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HANSENÍASE: Lepra ou mal de Lazaro A hanseníase é uma infecção crônica, granulomatosa, curável, que tem como agente etiológico o Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, um micro-organismo de elevada infectividade, porém baixa patogenicidade, isto é, poucos indivíduos infectados adoecem. O bacilo quando identificado na histologia, localiza-se nas partes profundas da derme. Notificação compulsória e de investigação obrigatória. 1) Epidemiologia: Problema de saúde em diversos países Brasil = 85% dos casos nas Américas Brasil + Índia + Indosésia = 81% dos casos do mundo. Pouca prioridade nos programas de saúde Todas as raças, ambos os sexos (exceção – virchowiana 1:2Homens) Crianças adoecem quando há maior endemicidade Notificação compulsória em todo o território nacional No Brasil, 70% dos pacientes já apresentam alguma incapacidade no momento do diagnóstico. 2) Agente etiológico: Mycobacterium leprae Bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) Parasita intracelular obrigatório com predileção pela célula do sistema retículo endotelial, em especial as células de Schwann, pele e mucosa nasal Sinais dermatológicos são precoces. Os sinais ortopédicos e neurais são tardios. Introdução do bacilo no organismo, caso não ocorra a sua eliminação invasão de linfonodos êmbolos micobacterianos pele e nervos Não pode ser cultivado em meios artificiais Homem – único reservatório natural Período de incubação: média de 2-5 anos Bacilo de crescimento lento (reproduz por divisão binária simples a cada 14 dias, sendo necessários muitos anos para que o organismo possua uma carga bacilar capaz de expressar-se clinicamente): evolução 3-5 anos. 3) Transmissão: Principal fonte de infecção pacientes multibacilíferos VAS – principal porta de entrada e via de eliminação do bacilo Contato íntimo e prolongado com bacilíferos Pele erodida, eventualmente, pode ser porta de entrada da infecção Secreções orgânicas como leite, esperma, suor, e secreção vaginal, podem eliminar bacilos – sem importância na disseminação da infecção Raro em crianças menores de 5 anos. Predisposição genética pela infecção. Manifestações clínicas mais precoces nos casos tuberculóides e mais tardias nos casos virchowianos Evolução 2-5 anos em paucibacilares (PB) / 5-10 anos multibacilares (MB) 4) Laboratório: a) Baciloscopia Para ajuda no diagnóstico e acompanhamento de pacientes MB Linfa coloraçao de Zihel-Neelsen Índice quantitativo e qualitativo b) Teste de Mitsuda Avalia a resistência Imunidade celular específica contra M. leprae Positividade aumenta com a idade Injeção intradérmica à 28-30 dias nódulo que pode ulcerar ou não 5) História natural: Hanseníase tuberculóide (MHT) resposta TH1 com resposta imune celular Hanseníase virchowiana (MHV) resposta TH2 com resposta imune humoral Os fenótipos HLA-DR2 e HLA-DR3 melhor capacidade dos macrófagos (resposta TH1) em eliminar bacilos = forma paucibacilar. Já o fenótipo HLA-DQ-1 está mais relacionado as formas multibacilares. A imunidade humoral (dependente de anticorpos) é ineficaz contra o M. leprae. A defesa é efetuada pela imunidade celular, capaz de fagocitar e destruir os bacilos, mediada por citocinas (TNF-alfa, IFN-gama) e mediadores da oxidação, fundamentais na destruição bacilar no interior dos macrófagos. MHI = hanseníase indeterminada – mancha com alteração de sensibilidade Sintomas relacionados ao excesso de resposta imune celular (TH1) – resposta mais rápida (porque não é do bacilo – o bacilo cresce lentamente) Bacilo conseguem se proliferar na parcela da população com uma resposta celular fraca aciona TH2 Sintomas demoram mais de aparecer porque resposta do bacilo no corpo (crescimento bacilar lento). Obs: MHI = Hanseníase indeterminada; MHD = Hanseníase dimorfa Obs 2: Na forma paucibacilar (lesões tuberculoides), há predomínio de linfócitos Th1, produzindo IL-2 e IFN-gama, enquanto que na forma multibacilar (lesões virchowianas ou lepromatosas), o predomínio é de linfócitos T supressoras e Th2, produzindo IL-4, IL- 5 e IL-10. 6) Classificação: a) Interpolares – Ridley e Jopling: Tuberculóide polar Dimorfa tuberculóide Dimorfa dimorfa Dimorfa virchowiana Virchowiana subpolar Virchowiana polar b) OMS Paucibacilares (PB) Baciloscopia negativa Tuberculóides e indeterminados Multibacilares (MB) Baciloscopia positiva Dimorfos e virchowianos c) Ministério da saúde: PB: até 5 lesões MB: mais de 5 lesões d) Classificação de Madri: Indeterminada grupo instável Tuberculóide grupo polar estável Dimorfa grupo instável Virchowiana grupo polar estável 7) Hanseníase indeterminada: Mitsuda positivo ou negativo Baciloscopia negativa Paucibacilar (não deu tempo do bacilo proliferar). Primeira manifestação da doença após período de tempo que varia de poucos meses até anos, dependendo da imunidade, ocorre evolução para cura ou para outra forma clínica. Sem comprometimento de troncos nervosos a) Histologia: Infiltrado linfo-histiocitário perivascular e perianexial ou perineural (Infiltrado perianexial comum de hanseníase). Poucos bacilos no interior dos filetes nervosos (7%). b) Clínica: Máculas hipocrômicas ou eritêmato-hipocrômicas Qualquer local da pele Hipoidrose e/ou alopecia total ou parcial nas lesões Sensibilidade térmica alterada Bordas com limites imprecisos, com áreas de descoloração heterogênea. As lesões são únicas ou em pequeno número e podem se localizar em qualquer área da pele. Não há comprometimento de troncos nervosos nesta forma clínica, apenas ramúsculos nervosos cutâneos. Obs: primeira sensibilidade alterada = térmica; seguida pela dolorosa e por último a tátil. c) Diferencial: Nevo acrômico Pitiríase alba Pitiríase versicolor Vitiligo 8) Hanseníase tuberculóide: Mitsuda fortemente positivo reação imune Baciloscopia negativa Paucibacilar Sem proliferação de bacilos, eliminados na maioria Surge da forma indeterminada não tratada nos pacientes que apresentam boa resistência (boa resposta TH1). Lesões neurais precoces e intensas Na hanseníase tuberculoide, a exacerbação da imunidade celular e a produção de citocinas pró-inflamatórias (IL-1 e TNF-alfa) impedem a proliferação bacilar, mas podem se tornar lesivas ao organismo, causando lesões cutâneas e neurais, pela ausência de fatores reguladores. a) Histologia: Infiltrado linfo-histiocitário perivascular e perianexial Poucos bacilos no interior dos filetes nervosos (7%) b) Clínica: Placas ou máculas bem delimitadas, eritematohipocrômicas, eventualmente acastanhadas (Hipocrômicas, eritematosas, hipocrômica + eritematosa e mais raramente acastanhadas) Lesões únicas ou em pequenas quantidade, assimétricas, de bordas bem delimitadas. Descrevem-se inicialmente máculas, que evoluem para lesões em placas com bordas papulosas, e áreas de pele eritematosas ou hipocrômicas. Seu crescimento centrífugo lento leva à atrofia no interior da lesão, que pode, ainda, assumir aspecto tricofitoide, com descamação das bordas. Qualquer área Distúrbios sensitivos proeminentes A neurite normalmente se apresenta com um quadro agudo de dor intensa e edema, sem que haja, a princípio, comprometimento funcional do nervo. Contudo, a lesão se torna crônica com danos como: anidrose e ressecamento cutâneo; alopecia; alteração sensitiva e motora, cursando com dormência e perda da força muscular. Em alguns casos, as alterações de sensibilidade e motricidade podem aparecer sem os sintomas agudos de neurite (neurite silenciosa). Hipoidrose e alopecia total ou parcial nas lesões Borda bastante infiltrada e eritematosa podem estar presentes. Diferença clínica da tinha e da hanseníase: prurido, sensibilidade. Vesícula e descamação NÃO estão presentes na Hanseníase. Variedade infantil: manifesta-se em crianças conviventes com portadores de formas bacilíferas e localiza-se principalmentena face. Pode se manifestar como nódulos, placas, lesões tricofitoides ou sarcoídicas.Placa de espessamento neural Sinal da raqueteForma neural pura: não se encontram lesões cutâneas, mas encontramos espessamento do tronco nervoso e dano neural precoce e grave. 9) Hanseníase Virchowiana: Forma grave e contagiante Multibacilar Reação de Mitsuda negativa não faz resposta imune Baciloscopia intensamente positiva (isolados e em globias). Pode evoluir a partir da forma indeterminada ou se apresentar como tal desde o início. Disseminação para vísceras e tecido nervoso. Multibacilar e com pouca resposta imune. Na hanseníase virchowiana, a produção de substâncias pelo bacilo (ex.: PGL-1), no interior do macrófago, favorece seu escape à oxidação, pois estes possuem função supressora da atividade do macrófago e favorecem a sua disseminação. a) Clínica: Caracteriza-se pela infiltração progressiva e difusa da pele, mucosas das vias aéreas superiores, olhos, testículos, nervos; podendo afetar, ainda, os linfonodos, o fígado e o baço (hepatoesplenomegalia). Máculas discretas de limites imprecisos, pápulas, nódulos ou tubérculos agrupados ou confluentes Placas infiltradas difusas eritematosas ou acastanhadas, mal-delimitadas, espessadas (principalmente em face e membros) Coloração eritematosa, eritematopigmentadas, vinhosas, eritematocúpricas, ferriginosas Poupa axilas, região da coluna, regiões inguinais e perineais Poupa áreas de dobras (regiões quentes). A pele torna-se luzidia, xerótica, com aspecto apergaminhado e tonalidade semelhante ao cobre. Há rarefação dos pelos nos membros, cílios e da cauda da sobrancelha. Distribuição simétrica Pavilhão auricular espessado Fácies leonina infiltração da face e pavilhão auricular +madarose. O comprometimento nervoso ocorre nos ramúsculos da pele, na inervação vascular e nos troncos nervosos. Estes últimos vão apresentar deficiências funcionais e sequelas tardias. Sinais precoces: obstrução nasal, rinorreia serossanguinolenta e edema de membros inferiores. Fenômeno de Lúcio: vasculite leucocitoclástica de pequenos e médios vasos áreas necróticoulcerativas. Um subtipo de HV, com infiltração difusa da pele, mas sem nódulos ou placas, é denominado lepromatose difusa ou “lepra bonita”. Outra variedade é chamada de histoide na qual encontramos lesões nodulares que se assemelham com dermatofibromas (caracterizado por histiócitos fusiformes). O acometimento dos testículos pode levar à diminuição da produção de testosterona, ocorrendo aumento do FSH e LH com queda da libido e eventualmente ginecomastia. O acometimento da câmara anterior do olho resulta em glaucoma e formação de catarata. A insensibilidade da córnea pode levar ao trauma (triquíase) e infecção secundária. Na HV avançada pode ocorrer perfuração do septo nasal e desabamento nasal. Fenômeno de Lúcio b) Órgãos acometidos: Nariz Mucosa oral Laringe Olhos: hipoestesia corneana, madarose, lagoftamo, catarata, uveíte, opacidades corneanas Linfonodos Fígado e baço Genitália Testículos: impotência, esterilidade, ginecomastia Medula óssea Ossos c) Histologia: Infiltrado na derme hipoderme de histiócitos espumosos, plasmócitos e linfócitos, Múltiplos bacilos e globias (aglomerados de bacilos na camada dérmica) no Fite-Faraco ou Ziehl-Neelsen 10) Hanseníase Dimorfa: Mitsuda discretamente positivo ou negativo grupo marcado pela instabilidade imunológica. Maioria dos casos Estados reacionais mais frequentes nesta forma A infiltração assimétrica da face e dos pavilhões auriculares, bem como a presença de lesões no pescoço e nuca, é elemento sugestivo desta forma clínica Envolvimento comum de troncos nervosos As lesões neurais são precoces, assimétricas e, com frequência, levam a incapacidades físicas Tipos: Dimorfa tuberculóide, Dimorfa dimorfa, Dimorfa virchowiana a) Hanseníase Dimorfa Tuberculóide: Mitsuda fracamente positivo Baciloscopia negativa ou discretamente positiva. Lesões de aspecto tuberculóide, em maior número Muitas lesões que possuem aspecto tuberculóide. Placas ou manchas eritematosas, por vezes anulares de maior extensão e distribuição assimétrica. b) Hanseníase Dimorfa Virchowiana: Mitsuda negativo, baciloscopia positiva Lesões menos polimorfas Múltiplas lesões elevadas eritematoinfiltradas, algumas de aspecto anular Placas numerosas, nódulos, acastanhados ou ferruginosos, com limites imprecisos Qualquer área pode ser acometida c) Hanseníase dimorfa dimorfa: Mitsuda negativo (maioria) Baciloscopia positiva Grande quantidade de lesões em conformações múltiplas Lesões faveolares ou anulares, em queijo suíço: centro hipocrômico ou normal e borda eritêmatoferruginosa, com limites nítidos na parte interna e imprecisos da face externa (área de não lesão em área de lesão). Lesões numerosas de distribuição assimétrica Infiltraçao de lóbulo auricular unilateral Leucocitose (incluindo reação leucemoide), com desvio para esquerda, anemia normocítica normocrômica, VHS bastante elevado e proteína C reativa aumentada são achados frequentes. Títulos altos de fator reumatoide e FAN podem ser encontrados, confundindo o diagnóstico com o das colagenoses. 11) Lesões neurais: Podem preceder as manifestações cutâneas Mais frequentes nos estados reacionais e pacientes paucibacilares, nos quais a imunidade celular está exacerbada e, com isso, ao englobar o bacilo, acaba atingindo o nervo. Assim, os macrófagos são, na realidade, os que têm papel fundamental na neurite. Tropismo para nervos periféricos Alterações sensitivas – progressão proximal ramos secundários troncos nervosos Alterações sensitivas: térmica dolorosa tátil a) Clínica: Nervos edemaciados, dolorosos a palpação e percussão Lesões motoras: paresias ou paralisias, amiotrofias, retrações tendíneas, fixações articulares Alterações simpáticas: distúrbios vasculares e de sudorese Distúrbios sensitivos: perda de sensibilidade nas agressões de mãos e pés b) Troncos neurais: Ulnar: garra ulnar, hipo ou anesthesia do IV e V dedos Mediano: garra do mediano, hipo ou anestesia I, II, III dedos Radial: paralisia tipo mão caída Fibular: hipo ou anesthesia plantar, pé caído Tibial: hipo ou anesthesia plantar, pé em garra Trigêmeo: hipoestesia da córnea e face Facial: lesões uni ou bilaterais, se comprometer o orbicular das pálpebras há lagoftalmo 12) Estados reacionais: Fenômenos agudos ou subagudos que interrompem a evolução crônica dos pacientes com hanseníase Não ocorrem na forma indeterminada Podem ocorrer no mesmo paciente, em momentos diferentes Podem resultar em perda permanente da função nervosa intervenção imediata porque pode levar a sequelas. Reação tipo 1 – Reação reversa Reação tipo 2 – eritema nodoso hansênico As reações podem se apresentar antes, durante ou depois do tratamento – reações imunológicas 13) Reação tipo1 - Reação reversa: Consequentes a alterações da imunidade celular: reação de hiperensibilidade a antígenos liberados pela destruição bacilar realizada pelas defesas do hospedeiro ou pela ação dos medicamentos Em pacientes com imunidade celular: tuberculóide e dimorfo A reação tipo 1 é principalmente celular (mediada por células) – tardia tipo IV Na maioria das vezes, essa reação acontece durante o tratamento da Hanseníase Maior risco de lesão neural a) Clínica: Hiperestesia ou aumento da parestesia nas lesões Lesões existentes tornam-se mais eritematosas, edematosas e podem ulcerar; limites mais evidentes e definidos; surgimento de novas lesões agudas Edema de mãos (Puff hands), pés e face; descamação 12) Reação tipo 2 – Eritema nodoso: Resposta TH2 Dimorfa e virchowiana 60% dos virchowianos apresentam essa reação Durante o tratamento (mais frequentes no 6o mês) Esporádicas ou periódicas A reação tipo 2 é principalmente mediada por imunocomplexos – tipo III. a) Clínica: Placas e nódulos eritematosos dolorosos, superficiais ou profundos, que evoluem com fibrose e cicatrizVárias regiões, mais frequente em região pré-tibial. Lesão em parte superior do tronco pensar em eritema nodoso por hanseníase e sarcoidose. Febre, mal-estar, dores no corpo, linfonodomegalia dolorosa, placas e nódulos eritematosos, lesões ulceradas, neurite, artralgia/artrite, irite, irido-ciclite, orquite e orquiepididimite, hepato-esplenomegalia dolorosa, icterícia, trombose Grave: manifestações viscerais e/ou lesões necróticoulcerativas letais em 9% dos casos 13) Diagnóstico: Clínico (clínica e teste de sensibilidade) e epidemiológico: Testa sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Tubos de ensaio com água quente fazer primeiro na pele sã - Térmica Algodão com éter fazer primeiro na pele sã - Termica Monofilamentos – estesiômetro dolorosa. Agulha estéril dolorosa. Tatil pedaço de algodão seco. Baciloscopia: Raspado intradérmico – incisão em 5 locais (lobo das orelhas, cotovelos e uma lesão de pele) Esfregaço e coloração pelo Ziehl Nielssen Positivo na boderline virchowiana e virchowiana Negativo na Indeterminada, tuberculóide e dimorfa tuberculóide Teste de Mitsuda: É positivo na maioria da população, independentes de já ter tido contato. Só da negativo em quem não possui imunidade. Não é teste diagnóstico. Mede a imunidade celular do paciente em relação ao M. Lepre. Pode servir como prognóstico. Geralmente positivo em indeterminada, tuberculóide, boderline e dimorfa. Obs: boderline pode ser negativo ou positivo. Histopatologia Biópsia de pele: Coloração de hematoxilina e eosina. Bacilo nos casos virchowiano e boderline virchowiano Processo inflamatório que segue os feixes nervosos. Processo inflamatório em volta das glândulas e folículo piloso. Presença de células chantomizadas ou espumosas – também chamada de células de virchow. Prova da histamina: Deve ser feito no local da lesão Incompleto em pacientes com Hanseníase = não tem a tríplice reação de LewIs em pacientes com hanseníase Eritema inicial no local da picada, no máximo com 10mm, 20 a 40 s após a picada – pelo próprio trauma Eritema pseudopódicoo com 30 a 50 mm, após 30 a 60s – pela vasodilatação arteriolar por ato reflexo axônico, Seropápula – 2 a 3 minutos após picada, resultante da ação da histamina sobre a parede capilar , dilatando-a e ocorre a exosserose. Prova da pilocarpina: Injeção ID de solução de nitrato ou cloridrato dessa substância a 1 ou 2%. A pilocarpina é aplicada na área suspeita e na pele sadia, observando-se depois de 1 minuto ou 2, a saída de gotículas de suor na área sadia e a ausência ou diminuição do suor na área suspeita. Podemos sensibilizar essa prova, pincelando a região onde foi injetada a pilocarpina com lugol e pulverizando o local com amido. Identifica-se a sudorese pelo aparecimento de pontos azulados onde emergem as gotículas de suor. Sorologia anti-PGL-1: É o antígeno específico do M.leprae e leva à formação de anticorpos das classes IgG e IgM. Os títulos de IgM correlacionam-se com a forma clínica e a atividade da doença. Níveis aumentados do anti-PGL-1 têm sido descritos na hanseníase virchowiana e tendem a decrescer com o tratamento específico. Por outro lado, na hanseníase tuberculoide não há resposta desses anticorpos. PCR: Serve para detectar quantidades mínimas de micobactérias. Não é realizado rotineiramente. Eletroneuromiografia, USG/ RNM de troncos neurais 14) Tratamento: Poliquimioterapia (PQT) para forma paucibacilar (PB) e multibacilar (MB). PQT: em unidades de saúde, eficácia superior a 98% a) Paucibacilar: Rifampicina 600mg/mês Dapsona 100mg/dia + 100mg/mês 6 meses b) Multibacilar Rifampicina 600mg/mês Dapsona 100mg/dia + 100mg/mês Clofazimina 50mg/dia + 300mg/mês 12 meses c) Mudança (2018) esquema único (U-MDT) Paucibacilar tratado como multibacilar, mas, por apenas 6 meses. Dapsona, clofazimina e rifampicina por 6 meses Possibilidade de esquema adicional de 6 meses para pacientes com muita infiltração ou resposta lenta d) Estados reacionais: Mesma terapia descrita acima mais: Reação tipo 1: prednisona, analgésico, AINE Reação tipo 2: analgésico, AINE, talidomida, prednisona, descompressão cirúrgica e) Condições especiais: O tratamento não é contraindicado em gestantes HIV – Esquema mantido Tuberculose: rinfampicina na dose para tratamento de BK 15) Profilaxia: Vigilância dos contatos: exame dermatológico de orientação Caso de lesão suspeita em contactante proceder investigação Caso não existam lesões suspeitas fazer segunda dose de BCG Obs: Nos pacientes com o vírus HIV, o curso da hanseníase não se altera. Eventualmente, outros achados sistêmicos podem ocorrer em virtude do processo inflamatório associado, como uveíte ou glomerulonefrite, ou da própria extensão da doença em quadros de baixa resistência ao bacilo (linfonodomegalia e hepatoesplenomegalia). 16) Recidivas:
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