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Gestao de Qualidade em empresas ficticias;

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Gestão de Qualidade em empresas fictícias. 
O termo Qualidade, segundo Oakland (1994), pode ser entendido no sentido de “excelência” de um produto ou serviço. As organizações buscam a qualidade como forma de produzir produtos de qualidade, uma vez que, alcançar a qualidade em seus produtos não é apenas uma estratégia de mercado e sim uma “condição de preexistência” (OLIVEIRA, 2009).
Para garantir a eficácia de uma gestão de qualidade, é necessário então, a identificação de requisitos de qualidade do bem ou serviço, definindo um planejamento que tenha como objetivo um padrão a ser alcançado, buscando a melhoria e aperfeiçoamento, focando nos desejos dos clientes. (TALIB, 2013) 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015) classifica a gestão da qualidade como um conjunto de “atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à qualidade”. A busca da melhoria da qualidade gera a aplicação de diversas alternativas, onde a Gestão da Qualidade é uma das mais recomendadas. (TALIB et al., 2013). Na busca por melhorias no seu desempenho organizacional, várias empresas adotam a Gestão da Qualidade, tal implantação tem reflexo positivo em diferentes dimensões de desempenho (ABUSA e GIBSON, 2013).
Gambi (2014) discorre que a eficácia da implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade associa-se à cultura organizacional, dependendo também das técnicas de qualidade a serem implantadas. Tendo em vista a dificuldade na mudança cultural de uma empresa e sabendo-se que uma cultura organizacional origina-se da combinação de diferentes características e de práticas adotadas na empresa, é improvável que a aplicação de uma prática de gestão específica, tal como a Gestão da Qualidade, tenha um impacto imponente sobre a cultura organizacional; entretanto, a cultura da empresa pode oferecer suporte à Gestão da Qualidade, proporcionando um ambiente favorável à sua implantação (BAIRD et al., 2011).
O ensino de gerenciamento de Gestão de Qualidade é uma parte do ensino da engenharia, principalmente da engenharia de produção, que obteve um processo de evolução nos últimos vinte anos do século XX. (ELSAYED, 1999). Em ABEPRO (2002) são apresentadas diretrizes para o ensino de Engenharia de Produção, baseadas em competências e habilidades que os alunos devem desenvolver. Entre as competências, encontram-se: 
“Ser capaz de dimensionar e integrar recursos físicos, humanos e financeiros a fim de produzir, com eficiência e ao menor custo, considerando a possibilidade de melhorias contínuas”;
“Ser capaz de utilizar ferramental matemático e estatístico para modelar sistemas de produção e auxiliar na tomada de decisões”; 
“Ser capaz de utilizar indicadores de desempenho, sistemas de custeio, bem como avaliar a viabilidade econômica e financeira de projetos”.
No tocante a disciplina de Gestão de Qualidade, encontram-se as competências que precisam de desenvolvimento (HL PEREIRA, 2014):
Identificação dos principais fatores influentes na gestão da qualidade de produtos e serviços, em um ambiente empresarial voltado para a excelência;
Compreensão e analise dos principais processos de gestão e garantia da qualidade;
Aplicação dos conceitos de gestão da qualidade em um ambiente voltado para resultado; 
Avaliação dos resultados de processos com base na gestão da excelência;
Atuação no tratamento de situações problemáticas observando os aspectos organizacionais, tecnológicos e humanos;
Normalização das ações propiciando a garantia da efetividade do processo de negócio.
Santos (2003) indica competência como “o saber agir diante de situações complexas e o saber mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e recursos (tecnológicos, financeiros, mercadológicos e humanos), em que as pessoas objetivam agregar valor de diversas naturezas às organizações e se tornam responsáveis por isso, ao mesmo tempo em que elas aumentam seu valor social. Quanto maior a complexidade das situações, mais intensamente são modificados os conhecimentos, as atitudes e as habilidades”.
No intuito do desenvolvimento de competências e habilidades, Chanson (2000) sugere a inovação e originalidade para despertar o senso crítico em alunos de engenharia. Uma vez que somente a utilização de fórmulas, padrões e equações na resolução de problemas não é eficaz para despertar o senso crítico e o espírito de inovação dos alunos. 
Santos (2003) sugere assim, a realização de atividades complementares que possibilitem aos alunos a interação com a realidade. Oliveira (2009) recomenda que a atividade vivencial em grupo, simulando empresas que competem por um mercado em especifico, possibilita o desenvolvimento de habilidades e competências nos alunos, bem como a aplicação das ferramentas e padrões, na prática. 
Pode-se afirmar então, que a criação de empresas fictícias no ensino de Gestão de Qualidade, habilita os discentes a utilizarem os instrumentos e conceitos, objetivando a compreensão, dinâmica e utilização das práticas relativas à Gestão da Qualidade. 
REFERÊNCIAS 
ABNT, NBR. 9050: 2015. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 3ª Ed. Rio de Janeiro, 2015.
ABUSA, F. M. ; GIBSON, P. Experiences of TQM elements on organisational performance and future opportunities for a developing country. International Journal of Quality & Reliability Management, 2013, Vol.30(9), pp. 920- 941.
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Referências de conteúdos da engenharia de produção (2008). Disponível em:< http://www.abepro.org.br/arquivos/websites/1/%C3%81reas%20da%20Engenh aria%20de%20Produ%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 01/10/2018.
BAIRD, K.; HU, K. J.; REEVE, R. The relationships between organizational culture, total quality management practices and operational performance. International Journal of Operations & Production Management, v. 31, n. 7, p. 789-814, 2011.
CHANSON, H. Introducing originality and innovation in engineering teaching: the hydraulic design of culverts. European Journal of Engineering Education. Volume 25, Número 4, 2000.
GAMBI, L. N. A relação entre cultura organizacional e o uso de técnicas da qualidade e seu impacto no desempenho organizacional. 136 p. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos, 2014.
HL Pereira, L Carvalho - Revista Lusófona de Educação, 2014
OAKLAND, John. Gerenciamento da qualidade total. NBL Editora, 1994.
OLIVEIRA, M. A. Implantando o Laboratório de Gestão: um programa integrado de educação gerencial e pesquisa em administração. São Paulo, 2009. Tese (Doutorado em Administração) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, da Universidade de São Paulo.
SANTOS, Fernando César Almada. Potencialidades de mudanças na graduação em
Engenharia de Produção geradas pelas diretrizes curriculares. Revista Produção. Volume 13,Número 1, 2003.
TALIB, F.; RAHMAN, Z.; QURESHI, M. N. An empirical investigation of relationship between total quality management practices and quality performance in Indian service companies. International Journal of Quality & Reliability Management, v. 30, n. 3, p. 280-318, 2013.
TAGUCHI, Genichi; ELSAYED, Elsayed A.; HSIANG, Thomas C. Engenharia da qualidade em sistemas de produção. McGraw-Hill, 1999.

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