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DIREITO PENAL I Prof. Lucivan Aula 07/08 1. Princípios do Direito Penal: Teoria Garantista Art. 1º da Constituição Federal: A Republica Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos; [...] III – a dignidade da pessoa humana; O que caracteriza o Estado Democrático é a efetividade que é dada aos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. Este deve ir além da mera previsão legal de direitos, mas deve buscar a concretude dos mesmos. O Direito Penal não pode ser visto como mero instrumento de opressão. Compete ao Direito Penal, além de reprimir o crime, zelar pelo respeito a dignidade da pessoa humana, que será alcançado mediante a obediência dos princípios constitucionais. Estado Democrático de Direito – significa um estado preocupado com a dignidade da pessoa, bem como seus direitos, ou seja, garante os direitos e também que eles sejam praticados. Caracteriza-se com a concretude dos seus direitos. O processo penal só é dirigido ao acusado, pois os direitos da vitima já foram lesados, e ela não faz parte do processo penal, somente o acusado e a justiça (ministério público). Por isso se defende apenas os direitos do acusado, EDD – Dignidade da Pessoa Humana Princípios relacionados à Pena * Princípio da Retributividade: esta relacionado com a necessidade de ter uma pena, como uma forma de retribuição ao crime. A ideia da Retributividade é a de que não podemos punir ninguém sem o mesmo ter cometido um crime. Nula poena sine crimine, ou seja, não podemos punir sem crime. É a resposta ao crime, ao mal, que o sujeito fez, independente de quem é o sujeito. A pena é a consequência de um crime. Enquadra-se nesse princípio, a proporcionalidade, ou seja, a pena deve ser proporcional ao crime, essa pena deve ter uma utilidade social, ter um benefício para a sociedade, ou seja, deve haver uma compensação. A proporcionalidade proíbe o excesso de proteção ou a proteção deficiente. É valida tanto para o legislador ao criar a pena, quanto para o julgador ao aplicar a pena. Não se deve punir demais, nem de menos, deve-se dar uma pena proporcional a consequência do crime. * Princípio da Legalidade: art. 1º CP – art. 5º, XXXIX CF Art. 5º - Inciso XXXIX (39): Não há crime sem previa ação legal. Lei da legalidade. O crime ou a pena dependem somente da lei Desdobramentos da legalidade: 1º necessita que a lei seja anterior ao crime, pois enquanto a lei não disser não será considerado crime. 2º a legalidade gera a necessidade de uma lei escrita. 3º proibição da analogia na previsão de crimes. 4º taxatividade, ou seja, crime é somente o que a lei diz que é, nada que não esteja previsto na lei será considerado crime. * Princípio da Necessidade: nulla lex (poena) sine necessitate. O Direito Penal é considerado sempre subsidiário. O Direito Penal é o mais grave, e a última forma de punição, pois é o único que pode privar a liberdade da pessoa. *Princípio da Retroatividade da Lei mais benéfica Art.2º do CP A lei mais benéfica ao acusado tem a aplicação retroativa, ou seja, é aplicado aos processos onde fara com que beneficie o acusado, mesmo em processos já julgados. Art.5º - XV do CF Inciso XV (15): É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. A punição NÃO pode retroagir, a menos que a nova lei seja mais benéfica ao acusado, é um princípio de exceção, somente em casos excepcionais. A lei so pode ser colocada em prática depois de sua publicação, os crimes cometidos antes desta data serão julgados de acordo com a lei vigente na época, a menos que a lei nova seja benéfica ao acusado, por exemplo num crime com pena de 10 – 30 anos, e a nova lei tenha pena de 6 – 20 anos, o acusado seja julgado de acordo com as características da nova lei. *Princípio da anterioridade - 1º lei - 2º crime A lei deve existir antes da consumação do crime, do contrário não haverá pena, pois para a mesma existir, deve-se necessariamente existir a lei para que seja punida. CRIME (FATO) * Princípio da Lesividade: Para existir um crime precisamos de uma lei, mas so a lei não pode garantir a pena, pois há a necessidade de lesão. Tipicidade é quando o ocorre um crime. Crime é o quando o fato é exatamente como esta prescrito na lei. Tipicidade formal: praticar o que a lei diz que é crime. Tipicidade material: representa a lesão ou a ameaça ao bem jurídico tutelado ou protegido pela lei Princípio da Insignificância: aquilo que não fere o bem jurídico não é considerado crime, ou seja que não tenha valor. Mas tem que ser analisada caso a caso *Princípio da Materialidade / Princípio da Exterioridade da ação A cogitação e a preparação não constituem o crime, a partir da execução do fato já é considerado crime, pois já é uma tentativa, a consumação (morte) já é o crime em si (homicídio). Não pode-se punir o fato antes de o mesmo ter sido praticado, a lei só prevê a pena a partir da execução do mesmo. *Princípio da Culpabilidade Necessidade de imputação de responsabilidade subjetiva. Onde a culpa tem que ser do criminoso e não da vítima, do contrário não será considerado crime. Comprovação de culpa, ou seja, o acusado será inocente até que se prove a culpa, por meio de provas, testemunhas e julgamento, até aí o mesmo será considerado inocente. Os elementos subjetivos do crime podem ser divididos em doloso ou culposo, mas o culposo só é possível quando a lei autorizar, como no caso de homicídio que pode ser culposo (sem intenção) ou doloso (com intenção). 14/08 O princípio da culpabilidade necessita de imputabilidade (incapacidade de receber pena), nos quesitos: idade (maior de 18 anos, antes dos 18 o acusado recebe uma punição socioeducativa no lugar da prisão, mas também é punida) e sanidade mental (não possuir alguma doença mental). A culpabilidade necessita também de exigibilidade de conduta diversa, ou seja, o criminoso naquele momento ele deve ter a opção de não exercer/iniciar o crime. E o ultimo requisito da culpabilidade é a consciência da ilicitude, ou seja, o culpado deve estar consciente de que é culpado, para fins de punição, do contrario não tem como ser punido. *Princípio da Intervenção Mínima O Estado (polícia) só vai interferir nas nossas atividades diárias particulares quando for extremamente necessária, pois do contrario interfere na liberdade da pessoa humana. Esse princípio proíbe o excesso de intervenção estatal. Toda pessoa tem uma liberdade garantida, e a restrição dessa liberdade só vai acontecer quando realmente necessário. O Estado só poderá interferir na minha liberdade quando houver a possibilidade de ilicitude (quando houver a pratica de um crime). Esse princípio necessita também de fragmentariedade, ou seja, durante o nosso dia a dia temos inúmeras condutas que podem ser praticadas, e dentre essas uma pequena parte pode ser considerada ilícita, a lei só prevê o que não pode ser feito, o que não esta na lei pode ser considerado licito. O princípio da intervenção mínima orienta o legislador e o julgador, na criação de leis e/ou crimes realmente necessários e não ficar criando penas para as mesmas. Existe também nesse princípio a subsidiariedade do Direito Penal, ou seja, o Direito Penal só deve ser utilizado quando totalmente necessário, e quando não pode ser resolvido por outros ramos do direito. *Princípio da Alteridade O princípio da alteridade proíbe a punição ou a criminalização de atitudes meramente subjetivas, ou seja, as condutas não podem lesar a terceiros, mas a si mesmo, e você não pode ser punido por lesar a si mesmo. Por exemplo, suicídio e autolesão não sãoconsiderados crimes pelo fato de lesionado a si mesmo. A conduta deve transcender a esfera individual do indivíduo. Usar drogas não é crime, o que é crime é transportar, guardar, comprar e vender. *Princípio da Confiança Ele nos oriente de que nos não podemos ser punidos quando não podemos evitar uma conduta praticada por terceiro. Só podemos ser culpados pelo que nos fazemos de errado e não pela conduta de terceiros, pois nos devemos confiar que todos façam o certo, e não podemos ser punidos pela ilegalidade dos outros. As exceções a esse princípio está no art.13 §2º CP: A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. *Princípio da adequação social Esse princípio nos orienta de que nos não podemos considerar crime aquilo que é tolerado pela sociedade. Condutas que apesar de ilícitas, mas que a sociedade tolera não pode ser considerada crime, por exemplo prostituição não é crime (no máximo considerado imoral na nossa sociedade), mas exploração sexual (ganhar dinheiro com a prostituição de outra pessoa) é considerado crime. Esses princípios nos levam a entender que nós precisamos sim do direito penal, mas de uma forma racional, punir somente quando necessário evitando os excessos. Não podemos utilizar ele como vingança, um sentimento natural do ser humano quando vitima. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- HISTÓRIA DO DIREITO PENAL A evolução do Direito Penal não possui uma progressão sistemática, com acontecimentos cronologicamente ordenadas e distintas. A doutrina mais aceita tem adotado uma tríplice divisão, que é representada pela: -vingança divina; Muito utilizado o Direito Penal naquela época, onde nos tínhamos uma punição completamente irracional. O crime sempre esteve presente na sociedade, desde sua constituição. Ocorre que inicialmente não havia uma racionalização acerca do crime e de sua punição. Não haviam regras pré-estabelecidas que orientassem a convivência social. Naquela época os povos acreditavam que os seus pecados irritavam aos deuses e a ira deles se manifestava por meio de fenômenos naturais, e que somente com sacrifícios é que eles conseguiriam acalmar os deuses, e para isso foram criadas varias proibições que se não fossem obedecidas, eram punidas/castigadas, muitas vezes com a própria morte da pessoa que cometeu o “crime” de contrariar os deuses. A pena naquela época não passava de vingança, e uma das primeiras noções de crime e punição. A punição de um “crime” naquela época era tão desmedida que não se destinava so ao infrator, mas de toda a sua tribo, ou seu grupo, ele poderia ser expulso da tribo e destinado a viver sozinho por culpa de seus pecados, e se o mesmo fosse de outra tribo, começava-se uma guerra entre os povos. -vingança privada; O próprio cidadão era responsável pela punição do infrator Khammu-rabi, rei da Babilonia no 1800 a.C., estendeu seu império e governou uma confederação de cidades-estado, ele erigiu no final dos eu reinado uma estrela em diorito, na qual ele é retratado recebendo a insígnia do reinado e da justiça, e mandou escrever abaixo em 21 colunas, 282 clausulas que ficaram conhecidas como Código de Hamurabi (embora abrangesse antigas leis), onde iniciou-se a ideia de que crime é o que a lei estabelece, e era basicamente a utilização do corpo como forma de punição, e o seu “crime” era devolvido da mesma forma que foi feito, se o criminoso matou alguém, também seria morto. O Código de Hamurabi trouxe varias condutas consideradas criminosas, basicamente aquelas que possuíssem patrimônios, onde a punição e a pena eram diferentes dependendo da classe de ofensores e vitimas. As leis deste código não toleravam desculpas ou explicações para erros ou falhas. O código era exposto livremente a vista de tdos, de modo que ninguém pudesse falar que não conheciam as leis como desculpa, mas boa parte do povo da época era analfabeto, e de nada adiantava ficar na frente da pedra de nada entendia, e isso beneficiava aos mais ricos, que entendiam as leis. Nessa época surge a pena de Talião, que limita a reação da ofensa a um mal idêntico ao praticado – olho por olho, dente por dente -, embora admitisse a pena corporal, a pena de talião pode ser considerada uma evolução para a época, num princípio de retribuição do mal causado. Outra evolução é a possibilidade de composição, sistema através do qual o infrator comprovava a sua liberdade, livrando-se do castigo. A composição, que foi largamente aceita, na sua época, constitui um dos antecedentes da moderna reparação do Direito Civil e das penas pecuniárias do Direito Penal. Mas continuava beneficiando os poderosos da época que eram os únicos que poderiam comprar a “liberdade”, sendo que os pobres era punidos. A pena era cumprida pelas próprias vitimas e/ou familiares, desde que respeitasses os limites da punição. -Vingança Pública. Retira-se o direito do cidadão de aplicar a pena, e a mesma passa a ser aplicada pelo Estado, a pena foi melhorando gradativamente até se tornar racional. Com o fortalecimento do Estado, este evoca para si o ius puniendi, assumindo a tutela dos interesses sociais. Na época da fundação da cidade de Roma (753 a.C.), direito e religião ainda se confundiam e a pena era aplicada para aplacar a ira dos Deuses. Aproximadamente 500 a.C., com a instalação da Republica, surge o Direito Público e a vingança privada é banida e somente o Estado podia punir. O poder era concentrado nas mãos do pater familis que possuía poderes ilimitados com relação a seus dependentes. A pena tinha caráter meramente retributivo. Nessa época, já se distinguiam os institutos do dolo e da culpa. Nesse entendimento temos uma ideia dos Princípios Retributivo. No Direito Germânico não possuía normas escritas no inicio, apenas depois é que houve o fortalecimento do Estado, onde o mesmo traz as regras pré-estabelecidas para meios de punição. As leis caracterizavam-se pela composição, ou seja, da compra da liberdade, ou penas corpóreas para aqueles que não tinham condições de pagar, mas sempre com princípios de proporcionalidade na punição. Durante muito tempo vigorou neste ordenamento jurídico a responsabilidade penal objetiva e a lei de talião somente em monumento ulterior. No Direito Canônico começou a divisão dos poderes públicos, e um inicio de Poder Judiciário apenas para julgamento dos crimes, e nele era previsto: -crimes de competência do Tribunal Eclesiástico (crimes eclesiásticos) -crimes de competência dos Tribunais Leigos (delitos comuns – seculares) - crimes mistos (de competência do Tribunal que primeiro tomasse conhecimento do fato) A pena tinha fim de retribuir justamente o mal praticado, para proporcionar o arrependimento do infrator, e foi criada também as penas privativas de liberdade, e com ela o sistema penitenciário (prender para punir, não mais penas corpóreas, a pessoa era deixada isolada presa, para que a mesma pensasse no crime que cometeu e se arrependesse). Os primeiros sistemas penitenciários as pessoas não podiam falar, era isolamento total, ninguém podia ter contato com essa pessoa e acabava enlouquecendo. Em 1215, por meio do Concílio de Latrão, inicia-se o período da inquisição, admitindo-se as penas capitais e tortura. A igreja sente a necessidade de diminuir os pecados praticados pelas pessoas, e volta a punir corporalmente, ou seja, os pecados eram punidos com a morte. A inquisição era baseada na tortura, para eliminar o pecado, e qualquer suspeita deleera motivo de punição, era um sistema arbitrário, onde o culpado não poderia se defender, apenas esperar pela sua punição. Foi caracterizada por ser muito cruel, e na maioria das vezes contra os inocentes. Pontos negativos da Inquisição: -aplicação desmedida da pena de morte; -punição executada com requintes de crueldade; -tinha objetivo de servir de exemplo ao povo; -também servia para purgar a culpa do infrator; Ou seja, muitos eram punidos e ainda serviam de exemplo para os outros, que tinham medo de serem punidos e serem expostos daquela forma na frente de todo mundo e ser torturados em praça pública. Pontos Positivos da Inquisição: -foi proclamada a igualdade entre os homens; -combateu a vingança privada e as ordálias; -instituiu-se a pena privativa de liberdade; -criou-se a ideia de pena como forma de penitencia (ressocialização). Ou seja, as pessoas não tem mais o direito de fazer justiça com as próprias mãos, e começou- se um período onde foi introduzido o sistema penitenciário. Depois da inquisição começou-se uma ideia de Humanização, devido as penas excessivamente cruéis, onde foram abolidos penas corpóreas, e houve a introdução dos nossos direitos, além disso houve humanidade das penas, proporcionalidade das penas, clareza dos textos legais (para a correta tipicidade), sustenta a necessidade de motivos para a prisão provisória (prender somente quando for necessária), questionou a pena capital (não havia necessidade da pena de morte) e dedicava-se a sustentar ideias de prevenção do crime (com a ideia de que era melhor prevenir o crime do que castiga-los) ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 04/09 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL -Quanto ao sujeito -Autentico -Doutrinaria -Judicial - Quanto aos meios -Gramatical: Sempre será levado em consideração o que diz o termo na linguagem, por exemplo violência no dicionário é ato contra uma pessoa, então a única pena a ser considerada é aquela que aconteceu contra outra pessoa. -Logica: É o fato de levar em consideração a logica, de trocar a pena por outra coisa, desde que a pena seja inferior a 4 anos. -Quanto ao resultado -Restritiva: Ao invés de aplicar a vários casos a que ela poderia ser aplicada, nos podemos restringir a mesma a alguns casos; -Extensiva: A interpretação do caso vai além do que descreve o texto, e a aplicação de uma pena maior do que a normalmente dada, ou de uma menor, sempre em relação as outras. -Exata É a forma normal de interpretação da lei. INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL -Analogia É a analise conjunta dos dispositivos, e a aplicação da mesma lei a outros casos semelhantes a que a lei silencia, ou seja, aplicar uma regra legal em casos onde a lei esteja sendo omissa. Serve para se preencher as lacunas da lei, onde o legislador esqueceu de prever, e não possui uma resposta para o caso na legislação. A analogia é vedada a norma penal incriminadora, ou seja, em relação ao crime, não se pode criar crime por analogia, pois crime é somente o que esta na lei, se for criado um crime por analogia o principio de legalidade será quebrado. Analogia pode ser utilizada em crimes penais permissivos, onde a interpretação é fundamental, e a analogia esta prevista. APLICAÇÃODA LEI PENAL -No tempo: Quando? -Regra: Período de vigência (irretroatividade) -Exceções: -Retroatividade/Ultratividade -Lei mais benéfica Art.3º CP: aplica-se a todos os fatos praticados na sua vigência. Art.4º CP: teoria da atividade -No espaço: onde? Art.5º CP: é vigente em todo o território nacional, que compreende o espaço terrestre, marítimo e aéreo (regra do principio da territorialidade). -extensão do território -aeronaves e/ou embarcações: -Públicas: que tenham finalidades publicas ou administrativas, não importa aonde ele esteja, dentro dele será território nacional -Privadas: se forem particulares, serão território nacional quando estiverem em local (aguas ou espaço aéreo) do território brasileiro, ou em espaço internacional (onde não tem nação que exerça soberania). Art.7º Extraterritorialidade -Inciso I- Extraterritorialidade Incondicionada -Inciso II – Extraterritorialidade Condicionada -§1º ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18/09 Art.8º - Pena cumprida no estrangeiro A pena será cumprida no estrangeiro e também pode ser julgada no Brasil, portanto terá dois julgamentos, mas apenas um condenação, cumpre a pena no estrangeira e cumpre a diferença no total das penas aqui no Brasil quando voltar. Teoria Geral do Delito – art. 13 a 31 do CP Conceito analítico do crime Crime = (Fato) Típico + Ilícito + Culpável Existem duas teorias que fundamentam o conceito de crime: A teoria finalista da ação, entende que crime é um fato típico, ilícito e culpável. Para os defensores desta teoria, a culpabilidade integra o conceito de crime, pois a capacidade para receber pena, é pressuposto para a própria existência do delito. Já para a teoria clássica, o conceito de crime abrange somente a tipicidade e a ilicitude, pois para esta teoria, a culpabilidade é mero pressuposto para a aplicação da pena. TÍPICO: -Conduta: comportamento humano dirigido a uma finalidade. -Comportamento: -Voluntário: através apenas da vontade do indivíduo -Consciente: consciência real das consequências do ato. -Doloso: intencional -Culposo: inobservância do dever de cuidado -Elementos: -Conduta: comportamento -Resultado: consequência -Nexo -Previsibilidade objetiva: previsão de que se andar em alta velocidade poderá atropelar algum individuo na rua, e mesmo assim continuar em alta velocidade. -Inobservância do dever de cuidado: quando um militar deixa sua arma em cima da mesa e alguém por não saber lidar com a mesma, acaba atirando em si mesma e vem a óbito. -Conexão entre o desvalor da conduta e o desvalor do resultado (Cézar Roberto Bitencourt): o nexo de casualidade não deve residir entre a conduta e o resultado, pois no crime culposo, a conduta sempre possui um fim licito. O nexo deve residir entre a inobservância do dever de cuidado e o resultado. -Modalidades: -Imprudência: pressupõe sempre uma ação descuidada. -Negligência: significa uma omissão descuidada, como, por exemplo, a falta de manutenção no veículo. -Imperito: pressupõe sempre a falta de conhecimento técnico, seja na arte, ofício ou profissão. -Espécies de Culpa: *PRÓXIMA AULA -Formas: -Ação: a ação propõe sempre um ato de agir, você tem que fazer alguma coisa para atingir seu objetivo. (comissivos) -Omissão: é o ato de não agir diante de um crime. (art.135 CP) (omissivos) -Próprios: responde apenas pela omissão. -Impróprios: crimes de resultado comissivo por omissão (art.13 §2 CP) -Dever legal de agir: deve prestar socorro -Possibilidade de agir: quando se pode ajudar, em caso da vitima já tiver vindo a óbito não tem mais como ajudar. -Nexo: -Resultado: -Tipicidade: ILÍCITO: CULPÁVEL: =============================================================================== 23/10/2014 Teoria do Crime -Consumação: art. 14, I CP -Tentativa: art. 14, II CP -Desistência: art. 15 CP -Arrependimento: art. 15 -O crime não pode ter sido feito mediante grave lesão. -Restituição da coisa ou do objeto. -Voluntariedade -Ato tem que ser pessoal -A reparação d dano tem que ser antes do início do processo ERRO DE TIPO – art. 20 CP Recai sobre circunstancia que se existisse, tornaria a conduta licita. É o erro que recai sobre as causas de justificação do crime. -Incriminador:art. 20 CP – caput -Permissivo: art. 20 CP, §1º - exclui o crime -Acidental: art. 20CP, §2º - erro na execução ERRO DE PROIBIÇÃO Falsa percepção jurídica Art. 21 CP: *Erro inevitável: isenção de pena *Erro evitável: Art. 24 CP: *Estado de necessidade -Necessidade: Perigo atual Ameaça a direito (próprio ou alheio) Conhecimento da justificação Perigo não provocado pelo agente -Reação de agente Inexigibilidade de sacrifício do bem ameaçado Inevitabilidade do resultado *Espécies do Estado de Necessidade -Defensivo: é quando a reação se da contra o próprio causador do perigo. -Agressivo: é quando a reação se da em face de pessoa não causadora do perigo, ou seja, contra qualquer pessoa. -Próprio: onde o sujeito visa salvar um direito seu -Terceiro: quando o sujeito age para salvar um direito alheio -Real: quando o sujeito efetivamente esta correndo perigo *Legitima defesa – art. 25 CP -Agressão: pessoal, patrimonial ou defesa de honra. -Atual ou iminente -Injustiça de agressão -Espécies: -Real: quando você se defende de algo que esta acontecendo ou vai acontecer. -Putativa: quando você acredita que será agredido – art. 20, §1º. -Própria: quando você se defende -Terceiro: quando você defende uma outra pessoa
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