Prévia do material em texto
Centro Universitário Maurício de Nassau Curso de Nutrição Aula 7: Composição Centesimal dos alimentos – Carboidratos e fibras Disciplina: Bromatologia Professora: MSc. Leilanne Márcia Nogueira Oliveira Fortaleza-Ce Set/2018 Carboidratos Carboidratos São os componentes mais abundantes e amplamente distribuídos entre os alimentos. • Energético • Podem ser usados como adoçantes naturais; • Responsáveis pela reação de escurecimento em diversos alimentos; • Propriedades reológicas de alimentos; • Utilizados como matéria-prima para alimentos fermentados. • Principal ingrediente dos cereais Funções dos carboidratos Classificação dos carboidratos Açúcares simples Não podem ser hidrolizados. Agentes redutores: são oxidados com íons férrico (Fe3+) ou cúprico (Cu2+). Ligação glicosídica – eliminação de água Alimentos prebióticos Podem sofrer reações de complexação, com formação de compostos coloridos – Iodo. Principais monossacarídeos Principais dissacarídeos Principais polissacarídeos Fermentáveis Metodologias de determinação de carboidratos Determinação de carboidratos → Método por diferença • Carboidratos totais ou extrato livre de nitrogênio; • Tabelas de composição de alimentos; • Composição centesimal dos alimentos; • Carboidrato total = 100 – (%proteína + %umidade + %cinzas + %gordura) • Carboidrato total = 100 – (%proteína + %umidade + %cinzas + %gordura + %fibras) • Incorporação de erros de todas as determinações prévias. Determinação de carboidratos → Método por diferença Ex.: Em uma análise de composição centesimal de um determinado alimento você, como analista, obteve os seguintes resultados: Umidade: 35,5% Cinzas: 2,5% Proteínas: 9,5% Lipídeos: 5,5% Qual o teor de carboidrato total? Determinação de carboidratos → Método por diferença Ex.: Em uma análise de composição centesimal de um determinado alimento você, como analista, obteve os seguintes resultados: Umidade: 25,5% Cinzas: 1,5 % Proteínas: 7,5% Lipídeos: 4,5% Fibras: 3,0% Qual o teor de carboidrato total? Determinação de carboidratos Determinação de carboidratos Desta forma, podemos utilizar técnicas de análise para determinar a quantidade de açúcares e de amido em alimentos. Porém, a quantidade de carboidratos totais geralmente é determinada por diferença. * Métodos qualitativos X Métodos quantitativos Determinação de carboidratos Reações coloridas Degradação dos açúcares com ácidos fortes + compostos orgânicos (Antrona e Fenol) Poder redutor Redutor do grupo carbonila Reduzem em soluções alcalinas sais de cobre, prata, bismuto... Cu2+(aq) → Cu2O (s) (métodos cuprimétricos) Métodos redutores • Redução do Cu II para o Cu I - Se resume em titular ou pesar a quantidade de Cu2O precipitado de uma solução de cobre por um volume conhecido de solução de glicídios. - Também se pode medir o volume da solução de glicídios necessários para reduzir completamente, um volume da solução de cobre. - Os resultados são calculados mediante fatores e geralmente glicídios redutores são expressos em glicose e dos não redutores em sacarose. Métodos quantitativos → Método Lane-Eynon (método cuprimétrico) • Método titulométrico. •Baseado na redução de cobre pelos grupos redutores dos açúcares. • Soluções de Fehling – Sulfato cúprico – Tartarato de sódio e potássio e hidróxido de sódio Métodos Quantitativos Métodos Quantitativos → Método Lane-Eynon (método cuprimétrico) - (Fehling) - Íons cúpricos da solução de Fehling são reduzidos quantitativamente, sob ebulição, a óxido cuproso por titulação com solução de açúcar redutor. • O ponto final é alcançado quando um pequeno excesso do açúcar redutor descolora o azul de metileno. → Método Lane-Eynon (método cuprimétrico) - (Fehling) Métodos Quantitativos → Método Lane-Eynon (método cuprimétrico) - (Fehling) • Quando deseja-se determinar açúcares totais: hidrolise ácida. •Inicialmente a sacarose é hidrolisada com ácido clorídrico, produzindo duas moléculas de glicídios redutores; •Após neutralização e filtração, todos os glicícios redutores são determinados; • Solução de Fehling (azul de metileno). AZUL → INCOLOR Métodos Quantitativos → Método Lane-Eynon (método cuprimétrico) - (Fehling) Métodos Quantitativos Métodos Quantitativos → Método Lane-Eynon (método cuprimétrico) - (Fehling) Métodos Quantitativos → Método Munson-Walker (método cuprimétrico) Métodos Quantitativos Reação de Antrona Determinação de carboidratos Antrona • Consiste em reações de condensação que utilizam reagentes ácidos para desenvolvimento de cor. • Reage especialmente com carboidratos em solução concentrada de ác. Sulfúrico; • Produz cor verde azulada (reação dos produtos de degradação, hidroximetilfurfural ou furfural com a antrona). • Melhores resultados quando aplicada em soluções puras de hexoses ou seus polímeros. Determinação de carboidratos • Fenol + ácido sulfúrico • Ácido di-nitrosalicitato (DNS) Determinação de carboidratos Métodos ópticos Refratometria • Açúcares totais, como sólidos solúveis; • Leitura direta; •Simples, baixo custo e rápido; • Muito utilizado no controle de qualidade de produtos de frutas. Determinação de carboidratos Determinação de carboidratos Métodos ópticos Polarimetria • Os açúcares são substâncias quirais (4 grupos diferentes); •A rotação específica é uma condição físico-quimica, que é medida com um polarímetro, sendo importante para caracterização das substâncias quirais; •O polarímetro é um instrumento óptico utilizado para determinar o grau de rotação molecular; •O grau de rotação molecular pode alterar completamente as características de uma substância: •Ex:laranja e limão possuem a mesma estrutura molecular, difere simplesmente o seu grau de rotação. Determinação de carboidratos Determinação de carboidratos Densimetria Determinação de carboidratos * Alimentos no estado líquido; * A leitura deve ser feita sempre abaixo do menisco; * Os resultados são exatos para soluções puras de açúcar e aproximados como xaropes. Fibras Fibras • Substâncias componentes dos tecidos vegetais, que não constituem fonte de energia, porque não podem ser hidrolisadas por enzimas do intestino humano; • Na sua maioria as fibras são quimicamente carboidratos (com exceção da lignina) Fibras Conceito mais antigo. É considerado o resíduo orgânico obtido em certas condições de extração. Hoje é utilizado somente para rações animais. Conceito mais recente. São considerados os componentes das paredes celulares vegetais incluídas na dieta humana que resistem à ação das secreções do trato gastrointestinal (TGI). Conceitos Solúveis Insolúveis Determinação de fibra bruta • Resultante de um tratamento não fisiológico; • Consiste numa digestão ácida e outra alcalina num material previamente dessecado e desengordurado. • Métodos fornecem valores baixos devido à utilização de digestão muito drástica, levando a perda de alguns componentes, não sendo mais adequados para a análise de alimentos, podendo ser aplicados apenas para rações animais. Hidróxido de sódio Filtra e lavagem com álcool etílico e acetona Filtrar Ácido sulfúrico Desengordurar Pesa a amostra e submeter a secagem em estufa Secagem e pesagem Cálculos %Fibra bruta Determinação de umidade – Métodos por secagem Determinação de fibra bruta Repetir procedimento até peso constante Mufla a 550°C por 3h.Determinação de fibra alimentar • Para a análise de alimentos de consumo humano, o conhecimento do teor fibra alimentar é mais adequado do que o de fibra bruta. • Método enzimático-gravimétrico, que consiste em tratar o alimento com diversas enzimas fisiológicas, simulando as condições do intestino humano, permitindo separar e quantificar gravimetricamente o conteúdo total da fração fibra e/ou as frações solúveis e insolúveis. Protease Banho maria com agitação 60 °C/ 30 min. NaOH 0,275N e acertar pH até 7 Enzima α- amilase termor- resistente Pesa a amostra seca e desengordura da Ácido clorídrico e acertar pH até 4,3 Etanol 95% - Mistura em repouso - Separação da fibra insolúvel e solúvel Determinação de umidade – Métodos por secagem Determinação de fibra alimentar Amiloglicosidase Banho maria com agitação 60 °C/ 30 min Banho maria com agitação 100 °C/ 30 min. Referências CECCHI, H. M. Fundamentos teóricos e práticos em análises de alimentos. 2º Ed., Campinas, SP: Editora UNICAMP, 2003. RIBEIRO, E. P.; SERAVALLI, E. A. G. Química de Alimentos. 2 ed. revista. São Paulo: Editora Blucher, 2007, 185p. Profª.: Leilanne Márcia Nogueira Oliveira Dúvidas: leilannemarcia@hotmail.com