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Gabarito da VE1 de EDMM (13/4/2009) 1) Determine se as séries abaixo convergem ou divergem. Justifique brevemente as suas respostas (por exemplo, se usando comparação, diga isto e apenas cite a série usada na comparação). a) ∑ ∞ n=0 4n 5n+1 . b) ∑ ∞ n=1 (2n)! (n!)2 . c) ∑ ∞ n=1 (−1) n lnn. d) ∑ ∞ n=1 (−1) n(n+1)/2 n−1.342009 a) Pode-se usar o Teste da Razão, mas é fácil ver que esta é uma série geométrica de primeiro termo 15 e razão 4 5 . Como a razão é menor que 1, a série converge. Aliás: ∞∑ n=0 4n 5n+1 = 1/5 1− 4/5 = 1 b) Pelo Teste da Razão lim n→∞ |an+1| |an| = lim n→∞ (2n+ 2)! (n+ 1)!2 . n!2 (2n)! = lim n→∞ (2n+ 2) (2n+ 1) (n+ 1) (n+ 1) = 4 > 1 Portanto, esta série diverge. c) Como lnn→∞ quando n→∞, o termo geral não vai para 0. Assim, esta série diverge. d) Se an = (−1) n(n+1)/2 n−1.342009, então ∑ |an| = ∑ 1 n1.342009 converge (série p com p = 1.342009 > 1). Assim, ∑ an é absolutamente convergente e, portanto, converge. 2) Considere a série de potências f (x) = ∞∑ n=2 (−1)n xn n (n− 1) a) Encontre o Intervalo de Convergência desta série. b) Encontre f ′′ (x). c) Calcule f (x), isto é, encontre uma fórmula simples (sem somatórios) para f (x). a) Temos (se o limite existir): R = lim n→∞ ∣∣∣∣ cncn+1 ∣∣∣∣ = limn→∞ ∣∣∣∣ 1n (n− 1) · (n+ 1)n1 ∣∣∣∣ = limn→∞ ∣∣∣∣n+ 1n− 1 ∣∣∣∣ = 1 Assim, o raio de convergência é 1. Agora, se x = −1 a série ∑ ∞ n=2 1 n(n−1) é comparável com ∑ 1 n2 , que converge; se x = 1 temos uma série alternada com termo geral de valor absoluto decrescente indo para 0, que também converge (Teste de Leibniz). Em suma, o intervalo de convergência é [−1, 1]. b) Derivando diretamente f ′ (x) = ∞∑ n=2 (−1) n xn−1 n− 1 ⇒ f ′′ (x) = ∞∑ n=2 (−1)n xn−2 = ∞∑ n=0 (−1)n xn = 1 1 + x com raio de convergência 1. Note que esta série diverge em x = ±1. c) Vimos que f ′′ (x) = 11+x . Então: f ′ (x) = ∫ 1 1 + x dx = ln (1 + x) +C1 Como estamos trabalhando apenas para −1 < x < 1, não precisamos do módulo dentro do logaritmo. Para encontrar C1, note do somatório que representa f ′ (x) que f ′ (0) = 0. Assim, 0 = ln 1 +C1, isto é, C1 = 0 e f ′ (x) = ln (1 + x). Então: f (x) = ∫ ln (1 + x) dx = (1 + x) (ln (1 + x)− 1) +C2 Enfim, como f (0) = 0 (veja o somatório), temos 0 = −1 +C2, isto é, C2 = 1. Em suma f (x) = (1 + x) ln (1 + x)− x 1 3) Usando o método de Frobenius (em volta de x = 0), podemos encontrar duas soluções L.I. para a E.D.O. xy′′ + (2− x) y′ − y = 0 Encontre pelo menos uma destas soluções usando a menor raiz da equação indicial. Note que x = 0 é ponto singular regular desta equação. Usando o método de Frobenius, vem y (x) = ∞∑ n=0 cnx n+s ⇒ −y = ∞∑ m=1 −cm−1x m+s−1 y′ (x) = ∞∑ n=0 (n+ s) cnx n+s−1 ⇒−xy′ = ∞∑ n=0 − (n+ s) cnx n+s = ∞∑ m=1 − (m+ s− 1) cm−1x m+s−1 y′′ (x) = ∞∑ n=0 (n+ s) (n+ s− 1) cnx n+s−2 ⇒ xy′′ = ∞∑ n=0 (n+ s) (n+ s− 1) cnx n+s−1 Somando os termos da direita com 2y′ e lembrando que os índices são mudos: xy′′ + 2y′ − xy′ − y = s (s+ 1) c0x s−1 + ∞∑ n=1 [(n+ s) (n+ s− 1) cn − (n+ s) cn−1]x n+s−1 Como queremos ter c0 �= 0, chegamos à seguinte equação indicial: s (s+ 1) = 0⇒ s = 0 ou s = −1 e à relação entre os coeficientes (n+ s) [(n+ s+ 1) cn − cn−1] = 0 para n = 1, 2, 3, 4, ... Como o enunciado pede que usemos a menor raiz, tomemos s = −1. Então a segunda relação é (n− 1) [ncn − cn−1] = 0 para n = 1, 2, 3, 4, ... Note que n = 1 não nos dá relação alguma entre c0 e c1 — então c1 está solto também! A recorrência começa apenas em n = 2 : cn = 1 n cn−1 para n = 2, 3, 4, ... Assim cn = 1 n · 1 n− 1 · 1 n− 2 ... 1 2 c1 = c1 n! Em suma, chegamos à solução y (x) = c0x −1 + c1 ∞∑ n=1 xn−1 n! Comentário: note que o somatório à direita é e x −1 x . Mais ainda, por "sorte", o método nos deu duas soluções L.I. apenas com o caso s = −1. Em suma, a solução geral da EDO original é y (x) = c0 1 x + c1 ex − 1 x = K1 ex x +K2 1 x 2 4) Use a Transformada de Laplace para encontrar a solução y (t) (para t ≥ 0) do seguinte Problema de Valor Inicial y′′ + 4y = 4u (t) y (0+) = 1 y′ (0+) = −1 onde u (t) é a função degrau unitário. Seja Y (s) a transformada de Laplace de y (t). Então: L (y) = Y (s) L (y′′) = s2Y (s)− sy (0)− y′ (0) = s2Y − s+ 1 Portanto, aplicando a Transformada de Laplace na EDO: s2Y − s+ 1 + 4Y = 4 s ⇒ Y (s) = 4− s+ s2 s (s2 + 4) Abrindo isto em frações parciais 4− s+ s2 s (s2 + 4) = A s + Bs+C s2 + 4 ⇒ 4− s+ s2 = A ( s2 + 4 ) + s (Bs+C)⇒ A = 1, B = 0 e C = −1 Então Y (s) = 1 s − 1 s2 + 4 ⇒ y (t) = 1− sin 2t 2 para t ≥ 0 3
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