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SALÁRIO E REMUNERAÇÃO O artigo 457 define a remuneração do empregado para todos os efeitos legais como sendo o salário devido e pago diretamente pelo empregador, além das gorjetas que venha receber. § 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e de função e as comissões pagas pelo empregador. § 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, , o auxílio-alimentação, vedado o seu pagamento em dinheiro, as diárias para viagem e os prêmios não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de encargo trabalhista e previdenciário. §3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. § 4º.. Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador, em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro, a empregado, grupo de empregados ou terceiros vinculados à sua atividade econômica em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. § 12. A gorjeta a que se refere o § 3º não constitui receita própria dos empregadores, destina-se aos trabalhadores e será distribuída segundo os critérios de custeio e de rateio definidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. § 13. Se inexistir previsão em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, os critérios de rateio e distribuição da gorjeta e os percentuais de retenção previstos nos § 14 e § 15 serão definidos em assembleia geral dos trabalhadores, na forma estabelecida no art. 612. §5º Ineinexistindo previsão em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, os critérios de rateio e distribuição da gorjeta e os percentuais de retenção previstos nos § 14 e § 15 serão definidos em assembleia geral dos trabalhadores, na forma estabelecida no art. 612. § 6º.. As empresas que cobrarem a gorjeta de que trata o § 3º deverão: I - quando inscritas em regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada a retenção de até vinte por cento da arrecadação correspondente, mediante previsão em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, para custear os encargos sociais, previdenciários e trabalhistas derivados da sua integração à remuneração dos empregados, hipótese em que o valor remanescente deverá ser revertido integralmente em favor do trabalhador; II - quando não inscritas em regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada a retenção de até trinta e três por cento da arrecadação correspondente, mediante previsão em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, para custear os encargos sociais, previdenciários e trabalhistas derivados da sua integração à remuneração dos empregados, hipótese em que o valor remanescente deverá ser revertido integralmente em favor do trabalhador; e III - anotar na CTPS e no contracheque de seus empregados o salário contratual fixo e o percentual percebido a título de gorjeta. § 7. A gorjeta, quando entregue pelo consumidor diretamente ao empregado, terá seus critérios definidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, facultada a retenção nos parâmetros estabelecidos no § 14. § 8. As empresas anotarão na CTPS de seus empregados o salário fixo e a média dos valores das gorjetas referente aos últimos doze meses. § 9 Cessada pela empresa a cobrança da gorjeta de que trata o § 3º, desde que cobrada por mais de doze meses, essa se incorporará ao salário do empregado, a qual terá como base a média dos últimos doze meses, sem prejuízo do estabelecido em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Lei da gorjeta: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13419.htm Outras leituras: https://fredericohoffmann.jusbrasil.com.br/artigos/114806352/as-gorjetas-e-seus-reflexos https://epocanegocios.globo.com/Dinheiro/noticia/2017/05/entenda-nova-lei-da-gorjeta-aprovada-em-2017.html http://sc.abrasel.com.br/noticias/516-perguntas-e-respostas-sobre-a-regulamentacao-da-gorjeta https://genjuridico.jusbrasil.com.br/artigos/495427943/as-gorjetas-e-as-alteracoes-promovidas-pela-lei-n-13419-17 VERBAS INDENIZATÓRIAS E SALARIAIS POSSUEM FINALIDADES DISTINTAS “As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, diárias para viagem, prêmios e abonos NÃO INTEGRAM A REMUNERAÇÃO DO EMPREGADO, NÃO SE INCORPORAM AO CONTRATO DE TRABALHO E NÃO SE CONSTITUEM BASE DE INCIDÊNCIA DE QUALQUER ENCARGO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO”. PORTANTO, ESSES BENEFÍCIOS TERÃO CARÁTER INDENIZATÓRIO, E ALÉM DE NÃO INTEGRAREM MAIS O SALÁRIO, TAMBÉM NÃO INTEGRARÃO MAIS A REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS, DO 13º SALÁRIO E A BASE DE CÁLCULO DA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO E DO FGTS. PODEM AINDA SER EXCLUÍDOS A QUALQUER TEMPO. SALÁRIO IN NATURA OU SALÁRIO EM UTILIDADES Salário “in natura” ou utilidade é o pagamento de parte do salário com o fornecimento de bens que tenham natureza salarial, e para que estes bens tenham natureza de salário faz-se necessária a constatação dos requisitos caracterizadores de salário, que são o pagamento feito pelo empregador ao empregado, devido de forma habitual e contraprestativo. Conforme regra geral, o salário utilidade é assinalado por alimentação, moradia e vestuário, material de higiene, transporte. Nesse ínterim vale destacar que o art. 458, “caput”, da clt, cuida de observar que este tipo de salário não pode ser pago com o fornecimento de bebidas alcoólicas, drogas e cigarros, veja-se: Em continuação ao estudo, observe o rol de utilidades que não possuem natureza salarial (art. 458, § 2, clt): I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante segurosaúde; V – seguros de vida e de acidentes pessoais; VI – previdência privada; VII – vetado; VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do empregado. Parágrafo único - O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo fixado para a região, zona ou subzona. Ou seja, o empregado pode receber até 70% (setenta por cento) do seu salário em utilidade (com natureza salarial). Destaca-se, ainda, a distinção nas alíquotas de desconto entre empregado urbano e rural, onde o empregado urbano poderá ter descontado até 20% (vinte por cento) do salário contratual em se tratando de alimentação, e até 25% (vinte e cinco por cento) em relação à moradia; e o empregado rural poderá ter descontado até 25% (vinte e cinco por cento) do salário mínimo em se tratando de alimentação, e até 20% (vinte por cento) em relação à moradia. Atente-se que a porcentagem entre ambos é contrária, e a base de cálculo são diferentes. TIPOS DE SALÁRIOS PREMIAÇÕES E GRATIFICAÇÕES As premiações, gratificações, bonificações e outras verbas ou vantagens concedidas aos empregados eram tidas como verbas de natureza salarial. A partir da Reforma essas verbas deixam de ter natureza salarial e passam a ter natureza indenizatória, portanto, deixam de incorporar ao salário e refletir sobre as demais verbas trabalhistas. Assim, mesmo que esses valores constem do contracheque (e deverão constar) não integrarão a base de cálculo para efeitos dos demais direitos trabalhistas como FGTS, média para férias, décimo terceiro salário, etc.