liberdade de crença, sob o fundamento da primazia do direito à vida.
Entre autores de Direito Civil Constitucional, há entendimento de que deveria prevalecer o direito a liberdade de crença, entretanto é posição minoritária.
Se a transfusão for feita sem o consentimento, os tribunais tem entendido pela impossibilidade de serem pleiteados danos morais, em face do médico ou da entidade hospitalar. Entende-se que o profissional age em estrito cumprimento do dever legal.
12. DIREITO AO NOME
Tratam do assunto os art.16, 17, 18 e 19 do CC/02: Toda pessoal tem direito ao nome, nele compreendido o prenome e o agnome.
O nome da pessoa não pode ser utilizado de forma indevida. Assim o art. 17 protege não o nome, mas sim a honra da pessoa a qual pertença.
O nome não pode ser utilizado em propagando comercial, sem a devida autorização.
Em regra o pseudônimo não é vedado, deste que em atividade lícita, e é protegido da mesma forma que o nome.
A pré-morto, em regra, segundo definição dos Tribunais, não deve ser dado nome, em que pese ser entendido como regra inconstitucional.
13. DIREITO À IMAGEM
Imagem Retrato
É a representação física do corpo de uma pessoa ou de partes de seu corpo, através de fotos, desenhos, caricaturas, esculturas, pinturas, etc. Está prevista no art. 5º, X da CF/88. É a representação física do ser humano.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Imagem Atributo
É o que a pessoa representa, isto é, quais as características, qualidades e atributos reconhecidos a uma determinada pessoa, pela coletividade. É a representação das qualidades e atributos do ser humano, isto é, caráter, honestidade, habilidade esportiva, inteligência, etc. Art. 5º, V da CF/88.
Imagem Como Direito Autoral
É o direito que a pessoa tem de proteger sua obra intelectual de exposição ou de publicação não autorizada. Art. 5º. XXVII da CF/88.
13.1 Hipóteses em que o Direito a Imagem não precisa ser Autorizada.
Não necessitam ser autorizadas as seguintes imagem:
- Divulgação de imagens de políticos, artistas e outras pessoas públicas, com relação a atos que digam respeito a suas atividades, mas não a intimidade ou privacidade. Não significa que pessoas com imagem pública não tenham direito à intimidade ou privacidade, pois os flagrantes devem se referidos ao seu trabalho.
- Divulgação de imagens em nome de interesse público: para fins de segurança pública (retrato falado de criminoso), saúde pública (pessoal contaminada com grave doença que evadiu-se de hospital), bem como para fins de administração pública (identificação compulsória em cadastros e carteiras: RG, OAB, Habilitação de Veículo, etc.) e divulgação de imagens de fatos, eventos ou locais públicos, desde que o destaque seja o fato e não a pessoa.
13.2 Direito a Imagem versus Liberdade de Impressa
Trata-se de antinomia real. Neste caso usa-se o critério do justo (maior equidade possível) e a técnica da ponderação de valores, isto é, deve procurar no caso concreto qual será o princípio que irá prevalecer, sendo que o norte é a dignidade da pessoa humana.
O Enunciado 279 do CJF:
14. DIREITO A INTIMIDADE E DIREITO A PRIVACIDADE
Em regra privacidade e intimidade são tratados como termos sinônimos.
Maria Helena Diniz diferencia-os: A privacidade protege aspectos externos da existência humana, ex.: hábitos, e-mails, telefones, cartas, etc.; A intimidade protege os aspectos internos da existência humana, ex.: os segredos, os relacionamentos amorosos, o pudor, o sofrimento em razão de uma perda.
15. PROTEÇÃO AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
(Verificar no Material de Apoio)
PESSOA JURÍDICA
1. CONCEITO
É todo ente formado pela coletividade de pessoas ou bens que adquire personalidade jurídica própria por força de disposição legal.
Pessoa Jurídica Intersubjetiva: quando a pessoa jurídica for formada por um coletividade de pessoas, ex.: Sociedades.
Pessoa Jurídica Patrimonial: Quando a pessoa jurídica forma formada por uma coletividade de bens, ex.: Fundação de Direito Privado.
Sinônimos de pessoas jurídicas: pessoa coletiva, pessoal moral, ente de existência ideal, pessoas sociais, compostas, universais, abstratas, fictícias, etc.
2. DAS DIVERSAS CLASSIFICAÇÕES DAS PESSOAS JURÍDICAS
A principal classificação é a de função, que pode ser:
Pessoa Jurídica de Direito Público:
São aquelas reguladas, regidas pelo direito público.
De acordo com o CC/02 pode ser divididas em:
- Pessoas Jurídica de Direito Público Externo: São os estados estrangeiros e as demais pessoas, reguladas pelo direito público internacional, ex.: França, Alemanha, ONU, OIT, OMS, OMC, Unesco, Santa Sé (Vaticano), Cruz Vermelha, União Européia, ALCA, Mercosul;
- Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno (art. 41, CC/02): União, Estados, Distrito Federal, Territórios (Autarquias) e Municípios; Autarquias, Fundações.
Sociedade de Economia Mista e Empresas Públicas: São pessoas jurídicas de direito privado, embora componham a administração indireta. Para efeito de concurso essa posição é pacífica.
Pessoas Jurídicas de Direito Privado:
São aquelas reguladas pelo direito privado. Classificam-se em:
- Associações: pessoa jurídica intersubjetiva sem finalidade lucrativa. Podem ter qualquer finalidade lícita que não seja lucrativa. Ex.: Educativas, filantrópicas, políticas, religiosas e recreativas.
Não podem ter finalidade lucrativa, mas podem desenvolver atividades que gerem lucros para sustentar os fins para os quais foram criadas.
Para o SJF partidos políticos e entidades religiosas tem natureza associativa.
- Sociedades: são pessoas jurídicas intersubjetivas com finalidade lucrativa. A atividade deve ser lícita (aliás, não se admite qualquer espécie de pessoa jurídica para fins ilícitos).
- Fundações: são pessoas jurídicas patrimoniais (grupos de bens) sem finalidade lucrativa, sendo parecidas com as associações, diferindo em relação a fato que estas são grupo de pessoas.
Pode ser instituída inter vivos, quando criada em vida pelo fundador, através de escritura pública; e inter mortis, quando criada após a morte do fundador, realizada através de testamento.
São os requisitos indispensáveis à criação das duas formas acima: indicação de finalidade (se não for indicada a finalidade, a fundação não tem como ser instituída); dotação de bens (indicação de bens livres que irão compor a fundação, que devem ser suficientes para a sua criação).
A verificação destes requisitos é realizada pelo MP, que também pode intervir nas fundações e requerer sua dissolução.
Atenção: A forma pela qual a fundação será administrada não é um requisito indispensável no ato de sua instituição.
Embora o art. 62, § único tenha a palavra “somente” ele é exemplificativo, neste sentido: Enunciado 09 do CJF, que exclui somente a fundações com fins lucrativos.
Questão: A veladura de uma fundação compete ao MP onde ela esteja instalada. Caso ela se estenda por mais um estado da federação, sua veladura caberá a cada MP estadual onde ela desenvolva suas atividades.
Questão: Se a fundação exercer atividade no DF, a veladura caberá ao MP do DF.
- Condomínios Edilícios: o condomínio é uma quase pessoa jurídica. O professor entende que em prova de concurso, devemos marcar que os condomínios edilícios deve ser considerados pessoas jurídicas. Esta resposta baseia-se em enunciado do CJF: enunciado 90: reconhece personalidade ao condomínio edilício nas atividades jurídicas de seu interesse. Hoje já se admite que o bem do devedor possa ser adjudicado em nome do próprio condomínio. A doutrina se choca, não havendo posição dominante.
- Entes despersonalizados: família, espólio, herança, massa falida, sociedade de fato, sociedade irregular.
A diferença entre sociedade de fato e sociedade irregular: a semelhança é que ambas são entes despersonalizados, não possuindo personalidade jurídica. A primeira é aquela que não possui ato constitutivo, não estão positivada, possuindo somente existência de fato e não de direito e sua dissolução deve observar a participação de cada na aquisição dos bens. Por sua vez as sociedades irregulares são aquelasque possuem ato constitutivo, mas este não é levado a registro.
3. PERSONALIDADE
3.1 Teorias Afirmativistas da Pessoa Jurídica
1) Teoria da Equiparação: defende que as pessoas jurídicas adquirem personalidade em razão da lei equiparar bens a pessoas.
Entretanto bens não podem ser equiparados a pessoas, pois aqueles não possuem personalidade. As pessoas não podem ser equiparadas a bens, pois teríamos a “coisificação” do ser humano, que viola o princípio da dignidade do ser humano. 
2) Teoria da Ficção Legal: defende que a pessoa jurídica é mera abstração, isto é, uma criação legal (existência somente no plano do direito e não dos fatos). Para essa teoria a pessoa jurídica somente tem existência ideal. Há a negação da existência real.
3) Teoria da Realidade Objetiva ou Teoria da Realidade Orgânica ou Organicionista: defende que as personalidades das pessoas jurídicas é fruto de sua existência real, material. Essa teoria é exatamente o oposto da teoria anterior e seu fundamento está na entendimento de que as pessoas jurídicas são organismos sociais vivos, sendo que cada pessoa jurídica possui sua identidade orgânica própria. Assim não importa se há lei ou não regulando, mas sim o fato de existirem.
4) Teoria de Realidade Técnica ou Teoria das Instituição Jurídicas: é a soma das duas teorias anteriores, porque essa teoria defende a existência real das pessoas jurídicas e que a personalidade delas é fruto de reconhecimento da lei. Nessa teoria, a lei tem força confirmativa da existência da pessoa jurídica. Assim temos a soma do plano dos fatos (identidade real) com o plano do direito (identidade ideal). Essa foi a teoria adotada pelo CC/02.
4. ATRIBUTOS DA PERSONALIDADE
Questão: As pessoas jurídicas podem praticar todo e qualquer tipo de ato jurídico? As pessoas jurídicas não podem realizar atos existenciais (casamento, adoção, etc.)
5. INÍCIO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
1) Início da personalidade das pessoas jurídicas de direito público: as pessoas jurídicas de direito público em regra são criadas a partir do momento da vigência da lei que as instituiu. Ex.: nova constituição, decretos (a lei autoriza a criação, que através de decreto é criada);
2) Início da personalidade das pessoas jurídicas de direito privado: ocorre a partir da inscrição (registro inaugural) de seus atos constitutivos. Ex.: contrato social.
Questão: (Juiz Federal/2006): Art. 45 do CC/02
Requisitos do Ato Constitutivo
Material de apoio e ler o art. 46 do CC/02
Questão: É necessária prévia autorização do poder executivo? Em regra é dispensada a autorização do poder executivo, em razão do princípio da livre iniciativa. Exceções: entidade financeiras (autorização do BACEN); operadoras de seguro (autorização da SUSEP).
Questão: Qual a natureza jurídica do registro das pessoas jurídicas? As pessoas jurídicas adquirem personalidade jurídica no exato momento a partir da inscrição. A natureza é constitutiva e possui efeito ex nunc, isto é, não retroage. 
Questão: O registro da pessoa jurídica convalida atos pretéritos: ATENÇÃO: o registro da pessoa jurídica não convalida atos pretéritos, em razão da natureza constitutiva do ato de registro das pessoas jurídicas. Para efeito de comparação o registro da pessoa natural é declaratório e seus efeitos retroagem.
Questão: E se não foi feito o registro ou não existir o ato constitutivo: Haverá sociedade de fato ou irregular.
Questão: Quais são os problemas enfrentados pelas sociedades despersonificadas?
1. Não conseguirá CNPJ e nem emitir nota fiscal;
2. Os sócios possuem responsabilidade ilimitada, (sem limite no capital social da empresa), pessoal (vai até os bens pessoais) e solidária (pode ser cobrada individualmente de um sócio apenas);
3. Não consegue participar de licitações;
4. Não consegue obter empréstimos/financiamentos.
5.1 Adequação das Pessoas Jurídicas ao Código Civil de 2002.
O art. 2.031 forneceu um ano para as pessoas jurídicas de adequarem ao novos estatuto. Entretanto houve duas mudanças, que definiu o prazo em 11 de janeiro de 2007 para essa adequação.
ATENÇÃO: Os partidos políticos e as organizações religiosas não foram obrigados a adequação em tela (art. 2031, § único).
Questão: Qual a conseqüência se a pessoa jurídica não se adequou ao novo código civil? A posição majoritária e que ela deve ser tratada como uma sociedade irregular.
6. REPRESENTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
As pessoas jurídicas são representadas por seus administradores.
São poderes dos administradores:
1. Os administradores exercem os poderes definidos no próprio contrato social ou estatuto, que somente podem exercer em seus limites.
7. RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA
Questão: O que é Teoria dos Atos Ultra Vires Societatis (Doctrine)? Por essa teoria as pessoas jurídicas não responderiam pelos atos de seus administradores que extrapolassem em seu estatuto/contrato, ou seja, esta teoria prega a irresponsabilidade da pessoa jurídica. Por esta teoria o credor deve ir atrás do administrador que praticou o ato.
Esta teoria é afastada pela Teoria da Aparência, que prega que se o contratado utilizar de boa fé, haverá a responsabilidade da pessoa jurídica.
8. TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (DISREGARD)
Ex.: Empresa X, cujos sócios são João, Paulo e Antônio, contrata com Y e não cumpre o contrato. Y deve acionar na justiça a empresa X e não os sócios, pois X possui personalidade jurídica distinta da personalidade jurídica de seus membros. A distinção de personalidade acarreta a separação patrimonial entre os bens da empresa e os bens de seus sócios. Pelo princípio da separação, que estava no art. 20 do CC/16 e foi revogado, mas vive implicitamente no sistema jurídico, devemos, em caso de celeuma jurídico com pessoa jurídica, devemos acionar esta e não seus sócios.
O princípio da separação pode ser afastado pelo princípio da desconsideração da personalidade jurídica, que é o ato pelo qual os sócios ou administradores da pessoa jurídica, são chamamos a responder pelas obrigações assumidas pela empresa. 
A desconsideração é simples medida processual: não haverá qualquer influência ou alteração no campo material (existência, administradores, irregular), pois somente o pólo passivo da demanda será dilatado com o acréscimo dos sócios da pessoa jurídica.
Teorias da desconsideração da personalidade jurídica:
8.1 Teoria Maior da Desconsideração
É aquela em que não basta a inexistência ou insuficiência de bens da pessoa jurídica, sendo necessária a demonstração de um motivo previsto em lei. Pode ser:
1) Subjetiva: é aquela em o motivo repousa na conduta dos sócios ou administradores, ou seja, devemos ver o comportamento em si dos sócios. Normalmente está calcada na idéia de ato culposo por parte dos sócios (Rubens Requião).
2) Objetiva: É aquela para que ocorra a desconsideração basta o desvio de função (disfunção), caracterizada quando ocorre confusão patrimonial entre controlador (administrador) e o controlado (pessoa jurídica). 
Comingling Of Funds: Ocorre quando o administrador não respeita a separação entre o patrimônio da empresa e o patrimônio dos sócios. Desta forma não poderá se alegado a divisão patrimonial, uma vez que os próprios sócios não respeitaram (Venire).
Venire Contra Factum Proprium no Potest: É a proibição do comportamento contraditório. Baseia-se na boa-fé objetiva, que é aquela que exige uma boa conduta. Assim, quando era interessante haveria a não separação, mas quando não era mais interessante, alega-se a separação, o que é vedado pela teoria da venire. Fábio Konder Comparatto é o maior defensor desta teoria. 
Segundo Gustavo Tepedino na prática ambas as teorias tem sido adotadas no direito civil pelos nossos tribunais.
O art. 50 do CC/02 informa que haverá a desconsideração quando haver abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo: desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial.
8.2 Teoria Menor da Desconsideração
É aquela quedispensa os motivos, bastando a inexistência ou insuficiência patrimonial da pessoa jurídica.
Esta teoria foi adotada pelo CDC – Código de Defesa do Consumidor, seu art. 28. Nesse artigo existe 11 hipóteses para a desconsideração da personalidade jurídica em seu caput, entretanto este é desprestigiado em função do § 5º do mesmo, onde foi adotada a teoria menor da desconsideração que diz: quando houver obstáculo ao ressarcimento aos prejuízos causados aos consumidores (sem qualquer motivo, portanto Teoria Menor da Desconsideração), haverá a desconsideração.
Questão: O § 5º do art. 28 do CDC tem aplicabilidade autônoma? (RESP STJ 279.273/SP): Neste único caso, o STJ defendeu a aplicabilidade autônoma, prestigiando a teoria menor da desconsideração.
Questão: No CDC o juiz pode desconsiderar de ofício a personalidade jurídica. Por sua vez no CC/02 o juiz não pode desconsiderar de ofício, devendo haver requerimento da parte interessada ou do MP.
BENS
O professor recomenda a leitura do art. 79 até o 103, bem como a do material complementar, pois a aula será sucinta.
1. TEORIA DO ESTATUTO JURÍDICO DO PATRIMÔNIO MÍNIMO (LUIZ EDSON FACHIN)
Se analisar o CC/16, houve a preocupação com o TER (direitos patrimoniais) e não com o ser humano.
Com a evolução, a preocupação deslocou-se dos direitos patrimoniais para os direitos extra-patrimoniais.
Desta forma, atualmente o princípio da dignidade da pessoa humana justifica a alteração do panorama acima.
Entretanto para que se garanta a dignidade da pessoa humana é necessário a garantia a um patrimônio mínimo (não se trata de retroação, mas simplesmente de aplicação do princípio da dignidade da pessoa humana). Exemplo disso é a doação universal, que não é válida para o direito, pois o ser humano necessita de um mínimo patrimonial para sobreviver. Outro exemplo seria o bem de família.
3. BEM DE FAMÍLIA LEGAL OU INVOLUNTÁRIO (LEI. 8.009/90)
É aquela em que a proteção incide de forma automática, porque não é necessário escritura e nem registro.
A Lei 8.009/90 é uma norma de ordem pública, possuindo aplicação imediata, afetando o ato jurídico perfeito e o direito adquirido (?). Desta forma, os atos de constrição já realizados na época do início de sua vigência, foram desfeitos.
Anteriormente era considerado família:
- Matrimonial;
- Informal;
- Monoparental.
Atualmente este conceito foi ampliado para:
- Viúvos;
- Divorciados;
- Separação;
- Anaparental: é aquela formada por parentes que não estão na linha reta (caso de duas irmãs idosas, onde o STJ considerou como forma de família e concedeu a proteção).
A EC 26/2000 acrescentou o direito à moradia, sendo protegido atualmente o ser humano, não havendo mais interesse de discutir o conceito de família. O STJ estendeu o conceito de família ao solteiros, sendo reconhecida a família uniparental, sendo a eles estendido o direito de proteção.
Questão: E se o bem de família estiver em nome de pessoa jurídica? Caracteriza o bem de família, apesar de estar em nome de pessoa jurídica (STJ RESP 949.499/RS). Interpretação Teleológica: é aquela que busca o sentido e conceito da norma em sua finalidade social.
Questão: Prova do domicílio? Por simples comprovante de cia. de energia ou água.
3.1 Objeto da Proteção
Abrange o bem imóvel utilizado pela família/pessoa para sua moradia e os bens móveis que guarnecem a residência e são indispensáveis à vida digna do morador. 
Questão: Sobre o que recai a proteção? Deve ser analisada a necessidade da família. A proteção não alcança veículo automotores, nem obras de arte e adornos suntuosos. Ar condicionado é considerado bem de luxo e pode ser penhorável.
Questão: E o imóvel tiver em construção? Segundo o STJ da mesma forma que se protege o imóvel construído, protege-se também o imóvel em construção (RESP 507.048/MG).
Questão: E se a família tiver mais de um imóvel onde tenha domicílio? E o casal tiver mais de um imóvel que tenha domicilio, a proteção incidirá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado (bem de família voluntário) para esse fim no CRI.
Questão: O que é bem de família indireto? É aquele em que a família não utiliza para sua moradia, isto é, a família não mora no bem, mas usufrui. É a hipótese em que o único imóvel da família é objeto de contrato de locação e a renda obtida é utilizada para garantir a moradia da família.
Questão: É possível o desmembramento com dupla serventia (residência e comércio: sobrado)? No caso, o STJ recentemente entendeu ser possível o desmembramento e autorizou a penhora do comércio.
Atenção: Bem de família deve se restringir somente moradia, não abrange veículos automotores, obras de artes, adornos suntuosos (chafariz, por exemplo).
Com relação aos eletrodomésticos a proteção se incidirá em regra sobre uma unidade de cada objeto (exemplo: 01 geladeira, 01 televisão, etc.), entretanto deverá ser analisado o caso concreto e se houver mais de uma unidade a princípio será possível a penhora do excedente.
Questão: É se o imóvel for rural? Também haverá a proteção e em regra a proteção se restringirá a sede da moradia da família. Excepcionalmente a proteção abrangerá todo o imóvel rural se a propriedade for pequena (art. 5º, XXVI da CF).
Pequena Propriedade Rural: deste a CF/88 não há definição do que seja uma pequena propriedade rural. O posicionamento majoritário é aquele segundo o qual a pequena propriedade rural é aquela que equivale a um módulo rural. Módulo Rural é uma área cuja dimensão varia conforme critérios regionais, sendo a definição básica aquela área suficiente à produção de subsistência.
Questão: E se o imóvel for alugado? Se a pessoa não tem casa própria, a proteção se restringirá aos móveis que guarnecem a residência.
3.2 Exceções de Impenhorabilidade
(Ver Material )
3.3 Pontos Polêmicos sobre o Bem de Família Involuntário.
Questão: O imóvel do fiador pode ser penhorado? A Lei 8.244/91 informa que o imóvel do fiador dado em garantia pode ser penhorado. A doutrina majoritária tem posicionamento a favor da impenhorabilidade, havendo a proteção ao bem de família do fiador. Fundamenta-se na ofensa ao princípio da isonomia substancial, tendo em vista que fiador é mero terceiro interessado e não o devedor principal, e no fato de que a hipótese legal não foi recepcionada pela CF após a EC 26/2000. 
Por outro lado, tanto o STF, quanto o STJ informam que o bem de família do fiado podem ser penhorados.
Questão: É possível a renúncia ao bem de família? A 1ª corrente entende que a proteção do bem de família é feita através de norma de ordem privada, portanto o direito seria renunciável. Para esta 1ª corrente, se o devedor oferecer o bem a penhora depois não poderá se arrepender. Fundamenta-se nos seguintes argumentos:
- Ninguém pode se valer da própria torpeza;
- O arrependimento seria uma hipótese de venire, o que é inaceitável diante do princípio da boa-fé objetiva (é aquele que exige um bom comportamento daquele que contrata, isto é, uma conduta ética. Venire contra factum proprium no potest é a vedação ao comportamento contraditório. Por esta regra se uma pessoa se posicionou de determinada forma no passado quanto a um negócio ou ato jurídico, essa pessoa não poderá no futuro mudar o seu posicionamento/comportamento procurando obter um ganho.
Já para uma 2ª corrente, mais recomendada para efeito de concurso público, a proteção ao bem de família tem por base norma de ordem público, sendo portanto irrenunciável. Para esta 2ª corrente, mesmo que a pessoa ofereça voluntariamente o bem a penhora poderá oportunamente se arrepender. São argumentos da 2ª corrente:
- A renúncia é vista como uma forma de exercício inadmissível da autonomia privada;
- O princípio que impõe a proteção à moradia prevalece sobre o princípio da boa-fé objetiva.
4. BEM DE FAMÍLIA VOLUNTÁRIO
É aquele que está previsto no CC (art. 1.711 à 1.722), onde a proteção precisa ser instituída através de escritura pública ou testamento, devendoser levado a registro.
Pode ocorrer tanto em vida como após a morte do instituidor, pois se dá por meio inter vivos através de escritura pública e por meio causa mortis, através de testamento.
No primeiro modo a escritura pública terá o valor do bem, não seguindo a regra do art. 108 do CC
Questão: O CC/02 não revogou a proteção instituída pela Lei 8.009/90, persistindo as duas formas de proteção em nosso ordenamento jurídico. No entanto se não houve a instituição aplica-se a Lei 8.009/90, se por outro lado, se houve a instituição, aplica-se as regras do CC/02. Assim o diálogo não é de complementação, mas sim de exclusão, onde se aplica um ou o outro.
4.1 Objeto de Proteção
A proteção recai sobre o imóvel residencial urbano ou rural com todos os seus acessórios (pertences). Pode abranger ainda valores mobiliários (exemplo: poupança, aplicações financeiras, ações, etc.) cuja renda seja utilizada no sustento da família.
Atenção: Qual é o limite? A instituição do bem de família não pode ultrapassar um 1/3 do patrimônio líquido existente no momento em que é feita a instituição.
Patrimônio global abrange todos os créditos e débitos da pessoa. O patrimônio líquido é o resultado dos créditos retirados os débitos, isto é, o ativo menos o passivo de uma pessoa.
4.2 
(Ver material)
4.3 Exceções
A proteção não alcança obrigações anteriores à instituição (não importando a natureza). Não alcança obrigações propeter rem, isto é, aquelas relacionadas ao imóvel objeto da tutela (exemplo: IPTU e condomínio).
Não se aplica ao bem de família voluntário as exceções previstas na Lei 8.009/90.
4.4 Administração do Bem de Família
A administração do bem de família é do casal. 
Havendo qualquer divergência entre os cônjuges, esta será solucionada pelo juiz.
4.5 Extinção do Bem de Família Voluntário:
São três as hipóteses:
- Requerimento dos interessados ao juiz (dissolução judicial);
- Morte de ambos os cônjuges sem filhos menores;
- Morte de apenas um dos cônjuges aliado ao requerimento feito pelo viúvo.
Separação e divórcio não extingue o bem de família voluntário.
TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURÍDICO
1. ATO JURÍDICO LATO SENSU
É a manifestação de vontade que está de acordo com o ordenamento jurídico e é capaz de produzir efeitos jurídicos. Ato jurídico lato sensu é o gênero.
1.1 Ato Jurídico Stricto Sensu
É a manifestação de vontade que produz efeitos impostos por lei.
Tanto o conteúdo como as conseqüências do ato estão previstos em lei.
É aquele que tem eficácia ex​-lege.
Exemplo: reconhecimento de filho, onde os efeitos são todos oriundos da lei; fixação de domicílio, onde é livre a escolha, fora a exceções legais, entretanto os efeitos estão previstos na lei.
Está disposto no art. 185 do CC/02.
1.2 Negócio Jurídico
É a manifestação de vontade que produz efeitos desejados pelas partes e permitidos por lei.
No negócio jurídico, tanto a forma quanto o conteúdo são definidos pelas partes. É onde se manifesta a autonomia privada (autonomia da vontade).
Em razão do dirigismo contratual exercido pelo estado, a liberdade não é plena e nem absoluta. 
Pode ser:
- Negócio Jurídico Unilateral: testamento, promessa de recompensa;
- Negócio Jurídico Bilateral: todo o contrato é sempre um negócio jurídico bilateral.
1.3 Ato-Fato Jurídico
É o fato jurídico qualificado pela atuação humana.
É o fato jurídico em que a manifestação de vontade humana é examinada no aspecto secundário preocupando-se o direito apenas com as conseqüências/efeitos do ato, isto é, não importando se a pessoa é incapaz ou não, como no exemplo de um menor que adquire um refrigerante em um estabelecimento, ou que realiza pesca ou caça, comistão (mistura de sólidos) ou especificação (matéria prima transformada em obra de arte).
A Teoria Geral do Negócio Jurídico é também denominada de Teoria da Escada Ponteana ou Pontiana, tendo em vista Pontes de Miranda.
Segundo esta teoria o negócio jurídico percorre um caminho semelhante a uma escada: 1º degrau: plano de existência, 2ª degrau: plano de validade e 3ª degrau: plano de eficácia.
No plano de existência e no plano de validade iremos discorrer acerca dos elementos essenciais, já no plano de eficácia iremos explanar acerca dos elementos acidentais.
2. ELEMENTOS ESSENCIAIS (ESSENTIALIA NEGOTTI)
O CC não está totalmente adequado à Teoria da Escada Pontiana.
	Plano de Existência
	Plano de Validade
	1. Partes
	- Capazes (Capacidade Civil Plena = Capacidade de Direito de Gozo + Capacidade de Fato). Se totalmente incapazes, devem ser representadas, e negócio realizado com incapaz é NULO; se relativamente incapazes, devem ser assistidas e negócio realizado com relativamente incapaz é ANULÁVEL.
- Legitimadas (Legitimidade, que é forma de capacidade específica, pois leva em consideração, o objeto do negócio). A legitimidade é o único requisito híbrido da teoria de Pontes de Miranda, que deve também ser observada no Objeto. Se não houver legitimidade, o negócio jurídico é ANULÁVEL (exemplo: venda de imóvel sem a vênia conjugal; a venda de ascendente para descendente exige o consentimento dos demais, exceto doação (pois quando se doa, o bem doado é trago à colação quando da partilha da herança).
	2. Objeto
	- Lícito: é aquele que está de acordo com o ordenamento jurídico (abrange lei, moral, ordem pública e bons costume;
- Possível: 
a. Possibilidade Jurídica: está contida na idéia de licitude;
b. Possibilidade Física: analisada apenas com relação ao objeto e não quanto a pessoa que irá realizar a atividade. Exemplo de possibilidade física: enterrada em tabela de basquete é possível, mas não para todos. Exemplo de impossibilidade física: construir ponte até a lua, colocar toda a água do mar em copo d’água
- Determinado ou Determinável: objeto determinado é aquele que está individualizado; objeto determinável é aquele que tem indicação de gênero e quantidade.
* Se o objeto for ilícito, impossível fisicamente ou juridicamente, indeterminado ou indeterminado o negócio jurídico será NULO.
	3. Vontade
	- Livre: é a vontade que não está sob qualquer forma de pressão, coação ou ameaça.
- Alguns autores mais modernos acrescentam:
a. Consciente;
b. E de boa-fé
	4. Forma
	- Prescrita ou não defesa em lei: em regra, no direito civil, a forma é livre (art. 107 do CC, sendo a solenidade uma exceção. O negócio jurídico será NULO quando a lei exigir solenidade (ad solemnitatem) ao ato e esta não for respeitada. A solenidade pode ser:
a. Ad Solemnitatem: é aquela exigida como requisito de validade. A nulidade refere-se à esta espécie de solenidade (exemplo: art. 108 do CC)
b. Ad Probationem: é aquela que se refere a prova. É requisito de prova em juízo do negócio. Relaciona-se mais com o direito processual civil do que com o direito civil (exemplo: 227 do CC).
3. ELEMENTOS ACIDENTAIS (PALNO DE EFICÁCIA)
Em regra, o negócio jurídico que existe e é válido tem eficácia imediata. Excepcionalmente pode ser inserida uma cláusula pelas partes, que irá alterar essa eficácia natural do negócio.
São três tais cláusulas:
1. Condição.
2. Termo.
3. Modo ou Encargo.
Questão: Todo os negócios podem conter elemento acidental? Em regra somente os negócios que envolvam interesse patrimonial (são aqueles que possuem conteúdo econômico) podem conter elemento acidental (exemplo: compra e venda, doação, etc.), mas nem todos negócios patrimoniais admitem elemento acidental (aceitação ou renúncia de herança, atos existenciais – aqueles que envolvam interesses não econômicos – reconhecimento de filho, adoção, casamento, etc.)
3.1 Condição
Está elencada nos art. 121 à 130 do CC/02.
Condição é a cláusula que subordina a eficácia do negócio a um evento futuro e incerto. Para que seja condição a cláusula deve ter sido inserida pela vontade das partes (isto é, deve ser fruto da manifestação da pessoa).
Se o evento pretérito ocorreu, o negócio será reputado concluído eeficaz. Por outro lado, se o evento não ocorreu o negócio não será considerado perfeito, isto é, não produzirá efeitos.
Questão: O que condição legal ou imprópria? É sinônimo de conditio iuris. É o requisito imposto pela lei para que o negócio tenha eficácia.
3.1.1 Classificação da Condição
1) Quanto a Certeza
a. Condição Incerta: Incertus an incertus quando – é aquela que não se sabe se ocorrerá e nem quando poder ocorrer. Exemplo: lhe dou a caneta quando você ganhar na mega-sena; lhe dou R$ 10,00 quando o Rubinho ganhar uma corrida da F1.
b. Condição Certa: Incertus an certus quando – é aquela que não se sabe se o evento ocorrerá mas se ocorrer deverá ser num determinado momento/lapso temporal. Exemplo: lhe dou a caneta quando você ganhar no próximo sorteio da mega-sena; lhe dou R$ 10,00 se o Rubinho ganhar o próximo GP de F1.
2) Quanto aos Efeitos
a. Condição Suspensiva: é aquela que quando verificada dá início aos efeitos do negócio. É aquela que suspende o exercício e a aquisição do direito até o momento em que a condição for verificada.
Atenção: Condição suspensiva gera tão somente expectativa de direito (spes debitum iri). Não gera direito adquirido. Exemplo: Se chover ao final da aula, lhe darei uma caneta.
Toda condição suspensiva tem dois momentos: 1º momento: negócio; 2º momento: condição. O negócio jurídico existe deste a primeiro momento, mas só produz efeitos com o implemento do segundo momento, não gerando direito adquirido.
b. Condição Resolutiva: é aquela que quando verificada põe fim aos efeitos do negócio. Na condição resolutiva a aquisição do direito ocorre deste logo e o negócio produz efeito enquanto a condição não se verificar. Exemplo: Empresto o carro, mas você tem que trazer ele de volta se começar a chover.
Toda condição resolutiva tem também dois momentos: 1º momento: negócio eficaz; 2º momento: condição. O negócio jurídico produz efeitos deste a primeiro momento, e havendo o implemento do segundo momento, o negócio se dissolve.
Questão: Venda a contento é condição resolutiva ou suspensiva? Venda a contento é aquela que se perfaz com a satisfação do cliente. No primeiro momento o negócio é constituído e no segundo momento é a implementação da condição: satisfação ou não. Trata-se de condição é suspensiva.
Questão: Negócio jurídico sob condição suspensiva por ser transmitido? Ainda que sob condição suspensiva o negócio pode ser transmitido a terceiros. Embora seja expectativa de direito, ela integra o patrimônio da pessoa, podendo ser transmitida tanto em vida (inter vivos), como após a morte (causa mortis). Admite-se inclusive que o titular da expectativa de direitos possa praticar atos judiciais ou extra-judiciais com a finalidade de conservar o seu eventual direito.
3) Quanto a Possibilidade:
a. Condição Possível: é aquela que pode ser realizada tanto no aspecto físico como também no aspecto jurídico.
Condição possível é válida, pois se a condição é possível o negócio jurídico em que esta está posta, também é válido.
b. Condição Impossível: é aquela que não pode ser realizada tanto no aspecto físico como também no aspecto jurídico. 
Se a condição impossível for suspensiva o negócio jurídico será nulo. Exemplo: Dou lhe a caneta se você colocar toda a água do Rio Tietê dentro de um copo de água. 
Assim quanto a condição impossível for suspensiva, o negócio jurídico será nulo.
Por outro lado, se a condição impossível for resolutiva, a mesma será considerada não escrita ou inexistente, isto é, o negócio jurídico nulo. Exemplo: Você pode usar minha caneta, até quando conseguir colocar toda a água do mar dentro de um copo de água.
4) Quanto a Origem
a. Condição Causal: é aquela que subordina a eficácia do negócio a um evento da natureza. Exemplo: Se no final da aula estiver chovendo, lhe darei uma caneta. Depende de um ato avolitivo, isto é, que não depende da vontade das partes. 
É condição válida.
b. Condição Potestativa:
- Simplesmente ou Meramente Potestativa: é aquela que subordina o negócio jurídico à vontade intercalada dos contratantes, ou seja, será simplesmente potestativa quando não for arbitrária. Exemplo: Lhe dou um caneta se você vir a aula vestido totalmente de azul. Aqui uma parte cria e outra implementa ou não a condição.
A condição simplesmente potestativa é válida.
- Condição Puramente Potestativa: é aquela que sujeita a eficácia do negócio à vontade arbitrária de uma dos contratantes. Exemplo: Lhe dou esse copo de água amanhã se eu quiser. 
Condição puramente potestativa é nula, pois contamina o negócio jurídico.
c) Mista: mistura a condição causal com a potestativa. É valida? Depende da mistura: causal + meramente potestativa é válida; causal + puramente potestativa é nula.
A condição causal é irrelevante para a validade ou não da mistura.
5. Quanto a Licitude
a. Lícita: é aquela que está de acordo com o ordenamento jurídico. A condição lícita é valida.
b. Ilícita: é aquela contrária ao ordenamento jurídico. A condição ilícita é nula.
3.2 Termo
É a cláusula que subordina a eficácia do negócio a um evento futuro e certo. É o oposto da condição, que subordina o negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Toda data futura é exemplo de termo. Exemplo: vou lhe dar esta caneta azul amanhã.
3.2.1 Classificação de Termo
1. Quanto aos Efeitos
a. Suspensivo/Inicial (Dies a quo): é aquele que quando verificado dá início aos efeitos do negócio. O Termo suspensivo suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. O termo suspensivo gera direito adquirido (difere da condição suspensiva, que gera apena expectativa de direitos). Exemplo: data de início de período de locação de imóvel para temporada.
b. Resolutivo/Final (Dies ad quem): é aquele que quando verificado põe fim aos efeitos do negócio. Exemplo: data final de período de locação de imóvel para temporada.
Denomina-se prazo o lapso temporal entre o termo inicial e o termo final.
Questão: Qual a diferença entre condição suspensiva e termos suspensivo? Ambos retém os efeitos do negócio jurídico. Condição suspensiva gera somente expectativa de direito. Termo suspensivo gera direito adquirido.
2. Quanto a Origem
a. Legal: é aquele previsto pela lei. 
b. Convencional: é aquele previsto em contrato pelas partes conforme sua manifestação de vontade.
3. Quanto a Certeza
a. Certo (certus an certus quando): é aquele termo certo que ocorrerá e se sabe quando ocorrerá. Exemplo: data futura.
b. Incerto (certus an incertus quando): é aquele que é certo que ocorrerá, mas não se sabe quando ocorrerá. Exemplo: morte.
Observação: Questões envolvendo chuva? Quando aparecer sem limitação temporal não é exemplo de condição, mas sim de termo incerto (exemplo: um dia vai chover/quando chover). Se aparecer com limitação temporal é exemplo de condição certa (exemplo: se chover amanhã).
3.3 Modo ou Encargo
Modo ou encargo consiste na prática de uma liberalidade subordinada a um ônus.
Questão: O que é doação onerosa? É a mesma coisa que doação modal ou doação sob encargo, onde a liberalidade é subordinada a um encargo (exemplo doação a um igreja, subordinada à construção de uma creche). 
Questão: A parte que realizou a liberalidade pode exigir o cumprimento do encargo? Ônus não é sinônimo de obrigação e não podem ser cobrados (exemplo: ninguém é obrigado a contestar ação, devendo sofre o ônus da não contestação). Desta forma, por se tratar de um ônus caso a parte favorecida não cumpra o modo ou encargo a parte que realizou a liberalidade poderá pedir revogação desta, ou seja, a revogação da liberalidade, mas nunca poderá exigir o cumprimento do encargo em juízo.
Questão: E se encargo for ilícito ou impossível? Ele será em regra considerado não escrito. Todavia caso o encargo seja o motivo determinante da liberalidade todo o negócio será considerado nulo. Atenção: o motivo que normalmente é irrelevante para o direito quando é aposto como razão determinante se transfigura penetrando no conteúdo da própriadeclaração negocial e tornando ilícito o objeto.
4. VÍCIOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
Questão: Quais as diferenças entre os vícios da vontade e nos vícios sociais?
Nos vícios da vontade o defeito está na formação da vontade (vícios do consentimento: são aqueles que temos um problema na formação da vontade). O prejudicado é sempre uma das partes contratantes.
Nos vícios sociais o defeito está na vontade exteriorizada ou manifestada. O prejudicado é um terceiro que não participou do negócio jurídico.
4.1 Erro ou Ignorância
4.1.1 Conceito
Erro é a falsa percepção da realidade. Exemplo: compra de relógio que se pensa ser de ouro.
Ignorância é o completo desconhecimento da realidade. Exemplo: compra de um GPS que se acredita ser um celular.
 Ignorância é um erro mais grave.
4.1.2 Consequências do Erro
Torna o negócios jurídico anulável. A ação a ser proposta é a ação anulatória. O prazo é de 04 anos (art. 178 do CC), sendo contado a partir da celebração do negócio jurídico (decadência). A legitimidade para propor a ação é da parte prejudicada (no caso de falecimento, os herdeiros podem entrar com a ação).
Questão: A escusabilidade é um requisito para a anulação do negócio jurídico por erro? Erro escusável que dizer que é um erro perdoável.
- 1ª Corrente (clássica): A escusabilidade ainda é um requisito da anulação do negócio jurídico.
- 2ª Corrente (modernistas): A escusabilidade não é um requisito. Trata-se de corrente mais avançada, tendo inclusive enunciado do CJF (Enunciado 12). Propõe a distinção entre escusabilidade e a recognosibilidade (oposto da escusabilidade). Na escusabilidade verificamos a conduta da parte prejudicada (isto é, o homem médio teria caído no erro?). Já na recognosibilidade observarmos a conduta da parte que se beneficiou. Assim, para a doutrina mais moderna, o art. 138 do CC não se refere a escusabilidade mais sim à recognosibilidade.
4.1.3 Princípio da Conservação do Contrato
Está previsto no art. 144 do CC. Sempre que se busca extinguir o contrato em razão de erro, pelo princípio acima busca-se mantê-lo.
4.1.4 Classificação de Erro
1. Erro Substancial (error in substancia): é aquele que recai sobre aspecto determinante do negócio. Quando o erro é substancial, o negócio jurídico é substancial. Exemplo: o material de que é feito uma jóia é determinante havendo erro sobre o mesmo, o erro é anulável.
2. Erro Acidental: é aquele que diz respeito a aspecto secundário do negócio, ou seja, a pessoa erra sobre aspecto não determinante do negócio. Erro acidental não permite a anulação do negócio jurídico e também não permite que a parte prejudicada peça anulação do negócio jurídico e também não permite que a parte pleiteie anulação pelas perdas e danos, pois quem erra, erra sozinho. Exemplo: Pensar que a caixa que embala a jóia é de madeira, quando na realidade é de plástico.
4.1.5 Classificação do Erro Quanto
(Ver material)
4.2 Dolo
4.2.1 Conceito
No erro, erramos sozinho, mas no dolo, somos induzidos a errar.
Assim, dolo é o artifício ardiloso utilizado como o propósito de enganar uma pessoa para que ela celebre determinado negócio jurídico.
4.2.2 Consequências do Dolo
O efeito é anulabilidade do negócios jurídico. A ação para seu desfazimento é a ação anulatória. O prazo é decadencial de 4 anos, sendo o termo inicial contado a partir da celebração do negócio jurídico. No dolo, como no erro, somente a parte prejudicada pode propor a ação.
4.2.3 Classificação do Dolo Quanto a Determinação
1. Dolo Essencial: é a mesma coisa que dolus causam, sendo aquele que contamina o negócio jurídico pelo fato de ter sido a sua causa. O dolo essencial gera a anulabilidade do negócio jurídico.
2. Dolo Acidental (dolo incidens): é aquele que não influiu na celebração do negócio jurídico, pois caiu sobre aspecto secundário do negócio. O dolo acidental não gera a anulabilidade do negócio, mas permite que a parte prejudicada e prejudicada pleiteie indenização pelas perdas e danos.
4.2.4 Classificação do Dolo Quanto a Conduta
1. Dolo Positivo ou Comissivo: é aquele que consiste em uma ação, isto é numa conduta comissiva. Exemplo: afirmar ao sujeito que o objeto possui características que não possui.
2. Dolo Negativo ou Omissivo: é aquele que consiste em uma omissão, isto é, numa conduta omissiva. Exemplo: Omitir intencionalmente característica que tinha conhecimento acerca do objeto. Se não tinha conhecimento não há dolo.
3. Dolo Bilateral ou Recíproco: é aqueles que ambos os contratantes agiram com dolo. O dolo de um compensa o dolo de outro, ou seja, os dolos se anulam reciprocamente.
Não se podendo valer da própria torpeza, não haverá qualquer direito a reparação de perdas e danos proporcionais, quando o prejuízo de um for maior que o prejuízo do outro.
4.2.5 Classificação de Dolo de Terceiro
(Ver Material)
4.3 Coação
4.3.1 Conceito
Coação é a pressão ou ameaça para que uma pessoa realize determinado negócio.
4.3.2 Coação Moral ou Psicológica (vis compulsiva): 
É qualquer forma de pressão que cause fundado temor de dano iminente e considerável a pessoa do negociante, aos seus familiares e ou aos seus bens. Este conceito está no art. 151 do CC.
É aquela que deixa opção, podendo o coagido agüentar as conseqüências do ato. Exemplo: Alguém tem intenção de comprar um casa em quadra onde se está construindo um empreendimento, entretanto o proprietário resiste, sendo que para se consumar a venda, usa-se de chantagem para com o proprietário, flagrado em adultério pelo proponente em ocasião anterior.
A coação moral torna o negócio jurídico anulável, podendo-se realizá-lo e após pleitear sua anulação. A ação é a ação anulatório, cujo termo inicial para contagem do prazo é o dia em que cessar a coação.
4.3.3 Coação Física (vis absoluta)
A coação física não está prevista no CC sendo fruto de criação doutrinária. 
A coação absoluta é aquela que não deixa opção ao coagido, significando que há ausência de manifestação de vontade. Exemplo: recolher assinatura de alguém mediante arma de fogo em sua cabeça.
O problema não é a vontade não livre, mas sim a falta de vontade.
A coação física torna o negócio jurídico inexistente, pois falta um dos seus requisitos: a vontade.
Negócio jurídico nulo e inexistente, mesmo não sendo pacífico, se equivalem. 
A ação é a declaratória de inexistência. Não há prazo, sendo imprescritível. Na coação moral o legitimado é a parte coagida; na coação física é o legitimado e possível terceiro prejudicado.
4.3.4 Coação de Terceiros
(Vide material)
4.3.5 Não Caracterizam Coação
Conforme art. 153 do CC:
- Ameaça de exercício regular de direito
- Temor reverencial ou receio de desgosto: pais e filhos, patrões e empregados.
4.4 Estado de Perigo
4.4.1 Conceito
É o negócio jurídico realizado por uma pessoa para salvar a si próprio, a um parente próximo ou a um amigo íntimo de uma grave situação de perigo. Para tanto, a pessoa realiza o negócio assumindo prestação excessivamente onerosa.
Questão: Quais são os requisitos para se anular o negócio jurídico praticado sob estado de perigo? Temos duas ordens de elementos para responder esta questão: 
- Elemento subjetivos – a pessoa realiza o negócio jurídico para salvar a si próprio, para salvar a um parente próximo, para salvar cônjuge ou companheiro ou para salvar amigo íntimo de uma situação de perigo (em regra situação de perigo de morte: saúde, cirurgia, pagamento de resgate); 
- Elemento objetivo – e o que a pessoa faz, isto é, a pessoa realiza o negócio assumindo prestação excessivamente onerosa.
Atenção: para que o negócio seja anulado por estado de perigo é necessário provar que a outra parte (parte favorecida) sabia da situação de perigo. Exemplo: não basta se provar que um carro de 20 foi vendido por 10 para se pagar um resgate, sendo necessário que a parte adquirente tenha conhecimento de que o valor refere-se ao desespero do vendedor, isto é deve ser provar o dolo de aproveitamento,onde a ciência pelo adquirente da razão do negócio jurídico.
4.4.2 Consequências do Estado de Perigo
O efeito é o negócio jurídico ser anulável. A ação é anulatório e o prazo é de quatro anos. O termo inicial se dá a partir da celebração do negócio e a parte legitimada é a parte prejudicada.
4.4.3 Princípio da Preservação dos Contratos.
Está no art. 156, § 2º. Enunciado 148 do CFJ.
Aplica-se ao estado de perigo, por analogia, o disposto sobre.
Questão: Cheque caução dado para atendimento de pessoa em estado de perigo de morte em hospital? Cheque dado nesta situação possui o condão de anular o negócio (o título dado), mas não exonera o devedor de arcar com as despesas de tratamento.
4.5 Lesão
4.5.1 Conceito
Consiste no vício que permite a anulação do negócio jurídico celebrado de forma excessivamente onerosa quando a pessoa se encontrava em situação de premente necessidade ou inexperiência.
Elemento Subjetivo: O elemento subjetivo é uma pessoa em situação de premente necessidade (porque pessoa está realizando o negócio?) ou se encontra em situação de inexperiência. 
A premente necessidade não se refere a vida como no estado de perigo, sendo exemplo: dificuldades financeiras, sentimentais, etc.
A situação de inexperiência não se refere-se somente a idade, podendo ocorrer com qualquer pessoa.
Elemento Objetivo: o elemento objetivo refere-se à prestação excessivamente onerosa contraída.
Questão: para que o negócio seja anulado por lesão, é necessário provar que a outra parte tinha conhecimento da situação de premente necessidade ou de experiência? Não, conforme o Enunciado 150 do CJF: a lesão não exige dolo de aproveitamento para que a lesão seja caracterizada.
4.5.2 Consequências
O negócio jurídico é anulável. A ação é anulatória. Prazo de 4 anos, a partir da celebração do negócio. Legitimidade do prejudicado.
4.5.3 Principio da Conservação Contratual
Enunciado 149 do CJF – Art. 157 do CC.
É dever do magistrado incitar os contratante a seguir as regras do art, 157, § 2 do CC.
E Enunciado 291 do CJF informa que o lesionado poderá não anular o negócio, solicitando em juízo a revisão do contrato: complemento do preço ou reparação das perdas e danos.
A decadência relaciona-se a direitos potestativos (direitos subjetivos). A prescrição relaciona-se a diretos subjetivos patrimoniais (obrigação/dever jurídico).
Quando surge direito potestativo para uma parte, para a outra não nasce uma obrigação, assim, no exemplo da anulação de um contrato por vício da coisa, do direito potestativo do agente, não nasce uma obrigação para outro, que deve ser exercitada em juízo.
1.1 Prescrição da Exceção
Art. 190/CC. A exceção prescreve no mesmo prazo em que pretensão.
De acordo com Câmara Leal, existem duas espécies de exceção:
a) Exceção Própria ou Propriamente Dia: é aquela em que o réu alega somente matéria de defesa, sem qualquer conotação de ataque. De acordo com a doutrina, essa forma de exceção é imprescritível;
b) Exceção Imprópria: é aquela em que o réu alega em sua defesa matéria que poderia ser objeto de ação própria. Exemplo: compensação. Quando a exceção é própria ela é imprescritível.
1.2 Espécies de Prescrição
a) Prescrição Extintiva é a prescrição estuda na parte geral do CC, conhecida simplesmente como prescrição.
b) Prescrição Aquisitiva é a usucapião. Usucapião é prescrição aquisitiva.
As causas que suspendem, interrompem ou impedem o prazo de prescrição também são aplicáveis a usucapião.
1.3 Declaração de Ofício da Prescrição
O art. 194/CC foi revogado pela Lei 11.280/06.
Quando entrou em vigor o novo CC, a regra geral é que a prescrição não deveria ser declarada de ofício.
Atualmente a regra está inserida no CPC, no art. 219 do CPC. A prescrição deve ser declarada de ofício pelo juiz.
A prescrição civil continua sendo matéria de ordem privada, tanto que é admissível a sua renúncia.
Questão: até quando pode ser alegada a prescrição? Segundo o art. 193 a prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.
No entanto, para os tribunais, a prescrição somente pode se alegada nas instâncias inferiores (somente na 1ª – juiz singular e 2ª – Tribunais). Nas instâncias superiores não pode ser alegada (STJ e STF).
1.4 Renúncia da Prescrição
Questão: A revogação do art. 194 do código civil excluiu a possibilidade do devedor renunciar à prescrição? Atualmente, antes de declarar de ofício a prescrição, o juiz deve intimar as partes para que se manifestem (porque as partes: autor e réu – réu para que possa exercer o direito de renúncia e o autor para que eventualmente aponte o equívoco do juiz).
Neste sentido o Enunciado 295 do CJF.
São requisitos para a renúncia:
a) Inexistência de prejuízo de terceiro;
b) O prazo já deve estar consumado: Não se admite renúncia prévia a prazo de prescrição.
A renúncia pode ser:
a) Expressa: é aquela manifestada por escrito
b) Tácita: exemplo – pagamento de dívida prescrita.
1.5 Prazos de Prescrição
Temos dois tipos de prazos:
a) Prazos Especiais: são casos especificados pela lei, estando presentes no art. 206 do cc.
b) Prazo Geral: é o prazo aplicável no caso de inexistência de prazo especial. É aquele aplicado de forma subsidiária, na inexistência de um prazo especial. O prazo geral é de 10 anos.
Questão: Pode ser alterado o prazo de prescrição? E criados? Os prazos não podem ser criados ou alterados, não havendo prazos estipulados por convenção entre as partes.
1.5.1 Contagem do Prazo
A partir do surgimento da pretensão, em regra, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo.
O Enunciado 14 do CJF informa que o art. 189 prevê que violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos que aludem os arts. 205 e 206.
Toda vez que a ação for de reparação de danos, o art. 189 do CC determina que o termo inicial da contagem do prazo de prescrição é a data do evento danoso.
Para os defensores da Teoria da Actio Nata o termo inicial não deve necessariamente ser a data do evento danoso, mas sim o momento em que a vítima tem ciência deste. Essa teoria tem sido adotada em algumas decisões pelos nossos tribunais (exemplo: pessoa mutilada por cirurgia plástica, onde após várias tentativas de reparar o dano, tem ciência inequívoca que o mesmo não tem reparação. A partir deste momento é que inicia-se a contagem do prazo).
1.5.2
Ir no material.
1.5.3 Impedimento, Suspensão e Interrupção do Prazo
a) Impedimento: é o prazo que não se iniciou, isto é, é aquele que nunca correu. Cessado o motivo do impedimento o prazo começa do zero (não recomeça, pois nunca se iniciou);
b) Suspensão: e o prazo que já se iniciou, isto é, é aquela que já começou a correr. Cessado o motivo do impedimento o prazo volta a correr do momento em que se deu a suspensão, isto é, volta a correr da onde parou.
c) Interrupção: é também o prazo que já se iniciou, isto é, é aquele que já começou a correr. Cessado o motivo de interrupção, o prazo não volta a correr do momento em que se deu a interrupção, mas sim do início, isto é, começa a correr de novo.
Os arts. 197, 198 e 199 do CC tratam de prazos que dependem do caso concreto para serem classificados, pois podem ser de impedimento ou de suspensão..
Ver também a classificação do art. 201.
2. DECADÊNCIA
2.1
2.2 Espécies de Decadência
a) Decadência Legal: é aquele prevista na lei (exemplo: art. 178 do CC, que estabelece prazo de 04 anos para vícios de consentimento);
b) Decadência Convencional: é aquela criada pelas partes no exercício da autonomia privada (a prescrição por sua vez não pode ser criada por convenção). O prazo de garantia concedido pelo fabricante é prazo de decadência convencional.
Quando a decadência é legal, o juiz deve declará-la de ofício e a parte interessada não pode renunciá-la. Já na decadência convencional ocorre justamente o oposto, não pode ser declarada de ofício pelo

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