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longo. Abdução - com o paciente em decúbito lateral, o examinador deve instruí-lo para elevar a coxa a ser examinada opondo resistência a esse movimento (Fig. 11.25). Os músculos responsáveis pela abdução são: o tensor da faseia lata, os glúteos mínimo, médio e máximo e o sartório. Adução - com o paciente em decúbito dorsal, o examinador instrui o paciente para mover a coxa no sentido medial opondo resistência a esse movimento. Os músculos responsáveis pela adução são: os adutores longo, curto e magno e o pectíneo. Rotação interna - com o paciente em decúbito ventral e os joelhos em 90°, o examinador deve instruí-lo para rotar a perna para fora opondo resistência a esse movimento (Fig. 11.27). Os músculos responsáveis pela rotação interna são: os adutores longo, curto e magno, os glúteos mínimo e médio, o tensor da faseia lata, o pectíneo e o grácil. Rotação externa - com o paciente em decúbito ventral e os joelhos em 90°, o examinador deve instruí-lo para rotar a perna em sentido medial opondo resistência a esse movimento (Fig. 11.28). Os músculos responsáveis pela rotação externa são: os glúteos máximo e médio, os obturadores interno e externo, o quadrado da coxa, o piriforme, os gémeos superior e inferior e o sartório. SEM. JOELHO EXAME CLINICO O exame ortopédico deve ser feito de maneira sistemática, devendo-se anotar todos os detalhes, positivos e negativos. Para melhor compreensão e realização dos testes a serem aplicados, devemos ter em mente a correlação anatómica correspondente e aplicá-los sempre em ambos os joelhos, para comparação dos resultados. Durante a realização do exame ortopédico, nossa maior preocupação deve ser a de fazer o diagnóstico clinicamente, e isto será possível se a semiologia for bem aplicada. O exame ortopédico divide-se basicamente em três etapas: inspe-ção (estática e dinâmica), palpação e testes específicos. A inspeção estática inicia-se com a observação do paciente em pé, em posição anatómica de frente e perfil, e em seguida andando de frente e de costas para o examinador. Observamos o alinhamento dos membros inferiores no mesmo plano (varo ou valgo - Fig. 12.1) ou em dois (desvios torcionais), alinhamento pate-lar, ângulo "Q", presença de edema, derrame, equimoses, atrofias musculares (principalmente do quadríceps, vasto medial oblíquo, gastrocnêmio e tríceps sural), alterações dinâmicas nas diferentes fases da marcha e presença de deformidades, como por exemplo o aumento de volume da tuberosidade anterior da tíbia decorrente da doença de Osgood-Schlatter (Fig. 12.2), O aparecimento de deformidade látero-lateral ("thrust"ou flambagem) durante a fase de apoio da marcha pode caracterizar afecção degenerativa artrítica com erosão cartilaginosa e desvio em varo do joelho, ou falência ligamentar periférica associada à lesão do LCA (Fig. 12.3). . O recurvado (Fig. 12.4) e as limitações da extensão do joelho (Fig. 12.5) já aparecem nitidamente nessa fase do exame e podem significar desde bloqueio ar- ticular ou até posição em consequência de deformidade em flexão do quadril. É durante a ínspeçao estática e no exame da marcha que detectamos alterações outras que não no joelho e que podem estar relacionadas com a doença arti- cular, como a hiperlordose da tríplice deformidade da anteversão do colo femoral ou as posições anómalas do quadril contraturado, em adução ou abdução, que podem por si só causar problemas articulares no joelho (Fig. 12.6). A claudicação é detectada na marcha, e o estudo do tempo de apoio separa a decorrente de afecções do quadril da do joelho. O sinal de Trendelenburg é visível nesse momento do exame (Fig. 12.7). O posicionamento dos pés e a impressão plantar na marcha podem estar alterados nas deformidades torcionais, particularmente da tíbia. A torção externa da perna na marcha de um menino de 10 anos de idade pode representar o sinal de Wilson da osteocondrite dissecante. Um pé equino pode ter relação com um flexo do joelho. O estudo do alinhamento patelar deve ser iniciado traçando-se uma linha imaginária conectando o centro da patela à espinha ilíaca ântero-superior e outra em direção da inserção do tendão patelar na tuberosidade anterior da tíbia (TAT). A medida dessa angulação, denominada ângulo "Q" é de no máximo 20°, a partir dos quais esse ângulo é considerado aumentado (Fig. 12.8). Figura 12.8 - A) Ângulo "Q". B) Deformidade tríplice do colo femoral e aumento do ângulo "Q". Nessa fase do exame, ainda podemos analisar a mobilidade articular e os contornos musculares que, muitas vezes diferentes de um lado e outro, podem caracterizar a atrofia (Fig. 12.9). Em seguida, o paciente senta-se sobre a mesa de exame, de frente para o examinador. Nessa posição, observa-se a altura da patela. Sua posição normal é na frente dos côndilos femorais, em continuidade com o tendão patelar, com o qual se integra em um só braço do aparelho extensor. Se estiver alta, ela forma uma angulação com o tendão patelar, decompondo a alavanca do quadríceps em três braços: o músculo quadríceps da coxa, a própria patela e o tendão patelar. Ainda observam-se o alinhamento do tendão patelar e sua inserção na TAT. Uma deformidade torcional com desvio lateral da TAT pode caracterizar a patela ou joelho em "baioneta" em que o ângulo "Q" se apresenta aumentado (Fig. 12.10). Nesse momento, pede-se ao paciente que estenda o joelho, quando se verifica que a patela se movimenta sobre uma linha imaginária reta em toda a amplitude. Um desvio dessa linha para a lateral no final do movimento pode significar instabilidade femoropatelar em extensão (Fig. 12.11), e um desvio no início do movimento, luxação habitual em flexão. Com o joelho fletido a 30° pode-se detectar mais facilmente a presença da patela em "baioneta" causadora de possível instabilidade patelar; nesses casos, o desvio lateral do tendão patelar, levado pela lateralização da TAT, torna-se evidente. Nessa posição, mede-se o ângulo "Q" com maior fidelidade, pois a patela está colocada totalmente no sulco intercondilar. Ainda durante movimento ativo de extensão, o examinador verifica a rotação do fémur e da perna, permitindo-se também surpreender uma tríplice deformidade decorrente da anteversão dos colos femorais ou uma torção tibial externa ou interna já verificada no exame da marcha. O movimento de flexo-extensão do joelho permite ao examinador sentir o deslizamento da patela no sulco troclear e analisar a presença de crepitação {inicial, terminal e superior) e eventuais estalidos articulares. A crepitação femoropatelar inicial espelhará o contato total da cartilagem articular da patela com a tróclea; a terminal, a extremidade superior da tróclea com a inferior da patela; e a superior, o fundo de saco do quadríceps. A crepitação pode ser classificada em leve, moderada e grave. Essa manobra é sentida quando o examinador coloca sua mão espalmada sobre a patela no movimento, e pode ser sensibilizada quando pressiona a patela contra a tróclea femoral (Fig. 12.12). Com o paciente sentado, realizamos a palpação dos tendões da pata de ganso. Na presença de tendinite, há dor local à flexão resistida, sensibilizada com a rotação externa da perna. Devemos também palpar a região posterior do joelho para verificar a presença de cistos, dos quais o mais comum é o que representa o espes-samento da bolsa comum do gastrocnêmio e semimembranáceo, conhecido como cisto de Baker. Durante a análise da região posterior do joelho, merece atenção também a palpação da região da fabela e das cabeças lateral e medial do gastrocnêmio. As interlinhas articulares também são palpadas com o paciente sentado