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Gustavo F. Bayer BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista. Zahar, Rio, 1977. Parte I: Trabalho e gerência. (Roteiro) Cap.1: Trabalho e força de trabalho 1) Características do trabalho humano o Impulso do trabalho = concepção (≠ instinto) o Moldagem da natureza o Força diretriz (concepção) dissociável da execução do trabalho o Dimensão inalienável da capacidade de trabalho o Adequabilidade 2) Valor do trabalho 2. Determinantes gerais: tecnologia e sociedade ( X biologia) 2.2) Determinantes específicas no capitalismo - Monopólio dos meios de produção - Liberdade formal - Trabalho como fonte de acumulação de capital 2.3) Trabalho como mercadoria - Limites do trabalho como mercadoria: Trabalho ≠ força de trabalho - Importância do trabalho como mercadoria: Trabalho excedente + adequabilidade → potencialização do produto excedente - O problema da concretização do valor do trabalho: Trabalho alienado → necessidade de controle do processo de trabalho → GERÊNCIA Cap.2: As origens da gerência 1) Características da "gerência" na antiguidade: - Trabalho cativo - Tecnologia estacionária - Reprodução inexistente (grandes obras) ou simples (acumulação de riquezas) 2) A gerência pré-capitalista - O sistema das guildas (corporações de ofícios) - Gerência = manutenção do monopólio do ofício 3) A gerência mercantilista 3.1) Característica: gerência delegada (empreitada, subcontratações); superexploração 3.2) Tratamento do trabalho e não da força de trabalho como mercadoria: pagamento por produção 3.3) Razão: origem mercantil do capital industrial - Objetivo: garantir fluxo de mercadorias - Efeito: pouca interferência nos processos de produção 4) Surgimento da gerência capitalista como controle fabril - Objetivo: imposição da jornada de trabalho - Forma assumida: despotismo fabril 5) Gerência como problema teórico e prático das relações sociais capitalistas - Os dois momentos da gerência: integração e repressão; indução e coerção - As duas dimensões do controle gerencial: subordinação ideológica e material do trabalho Cap. 3: A divisão do trabalho 1) Especificidade da divisão do trabalho no capitalismo: subdivisão sistemática de postos de trabalho 2) Divisão social X parcelamento do trabalho - Divisão social = desdobramento do trabalho social: divide a sociedade em ocupações - Parcelamento = fragmentação das ocupações em operações 3) Parcelamento do trabalho no capitalismo 3.1) 1º passo: análise do processo de trabalho - Separação das operações - Conseqüência: poupança de tempo de trabalho; aumento de destreza; desenvolvimento de instrumentos de trabalho 3.2) 2º passo: separação das operações entre indivíduos - Conseqüência econômica: fragmentação e redução dos custos do trabalho (Babbage) - Conseqüência social: moldagem do trabalho e da sociedade como existências parceladas Cap. 4: Gerência científica 1) Espaço conceitual do taylorismo - Indiferença tecnológica - Adaptação do trabalho às necessidades do capital - Verbalização explícita do modo capitalista de produção 2) Relevância do taylorismo - Organização e controle dos processos de trabalho X ajustamento do trabalhador ao processo de produção - Sistematização de práticas em desenvolvimento - Expressão do movimento real do capital com respeito ao trabalho 3) A nova dimensão do controle do trabalho - Problema = imposição rigorosa do modo de trabalhar - Gerência = processo de aprofundamento dessa imposição 4) Produtividade = tema central da relação capital/trabalho - Marca-passo natural X marca-passo sistemático - Produtividade = interesse exclusivo do capital - Controle do processo de trabalho = produtividade 5) Imposição do controle do processo de trabalho - Problema inicial: domínio do processo de trabalho pelo trabalhador - Estratégia do capital: quebrar esse domínio e reconstruir o conhecimento sobre os processos de trabalho na gerência 6) Princípios básicos do taylorismo 6.1) Dissociação do processo de trabalho das especializações - Destruição dos ofícios - Reconstrução do conhecimento tradicional na gerência 6.2) Separação concepção/execução - Objetivo: impor ao trabalho a eficiência e o ritmo desejados pelo capital - Estabelecimento de "tipos diferentes" de trabalhadores para tarefas de planejamento e execução 6.3) Controle total do processo de trabalho - Noções de tarefa e de posto de trabalho rigorosamente determinados - Rotinização do controle de cada fase do processo de trabalho e seu modo de execução 7) Conseqüência geral: redução da qualificação necessária ao trabalho, tornando-o adaptável às tarefas elementares estabelecidas pela ciência e controlável pela gerência Cap. 5: Efeitos da gerência científica 1) Redução do número de trabalhadores diretos 2) Laboratorização do trabalho - Processo de produção reproduzido sistematicamente antes e depois de realizado - Defesa de Taylor: planejamento apenas desloca atividades da produção para a gerência - Ressalva de Taylor: é preciso ocupar os planejadores - Relação entre Gerência / Engenharia da produção / Automação de controles 3) Trabalho como unidade contraditória - Contradição: mão e cérebro tornam-se antagônicos - Unidade: como processo de trabalho alienado, ambos permanecem necessários à produção 4) Qualificação ou desqualificação do trabalho? - Aparência a curto prazo de acesso e qualificação - Tendência à generalização do trabalho simples - Reserva social da qualificação remanescente; Universidade como laboratório atual do trabalho qualificado 5) Alienação potencializada no estranhamento - Rompimento dos vínculos entre trabalho e ciência - Crescente monopólio da gerência sobre a ciência - Processo percebido como avassalador Transformação do trabalhador em ferramenta humana Mecanismo: monopolização do conhecimento Cap. 6: A habituação do trabalhador 1) Caráter permanente do ajustamento do trabalho 2) Tendência: instrumentalização de disciplinas acadêmicas - Tema: como induzir o trabalhador a cooperar? - Pressuposto: processos abrangentes da sociedade capitalista (incl. engenharia da produção) são tomados como dados inexoráveis - O objeto não é a degradação do trabalho, mas as eventuais reações a ela 3) A psicologia industrial - Analogia entre Münsterberg e Taylor: "a experimentação psicológica deve ser sistematicamente colocada a serviço do comércio e da indústria" "as psicotécnicas econômicas podem servir a certos fins ..., mas se esses fins são os melhores não é questão de que se encarregue o psicólogo" - Propósitos (seg. Münsterberg): seleção; condicionamento ambiental; influenciar atitudes 4) A sociologia industrial - Premissa: constatação de que o comportamento tem base social e não só individual - Exemplo clássico: experimentos de Elton Mayo em Hawthorne - Resultado: rápido esvaziamento da euforia cientificista inicial pelo pouco impacto concreto sobre a administração do trabalhador ou do trabalho, e pelo recrudescimento das lutas operárias nos anos 30, evidenciando a organização como um sistema de força de antagonismos de classe. 5) Limites da instrumentalização de disciplinas acadêmicas: impactoinsignificante na organização do trabalho, que prossegue implementando os princípios tayloristas incorporados na engenharia da produção 6) Exemplo: "fordismo" como prática concreta de processamento do conflito capital/trabalho, e sua viabilização através do aumento salarial 7) Conclusão: aparente habituação X hostilidade latente
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